Este desenho é minha primeira verificação
do lugar da projeção.
Esta é a estátua
em cima de um pedestal.
Foi muito importante para mim
imaginar como a estátua pode ser
animada com projeção.
As pessoas sempre se reúnem em frente
a monumentos.
Há eventos, protestos.
Às vezes, sentamos em seus ombros,
sacudimos bandeiras.
Nós as colorimos com novas
narrativas.
Esses monumentos testemunharam
eventos anteriormente.
Alguns viram grandes eventos.
Nós queremos que os monumentos
observem e gravem,
monitorem o que fazemos hoje
de novo.
Por muitos anos, eu tenho
tentado dar voz
ou amplificar vozes que não
são ouvidas,
ou mesmo silenciadas.
Foi horrível.
Eles pularam, sem saber que estava
contaminado, radioativo.
Há mais de setenta milhões de refugiados,
pessoas que são forçadas a
deixar seus países
porque eles estão tomados
pela guerra.
Na maioria das vezes, guerras civis.
No Madison Square Park, há
outros quatro monumentos.
Este é o mais proeminente.
E este definitivamente está
relacionado à Guerra Civil.
Não temos monumentos
dedicados aos refugiados.
[VOZ DA PROJEÇÃO]
Deixei meus pais.
Deixei minha mãe
e meus irmãos
sem nem mesmo dizer adeus.
Eu fui embora do jeito que
você está vendo.
[OUTRA VOZ DA PROJEÇÃO]
Ficamos nessa situação por dez anos.
Dormindo em uma barraca,
acordando,
sentindo medo o dia inteiro,
e não sendo capaz de fazer nada.
[OUTRA VOZ DA PROJEÇÃO]
Foi torturante.
Não havia esperança de uma
vida melhor.
Dezenove anos da minha juventude,
da minha vida, foram tirados de mim.
[WODICZKO]
Ver um refugiando falando
é uma oportunidade muito rara
para o público.
[VOZ DA PROJEÇÃO]
Para mim, foi difícil deixar meu filho.
Se alguém puder imaginar o que é
deixar um filho para trás...
Acho que ninguém imagina deixar seu
filho nem por um dia ou dois.
Eu tive que deixar o meu por dez anos.
Dez anos!
[WODICZKO] Para conseguir conviver com
memórias tão traumáticas,
falar, se comunicar com os outros
é muito importante.
Aqueles que lidam com o trauma
sabem muito bem que não
há nada mais doloroso
do que uma experiência aniquiladora
que não é comunicada ou compartilhada.
Uma vez compartilhada,
abre caminho para uma convivência mais
saudável com memórias traumáticas.
Então essa é minha abordagem geral em
relação a monumentos.
Precisamos ajudá-los a ser úteis
para os que tão vivos,
tornando-os relevantes para podermos
construir um futuro,
um futuro melhor,
talvez um no qual alguns desses monumentos,
como monumentos de guerra,
nunca precisem ser construídos
porque não haverá guerras
nem refugiados.