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Três maneiras de praticar civilidade

  • 0:01 - 0:04
    Quero começar contando
    duas coisas sobre mim,
  • 0:04 - 0:06
    antes de entrar na palestra em si.
  • 0:06 - 0:09
    A primeira é que tenho escrito
    sobre condutas e civilidade
  • 0:09 - 0:10
    por mais de 20 anos,
  • 0:10 - 0:13
    como autor de livros
    e colunista de revistas.
  • 0:14 - 0:16
    A segunda é,
  • 0:16 - 0:21
    meus amigos são muito cautelosos
    ao me convidarem para jantar
  • 0:21 - 0:23
    porque qualquer deslize
    que aconteça à mesa
  • 0:23 - 0:25
    pode acabar sendo publicado.
  • 0:25 - 0:26
    (Risos)
  • 0:26 - 0:30
    Estou de olho. Posso ver lá atrás
    e através dos portais, também.
  • 0:30 - 0:31
    (Risos)
  • 0:32 - 0:34
    Falando em jantares,
  • 0:34 - 0:38
    quero levá-los a 2015,
    a um jantar que fui.
  • 0:39 - 0:41
    Para se localizarem,
  • 0:41 - 0:44
    foi quando a Caitlyn Jenner
    estava se assumindo,
  • 0:44 - 0:47
    mudando sua identidade como Kardashian
  • 0:47 - 0:50
    e começando sua vida
    como ativista transgênero.
  • 0:50 - 0:53
    Comecei uma coluna
    na revista People nessa época,
  • 0:53 - 0:55
    sobre a importância dos nomes
  • 0:55 - 0:57
    e como nomes são a nossa identidade.
  • 0:58 - 1:02
    Usá-los de modo errado ou não usá-los,
    nos apaga de certo modo.
  • 1:02 - 1:04
    Especialmente com Caitlyn Jenner,
  • 1:04 - 1:07
    falei sobre ela, mas também
    sobre o uso de seus pronomes.
  • 1:07 - 1:08
    Pronomes dela.
  • 1:09 - 1:11
    Estou nesse jantar delicioso,
    maravilhoso, divertido,
  • 1:11 - 1:16
    quando minha anfitriã começa
    a discursar sobre Caitlyn Jenner.
  • 1:17 - 1:22
    Ela diz que é desrespeitoso
    que Caitlyn Jenner
  • 1:22 - 1:26
    nos force a usar um novo nome
    e esses novos pronomes.
  • 1:28 - 1:29
    Ela não está de acordo,
  • 1:29 - 1:32
    e eu ouvindo, e porque faço meditação,
  • 1:32 - 1:35
    fiz minha pausa sagrada
    antes de responder.
  • 1:35 - 1:36
    (Risos)
  • 1:38 - 1:40
    Lembrei a ela que quando se casou,
  • 1:40 - 1:44
    mudou o nome dela e passou
    a usar o nome do marido,
  • 1:44 - 1:47
    que é o que todos usamos agora.
  • 1:47 - 1:50
    Não usamos apenas porque
    é legalmente o seu nome,
  • 1:50 - 1:52
    mas porque é respeitoso.
  • 1:52 - 1:54
    O mesmo para a senhorita Jenner.
  • 1:54 - 1:57
    Ela não concordou
    e não nos falamos por anos.
  • 1:57 - 1:58
    (Risos)
  • 1:59 - 2:00
    Então,
  • 2:02 - 2:04
    sou conhecido como o civilista,
  • 2:04 - 2:08
    uma palavra com a qual vocês
    não devem estar familiarizados.
  • 2:08 - 2:10
    Não está na linguagem comum
  • 2:10 - 2:13
    e vem do latim e do francês,
  • 2:13 - 2:17
    significa um indivíduo que tenta
    viver por um código moral,
  • 2:17 - 2:19
    que está se esforçando
    para ser um bom cidadão.
  • 2:20 - 2:22
    A palavra "civilidade" deriva daí.
  • 2:22 - 2:25
    O seu significado original é:
  • 2:25 - 2:29
    cidadães dispostos a darem
    o seu melhor pelo bem da cidade,
  • 2:29 - 2:32
    pelo bem da comunidade, por um bem maior.
  • 2:32 - 2:34
    Nesta palestra,
  • 2:34 - 2:38
    aprenderão três novos modos
    de serem civis, assim espero,
  • 2:38 - 2:42
    e será de acordo com
    a definição original de civilidade.
  • 2:42 - 2:44
    Meu primeiro problema é:
  • 2:45 - 2:47
    civilidade é uma palavra obsoleta.
