Inspirando,
sei que estou a inspirar.
E expirando,
sei que estou a expirar.
Qual é a utilidade de fazer isso?
Se eu disser: faço isto porque quero paz, quero felicidade,
quero cura e transformação.
Então a prática é o meio,
e a cura e a transformação são o fim.
Mas o meio não é o fim.
Isso é uma forma dualista de pensar.
No entanto, em Plum Village, temos uma abordagem não-dualista da cura e da prática.
Inspirar de tal forma que a cura
ocorra imediatamente durante a inspiração.
Respiras de uma forma que permite que a paz esteja presente.
Certo?
Na própria inspiração.
A inspiração já não é um meio.
É o fim.
Portanto, não há distinção entre os meios e o fim.
Não há um caminho para a felicidade.
A felicidade é o caminho.
Respiras de tal forma que a felicidade esteja na tua inspiração.
Quando praticas meditação andando, dás um passo de tal forma
que a felicidade esteja nesse passo.
Tens de procurar a felicidade, a paz e a transformação no momento presente.
Na tua inspiração e na tua expiração.
E com algum treino, conseguimos fazê-lo.
Não precisamos de sofrer ao inspirar.
Não precisamos de sofrer ao dar um passo.
Na verdade, devemos produzir energia de alegria,
cura, felicidade ao inspirar.
E devemos ser capazes de produzir
energia de alegria, felicidade e paz ao dar um passo.
Podemos treinar-nos para isso.
Inspirando, sei que estou a inspirar.
Esse é o primeiro exercício de respiração consciente proposto pelo Buda.
E devemos inspirar de tal forma
que haja relaxamento, paz, felicidade e alegria nessa inspiração.
Porque, ao inspirares...
trazes a tua atenção para a inspiração.
E a tua inspiração torna-se o único objeto da tua mente.
Concentras a tua mente na tua inspiração.
E se realmente concentrares a tua mente na tua inspiração,
libertas tudo o resto.
Libertas o passado,
libertas o futuro,
libertas os teus projetos,
libertas a tua raiva.
Porque estás focado apenas numa coisa: a tua inspiração.
Uma inspiração pode durar apenas três ou quatro segundos.
E ainda assim, se tiveres concentração,
consegues libertar tudo o resto.
Escolhes apenas uma coisa: a consciência da tua inspiração.
Tornas-te uma pessoa livre.
Estás leve.
Estás livre.
Apenas em três segundos,
e não precisas de sofrer durante o tempo que estás a inspirar.
Na verdade, podes desfrutar profundamente desse momento.
A minha inspiração é como um veículo,
que me ajuda a regressar a casa, ao meu corpo.
E quando a mente está com o corpo, estás presente,
totalmente presente no aqui e agora.
Apenas em dois, três segundos.