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EMA CAP05 2024 VA05 IDENTIDADE VISUAL

  • 0:08 - 0:14
    Existe um pacote,
    um conjunto de elementos,
  • 0:14 - 0:20
    que usamos para manifestar
    a identidade corporativa
  • 0:20 - 0:23
    de uma maneira que as pessoas possam ver,
  • 0:23 - 0:25
    ou seja, elas vão se relacionar
  • 0:25 - 0:30
    com essa identidade
    corporativa através da visão.
  • 0:31 - 0:34
    Esse conjunto de possibilidades
  • 0:34 - 0:38
    é aquilo que nós chamamos
    de identidade visual da marca.
  • 0:41 - 0:44
    Identidade são aqueles atributos
  • 0:44 - 0:49
    que fazem com que uma pessoa,
    com que o ser humano,
  • 0:49 - 0:51
    possa se relacionar comigo,
  • 0:51 - 0:57
    enquanto empresa, pensando
    em mim como um outro ser humano,
  • 0:57 - 1:01
    sendo, por exemplo, simpático a mim,
  • 1:01 - 1:04
    enxergando em mim, enquanto empresa,
  • 1:04 - 1:10
    atributos de qualidades, honestidade...
  • 1:12 - 1:13
    Gentileza...
  • 1:15 - 1:17
    Consciência ambiental...
  • 1:20 - 1:21
    Criatividade...
  • 1:23 - 1:27
    Competitividade, agressividade...
  • 1:28 - 1:30
    Intelectualidade...
  • 1:32 - 1:35
    Disposição, temperança.
  • 1:37 - 1:42
    Qualidades que atribuímos
    para outros seres humanos,
  • 1:42 - 1:44
    mas que a empresa...
  • 1:48 - 1:55
    Usa para se apresentar
    para os seus consumidores.
  • 1:57 - 2:00
    Identidade visual
  • 2:00 - 2:04
    é o conjunto de elementos visuais...
  • 2:06 - 2:09
    Que serão utilizados
  • 2:09 - 2:14
    para representar os atributos
  • 2:14 - 2:18
    que a marca quer representar.
  • 2:19 - 2:21
    Esses atributos no branding
  • 2:21 - 2:24
    muitas vezes são chamados de valores.
  • 2:26 - 2:29
    Pense numa marca como a Nike, por exemplo.
  • 2:30 - 2:32
    Qual é o principal valor?
  • 2:32 - 2:36
    Qual é o principal atributo
  • 2:36 - 2:39
    que a Nike quer representar...
  • 2:41 - 2:46
    Nas suas diversas campanhas
    enquanto marca?
  • 2:48 - 2:54
    Ora, o próprio nome da empresa
  • 2:54 - 2:56
    já nos dá uma pista.
  • 2:56 - 2:59
    Nike vem de Nikki.
  • 2:59 - 3:03
    Nikki é a deusa grega da vitória.
  • 3:05 - 3:08
    Logo, o principal valor,
  • 3:08 - 3:13
    o principal atributo da marca Nike,
  • 3:13 - 3:16
    é a ideia de vitória.
  • 3:17 - 3:18
    Nós dizemos assim...
  • 3:18 - 3:22
    Eu gostaria que você se lembrasse
    bastante disso que eu vou te falar agora.
  • 3:22 - 3:27
    Pense sempre na marca como uma pessoa,
  • 3:27 - 3:29
    e se pergunte assim:
  • 3:29 - 3:34
    "Se essa marca fosse uma pessoa,
    que tipo de pessoa ela seria?".
  • 3:35 - 3:38
    Se a Nike fosse uma pessoa,
    que tipo de pessoa ela seria?
  • 3:38 - 3:43
    Seria, obviamente, uma pessoa
    atlética, uma pessoa jovial,
  • 3:43 - 3:47
    e uma pessoa competitiva,
  • 3:47 - 3:51
    uma pessoa capaz de apresentar
  • 3:51 - 3:56
    uma performance muito
    eficaz, muito eficiente,
  • 3:56 - 3:59
    dentro de uma determinada prática.