  • 2:48 - 2:50
    O meu segundo é:
  • 2:50 - 2:52
    civilidade se tornou
    um palavrão nesse país.
  • 2:53 - 2:56
    Seja você mais de direita ou de esquerda.
  • 2:56 - 3:02
    Em parte, é porque o uso moderno
    equipara civilidade com decoro,
  • 3:02 - 3:05
    com educação formal, comportamento formal.
  • 3:05 - 3:08
    Nos afastamos da ideia de cidadania.
  • 3:09 - 3:13
    Vou falar primeiro
    sobre meus amigos da direita,
  • 3:13 - 3:16
    que confundiram civilidade com o que
    eles chamam de politicamente correto.
  • 3:17 - 3:19
    Para eles, chamar
    a atenção para civilidade
  • 3:19 - 3:23
    é como o que George Orwell
    escreveu em "1984",
  • 3:23 - 3:25
    e chamou de "novilíngua".
  • 3:25 - 3:29
    Essa foi uma tentativa de mudar
    o nosso modo de falar,
  • 3:29 - 3:31
    mudando obrigatoriamente a língua usada,
  • 3:31 - 3:34
    de mudar as ideias, mudando
    o significado das palavras.
  • 3:35 - 3:38
    Acredito que minha anfitriã
    pode ter tido um pouco disso
  • 3:38 - 3:40
    chacoalhando por aí.
  • 3:42 - 3:45
    Eu primeiro entendi o problema
    da direita com a civilidade
  • 3:45 - 3:49
    quando escrevi uma coluna
    sobre o então candidato Donald Trump.
  • 3:49 - 3:51
    Ele tinha recém dito
  • 3:51 - 3:55
    que não tinha tempo
    para o politicamente correto,
  • 3:55 - 3:57
    e nem acreditava que o país tinha.
  • 3:57 - 4:00
    Levei isso a sério.
  • 4:02 - 4:06
    O público se engajou
    bastante sobre isso on-line.
  • 4:06 - 4:08
    Houve milhares de respostas,
  • 4:08 - 4:12
    e essa se destacou para mim
    porque foi representativa:
  • 4:13 - 4:16
    "Politicamente correto
    é um sistema patológico
  • 4:16 - 4:19
    que permite aos democratas
    dominarem uma conversa,
  • 4:19 - 4:22
    rotularem, demonizarem
    e calarem a oposição".
  • 4:24 - 4:28
    Para a direita, civilidade
    se traduz como censura.
  • 4:29 - 4:30
    Isso é a direita.
  • 4:31 - 4:35
    Mas, meus amigos da esquerda
    também têm problemas com ela.
  • 4:35 - 4:37
    Por exemplo, têm aqueles
  • 4:37 - 4:40
    que assediaram funcionários
    da administração de Trump
  • 4:40 - 4:43
    que apoiam o muro
    fronteiriço do presidente.
  • 4:43 - 4:46
    Eles foram chamados
    de rudes, desagradáveis
  • 4:46 - 4:48
    e muito pior.
  • 4:48 - 4:50
    Depois de um incidente no ano passado,
  • 4:50 - 4:54
    até o "Washington Post",
    o jornal inclinado à esquerda,
  • 4:54 - 4:56
    escreveu um editorial
    ficando do lado do decoro.
  • 4:57 - 5:01
    Eles disseram que os funcionários
    deveriam poder jantar em paz.
  • 5:04 - 5:07
    "O muro é a verdadeira incivilidade aqui.
  • 5:07 - 5:10
    O uso de gás-lacrimogênio
    nas crianças, separação de famílias".
  • 5:11 - 5:13
    É isso que os manifestantes dizem.
  • 5:13 - 5:16
    Imaginem se tivéssemos,
    nesse país, ficado do lado
  • 5:16 - 5:19
    do decoro e da cortesia
    através da história.
  • 5:19 - 5:22
    Penso nas sufragistas.
  • 5:22 - 5:25
    Elas marcharam e fizeram piquete.
  • 5:25 - 5:28
    Foram castigadas e presas
  • 5:28 - 5:30
    por tentarem o direito ao voto
    da mulher nos anos de 1920.
  • 5:31 - 5:34
    Também penso em Martin Luther King Jr.,
  • 5:34 - 5:37
    o pai americano da
    desobediência civil não violenta.
  • 5:38 - 5:43
    Foi rotulado incivil ao tentar promover
    direitos raciais e justiça econômica.
  • 5:45 - 5:46
    Dá para entender
  • 5:46 - 5:50
    porque civilidade se tornou
    um problema, um palavrão, aqui.
