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Biscayne: Os recifes de coral e as Keys da Flórida (Episódio Completo) | Parques Nacionais da América | National Geographic

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    A costa da Flórida é o palco
    de um dos maiores encontros de animais
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    nos Estados Unidos.
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    Milhões de tainhas
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    deslocam-se para sul,
    passando por Miami Beach,
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    dirigindo-se a um parque nacional
    muito especial.
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    Uma viagem repleta de perigos.
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    A tainha tem de percorrer 16 quilómetros
    até chegar ao Parque Nacional Biscayne.
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    Mas primeiro precisam de enfrentar
    uma série de predadores.
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    Parque Nacional de Biscayne.
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    Mesmo às portas de Miami.
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    Estas águas convidativas albergam
    o animal mais emblemático da Flórida.
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    O manatim.
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    Eles estão aqui graças a um dos habitats
    mais importantes do planeta.
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    Pradarias de ervas marinhas,
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    as florestas tropicais do mar.
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    Fornecem o oxigénio
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    e sequestram o carbono nas suas raízes,
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    ajudando a proteger o nosso mundo natural.
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    Para uma mãe manatim e a sua cria,
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    é necessário um local especial
    para fornecer tudo aquilo de que precisam.
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    Uma água quente,
    pouco profunda, abrigada
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    e ervas marinhas, em grande quantidade.
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    A mãe tem de comer
    cerca de 30 kg por dia.
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    Felizmente, quase metade deste parque
    são ervas marinhas.
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    Depois de saciada, ela pode descontrair
    e alimentar a sua cria.
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    A família vai passar o verão
    a procurar as melhores pastagens.
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    As suas viagens levam-na
    para além das ilhas do parque,
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    das florestas tropicais de mangais.
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    e mais a norte, para além de Miami.
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    Mas não será fácil.
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    Encontrar boas pastagens
    nas águas da Flórida
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    está a tornar-se difícil
    para as mães manatins.
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    Em águas poluídas, a proliferação de algas
    asfixia as ervas marinhas,
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    impedindo que a luz do Sol as atinja
    e faça com que as ervas morram.
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    A Flórida perdeu 50% dos seus campos
    de ervas marinhas, desde os anos 50.
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    Em consequência, os manatins
    também estão a diminuir.
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    Mas ao longo do litoral luta-se
    para preservar este habitat precioso,
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    nas pradarias de ervas marinhas
    de Biscayne, um oásis vital.
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    Os manatins não são os únicos
    que dependem das ervas marinhas.
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    Também lá existem um dos habitantes
    mais pequenos do parque,
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    O cavalo marinho anão,
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    que tem apenas 2,5 cm de altura
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    e é um nadador surpreendentemente mau.
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    Para evitarem ser arrastados,
    usam as caudas para se agarrarem.
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    Alimentam-se sugando a comida
    que passa por eles,
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    tão depressa que, se pestanejarmos,
    nem damos por isso.
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    Mas é a vida amorosa deles
    que causa sensação.
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    No mundo dos cavalos-marinhos,
    são os machos que têm os bebés.
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    A parceira limita-se a pôr os ovos
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    na bolsa dele semelhante à do canguru,
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    deixando-o fazer o resto.
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    Onze dias depois...
  • 6:23 - 6:26
    ... começam os nascimentos.
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    Uma vez cá fora, os pequenotes
    ficam por conta própria.
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    Alguns têm relutância em abandonar
    a segurança da bolsa do Papá,
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    mesmo durante o nascimento.
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    O seu instinto de se agarrarem é forte.
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    O pai dá à luz até 16 bebés
    de cada vez.
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    Segundo os padrões dos peixes,
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    os cavalos-marinhos têm
    uma taxa de sobrevivência bastante alta.
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    Mas o futuro destas minúsculas criaturas
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    depende fortemente da saúde
    das ervas marinhas.
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    Felizmente, a nova casa deste jovem
    encontra-se dentro das águas protegidas
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    do Parque Nacional de Biscayne.
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    95% está debaixo de água.
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    Os leitos de ervas marinhas do parque
    e os cavalos-marinhos residentes
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    são protegidos
    do Oceano Atlântico selvagem...
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    ... pelo terceiro maior recife de coral
    do mundo.
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    O Recife da Flórida ergue-se
    a partir das águas profundas,
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    criando um muro protetor
    com 580 quilómetros de comprimento,
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    que protege seis milhões de pessoas
    das vagas e das tempestades,
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    o verdadeiro herói desconhecido
    do Parque Nacional de Biscayne.