  • 3:59 - 4:04
    Uma pessoa reconhecida pela sua
    comunidade, pelo seu grupo, pela sua rede,
  • 4:04 - 4:09
    como uma pessoa
    com um desempenho superior.
  • 4:10 - 4:11
    Vitória.
  • 4:12 - 4:17
    Numa sociedade competitiva como a nossa,
  • 4:17 - 4:23
    que estabelece as relações de poder
    e a distribuição de recursos,
  • 4:23 - 4:26
    muitas vezes baseada
    numa ideia de desempenho,
  • 4:26 - 4:29
    de métricas de desempenho,
  • 4:29 - 4:33
    associar a sua própria vida,
  • 4:33 - 4:37
    a sua própria história pessoal,
  • 4:37 - 4:41
    aos atributos de uma marca
  • 4:41 - 4:43
    que, reconhecidamente...
  • 4:45 - 4:49
    Apresenta o ideal de vitória,
  • 4:49 - 4:53
    pode fazer com que você se sinta também
  • 4:53 - 4:55
    um pouco mais vitorioso.
  • 4:58 - 5:01
    É claro que aí não é...
  • 5:03 - 5:06
    O seu lado mais racional que opera.
  • 5:08 - 5:11
    Essas decisões de consumo,
  • 5:11 - 5:17
    do tipo eu sou fã
    de um determinado jogador
  • 5:17 - 5:19
    e, portanto, eu vou
    comprar a chuteira dele,
  • 5:19 - 5:24
    que também, por um acaso, é daquela
    marca de equipamento esportivo,
  • 5:24 - 5:29
    porque eu quero projetar
    para as pessoas ao meu redor
  • 5:29 - 5:32
    essa imagem de alguém vitorioso,
  • 5:32 - 5:36
    nada disso é racionalmente pensado.
  • 5:37 - 5:42
    Mas isso também faz parte da elaboração
    das estratégias de comunicação da marca,
  • 5:42 - 5:45
    entre elas, a identidade visual.
  • 5:45 - 5:50
    Muitas vezes a marca não está preocupada
  • 5:50 - 5:55
    que você consiga tomar
    as decisões de consumo
  • 5:55 - 6:00
    com base em ideias
  • 6:00 - 6:02
    ou comparações razoáveis.
  • 6:04 - 6:08
    Todos nós estamos sujeitos
    a essas reações,
  • 6:08 - 6:13
    que são provocadas muitas vezes
    pela identidade visual da marca
  • 6:13 - 6:17
    e que fazem com que o nosso
    comportamento siga uma ordem
  • 6:17 - 6:22
    muito mais afetiva,
    emocional, do que racional.
  • 6:24 - 6:29
    Isso só é possível
    porque nós, seres humanos,
  • 6:29 - 6:35
    somos, na nossa grande
    maioria, seres de imagem.
  • 6:36 - 6:40
    Ao contrário do texto escrito,
  • 6:40 - 6:43
    a imagem evoca em nós
  • 6:43 - 6:48
    reações mais instintivas,
  • 6:48 - 6:53
    intuitivas, inconscientes,
  • 6:53 - 6:58
    e muitas vezes é nesse
    lugar do inconsciente,
  • 6:58 - 7:00
    das reações intuitivas,
  • 7:00 - 7:04
    que a marca deseja,
    com a sua comunicação, operar.
  • 7:06 - 7:10
    Para isso, quando nós
    falamos de identidade visual,
  • 7:10 - 7:14
    o primeiro procedimento,
    um primeiro cuidado,
  • 7:14 - 7:20
    é desenvolver uma bela logotipia...
  • 7:22 - 7:25
    Que é um logotipo.
  • 7:26 - 7:32
    O logotipo é a assinatura visual da marca.
  • 7:34 - 7:38
    Se a marca se apresenta visualmente
  • 7:38 - 7:42
    por meio daquilo que nós
    chamamos de identidade visual,
  • 7:42 - 7:48
    o logotipo é a peça central
    dessa identidade visual.