  • 5:53 - 5:56
    Isso significa que não podemos
    discordar e falar o que pensamos?
  • 5:57 - 5:58
    Claro que não.
  • 5:59 - 6:01
    Recentemente conversei
    com a Dr. Carolyn Lukensmeyer.
  • 6:02 - 6:04
    Ele é a guru da civilidade nesse país,
  • 6:04 - 6:09
    e diretora executiva do chamado
    Instituto Nacional do Discurso Civil.
  • 6:09 - 6:10
    Ela me disse:
  • 6:10 - 6:14
    "Civilidade não significa apaziguar
    ou evitar diferenças importantes.
  • 6:14 - 6:19
    Significa ouvir e conversar
    sobre essas diferenças com respeito".
  • 6:21 - 6:24
    Numa democracia saudável,
    precisamos fazer isso.
  • 6:24 - 6:26
    Chamo isso de compromisso de respeito.
  • 6:27 - 6:30
    O discurso civil também
    precisa de regras e limites.
  • 6:32 - 6:34
    Por exemplo, existe diferença
  • 6:34 - 6:38
    entre uma linguagem que é
    apenas rude e degradante,
  • 6:38 - 6:41
    e um discurso que evoca
    ódio e intolerância.
  • 6:41 - 6:43
    Especialmente a grupos,
  • 6:43 - 6:45
    e me refiro a grupos étnicos e raciais,
  • 6:45 - 6:47
    à comunidade LGBTQ,
  • 6:47 - 6:49
    os deficientes.
  • 6:51 - 6:54
    Nós, "flocos de neve", chamamos
    isso de "discurso de ódio".
  • 6:54 - 6:57
    Discurso de ódio pode levar à violência.
  • 6:59 - 7:03
    Sobre esse ponto, no outono de 2018,
  • 7:03 - 7:06
    escrevi uma coluna
    sobre a Dr. Christine Blassey Ford.
  • 7:06 - 7:08
    Talvez se lembrem dela,
  • 7:08 - 7:12
    uma das responsáveis pela acusação do
    nomeado à Suprema Corte, Brett Kavanugh,
  • 7:12 - 7:14
    de assédio sexual.
  • 7:14 - 7:15
    Entre as respostas,
  • 7:15 - 7:18
    recebi essa mensagem pessoal,
  • 7:19 - 7:21
    que podem ver nesse slide.
  • 7:21 - 7:23
    Foi amplamente redigida.
  • 7:23 - 7:24
    (Risos)
  • 7:24 - 7:28
    Essa mensagem tinha 50 palavras,
    10 delas eram palavrões.
  • 7:28 - 7:32
    Os democratas foram xingados,
    o Presidente Obama,
  • 7:32 - 7:36
    e fui xingado de maneira
    bastante vulgar e grosseira.
  • 7:39 - 7:42
    Havia uma ameaça explícita na mensagem,
  • 7:42 - 7:45
    por isso meus editores do "The Post"
    a mandaram às autoridades.
  • 7:46 - 7:50
    Isso foi logo antes de bombas serem
    enviadas a outros meios de comunicação,
  • 7:50 - 7:53
    então, todo mundo estava de guarda.
  • 7:54 - 7:57
    O grande contexto era que,
    alguns meses antes,
  • 7:57 - 8:00
    cinco funcionários do jornal
    Maryland foram mortos.
  • 8:00 - 8:03
    Foram baleados por um leitor com ódio.
  • 8:04 - 8:06
    "Calem-se ou então".
  • 8:08 - 8:11
    Naquele mesmo período,
  • 8:11 - 8:14
    um leitor diferente começou
    a me perseguir on-line.
  • 8:14 - 8:16
    No início, foi...
  • 8:17 - 8:18
    vou dizer, leve e fofinho.
  • 8:18 - 8:22
    Foi por essa época do ano, ainda
    tinha minhas decorações de Natal
  • 8:22 - 8:24
    e ele me mandou uma mensagem dizendo:
  • 8:24 - 8:27
    "Você deveria guardar
    suas decorações de Natal".
  • 8:27 - 8:29
    Um dia, ele notou que meu
    cachorro estava sem a guia,
  • 8:29 - 8:32
    depois comentou
    que eu tinha ido ao mercado.
  • 8:34 - 8:36
    Então ele escreveu uma que dizia:
  • 8:36 - 8:38
    "Se alguém atirasse e matasse você,
  • 8:38 - 8:40
    não seria uma grande perda".
  • 8:42 - 8:44
    Queria que esse fosse o fim da história.
  • 8:44 - 8:47
    Mas um dia, alguns meses depois,
    ele foi até a minha casa,
  • 8:47 - 8:50
    na porta da frente, enfurecido
    e tentou arrombá-la.