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    A barreira do recife de coral
    marca o limite atlântico do parque.
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    Na sua fronteira ocidental
    encontra-se um santuário improvável
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    para um dos maiores
    predadores do parque.
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    Apresento-vos o crocodilo americano
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    que pesa uns 180 quilos
    e mede 30 metros de comprimento.
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    Clássicos caçad,ores de emboscada
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    nada está excluído do menu
    deste crocodilo.
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    Ao contrário dos seus primos
    mais temíveis, o australiano e o africano,
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    não come pessoas.
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    Tem uma história
    de esperança e de sobrevivência.
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    No início dos anos 70, restavam menos
    de 300 crocodilos americanos na Flórida.
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    Hoje são milhares.
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    Graças a um salvador improvável.
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    Nos anos 70, a central nuclear
    de Turkey Point
  • 10:58 - 11:03
    foi construída ao lado do que viria a ser
    o Parque Nacional de Biscayne.
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    Alberga hoje quase um quarto
    da população dos crocodilos americanos.
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    A sua reputação feroz
    presta-lhes um mau serviço.
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    As mães crocodilo são
    surpreendentemente carinhosas.
  • 11:33 - 11:35
    Há onze semanas,
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    ela enterrou cerca de 30 ovos
    neste ninho pouco profundo.
  • 11:51 - 11:54
    Vigia a sua progenitura
    com uma regularidade crescente,
  • 11:57 - 12:00
    escutando o som dos pios
    no interior dos ovos.
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    Começou a eclosão.
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    O som dos pios da sua ninhada
    no interior dos ovos
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    estimula os recém-nascidos
    a encenar uma fuga em massa.
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    As crias têm quase 30 centímetros
    de comprimento,
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    estão equipados com dentes afiados
    e prontos para andar.
  • 13:15 - 13:18
    Mas esta grande escapadela
    não é fácil para todos.
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    Partir a casca rija é um trabalho difícil.
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    Seria melhor despachar-se.
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    A Mamã está à espera
    para os levar para a água.
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    Sem a ajuda dela,
    sem a sua presença protetora,
  • 13:37 - 13:39
    ele será vulnerável.
  • 13:43 - 13:45
    É melhor não ficares para trás.
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    Mesmo que o teu irmão
    passe por cima de ti.
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    Quanto aos recém-nascidos
    que têm dificuldade em escapar,
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    a Mamã intervém para ajudar.
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    Este miúdo não precisa
    de gritar pela Mamã.
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    Liberdade.
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    O futuro dos crocodilos americanos
    aqui em Turkey Point é brilhante.
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    Com mais estes recém-nascidos,
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    os números estão a aumentar.
  • 14:53 - 14:55
    Entre o parque e a central elétrica,
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    os crocodilos têm mais de 70 000 hectares
    de área protegida para se deslocarem.
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    Espaço mais que suficiente
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    para esta ninhada
    de jovens em crescimento.
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    Todos os recantos
    do Parque Nacional de Biscayne
  • 15:19 - 15:22
    proporcionam abrigo e um lar.
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    As florestas de mangais ávidos de sal
    não são diferentes.
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    Elevando-se da areia, são um
    dos recursos mais valiosos de Biscayne.
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    Estas árvores emaranhadas amortecem
    o ímpeto das vagas tempestuosas...
  • 15:54 - 15:58
    ... protegendo o litoral
    e milhões de pessoas
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    das vagas destruidoras e da erosão.
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    Juntamente com as ervas marinhas,
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    as florestas de mangais
    são uma potente ferramenta
  • 16:12 - 16:15
    na luta contra a alteração climática.
  • 16:17 - 16:20
    Podem sequestrar
    cinco vezes mais carbono
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    do que as florestas tropicais
    como a Amazónia.
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    O papel que desempenham aqui
    é inestimável.
  • 16:37 - 16:41
    Sobre a água, as aves empoleiram-se
    nos ramos.
  • 16:44 - 16:48
    Por baixo, os mangais escondem
    um mundo secreto,
  • 16:50 - 16:52
    com presas fáceis
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    para os que as conhecem.
  • 17:04 - 17:07
    As raízes muito compactas dos mangais
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    são um local perfeito
    para um viveiro de peixes.
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    Uma casa segura e abrigada para crescer
    antes de partir para o recife.
  • 17:30 - 17:34
    Mas todos os bairros
    têm os seus problemas.
