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A vida é curta, aproveite-a ao máximo | Michiel Vandeweert | TEDxUHasselt

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    Oi, pessoal.
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    Meu nome é Michiel Vandeweert,
    e tenho 19 anos.
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    Aos cinco anos de idade,
    fui diagnosticado com progéria,
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    uma doença de envelhecimento
    que envolve uma mutação no gene LMNA,
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    que faz com que minhas células
    não funcionem bem.
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    Por isso, sou baixo e não tenho pelos.
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    Quando nasci, eu era um bebê normal,
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    mas, depois de alguns meses,
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    meus pais perceberam
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    que havia algo estranho
    no meu desenvolvimento físico.
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    No mundo todo, há apenas
    144 crianças com progéria,
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    e a média de idade delas é 12 anos.
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    Então, como costumo dizer,
    já ultrapassei a média em sete anos.
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    Viver com progéria nem sempre foi fácil.
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    Na escola, me chamavam de alienígena
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    e, um dia, quando eu tinha só 6 anos,
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    um menino me disse que eu morreria
    quando fizesse 12 anos.
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    Voltei para casa chorando.
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    Foi quando minha mãe me explicou tudo:
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    que eu ficaria pequeno para sempre,
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    que eu não teria pelos,
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    que eu não seria forte como meus amigos,
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    e que eu morreria muito jovem.
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    Em 2006, quando eu tinha oito anos,
    minha irmã Emma nasceu.
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    Para o alívio dos meus pais,
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    os médicos falaram
    que a saúde dela era perfeita.
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    Mas, duas semanas depois,
    Emma ficou doente.
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    E meu pai, que começou a se preocupar,
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    insistiu que ela fizesse
    um exame de sangue.
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    Ainda me lembro muito bem
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    de como entramos
    em uma sala muito pequena,
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    junto com o doutor,
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    para ver os resultados.
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    Emma também tinha progéria.
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    E minha mãe? Desabou em prantos.
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    Sentei no colo dela,
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    virei e disse:
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    "Mãe, por que está chorando?
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    Não é tão ruim assim.
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    Agora a Emma pode passar
    por todas as coisas divertidas
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    que passei graças à progéria,
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    como as reuniões,
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    e conhecer todas as pessoas
    legais que conheci".
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    E nem cheguei a mencionar
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    que ela não teria que ficar na fila
    dos parques de diversões.
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    (Risos)
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    E eu sou assim mesmo.
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    Apesar da doença
    que eu e minha irmã temos,
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    vejo o lado bom da vida
    e tento viver cada dia ao máximo.
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    As pessoas sempre me perguntam
    onde consigo forças para continuar.
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    Na verdade, três coisas me mantêm ativo.
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    Quero compartilhá-las com vocês.
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    A primeira: minha família e amigos.
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    Estes são minha mãe e meu pai.
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    Eles sempre garantiram
    que eu tivesse a melhor vida possível.
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    Na verdade, se há um motivo
    para eu ter aceitado minha doença,
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    é porque eles me criaram
    de maneira muito positiva
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    e sempre me incentivaram a vivenciar
    o máximo de coisas que eu pudesse
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    na minha vida tão curta,
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    seja indo a um festival,
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    dando uma festa
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    ou uma palestra TED.
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    Além disso, sou abençoado
    por ter amigos incríveis,
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    que me apoiam em todos os momentos.
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    No ano passado, quando eu e meus amigos
    nos formamos no ensino médio,
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    eles me deram um livro.
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    Bem na frente, tinha uma foto minha,
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    e o título era: "Mais do que uma lenda".
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    Dentro do livro,
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    havia fotos de todas as coisas
    divertidas que fizemos juntos,
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    e isso me fez perceber de novo
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    como aqueles bobões
    são importantes para mim.
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    O segundo elemento importante
    na minha vida são os desafios.
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    E um desses desafios são os esportes.
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    Eu jogava futebol,
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    mas tive que parar por não ser mais
    grande nem forte o bastante.
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    Meu pai costumava me comparar
    ao ratinho Stuart.
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    Ele dizia: "Um dia, um dos seus amigos
    vai chutar a bola com tanta força
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    que você vai ficar agarrado nela
    e passar voando direto pelo gol".
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    Pelo menos, eu teria marcado um gol.
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    (Risos)
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    Mas, enfim, tive que parar.
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    Felizmente, descobri o surfe na neve.
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    Após essa minha primeira experiência,
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    comprei minha própria prancha
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    e viajei com meu pai para surfar.
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    E foi incrível.
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    Quatro dias sem fazer nada
    além de surfar na neve.
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    E a melhor parte desse esporte:
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    passar voando por aquelas pessoas grandes
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    e deixá-las se perguntando
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    como um garoto pequeno podia ser tão bom.
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    Daqui a duas semanas,
    vou fazer outra viagem para surfar.
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    Estou muito ansioso.
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    Então, em uma reunião na Dinamarca,
    fui apresentado ao cartismo.
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    A adrenalina que o cartismo
    me deu foi incrível.
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    Até participei de uma corrida com os pais
    e fiquei em quinto lugar dentre oito.
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    Nada mal para um menino de 15 anos
    que só tem 1,25 m de altura, não é?
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    Quando voltei para casa,
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    comecei imediatamente a praticar cartismo
    em um clube do meu bairro.
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    Eles viram que eu gostava tanto
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    que me deram meu próprio carte
    e meu próprio traje.
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    Mas o cartismo foi só um passo
    rumo a um objetivo ainda maior:
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    tirar minha carteira de motorista.
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    Quando fiz 17 anos, meu pai me desafiou.
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    Ele disse:
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    "Se você passar no exame teórico
    antes de irmos viajar,
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    vamos comprar um carro para você".
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    Então, na véspera da viagem,
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    fui fazer o exame teórico.
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    E adivinhem só? Eu passei.
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    Um ano depois,
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    no meu aniversário de 18 anos,
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    eu mal conseguia esperar.
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    Fui fazer o exame prático.
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    E adivinhem só? Passei de novo.
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    E, sim, ganhei um carro.
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    Já faz quase dois anos
    que estou dirigindo,
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    e é incrível.
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    Não depender de ninguém,
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    e poder ir aonde eu quiser,
    na hora que quiser.
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    Mas, além da família, amigos
    e de aceitar desafios,
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    tem mais uma coisa que ilumina meu dia.
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    E são momentos como este:
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    momentos em que posso falar
    sobre a vida com progéria.
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    Quando falo da minha doença,
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    quero que as pessoas saibam
    das consequências dela.
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    E assim, espero conseguir
    fazer a diferença para minha irmã,
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    para as outras 142 crianças com progéria
    e toda a comunidade de progéria.
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    Faço isso por essas pessoas.
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    Mas também espero poder
    fazer a diferença para vocês.
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    Todos nós temos um dia ruim ou outro,
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    e, às vezes, a vida pode ser bem injusta.
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    Mas, vejam só, com uma família legal,
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    bons amigos e alguns desafios empolgantes,
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    vocês já podem ir bem longe.
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    Então não reclamem das coisas
    que não conseguem fazer,
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    mas mostrem ao mundo
    o que vocês conseguem fazer,
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    porque a vida é muito curta.
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    Aproveitem-na ao máximo.
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    Ah, e não se esqueçam de andar
    sempre com um smartphone
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    para poder capturar os momentos lindos,
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    como este.
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    (Aplausos)
Title:
A vida é curta, aproveite-a ao máximo | Michiel Vandeweert | TEDxUHasselt
Description:

Imagine crescer sabendo que você só viverá até a adolescência. Essa é a realidade difícil e lamentável para indivíduos afetados pela progéria. No mundo todo, cerca de um em cada 4 milhões de recém-nascidos é afetado por essa síndrome genética extremamente rara. Enquanto envelhecem a uma velocidade muito alta, os pacientes com essa doença sem cura só têm uma opção: aproveitar a vida ao máximo.

O belga Michiel Vandeweert, de 19 anos, sofre de progéria. Apesar das limitações e dos aspectos negativos da doença, Michiel tenta aproveitar a vida ao máximo, mesmo sabendo que a maioria das pessoas com essa doença morre antes de completar 14 anos. O estado de saúde dele não é uma barreira entre ele e seus sonhos: ser DJ, tirar carteira de motorista, ou arrumar um emprego. É com essa atitude que Michiel espera ser uma fonte de inspiração para todos ao seu redor. A vida dele é um enorme desafio com um resultado desconhecido, mas, mesmo com todas as dificuldades, a atitude positiva de Michiel perante à vida é extraordinária. Apesar de os dados mostrarem que ele só viveria até os 14 anos, é impressionante ver como Michiel está vivendo a vida como qualquer pessoa da idade dele.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
07:57

Portuguese, Brazilian subtitles

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