  • 8:50 - 8:53
    Agora eu tenho spray de pimenta,
    um sistema de segurança
  • 8:53 - 8:56
    e um taco de beisebol Louisville Slugger.
  • 8:57 - 8:58
    (Suspiro)
  • 8:59 - 9:00
    "Calem-se ou então".
  • 9:01 - 9:05
    O que pode ser feito para impedir
    que a civilidade se torne feia e violenta?
  • 9:06 - 9:08
    Minha primeira regra é
    cuidar com a linguagem.
  • 9:08 - 9:12
    Parei de usar palavras
    fortes nas publicações.
  • 9:12 - 9:15
    Por palavras fortes, quero dizer
    "homofóbico", "racista"
  • 9:15 - 9:18
    "xenófobo", "sexista".
  • 9:18 - 9:20
    Todas essas palavras.
  • 9:20 - 9:22
    Elas instigam as pessoas.
  • 9:23 - 9:24
    São incendiárias
  • 9:24 - 9:26
    e não permitem que concordemos,
  • 9:26 - 9:29
    nem que encontremos
    um entendimento comum.
  • 9:30 - 9:34
    Quando John McCain morreu em 2018,
  • 9:35 - 9:39
    os apoiadores dele notaram
    que ele nunca fez ataques pessoais.
  • 9:39 - 9:43
    Os oponentes dele também concordaram,
    acredito que isso foi bastante notável.
  • 9:43 - 9:46
    Ele desafiava a politica
    das pessoas e suas posições,
  • 9:46 - 9:48
    mas nunca de maneira pessoal.
  • 9:48 - 9:50
    Essa é a segunda regra.
  • 9:51 - 9:55
    O problema da civilidade
    não é apenas norte-americano.
  • 9:56 - 9:59
    Na Holanda, há apelos
    para uma ofensiva de civilidade,
  • 9:59 - 10:02
    e como um filósofo holandês disse,
  • 10:02 - 10:05
    o país está sob um feitiço
    de "verhuftering".
  • 10:06 - 10:10
    Essa não é uma palavra que conhecia
    e tive que pesquisar bastante.
  • 10:10 - 10:14
    Seu significado amplo é assédio
    e o desaparecimento de boas condutas.
  • 10:15 - 10:18
    Na verdade significa muito pior,
    mas é isso que vou dizer aqui.
  • 10:19 - 10:23
    Quando há uma palavra específica
    para descrever um problema assim,
  • 10:23 - 10:25
    você sabe que realmente tem um.
  • 10:26 - 10:30
    No Reino Unido,
    a votação do Brexit em 2016
  • 10:31 - 10:34
    dividiu a nação ainda mais.
  • 10:35 - 10:39
    Um crítico da separação
    chamou os favoráveis de,
  • 10:39 - 10:41
    amo essa frase,
  • 10:41 - 10:44
    "cérebros de lagartos paroquiais
    assustados da Grã-Bretanha".
  • 10:44 - 10:47
    Cérebros de lagartos paroquiais
    assustados da Grã-Bretanha.
  • 10:47 - 10:48
    Isso é pessoal.
  • 10:49 - 10:53
    Isso me dá saudade de "Downton Abbey"
  • 10:53 - 10:55
    e sua aparente civilidade.
  • 10:57 - 10:59
    Mas aí está a terceira regra:
  • 10:59 - 11:02
    não confunda decoro com civilidade.
  • 11:02 - 11:06
    Mesmo que você seja uma condessa viúva
    tão fabulosa quanto a Dama Maggie Smith.
  • 11:06 - 11:07
    (Risos)
  • 11:07 - 11:10
    [Não seja derrotista. É tão classe média.]
  • 11:10 - 11:12
    Vou terminar com uma última história.
  • 11:12 - 11:15
    Há pouco tempo, estava numa padaria,
    onde fazem bolinhos incríveis.
  • 11:15 - 11:18
    Para resumir, havia muitos bolinhos.
  • 11:18 - 11:20
    Um por um, foram desaparecendo
  • 11:20 - 11:23
    até haver apenas uma mulher
    entre mim e o último deles.
  • 11:23 - 11:24
    (Risos)
  • 11:24 - 11:27
    Graças a Deus, ela disse:
    "Quero um croissant".
  • 11:27 - 11:28
    (Risos)
  • 11:28 - 11:31
    Quando chegou a minha vez, disse:
    "Gostaria daquele bolinho".
  • 11:33 - 11:37
    O rapaz atrás de mim,
    não tinha me virado para vê-lo,
  • 11:37 - 11:39
    gritou: "Esse bolinho é meu!
