-
O que eu preciso garantir
-
para que o meu projeto passe
em uma lei de incentivo
-
e seja aceito em
uma lei de incentivo?
-
Toda vez que eu estou
falando de uma lei de incentivo
-
para a economia criativa,
-
eu preciso de três
grandes aspectos
-
para garantir a aprovação
do meu projeto.
-
O primeiro grande aspecto que
eu preciso é o aspecto criativo.
-
A gente está falando
de economia criativa,
-
a gente está falando sobre
criatividade, ou seja,
-
eu preciso de alguma
forma ter uma produção,
-
ter uma ideia que seduza o público,
quanto maior o público, melhor.
-
Eu não estou dizendo que a gente
precisa só trabalhar para grande público,
-
mas quanto mais eu
provo que, por exemplo,
-
um nicho é muito relevante
e vai consumir muito,
-
mais argumento eu tenho.
-
E ele precisa ser criativo no sentido
de que vai conquistar esse público
-
sempre de um
formato mais inovador,
-
de um formato mais sedutor
do que o que veio antes.
-
A ideia de reproduzir
só o que veio antes
-
vai tornando com o passar do
tempo a fórmula ultrapassada,
-
o que para o mercado capitalista
amplo não seria um problema,
-
porque eu ponho mais
dinheiro, mais divulgação,
-
alcanço mais gente, mas quando
a gente fala de lei de incentivo,
-
a gente está dizendo
que o recurso é limitado,
-
portanto a lei não vai
liberar qualquer coisa.
-
Então, obviamente,
eu preciso da criatividade.
-
Além do processo de criatividade,
-
eu vou precisar
de outras duas coisas.
-
A segunda coisa que eu preciso
-
é justamente um rigor na
produção de documentações.
-
Ou seja, eu preciso garantir
criatividade e originalidade,
-
mas eu preciso garantir que eu
sou capaz de levantar tudo aquilo
-
que um projeto de economia
criativa precisa para ser aprovado.
-
Eu preciso ser capaz de ler
um edital, acompanhar o edital
-
e uma série de outras coisas.
-
Mas, talvez nenhum desses dois
primeiros itens sejam novidades,
-
nenhuma dessas duas
coisas seja novidade para você.
-
Mas, o terceiro ponto
-
é o ponto que eu gostaria de
dar ênfase nesse momento,
-
é o ponto que eu gostaria que você
prestasse mais atenção nessa hora
-
para a gente entender
o que está faltando.
-
O terceiro ponto
é a minha capacidade
-
de fazer os dois
primeiros conversarem.
-
Não adianta eu demonstrar
-
a minha criatividade
e a minha originalidade,
-
não adianta eu demonstrar
uma capacidade
-
de preencher documentos e seguir
regras e uma série de coisas
-
se eu não mostro alinhamento
entre as duas coisas.
-
Onde eu mais invisto tempo
-
quando eu estou
desenhando um projeto
-
para aprovar em lei de
incentivo para depois executar,
-
é justamente no match
entre as duas coisas.
-
Então, a lei de incentivo,
-
ou o edital que está ali
aberto para aquela lei,
-
ou a empresa que eu
estou indo apresentar
-
porque eu já consegui aprovar na lei
mas eu preciso conseguir o recurso,
-
todos esses players precisam
perceber que você foi original,
-
mas original dentro daquilo
que estava autorizado, permitido.
-
Ou seja, você está fazendo um
encontro entre as duas coisas.
-
Normalmente a gente
constrói uma tese
-
e parte do que
você vai ouvir aqui,
-
parte do que você
vai ler e tudo mais,
-
é a explicação de como
eu garanto essa tese.
-
A minha tese é justamente
a defesa sólida
-
de como eu
faço para garantir
-
que a criatividade colocada
conversa com aquilo que está pedido
-
e aquilo que está pedido
garante a permissão
-
para aquele nível
e tipo de criatividade.
-
Porque senão você vai
enfrentar problemas lá na frente
-
com seus stakeholders ou com
devolução de dinheiro, por exemplo.
-
Eu já vi isso acontecer, ter que
devolver dinheiro de projeto,
-
devolver dinheiro
de lei de incentivo,
-
porque quando percebeu-se,
-
se fez alguma coisa que estava
fora do escopo determinado.
-
Portanto, não adianta ter
as duas primeiras partes
-
se eu não for capaz
de criar um match,
-
de criar uma conexão entre
essas duas primeiras partes.
-
Aqui se recomenda,
-
quando eu estou pensando em
projeto de economia criativa,
-
que eu traga especialistas
para dentro disso.
-
Sempre vale
a consulta com um especialista
-
ou tornar-se um
especialista, ou seja,
-
pegar esse fio que eu
estou colocando aqui
-
e seguir esta meada até
a gente conseguir entender
-
qual o fio da
meada, ou seja,
-
o fio que realmente
vai desembarassar
-
todo aquele nó que está ali.
-
Trabalhar com projeto de
economia criativa não é simples.
-
Primeiro porque ele exige
convencimento das outras partes,
-
segundo porque você trabalha
esperando um resultado
-
sem saber exatamente
como obtê-lo.
-
Terceiro, você normalmente
está trabalhando
-
com um recurso muito limitado,
-
por isso quanto mais eu conseguir
casar essas duas coisas,
-
melhor vai ser o efeito disso.
-
E aí, a gente vai poder explorar técnicas de storytelling, de
-
comunicação e de outras coisas que ajudam a gente a conseguir
-
justamente fazer este encontro, chegar a este match muito específico.
-
O que eu posso te dizer aqui é não se desencoraje.
-
Na verdade, quanto mais você fizer, melhor você fica nesse ponto.
-
Eu costumo dizer que para fazer alguma coisa bem feita, você precisa
-
de três grandes passos.
-
Saber o que fazer, ou saber o que se está fazendo, e isso você
-
está obtendo aqui, conhecimento.
-
Segundo, você precisa se preparar para fazer, ou seja, não adianta
-
você conhecer a receita do bolo só que na hora que você começa a
-
fazer e abre o armário está faltando cacau, está faltando farinha.
-
Então não adianta, não é possível.
-
Então você precisa se preparar, ou seja, ir até o supermercado,
-
comprar todas as receitas, nesse caso, ir lá desenhar o projeto,
-
escrever o projeto, mapear, imprimir todos os documentos ou colocar
-
todos os documentos numa nuvem, saber tudo o que você tem para
-
encher, criar cronograma, você precisa se preparar.
-
E o terceiro é fazer muitas vezes.
-
O seu primeiro projeto não será tão legal quanto o seu último
-
projeto, ou seja, eu preciso fazer repetidas vezes.
-
Existe uma técnica muito famosa chamada técnica das 20 mil horas, que
-
vai dizer que a gente só vai ficar realmente habilidoso em alguma
-
coisa quando a gente bater ali as 20 mil horas fazendo aquilo.
-
Por isso, faça muitas vezes, quanto mais você fizer, melhor ficará
-
aquilo que você está fazendo.
-
Então, não só em termos de criatividade, não só o seu segundo,
-
terceiro, quinto, décimo oitavo produto provavelmente será melhor que
-
o primeiro, mas o processo será mais facilitado.
-
O projeto será mais facilitado, ainda que o resultado final talvez
-
não seja o melhor possível, talvez não seja o ideal perto de outros e
-
tudo mais, mas todo o resto será um pouco mais simples e esse
-
investimento de tempo, esse investimento de esforço valerá mais a
-
pena.