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GBA CAP01 2025 VA06 DESAFIOS ETICOS E TECNICOS

  • 0:08 - 0:13
    Vamos para o seguinte problema:
    o modelo de IA, para qualquer fim,
  • 0:13 - 0:18
    fim médico, fim policial,
    gerou um dado incorreto,
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    você como parte do time
    de governança de IA,
  • 0:22 - 0:26
    precisa explicar o que aconteceu
    dentro do modelo
  • 0:26 - 0:31
    para poder gerar aquele
    tipo de informação incorreta.
  • 0:31 - 0:34
    Só que a gente começa
    a entrar no seguinte problema:
  • 0:34 - 0:37
    modelos de IA tem aquilo
    que chamamos de caixa preta,
  • 0:37 - 0:40
    e como a gente vai
    conseguir analisar,
  • 0:40 - 0:46
    interpretar, explicar aquilo, sendo
    que muitas vezes é inacessível?
  • 0:46 - 0:49
    Vamos entender melhor
    como figura a governança de IA
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    dentro das famosas caixas
    pretas dos modelos de IA.
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    Mas para quem
    caiu de paraquedas,
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    que nunca desenvolveu
    um modelo de IA,
  • 0:56 - 0:58
    que nunca teve contato
    com um modelo de IA,
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    o que é caixa preta?
  • 1:00 - 1:05
    Bom, dentro do nosso modelo de IA,
    sobretudo o modelo de Deep Learning,
  • 1:05 - 1:07
    você tem as suas camadas,
    seus neurônios,
  • 1:07 - 1:10
    e eles vão gerar
    seu resultado.
  • 1:10 - 1:13
    Mas a caixa preta é como eles
    geraram aquele resultado,
  • 1:13 - 1:17
    de que forma, qual foram
    os pesos, as medidas.
  • 1:17 - 1:22
    Por mais que o modelo tenha
    sua arquitetura bem definida,
  • 1:22 - 1:26
    tenha seu desenho pronto, muitos
    modelos têm a sua caixa preta,
  • 1:26 - 1:29
    e muitas vezes
    é difícil explicar.
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    Então, por exemplo, eu já
    trabalhei com modelos
  • 1:32 - 1:35
    que têm pelo menos três
    camadas e, a cada camada,
  • 1:35 - 1:39
    ele vai aumentando em oito
    o volume de neurônios.
  • 1:39 - 1:43
    Como você consegue explicar
    o resultado com isso?
  • 1:43 - 1:47
    E esse é um problema muito gerado
    em redes neurais, essa caixa preta.
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    E a terminologia é similar
    à terminologia utilizada na aviação,
  • 1:50 - 1:52
    porque a caixa preta
    do avião é inacessível,
  • 1:52 - 1:56
    assim como a caixa preta
    da inteligência artificial,
  • 1:56 - 1:57
    que é bastante inacessível.
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    E aí, você deve estar
    se perguntando:
  • 1:59 - 2:02
    "bom, a caixa preta deve
    gerar riscos na governança".
  • 2:02 - 2:04
    Sim, ela gera riscos
    na governança.
  • 2:04 - 2:07
    Como você consegue
    explicar esse modelo?
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    Como esse modelo consegue ser
    aderente à legislação vigente
  • 2:11 - 2:15
    ou a práticas corretas
    de governança e ética?
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    Esse tipo de problema gerado por
    modelos que contém caixa preta
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    é um desafio muito grande e é,
    inclusive, um foco de discurso
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    dentro das legislações que estão
    sendo discutidas de AI e Big Data.
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    Por exemplo, a legislação voltada
    para a IA dentro da Europa
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    trabalha muito a transparência
    que um modelo deve ter
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    em cima da sua
    geração de informação.
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    Então, é uma coisa que já
    vem sendo debatida.
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    Mas, além da caixa preta, a gente
    também tem um termo bastante comum
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    dentro da inteligência artificial,
    que é o viés histórico,
  • 2:50 - 2:54
    problemas que estão na nossa
    sociedade que afetam o nosso modelo.
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    E, aqui na ilustração,
    a gente traz o seguinte:
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    o que é esse viés histórico?
  • 3:01 - 3:03
    O viés histórico parte
    quando os dados utilizados
  • 3:03 - 3:07
    para treinar aquela IA refletem
    desigualdades, preconceitos
  • 3:07 - 3:13
    ou distorções sociais que já
    existiam, que não existem mais.
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    E a gente colocou alguns exemplos práticos.
  • 3:15 - 3:18
    Por exemplo, o menor número de mulheres em cargos de liderança
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    ocasiona que a IA vai repetir seu padrão para poder gerar a amostra,
  • 3:23 - 3:24
    a análise.
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    Além disso, pessoas com menor acesso a crédito, minorias, a IA vai
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    também penalizar essa pessoa quando ela tentar conseguir algum
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    crédito no mercado.
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    E a consequência é que a IA vai amplificar esse tipo de problema.
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    Antes de a gente começar a trabalhar com a IA gerativa ou estatística
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    multivariada, a gente já tinha as nossas previsões, por exemplo,
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    realizar um FORTEST, a gente pode até fazer uma comparação meio que
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    boba, por exemplo, ao seguinte fator.
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    Vamos supor que você tenha ali uma linha do tempo que ela tem dados
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    de janeiro até junho.
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    Ok?
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    E você vai prever o próximo mês baseado, por exemplo, nos cinco meses
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    anteriores.
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    E aí você vai arrastando essa previsão, ela vai fazer uma média para
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    prever os próximos meses.
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    Concorda que vai chegar uma altura do campeonato que se você não
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    travar ou não tratar, por exemplo, essa previsão, os dados utilizados
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    para poder prever o futuro vão ser os resultados das últimas médias
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    geradas?
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    Quando a gente fala que a IA pode amplificar problemas sociais se ela
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    parte de viéses históricos, é isso.
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    Você vai utilizar um dado que não se adequa à realidade de hoje para
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    poder gerar modelos que podem gerar decisões, podem gerar tomadas de
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    decisões.
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    E aí vai gerar um ciclo vicioso.
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    E fora o viés histórico, nós temos também o paradoxo da
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    explicabilidade, que inclusive afeta muito a caixa preta.
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    Então, a gente tem modelos que são mais simples e modelos mais
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    complexos.
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    Então, modelos que forem mais complexos, entendem-se como os modelos
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    de Deep Learning.
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    E hoje entra o paradoxo da explicabilidade.
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    Modelos mais simples, como árvores de decisão, eles geram resultados
