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[Ana] Aonde a minha geração
de 40 anos estava
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nos últimos 20 anos?
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Jovem não dá em árvore, gente.
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Foi a gente que criou
esses meninos, entendeu?
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Para mim, fica parecendo
um papo de maluco,
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porque a gente está
reclamando de uma geração
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que chega no mercado de trabalho,
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que foi uma geração
que a gente formou
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nos espaços particulares de família
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e nos espaços sociais
de políticas públicas.
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A gente não tem que nada,
não tem que fazer nada.
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A gente precisa entender
que, na minha visão,
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não existe um conflito.
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Existe uma incompatibilidade
de alfabetos.
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Então, quando a gente
entende que a minha geração
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aprendeu um alfabeto diferente...
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Esse alfabeto é presencial, é sensorial,
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ele é muito mais tratando
o trabalho num lugar identitário,
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e ocupando, aí sim,
praticamente 100% da vida.
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A gente recebe uma geração
que olha para isso e fala:
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"Isso não faz sentido para mim,
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e eu tenho coragem
de falar sobre sentimentos",
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coisa que a minha geração dizia:
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"Não, você entra no trabalho,
seus problemas ficam do lado de fora".
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[André] Você desliga.
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[Ana] Iluminista.
Uma coisa meio iluminista,
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corpo é uma coisa,
cabeça é outra coisa.
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Não faz absolutamente
o menor sentido.