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    Um jovem tubarão-limão,
    cruza o Parque Nacional de Biscayne
  • 17:50 - 17:52
    para aprender uma coisa:
  • 17:53 - 17:54
    a caçar.
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    Os peixes têm a vantagem do tamanho
    neste jogo mortal das escondidas.
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    Os tubarões-limão têm de ser pacientes.
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    Felizmente, tem todo o tempo.
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    Vai caçar na segurança dos mangais,
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    até ter sete ou oito anos,
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    antes de partir para viver e caçar
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    ao longo dos baixios arenosos
    da costa da Flórida.
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    Não são só os peixes
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    que usam como viveiro
    o Parque Nacional de Biscayne.
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    Ao abrigo da escuridão...
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    ... e sem ficarem intimidados
    por uma tempestade iminente,
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    um velho viajante regressa
    às praias de Biscayne
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    Uma tartaruga-cabeçuda.
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    Viajou milhares de milhas
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    para ir pôr os ovos na praia
    onde nascera.
  • 19:39 - 19:41
    Ao lá chegar,
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    escava um buraco suficientemente grande
    para receber mais de 100 ovos.
  • 20:05 - 20:10
    Mais de 40% dos ninhos mundiais
    destas tartarugas encontram-se na Flórida.
  • 20:14 - 20:16
    Durante os meses de verão,
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    serão escavados cerca de 100 000 ninhos
    por estas tartarugas.
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    Depois de postos e enterrados os ovos,
    o papel maternal está cumprido.
  • 20:48 - 20:49
    É um trabalho cansativo,
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    quando não se está adaptado
    para viver em terra.
  • 21:17 - 21:21
    Daí em diante, a progenitura
    está por sua conta.
  • 21:32 - 21:36
    A mãe regressa à sua vida
    de viajante pelo oceano.
  • 21:41 - 21:45
    Demorará pelo menos mais dois anos
    até voltar a pôr ovos.
  • 21:48 - 21:50
    Mas passarão mais de 20 anos
  • 21:50 - 21:54
    até as suas filhas terem maturidade
    suficiente para regressarem.
  • 22:00 - 22:03
    Embora dominado pela água,
  • 22:04 - 22:07
    o parque não contém apenas
    vida marinha.
  • 22:08 - 22:13
    Há 1600 hectares de ilhas Keys
    ao largo.
  • 22:19 - 22:22
    No coração do Parque Nacional de Biscayne
  • 22:22 - 22:26
    situa-se a maior, a Elliott Key.
  • 22:27 - 22:31
    Esta ilha tropical contém
    um fragmento de floresta hamaca,
  • 22:33 - 22:38
    um ecossistema que outrora
    se estendia por todas as Florida Keys.
  • 22:41 - 22:44
    Densa, húmida e emaranhada,
  • 22:45 - 22:49
    este é um dos habitats mais raros
    da América do Norte.
  • 22:53 - 22:56
    Durante milénios, Elliott Key foi usada
  • 22:56 - 22:59
    como uma colónia sazonal
    pelos povos Tequesta
  • 22:59 - 23:01
    e depois por pescadores.
  • 23:05 - 23:11
    Nos anos 60, urbanizadores começaram
    a abrir uma autoestrada na ilha.
  • 23:12 - 23:16
    O protesto público protestou
    e a instituição de Biscayne
  • 23:16 - 23:20
    como monumento nacional
    em 1968 suspendeu os trabalhos..
  • 23:25 - 23:32
    Hoje, a autoestrada, coberta de vegetação,
    oferece produtos muito especiais.
  • 23:42 - 23:45
    Esta é a borboleta Papilio aristodemus.
  • 23:48 - 23:51
    O seu voo ondulante evoluiu na perfeição
  • 23:51 - 23:54
    para navegar nas árvores
    velhas e emaranhadas.
  • 23:56 - 23:58
    Até conseguem voar para trás,
  • 23:58 - 24:02
    o que dá jeito para evitar
    as aves predadoras.
  • 24:03 - 24:06
    É um espetáculo que quase desapareceu.
  • 24:08 - 24:14
    Quando foi feito um levantamento, em 2012,
    só se encontraram quatro na natureza.
  • 24:21 - 24:24
    Graças aos esforços do Museu
    de História Natural da Flórida,
  • 24:25 - 24:29
    podemos ver de novo estas borboletas
    a voar livremente,.