  • 7:50 - 7:54
    O logotipo precisa ser desenvolvido
  • 7:54 - 7:57
    a partir de conhecimentos
  • 7:57 - 8:02
    muito profundos da semiótica,
  • 8:02 - 8:08
    da teoria das cores,
    da psicodinâmica das cores,
  • 8:08 - 8:10
    da tipografia,
  • 8:10 - 8:13
    das simbologias.
  • 8:14 - 8:18
    Trata se, para ser bem-feito,
  • 8:18 - 8:22
    de um estudo verdadeiramente fino
  • 8:22 - 8:28
    que pode começar com uma pesquisa
  • 8:28 - 8:32
    a respeito dos gostos,
  • 8:32 - 8:35
    preferências,
  • 8:35 - 8:39
    realidade e fantasias,
  • 8:39 - 8:43
    de um determinado segmento do público.
  • 8:44 - 8:47
    Funciona assim:
  • 8:47 - 8:49
    você pesquisa o público,
  • 8:49 - 8:53
    compreende seus gostos e preferências.
  • 8:55 - 9:01
    Esse padrão de gostos e preferências
    em todas as áreas da vida,
  • 9:01 - 9:04
    mas principalmente na área do consumo,
  • 9:04 - 9:07
    dá origem àquilo que alguns estudiosos,
  • 9:07 - 9:10
    como o sociólogo francês Pierre Bourdieu,
  • 9:10 - 9:14
    chamam de estilo de vida.
  • 9:14 - 9:19
    Você vai pesquisar o estilo de vida
    do segmento populacional
  • 9:19 - 9:24
    com o qual você quer se comunicar
    utilizando a sua identidade visual.
  • 9:26 - 9:30
    Além de você estudar o estilo
    de vida dessas pessoas,
  • 9:30 - 9:33
    que, de certa forma,
    é a mesma coisa que dizer...
  • 9:35 - 9:38
    O que essas pessoas já são,
  • 9:38 - 9:44
    o que essas pessoas já fazem,
    o que essas pessoas já têm...
  • 9:46 - 9:48
    Você deverá pesquisar também
  • 9:48 - 9:51
    as fantasias e desejos dessas pessoas.
  • 9:53 - 9:57
    Fantasias e desejos,
    o que as pessoas querem ter,
  • 9:57 - 10:00
    o que as pessoas querem ser,
  • 10:00 - 10:03
    o que as pessoas querem fazer.
  • 10:05 - 10:10
    Com essa pesquisa, você
    terá esses dois pontos:
  • 10:10 - 10:14
    onde essas pessoas imaginam que estão
  • 10:14 - 10:20
    e onde essas pessoas
    imaginam querer estar.
  • 10:20 - 10:24
    A marca opera aqui,
  • 10:24 - 10:27
    entre o que se é e o que se quer ser.
  • 10:27 - 10:33
    A marca promete que vai
    te ajudar a se aproximar
  • 10:33 - 10:38
    um pouco mais do que você
    quer ser, do que você quer ter,
  • 10:38 - 10:40
    do que você quer fazer.
  • 10:41 - 10:44
    Você olha para a marca
  • 10:44 - 10:49
    e vê nos atributos visuais
    da identidade visual da marca
  • 10:49 - 10:53
    características que você muitas vezes
    reconhece como sendo suas,
  • 10:53 - 10:59
    características de coisas que você já é
    ou características aspiracionais
  • 10:59 - 11:03
    de coisas que você quer ser,
    de coisas que você quer fazer.
  • 11:05 - 11:07
    Então, por exemplo, a Honda.
  • 11:09 - 11:12
    Pesquisa o seu público
  • 11:12 - 11:18
    e entende que um valor muito
    importante para o seu público
  • 11:18 - 11:20
    é a liberdade,
  • 11:20 - 11:25
    a liberdade de circulação,
    a liberdade de fluxo,
  • 11:25 - 11:29
    a sensação de liberdade,
    de não impedimento.
