-
Queridos amigos, ontem à noite falei sobre como reagir
-
quando vês coisas que não te agradam.
-
Esta é a citação do sutra.
-
Uma pessoa sábia, quando sente alguma tristeza,
-
algum sofrimento em si mesma, ou enfrenta dificuldades,
-
gostaria de fazer a si mesma estas perguntas.
-
Tenho alguma tristeza dentro de mim.
-
O que posso fazer para me libertar
-
dessa tristeza e transformá-la?
-
O que fiz para me libertar dessa tristeza?
-
Consegui fazê-lo?
-
A quem pedi ajuda
-
nesta prática
-
para que eu possa libertar-me da minha tristeza, do meu sofrimento?
-
Consultei o meu professor sobre
-
como transformar o sofrimento em mim?
-
Consultei os meus irmãos e irmãs no Dharma
-
para me libertar e saber
-
como me libertar da tristeza que tenho agora?
-
As pessoas insensatas, quando têm tristeza
-
dentro de si, fazem estas perguntas:
-
Quem me prejudicou?
-
Quem causou o meu sofrimento, a minha tristeza?
-
O que poderia fazer para contar às pessoas,
-
para mostrar-lhes que sou uma vítima de injustiça,
-
de ações erradas por parte dos outros?
-
Como posso justificar-me como sendo
apenas a... o facto de que sou apenas a vítima.
-
O sofrimento foi causado por ele ou por ela?
-
Como posso puni-lo para obter alívio?
-
Como posso fazê-lo ou fazê-la
-
sofrer para me sentir melhor?
-
O que poderia fazer para que a
pessoa sofra bastante
-
e, da próxima vez, não ouse fazer
isso comigo novamente?
-
Com quem devo falar sobre o meu
sofrimento, partilhar o meu sofrimento?
-
Quem pode apoiar-nos em oposição
a essa outra pessoa?
-
Como fazer para que essa pessoa deixe de existir
-
para que não possa continuar a fazer-me sofrer?
-
Para onde devo ir para evitar o contacto com
-
essa pessoa, para que eu não tenha de falar com ela,
-
de ver o seu rosto e de trabalhar com ela?
-
Estas são as perguntas que uma pessoa insensata
-
faz sempre que tem tristeza e sofrimento dentro de si.
-
Acredito que o Buda estava a tentar dizer que
-
todos nós temos o direito de sofrer.
-
Mas o praticante, se nos chamamos
-
de praticantes, não tem
-
o direito de não praticar.
-
O não praticante, sim, tem o direito de sofrer
-
e o direito de não praticar.
-
Mas nós somos praticantes.
-
Temos o direito de sofrer, mas não temos
-
o direito de não praticar.
-
E a prática consiste em fazer a si mesmo as perguntas
-
sugeridas pelo Buda.
-
Tenho tristeza dentro de mim.
-
O que posso fazer para transformar
-
o sofrimento e libertar-me dele?
-
O que fiz?
-
Consegui?
-
A quem posso pedir apoio nesta prática?
-
Pedi ao meu professor
-
que me ensine a praticar para
sair da minha tristeza?
-
Pedi aos meus irmãos e irmãs no Dharma
-
que me ensinem a praticar para
me libertar da minha tristeza?
-
Penso que pode ser muito útil
-
escrever estas perguntas
-
e lê-las novamente sempre que te encontrares preso
-
na tristeza, no sofrimento.