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    mais simples, porque a sua configuração, a sua arquitetura é mais
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    simplificada, porém, eles são muito mais fáceis de explicar.
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    Enquanto modelos mais complexos, como modelos de redes neurais, eles
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    respondem a problemas mais complexos.
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    Então, por exemplo, uma análise que ela tenha uma alta variância de
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    dados de entrada e saída, ele vai conseguir atender muito bem, porém,
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    ali a gente tem o nosso problema de explicabilidade, ali a gente tem
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    a caixa preta.
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    Então, vamos comparar os dois modelos.
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    Modelos mais simples, eles vão ter alta explicabilidade, enquanto
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    modelos mais complexos, uma baixa explicabilidade.
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    Modelos mais simples, então, são mais fáceis de auditar.
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    Então, o comitê de ética em AI Big Data consegue, então, regir melhor
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    aqui.
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    Modelos mais complexos, tem uma dificuldade maior de explicar, por
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    conta da sua caixa preta.
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    Só que aí a gente começa a entrar no problema dos modelos mais
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    simples.
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    Modelos mais simples, tem uma performance menor para tarefas mais
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    complexas, então esse tem uma limitação ali.
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    E aí, exige que eu use modelos complexos, como o Deep Learning, para
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    problemas que exigem uma alta performance por terem um grande volume
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    de dados.
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    Então, ali é o nosso paradoxo.
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    Como que eu consigo resolver um problema extremamente complexo, que
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    tem um alto volume de dados, e ao mesmo tempo conseguir explicar o
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    que ele fez para resolver aquele problema?
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    E por conta disso, a gente entra muito no panorama de
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    regulamentações.
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    Como que hoje está, por exemplo, o Brasil em relação a outros países,
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    por exemplo, no que tange de regulamentar a IA.
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    E aí a gente pode pensar também em regulamentar como que a gente pode
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    trabalhar e explicar essa caixa preta.
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    O AI Act, da União Europeia, ele vai classificar as aplicações de IA
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    por risco, nível de risco.
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    Desde o inaceitável, passando por alto, risco, médio e baixo.
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    Então, ali tem riscos que o modelo de IA pode tomar e modelos de
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    IA que legalmente já tem que ser evitado, não pode dar sequência.
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    Então, a regulamentação europeia vai ter regras mais rígidas para IAs
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    de alto risco.
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    Quando a gente começa a olhar no panorama do cenário nacional
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    brasileiro, a gente não tem uma regulamentação vigente de IA.
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    A gente tem um marco legal para IA, que está em discussão, mas a
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    gente já tem a LGPD.
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    Então, vamos analisar a LGPD.
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    A LGPD, ela se baseia em proteção de dados pessoais.
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    Ela busca entender e garantir direitos como explicação de decisões
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    automatizadas e entra também com consentimento e bases legais para
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    uso de dados.
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    Então, por mais que a LGPD, ela não atua especificamente sobre IA,
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    ela é abrangente, ela já tem alguns fatores que a IA é impactada,
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    como a explicabilidade do modelo e como a o consentimento do uso da
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    informação.
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    Falando do marco legal, que está em discussão, o que nós temos aqui?
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    O marco legal, ele vai definir as diretrizes para o desenvolvimento
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    ético e responsável do modelo de IA e, a partir disso, vai entrar a
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    discussão sobre as categorias de risco e os deveres de transparência.
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    O nosso marco legal de IA, ele está um pouco baseado na
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    regulamentação europeia, ele tem ali as suas fontes.
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    Dentro do nosso conteúdo, vocês vão observar que a gente tem também
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    outras regulamentações de IA ao redor do mundo, então tem a
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    regulamentação chinesa, tem a regulamentação americana, cada um tem
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    um objetivo diferente.
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    O objetivo da regulamentação de IA europeia e, consequentemente, como
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    o caminho que está tomando a regulamentação de IA brasileira, é muito
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    na transparência e explicabilidade dos dados, sempre pensando no
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    usuário final, que é o usuário que vai consumir os dados, vai
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    consumir o modelo e também vai prover, vai repassar os seus dados
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    para o modelo trabalhar.
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    E como reflexão, vamos pensar no seguinte, a empresa que você
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    trabalha, ela já está preparada para explicar como o modelo já está
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    funcionando ou ela apenas está desenvolvendo e gerando o modelo de
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    acordo com a necessidade, sem entrar, por exemplo, em compromissos
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    éticos ou, eventualmente, se tiver alguma auditoria, não vai
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    conseguir saber lidar, por exemplo, com quem explicar como aquele
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    modelo gerou aquela informação.
Title:
GBA CAP01 2025 VA06 DESAFIOS ETICOS E TECNICOS
Video Language:
Portuguese, Brazilian
Duration:
09:39

Portuguese, Brazilian subtitles

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