  • 11:31 - 11:36
    As pessoas querem circular
    numa calha um pouco mais larga.
  • 11:37 - 11:41
    Então a Honda se apresenta
  • 11:41 - 11:47
    trazendo entre os elementos
    da sua identidade visual
  • 11:47 - 11:52
    a imagem de uma asa estilizada.
  • 11:52 - 11:57
    Esse símbolo, a imagem da asa estilizada,
  • 11:57 - 12:00
    evoca os pássaros,
  • 12:00 - 12:04
    que evoca no imaginário
    de quase todos os povos,
  • 12:04 - 12:09
    de quase todas as sociedades,
    um conceito de liberdade.
  • 12:10 - 12:12
    Então, a Honda...
  • 12:14 - 12:20
    Quando se oferece visualmente
  • 12:20 - 12:25
    para fazer você se lembrar que ela existe,
  • 12:25 - 12:27
    ela não fala assim para você:
  • 12:27 - 12:31
    "Venha comprar as nossas motocicletas".
  • 12:31 - 12:32
    Ela diz para você...
  • 12:34 - 12:36
    "Honda, asas da liberdade.
  • 12:36 - 12:38
    Venha ser mais livre,
  • 12:38 - 12:42
    e se lembre que o nosso negócio
  • 12:42 - 12:48
    é a liberdade e não
    apenas as motocicletas".
  • 12:48 - 12:52
    Porque é isso que você quer ser,
  • 12:52 - 12:55
    não necessariamente
    o proprietário de uma motocicleta,
  • 12:55 - 12:58
    mas sim alguém mais livre.
  • 13:00 - 13:04
    Então, depois das pesquisas
    feitas com o público,
  • 13:04 - 13:09
    quando você descobre quais são as qualidades
    valorizadas por aquele público,
  • 13:09 - 13:14
    chega o momento do designer trabalhar
  • 13:14 - 13:20
    para traduzir visualmente
    essas qualidades.
  • 13:20 - 13:24
    Como eu traduzo visualmente liberdade?
  • 13:25 - 13:30
    Como eu traduzo visualmente desempenho?
  • 13:33 - 13:37
    Nós podemos voltar a falar um pouquinho
    aqui sobre a Nike, o exemplo da Nike.
  • 13:37 - 13:41
    O que é o swoosh da Nike?
  • 13:43 - 13:49
    Aquela pequena imagem
    que acompanha a palavra Nike?
  • 13:49 - 13:53
    Swoosh da Nike é uma estilização...
  • 13:55 - 13:59
    Do desenho das asas,
  • 13:59 - 14:05
    das pequenas asas, que a deusa Nikki
    tem nos seus calcanhares.
  • 14:06 - 14:09
    Assim como o Hermes, Mercúrio,
  • 14:09 - 14:14
    assim também como o príncipe Namor
    da Marvel, o super-herói.
  • 14:14 - 14:18
    Essas asinhas nos calcanhares.
  • 14:18 - 14:21
    Elas estão ali nos calcanhares
    da deusa Nikki,
  • 14:22 - 14:27
    pensando nesse desempenho
    sobre-humano que ela tem,
  • 14:27 - 14:31
    na sua performance, na sua agilidade,
  • 14:31 - 14:35
    que faz com que ela esteja
    à frente dos outros.
  • 14:36 - 14:39
    Uma vitoriosa.
  • 14:41 - 14:43
    A curva,
  • 14:43 - 14:49
    ao contrário dos ângulos mais pontiagudos,
  • 14:49 - 14:53
    também traz uma sensação de fluência,
  • 14:53 - 14:57
    de movimento desimpedido,
  • 14:57 - 15:02
    esse movimento desimpedido
    que é tão importante
  • 15:02 - 15:05
    na produção do desempenho atlético,
  • 15:05 - 15:08
    e, portanto, da vitória.
  • 15:10 - 15:12
    Quem estuda essas coisas?