  • 24:42 - 24:48
    Foram libertadas 1650 borboletas destas
    criadas em cativeiro.
  • 25:00 - 25:03
    Hoje vão-se-lhes juntar mais 53.
  • 25:07 - 25:10
    Algumas estão ligadas aos pares
    e prontas a ajudar a aumentar
  • 25:10 - 25:13
    a população selvagem de Elliott Key.
  • 25:20 - 25:26
    Ao longo das próximas três semanas,
    vão acasalar, pôr ovos e morrer,
  • 25:29 - 25:32
    garantindo assim a próxima geração.
  • 25:50 - 25:54
    Talvez que em breve
    esta borboleta dançarina
  • 25:54 - 25:57
    não precise de casamenteiros humanos.
  • 26:09 - 26:12
    Voltando à praia, a coberto da escuridão,
  • 26:13 - 26:17
    os filhotes de tartaruga saíram do ninho,
  • 26:17 - 26:21
    e seguem o caminho da mãe,
    praia abaixo na direção do mar.
  • 26:27 - 26:29
    Todos, exceto um.
  • 26:46 - 26:50
    Está sozinho e vulnerável.
  • 26:52 - 26:58
    Avança em frente, seguindo as pegadas
    dos seus irmãos.
  • 27:03 - 27:06
    Mas há qualquer coisa
    à espreita na escuridão.
  • 27:09 - 27:11
    Um caranguejo-fantasma.
  • 27:12 - 27:15
    Os recém-nascidos são presas fáceis.
  • 27:24 - 27:27
    Principalmente quando estão
    de pernas para o ar.
  • 27:36 - 27:38
    Por sorte ou por instinto,
  • 27:40 - 27:43
    atirar areia para os olhos
    do agressor parece ser...
  • 27:49 - 27:52
    ... o movimento defensivo perfeito.
  • 28:12 - 28:16
    Finalmente livre,
    precisa de continuar a avançar.
  • 28:21 - 28:25
    Com a aurora vem um risco
    de predação muito pior
  • 28:25 - 28:28
    das aves e dos guaxinins
    que por ali passam.
  • 28:32 - 28:34
    Está a ficar sem tempo.
  • 28:58 - 28:59
    Conseguiu!
  • 29:01 - 29:03
    Mesmo a tempo.
  • 29:08 - 29:11
    Começa agora uma viagem épica.
  • 29:12 - 29:15
    Deixando muito para trás
    o Parque Nacional de Biscayne,
  • 29:16 - 29:21
    dirige-se para o Mar dos Sargaços
    no meio do Atlântico.
  • 29:23 - 29:27
    Aí vai alimentar-se nos imensos
    campos de algas flutuantes
  • 29:28 - 29:32
    até ser suficientemente grande
    para navegar sozinha nos oceanos.
  • 29:40 - 29:43
    Quando os recém-nascidos
    se dirigem para o mar
  • 29:43 - 29:45
    podem assistir a um espetáculo curioso.
  • 29:48 - 29:51
    Empoleiradas num banco de areia
    a um milha de distância da costa
  • 29:51 - 29:56
    encontra-se um conjunto
    de casas de madeira, chamado Stilsville.
  • 29:59 - 30:01
    Construídas durante a época
    da Lei Seca,
  • 30:02 - 30:07
    eram usadas como um bar clandestino
    offshore para a bebida e o jogo.
  • 30:10 - 30:14
    No seu auge, Stiltsville
    era formado por 27 casas.
  • 30:17 - 30:19
    Uma comunidade apregoada como sendo
  • 30:19 - 30:26
    "dedicada ao sol, à água salgada,
    e ao bem-estar do espírito human".
  • 30:29 - 30:33
    Hoje, as coisas estão mais calmas
    no parque nacional
  • 30:34 - 30:37
    e é um tipo diferente
    de vida natural que por ali paira.
  • 30:40 - 30:44
    Os corvos-marinhos, tal como
    os seres humanos antes deles,
  • 30:45 - 30:48
    usam Stiltsville como um prático
    local de encontro.
  • 30:48 - 30:51
    para se secarem e se prepararem
    entre as saídas para pescarem.
  • 31:01 - 31:06
    O Parque Nacional de Biscayne
    é um lugar no limite.
  • 31:08 - 31:13
    As suas ilhas, isoladas e maltratadas
    têm uma qualidade intemporal única,
  • 31:16 - 31:20
    apesar da sua proximidade
    duma movimentada metrópole moderna.