  • 11:39 - 11:41
    Estou esperando na fila há 20 minutos".
  • 11:41 - 11:44
    Pensei: "Quem é você?
  • 11:44 - 11:47
    Também estou na fila há 20 minutos
    e você está atrás de mim".
  • 11:48 - 11:49
    Cresci em Nova Iorque,
  • 11:49 - 11:52
    frequentei uma escola não longe daqui.
  • 11:53 - 11:55
    Pode parecer muito civil por aqui,
  • 11:55 - 12:01
    mas posso dar uma empurradinha
    em qualquer um por um táxi nessas ruas.
  • 12:01 - 12:04
    Então, me surpreendi
    quando disse ao rapaz:
  • 12:04 - 12:07
    "Você quer a metade?"
  • 12:08 - 12:10
    Nem pensei, só escapuliu.
  • 12:10 - 12:14
    Ele ficou perplexo, pude ver
    a feição dele mudar e me disse:
  • 12:14 - 12:18
    "Que tal se eu comprar outro
    doce e dividirmos os dois?"
  • 12:19 - 12:21
    E ele comprou, e dividimos.
  • 12:22 - 12:23
    Sentamos e conversamos.
  • 12:24 - 12:25
    Não tínhamos nada em comum.
  • 12:25 - 12:27
    (Risos)
  • 12:27 - 12:31
    Nada em comum: nacionalidade,
    orientação sexual, ocupação,
  • 12:31 - 12:36
    mas através desse momento
    de bondade, de conexão,
  • 12:36 - 12:38
    ficamos amigos e mantivemos contato.
  • 12:38 - 12:39
    (Risos)
  • 12:39 - 12:43
    Ele ficou chocado quando descobriu
    que sou chamado de civilista.
  • 12:43 - 12:44
    (Risos)
  • 12:44 - 12:48
    Mas eu chamo isso
    de o prazer da civilidade.
  • 12:48 - 12:50
    E me fez perguntar,
  • 12:50 - 12:53
    qual é o bem que renunciamos,
    não apenas o problemas que evitamos,
  • 12:53 - 12:55
    quando escolhemos ser incivis.
  • 12:56 - 13:01
    E por bem, quero dizer amizade,
    conexão, dividir mil calorias.
  • 13:02 - 13:04
    Mas também num sentido mais amplo.
  • 13:04 - 13:08
    Como comunidades, como um país
    e como um mundo.
  • 13:08 - 13:10
    O que estamos perdendo?
  • 13:11 - 13:16
    Hoje, estamos envolvidos em uma grande
    guerra civil de ideias e identidades,
  • 13:16 - 13:18
    mas sem regras para ela.
  • 13:19 - 13:21
    Existem regras para a guerra.
  • 13:22 - 13:23
    Pensem nas Convenções de Genebra.
  • 13:23 - 13:26
    Elas garantem que cada soldado
    seja tratado humanamente,
  • 13:26 - 13:28
    dentro e fora do campo de batalha.
  • 13:29 - 13:32
    Francamente, precisamos de uma
    Convenção de Genebra da civilidade,
  • 13:32 - 13:35
    para definir regras para o discurso
    para os parâmetros disso.
  • 13:36 - 13:40
    Para nos ajudar a sermos melhores cidadãos
    em nossas comunidades e nossos países.
  • 13:41 - 13:43
    Se tenho algo a dizer sobre isso,
  • 13:43 - 13:47
    basearia essas regras
    na definição original de civilidade,
  • 13:47 - 13:49
    do latim e do francês.
  • 13:49 - 13:51
    Civilidade:
  • 13:51 - 13:55
    cidadãos dispostos a darem
    o seu melhor por um bem maior.
  • 13:56 - 13:57
    Pelo bem da cidade.
  • 13:58 - 14:01
    Civilidade, com esse entendimento,
    não é um palavrão.
  • 14:02 - 14:07
    E espero que o civilista não se torne,
    ou não continue, obsoleto.
  • 14:08 - 14:09
    Obrigado.
  • 14:09 - 14:11
    (Aplausos)
Title:
Três maneiras de praticar civilidade
Speaker:
Steven Petrow
Description:

O que significa ser civil? O jornalista Steven Petrow procura a resposta no significado original da palavra, mostrando porque a civilidade não deveria ser dispensada como conversa sufocante politicamente correta ou censura. Aprenda três maneiras de como podemos, cada um de nós, ser mais civis e começar a falar sobre nossas diferenças com respeito.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:26

Portuguese, Brazilian subtitles

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