  • 15:12 - 15:15
    Quem percebe que uma curva,
  • 15:15 - 15:17
    ou que uma determinada
    combinação de cores,
  • 15:17 - 15:20
    é capaz de traduzir melhor
  • 15:20 - 15:26
    certos atributos, certas qualidades
    da marca, na sua identidade visual,
  • 15:26 - 15:29
    do que outras cores
    ou do que outras formas?
  • 15:29 - 15:30
    Ora, designer...
  • 15:33 - 15:35
    Juntamente com o semioticista,
  • 15:35 - 15:39
    que estuda os signos, o semiólogo.
  • 15:39 - 15:41
    Esse é o campo de estudo.
  • 15:41 - 15:47
    Entender como essas traduções operam
  • 15:47 - 15:51
    e entender também que essas
    traduções estão associadas
  • 15:51 - 15:53
    a determinadas tradições de conhecimento.
  • 15:56 - 15:58
    Em alguns países da Ásia...
  • 16:00 - 16:04
    A cor do luto é o branco, não o preto.
  • 16:06 - 16:10
    As pessoas quando choram
  • 16:10 - 16:14
    a partida dos seus entes queridos,
  • 16:14 - 16:19
    usam roupas todas brancas
    e não roupas pretas.
  • 16:20 - 16:23
    Você tem aí uma diferença cultural
  • 16:23 - 16:27
    que precisa ser compreendida
  • 16:27 - 16:31
    quando também se elaboram
    as identidades visuais.
  • 16:34 - 16:39
    Logotipo não é o único elemento
    de uma identidade visual.
  • 16:40 - 16:44
    Você terá todo um universo
  • 16:44 - 16:48
    daquela identidade visual,
    um universo visual.
  • 16:51 - 16:55
    Nesse caso, a palavra-chave,
  • 16:55 - 16:57
    e vocês não podem se esquecer disso,
  • 16:57 - 16:59
    é coerência.
  • 17:01 - 17:05
    Algumas marcas são guarda-chuvas.
  • 17:06 - 17:09
    Você tem uma determinada marca
  • 17:09 - 17:14
    e uma série de outras marcas abaixo dela.
  • 17:15 - 17:21
    As decisões que fazem com que uma marca
    se desdobre em outras marcas
  • 17:21 - 17:24
    são de diversos tipos.
  • 17:25 - 17:26
    Eu vou dar um exemplo para vocês.
  • 17:29 - 17:35
    Existe uma empresa
    que atua no ramo editorial,
  • 17:35 - 17:39
    que é muito poderosa,
    chamada "Condé Nast".
  • 17:39 - 17:43
    A Condé Nast é dona da revista Vogue,
  • 17:43 - 17:47
    da arquitetura e construção
  • 17:47 - 17:52
    de uma série de outras marcas
    editoriais muito importantes.
  • 17:55 - 18:00
    Essas revistas, de alguma maneira,
  • 18:00 - 18:04
    projetam em segmentos
    específicos do público
  • 18:04 - 18:09
    os valores centrais da marca Condé Nast.
  • 18:10 - 18:14
    Isso precisa ser levado
    em consideração pelo designer.
  • 18:14 - 18:19
    Ou seja, aquela marca irradiante...
  • 18:21 - 18:26
    Deve apresentar, de uma forma
    ou de outra, os seus atributos
  • 18:26 - 18:31
    para cada uma das outras marcas
    que estão debaixo do seu guarda-chuva.
  • 18:33 - 18:38
    A Condé Nast tem a Vogue
    e tem a revista Wired
  • 18:38 - 18:40
    no setor de tecnologia.
  • 18:40 - 18:47
    Não pode haver, apesar de atuarem
    em segmentos bem distintos,
  • 18:47 - 18:53
    um conflito, em termos de valores
    traduzidos por essas marcas.
  • 18:53 - 18:55
    Isso é coerência.
  • 18:57 - 19:00
    É necessário também pensar
  • 19:00 - 19:03
    nas possibilidades de aplicação
  • 19:03 - 19:08
    do logotipo e dos outros elementos visuais
  • 19:08 - 19:11
    que participarão da identidade
    visual de uma marca,
  • 19:11 - 19:16
    como fachada, uniformes...