  • 31:22 - 31:28
    Proporciona paz e um santuário
    aos visitantes, tal como à vida selvagem.
  • 31:31 - 31:35
    No pico do verão, as temperaturas
    sobem até aos 32 ºC.
  • 31:42 - 31:44
    O sol está no apogeu...
  • 31:47 - 31:50
    ... e também na sua maior intensidade.
  • 31:53 - 31:56
    Os visitantes não podem esquecer
    o protetor solar.
  • 32:00 - 32:04
    Debaixo de água, mesmo os locais
    não estão imunes
  • 32:04 - 32:06
    aos fortes raios solares.
  • 32:08 - 32:11
    Como proteção do poder branqueador do sol,
  • 32:13 - 32:15
    a comunidade dos corais do parque
  • 32:15 - 32:19
    desenvolveu um tipo
    extraordinário protetor solar.
  • 32:24 - 32:27
    No interior das células dos corais
  • 32:27 - 32:31
    vivem algas microscópicas
    chamadas Zooxantelas.
  • 32:32 - 32:36
    Alimentadas pelo sol,
    as algas realizam a fotossíntese,
  • 32:36 - 32:39
    dando cor ao recife de coral.
  • 32:42 - 32:44
    Apesar de gostarem muito do sol,
  • 32:44 - 32:49
    as algas podem sofrer danos facilmente
    com demasiada luz ultravioleta.
  • 32:51 - 32:54
    A sua estratégia?
    Fabricar o seu próprio filtro solar.
  • 32:56 - 32:59
    Produzem uma proteína
    que absorve a luz
  • 32:59 - 33:02
    e re-emitem-na noutras cores.
  • 33:02 - 33:04
    Só visíveis aos olhos humanos...
  • 33:06 - 33:08
    ... sob esta luz azul especial.
  • 33:13 - 33:15
    Os resultados são cósmicos.
  • 33:29 - 33:31
    Os pigmentos fluorescentes absorvem
  • 33:31 - 33:34
    os nocivos comprimentos
    de onda da luz do sol
  • 33:34 - 33:37
    e emitem-nos sob a forma
    de luzes coloridas
  • 33:38 - 33:41
    protegendo assim as algas.
  • 33:47 - 33:50
    É muito mais do que um belo espetáculo.
  • 33:54 - 33:57
    Em áreas onde o recife
    está em águas pouco profundas,
  • 33:57 - 34:00
    sem poder escapar
    ao sol do verão,
  • 34:04 - 34:06
    isto é uma estratégia que salva vidas,
  • 34:08 - 34:14
    revelando a resiliência notável
    destes minúsculos super-heróis
  • 34:16 - 34:17
    do recife.
  • 34:37 - 34:39
    O sol escaldante sobre a água quente
  • 34:39 - 34:42
    também pode desencadear
    uma reação por cima da água.
  • 34:49 - 34:53
    Nuvens cumulonimbus com 1,5 km de altura
    borbulham acima do oceano quente,
  • 34:54 - 34:56
    criando uma trovoada,
  • 34:58 - 35:00
    chuva intensa,
  • 35:00 - 35:03
    dirigindo-se
    para o Parque Nacional de Biscayne.
  • 35:10 - 35:13
    A chegada da chuva e a subida da maré
  • 35:13 - 35:17
    ameaçam uma comunidade de milhares.
  • 35:28 - 35:31
    A tempestade pode ter passado
  • 35:31 - 35:35
    mas os níveis da água continuam a subir
    em volta de um ninho de formigas-de-fogo.
  • 35:42 - 35:46
    Esta espécie agressiva e invasiva
    tem poucos predadores,
  • 35:46 - 35:51
    mas a subida da água afogará
    facilmente as formigas, no formigueiro.
  • 35:52 - 35:55
    É altura da evacuação.
  • 36:00 - 36:03
    As formigas têm uma solução engenhosa.
  • 36:14 - 36:18
    Seguindo sinais químicos
    e um plano tácito,
  • 36:19 - 36:23
    toda a colónia começa a agrupar-se
  • 36:24 - 36:26
    formando uma jangada viva.
  • 36:35 - 36:38
    Ninguém fica para trás.
  • 36:44 - 36:49
    A grande rainha, juntamente
    com as suas preciosas larvas e pupas,
  • 36:50 - 36:53
    são mantidas secas
    e em segurança, no meio.
  • 36:58 - 37:02
    O resto das formigas
    mudam de posição continuadamente.
