Isto é um mapa das rotas marítimas mundiais ilustrando a complicada rede de rotas marítimas que ligam o nosso mundo moderno através do comércio global. Embora algumas destas rotas tenham sido instituídas mais recentemente, como o Canal do Suez e o Canal do Panamá, a maioria destas autoestradas oceânicas foram criadas há muito numa época em que não havia nenhum meio de navegação fiável para além do conhecimento local e de alguns mapas rudimentares. Contudo, há mais de 500 anos, no início do século XVI, estas rotas comerciais internacionais nem sequer existiam. Foi devido ao aparecimento de Portugal, um pequeno país ibérico, enquanto superpotência marítima, que se tornaram possíveis estas ligações para outras partes do mundo graças às suas viagens ousadas e proezas de navegação. Portugal rapidamente criou o seu império, que se estendia da África à Ásia, e à América doSul. Estas explorações marítimas alimentaram a riqueza de Portugal e uma espantosa ascensão ao poder, e também lançaram as bases para a economia global interligada de que beneficiamos hoje. Mas como é que este país, relativamente obscuro, nos confins da Europa, conseguiu forjar um império que iria alterar o curso da História nos séculos posteriores? Esta é a História do Império Português. Todos os nossos vídeos estão disponíveis para erem, sem anúncios, na nossa página Substack. Também podem ler os guiões originais assim como ouvir a geração áudio como podcasts seguindo a ligação que se encontra na descrição e subscrevendo, com o vosso email. Obrigado. O reino de Portugal surgiu a partir duma série de acontecimentos conhecidos na História por Reconquista que foi a gradual reconquista das terras cristãs da Península Ibérica, aos mouros muçulmanos que tinham invadido o território no século VIII, estabelecendo-se como um reino soberano. Em meados do século XII, os portugueses foram empurrando para sul os últimos mouros conquistando o território dos Algarves em 1249 e instituindo as fronteiras do seu reino segundo as mesmas linhas das que existem ainda hoje. Com o território assegurado contra ameaças exteriores e excluída a possibilidade de maior expansão na Península Ibérica, dadas as relações de amizade com o reino vizinho de Castela, um reino cristão a leste, Portugal virou as atenções para o mar e a possibilidade de exercer a sua influência sobre o mar e sobre as terras no norte de África. O ano de 1415 marcou um momento fundamental na expansão portuguesa com a decisão de orquestrar um ataque à cidade de Ceuta, que estava na posse do Sultanat.o Marinidia Embora muita gente, na altura, achasse que aquilo não passava da continuação das hostilidades entre cristãos e muçulmanos, na realidade já abria caminho para os portugueses expandirem os seus domínios e interesses económicos para além da Península Ibérica e marcou o início do Império Português. Apesar de conquistarem a cidade, os portugueses não conseguiram avançar mais no norte de África, conforme tinham planeado inicialmente, devido à resistência determinada das forças muçulmanas locais. Apesar disso, mantiveram a guarnição em Ceuta e usaram o porto como base para explorar a linha da costa do Atlântico. Esta política de exploração marítima foi implementada por uma figura proeminente nos primeiros dias do Império Português. O Príncipe Henrique, o Navegador. Ele tinha curiosidade em saber até onde os territórios muçulmanos em África se estendiam para sul. e se seria possível chegar a Ásia por uma rota marítima no sul, Por consequência, muitos barcos portugueses começaram a partir para o Oceano Atlântico rodeando a costa do norte de África avançando cada vez mais no que naquela altura eram águas desconhecidas. As ilhas da Madeira e dos Açores foram citadas pela primeira vez em 1419 e 1421, respetivamente e foram posteriormente incorporadas como as mais recentes adições do Império Poruguês em expansão. Uma das primeiras barreiras naturais que os portugueses encontraram na suas explorações foi o Cabo Bojador. As águas revoltas que o rodeiam sacrificaram muitos navios que tentaram dobrá-lo.