  • 19:19 - 19:20
    Embalagens...
  • 19:22 - 19:23
    Flagships...
  • 19:25 - 19:26
    Vitrines...
  • 19:29 - 19:31
    Experiências de marca...
  • 19:32 - 19:37
    Como, por exemplo, um show
    patrocinado por aquela marca...
  • 19:39 - 19:43
    Patrocínios de pessoas famosas,
  • 19:43 - 19:49
    quando você tem uma espécie
    de fusão de identidades.
  • 19:49 - 19:53
    Tudo isso precisa ser feito
  • 19:53 - 19:58
    sempre no sentido
    de garantir, de preservar,
  • 19:58 - 20:01
    os valores essenciais da marca.
  • 20:03 - 20:07
    Se a Nike resolve patrocinar
  • 20:07 - 20:10
    um determinado atleta,
  • 20:10 - 20:13
    ela entende que aquele atleta,
  • 20:13 - 20:17
    da forma como se apresenta publicamente,
  • 20:17 - 20:20
    carrega consigo
  • 20:20 - 20:25
    os valores que a Nike carrega com ela.
  • 20:25 - 20:32
    Então ele serve como
    um amplificador visual
  • 20:32 - 20:35
    no público daqueles valores.
  • 20:35 - 20:40
    Ele é a tradução humana
    em desempenho atlético
  • 20:40 - 20:46
    dos valores que participam da formulação
    da identidade visual da Nike.
  • 20:46 - 20:50
    Então é como se houvesse uma estrutura.
  • 20:50 - 20:56
    Sempre buscamos essa coerência
    entre o abstrato e o concreto,
  • 20:56 - 20:59
    o imaterial, que são os valores,
  • 20:59 - 21:02
    e o material, que são
    as experiências de marca,
  • 21:02 - 21:06
    entre elas a identidade visual.
  • 21:08 - 21:11
    Estabelecemos os valores da marca,
  • 21:11 - 21:15
    estabelecemos o logotipo,
  • 21:15 - 21:22
    estabelecemos as outras formas
    de representação visual dos valores da marca,
  • 21:22 - 21:27
    que são acessórios a esse logotipo,
  • 21:27 - 21:33
    e as demais experiências
    que ajudarão a materializar
  • 21:33 - 21:36
    esses valores em determinadas situações.
  • 21:37 - 21:43
    Precisamos, então, estabelecer também
  • 21:43 - 21:46
    como o último grau, o último nível
  • 21:46 - 21:52
    de materialização da marca, as aplicações,
  • 21:52 - 21:59
    ou seja, os lugares onde
    essa marca vai aparecer.
  • 21:59 - 22:02
    Do ponto de vista visual,
  • 22:02 - 22:05
    ganha nesse processo de estabelecimento
  • 22:05 - 22:10
    de lugares de aplicação,
    com uma importância muito grande,
  • 22:10 - 22:12
    a embalagem e a rotulagem.
  • 22:13 - 22:18
    Se nós estamos falando de um produto,
  • 22:18 - 22:22
    esse produto chega no mercado
  • 22:22 - 22:26
    com uma série de informações
  • 22:26 - 22:31
    que devem obrigatoriamente,
    por conta da lei,
  • 22:31 - 22:36
    serem apresentadas
    para o consumidor a respeito dele.
  • 22:36 - 22:41
    Quer dizer, esse produto deve
    chegar ao mercado de uma forma que,
  • 22:41 - 22:43
    ao ser apresentado para o consumidor,
  • 22:43 - 22:46
    traga também informações sobre si.
  • 22:48 - 22:54
    Do ponto de vista do design, a melhor
    forma de um produto falar sobre si...
  • 22:55 - 22:57
    É pela embalagem.
  • 22:58 - 23:02
    A não ser que esse produto traga
  • 23:02 - 23:08
    características que, dentro do design,
    nós chamamos de intuitivas.