  • 37:09 - 37:11
    Quando estão debaixo de água,
  • 37:11 - 37:13
    têm bolsas de ar
    que lhes permite respirar.
  • 37:31 - 37:35
    Podem manter-se deste modo,
    durante semanas.
  • 37:40 - 37:44
    Mas, logo que a jangada encalha
    em qualquer coisa acima da água
  • 37:44 - 37:47
    a colónia desmonta a jangada
  • 37:47 - 37:50
    e começa a construção
    de um novo formigueiro.
  • 38:01 - 38:05
    Os visitantes de Biscayne
    mudam com as estações.
  • 38:07 - 38:09
    Uns preferem o calor,
  • 38:10 - 38:13
    outros o frio do inverno.
  • 38:14 - 38:17
    A vida natural não é diferente.
  • 38:25 - 38:29
    No início do outono,
    as tainhas precipitam-se.
  • 38:36 - 38:38
    Milhões de peixes do tamanho duma banana
  • 38:38 - 38:42
    chegaram para viajar para sul,
    ao longo da costa da Flórida...
  • 38:46 - 38:50
    ... apanhando de surpresa
    os nadadores incautos.
  • 38:56 - 38:59
    Normalmente encontradas nos rios
    e nos estuários
  • 38:59 - 39:02
    das Carolinas, da Flórida e da Geórgia,
  • 39:02 - 39:06
    as tainhas estão a viajar para o sul...
  • 39:09 - 39:12
    ... passando pelas areias brancas
    e pelos arranha-céus da praia de Miami,
  • 39:12 - 39:15
    na direção do Parque Nacional de Biscayne.
  • 39:19 - 39:24
    O seu objetivo: desovar nas águas quentes
    do sul da Flórida.
  • 39:32 - 39:36
    Mas um ajuntamento desta dimensão
    não passa despercebido.
  • 39:40 - 39:44
    Os predadores são atraídos
    pela possibilidade de um festim.
  • 39:48 - 39:51
    Tubarões e tarpões patrulham as bordas,
  • 39:51 - 39:55
    esperando o momento perfeito.
  • 40:30 - 40:32
    As tainhas não têm outro sítio
    para escapar senão por cima.
  • 41:05 - 41:09
    Os tarpões atacam pelos lados,
    os tubarões por baixo.
  • 41:29 - 41:33
    As aves apanham os peixes
    entalados contra a superfície.
  • 41:43 - 41:45
    Mas, mesmo
    com todos estes caçadores,
  • 41:47 - 41:50
    os peixes têm sempre
    a probabilidade a seu favor.
  • 41:55 - 41:58
    Há 10 000 peixes por caçador.
  • 42:03 - 42:06
    Há uma grande segurança nos números.
  • 42:16 - 42:18
    Pelo menos, para a maioria.
  • 42:28 - 42:31
    Este número enorme
    serve um outro objetivo.
  • 42:33 - 42:36
    Quando chega a altura da desova,
  • 42:36 - 42:39
    esta funciona melhor
    se for tudo ao mesmo tempo.
  • 42:41 - 42:44
    Uma desova em massa,
  • 42:44 - 42:48
    criando e enviando para o mar
    a geração seguinte de tainhas.
  • 42:58 - 43:04
    O Parque Nacional de Biscayne
    está na linha da frente da nossa luta
  • 43:04 - 43:07
    contra a alteração climática.
  • 43:16 - 43:18
    Nesta luta, há um exército
  • 43:18 - 43:22
    de cientistas e de voluntários
    apaixonados e dedicados...
  • 43:26 - 43:30
    ... que trabalham para assegurar
    o futuro do parque e da sua vida natural.
  • 43:34 - 43:38
    Ao fazê-lo, Biscayne continuará a proteger
  • 43:38 - 43:42
    os habitantes humanos e os animais
    do Sudeste da Flórida.
  • 43:44 - 43:51
    Um alerta de que os parques nacionais
    da América são para todos nós.
  • 43:52 - 43:54
    Tradução de Margarida Mariz.
Title:
Biscayne: Os recifes de coral e as Keys da Flórida (Episódio Completo) | Parques Nacionais da América | National Geographic
Description:

Logo abaixo de Miami, escondido sob as ondas, há um berçário gigante — o Biscayne National Park — onde milhares de animais vão para criar os seus filhotes.

Legendas em português de Margarida Mariz (2025)

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Video Language:
English
Duration:
44:18

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