  • 23:08 - 23:13
    Por exemplo, uma das grandes
    sacadas da Apple
  • 23:13 - 23:17
    foi ter criado produtos de tecnologia
  • 23:17 - 23:21
    que quase independem
  • 23:21 - 23:25
    de manuais à parte
  • 23:25 - 23:28
    para serem manipulados e utilizados.
  • 23:30 - 23:35
    É como se, só de mexer naquele objeto,
  • 23:35 - 23:38
    você já conseguisse entender
    mais ou menos como ele funciona.
  • 23:38 - 23:41
    Isso é intuitividade.
  • 23:41 - 23:44
    São aquelas informações que você adquire
  • 23:44 - 23:48
    na própria interação com o objeto.
  • 23:48 - 23:51
    Agora, existem casos
  • 23:51 - 23:55
    em que o consumidor
    não pode, e não deve,
  • 23:55 - 23:58
    esperar até o momento
    da interação com o objeto
  • 23:58 - 24:02
    para adquirir certas informações.
  • 24:02 - 24:05
    É o caso, por exemplo,
    dos produtos alimentícios.
  • 24:06 - 24:11
    O consumidor deve saber que deve
    ter uma série de informações
  • 24:11 - 24:14
    a respeito da composição nutricional
  • 24:14 - 24:19
    e dos ingredientes daquele
    produto, daquele objeto,
  • 24:19 - 24:24
    antes de começar a interagir com ele,
    ou seja, de consumi-lo, de comê-lo.
  • 24:25 - 24:29
    E aí vem a importância da embalagem.
  • 24:29 - 24:34
    Agora, não apenas os atributos
    nutricionais de um alimento
  • 24:34 - 24:39
    precisam estar ali
    destacados na embalagem.
  • 24:39 - 24:41
    Além dessas informações,
  • 24:41 - 24:46
    é necessário que os valores da marca
  • 24:46 - 24:48
    novamente apareçam ali
  • 24:48 - 24:53
    aplicados no logotipo,
  • 24:53 - 24:56
    nas cores, nos materiais.
  • 24:58 - 25:01
    Imagine, por exemplo, uma empresa
  • 25:01 - 25:06
    que apresenta a sua personalidade
  • 25:06 - 25:08
    para o seu público,
  • 25:08 - 25:11
    como a de uma pessoa...
  • 25:14 - 25:18
    Preocupada com a preservação ambiental,
  • 25:18 - 25:21
    com a sustentabilidade ambiental,
  • 25:21 - 25:25
    com a preservação dos biomas,
  • 25:25 - 25:28
    com consciência ecológica.
  • 25:29 - 25:31
    Essa empresa compreende
  • 25:31 - 25:35
    que, além de uma seleção
    cuidadosa de cores,
  • 25:35 - 25:39
    de tipos, de nome,
  • 25:39 - 25:41
    de organização visual,
  • 25:41 - 25:45
    das informações mais importantes,
    menos importantes,
  • 25:45 - 25:48
    o seu consumidor provavelmente observará
  • 25:48 - 25:52
    o material do qual a embalagem é feita,
  • 25:52 - 25:56
    o tipo de papel ou o tipo de plástico,
  • 25:56 - 26:00
    ou qualquer que seja
    a outra materialidade.
  • 26:00 - 26:03
    Portanto, a escolha
    do material da embalagem
  • 26:03 - 26:07
    deve ser coerente com os valores da marca.
  • 26:10 - 26:12
    Rótulos,
  • 26:12 - 26:14
    embalagens,
  • 26:14 - 26:19
    precisam materializar no último nível,
  • 26:19 - 26:23
    que é o primeiro ponto
    de acesso e interação
  • 26:23 - 26:27
    com o seu público,
    com seus consumidores,
  • 26:27 - 26:31
    os valores que definem
    a sua personalidade.
  • 26:32 - 26:36
    E aí teremos ainda no ponto...
  • 26:38 - 26:42
    Relacionado à aplicação da marca,
  • 26:42 - 26:45
    as questões relativas ao enxoval da marca.
  • 26:45 - 26:47
    O que é o enxoval da marca?
  • 26:47 - 26:49
    O enxoval da marca
  • 26:49 - 26:55
    é o conjunto de espaços
  • 26:55 - 26:59
    onde essa marca pode ser aplicada,
  • 26:59 - 27:03
    ou seja, onde ela pode se manifestar.
  • 27:04 - 27:08
    E aí, quando nós estudamos
    a história das marcas,
  • 27:08 - 27:13
    vemos que muitas marcas
  • 27:13 - 27:17
    ampliam as suas possibilidades
    de enxoval, de aplicação,
  • 27:17 - 27:20
    de maneiras muito criativas
  • 27:20 - 27:22
    e até mesmo polêmicas.
  • 27:24 - 27:28
    Existe um livro que eu
    recomendo que todos leiam,
  • 27:28 - 27:32
    que é um livro chamado "Sem Logo".
  • 27:32 - 27:35
    Sem com S e não com C, sem de "no".
  • 27:35 - 27:40
    Da jornalista canadense Naomi Klein.
  • 27:42 - 27:48
    Esse livro é um dos melhores livros
    que eu já li na minha vida sobre marca,
  • 27:48 - 27:50
    e a perspectiva desse livro
  • 27:50 - 27:55
    é uma perspectiva muito
    crítica ao mundo da marca
  • 27:55 - 27:59
    e às possibilidades de aplicação de uso,
  • 27:59 - 28:03
    inclusive de espaços
    públicos, pelas marcas.
  • 28:03 - 28:09
    Porém, ao criticar
    as intenções de ampliação
  • 28:09 - 28:13
    das suas possibilidades de aplicação,
  • 28:13 - 28:18
    na medida em que essas ampliações
    de possibilidade de aplicação
  • 28:18 - 28:21
    esbarram nas questões de cidadania,
  • 28:21 - 28:24
    nas questões de direito,
  • 28:24 - 28:30
    nas questões de preservação
    do cuidado com a infância,
  • 28:30 - 28:34
    a jornalista Naomi Klein também
    acaba oferecendo para nós
  • 28:34 - 28:38
    uma espécie de um manual de boas práticas
  • 28:38 - 28:42
    com relação a construção das marcas.
  • 28:42 - 28:46
    Por isso, eu gostaria muito
    que você lesse esse livro Sem Logo.
  • 28:47 - 28:51
    Então, quando pensamos
    em embalagem, rotulagem,
  • 28:51 - 28:56
    e quando pensamos também
    no enxoval das marcas,
  • 28:56 - 29:01
    voltamos para a ideia
    da ocupação do espaço.
  • 29:03 - 29:09
    As marcas estão em muitos lugares.
  • 29:09 - 29:15
    É muito difícil conseguirmos viver
    um dia das nossas vidas
  • 29:15 - 29:18
    sem se deparar com uma marca,
  • 29:18 - 29:22
    com a expressão visual
    ou audiovisual de uma marca.
  • 29:24 - 29:27
    O mercado
  • 29:27 - 29:30
    é esse espaço humano
  • 29:30 - 29:34
    no qual realizamos trocas...
  • 29:35 - 29:38
    Pessoa com pessoa...
  • 29:40 - 29:41
    Como na feira.
  • 29:41 - 29:46
    Porém, não podemos esquecer que,
    para nós estarmos ali,
  • 29:46 - 29:50
    naquele espaço de trocas,
    naquele espaço comercial,
  • 29:50 - 29:54
    para o feirante estar ali também
  • 29:54 - 29:58
    do outro lado do seu balcão,
    vendendo para nós
  • 29:58 - 30:04
    as suas frutas, os seus alimentos,
    os seus legumes etc.,
  • 30:04 - 30:07
    é necessário que exista toda uma cadeia,
  • 30:07 - 30:11
    todo um sistema que opera
    por trás do feirante,
  • 30:11 - 30:15
    para que aquele alimento, para que
    aquele bem, para que aquele objeto,
  • 30:15 - 30:18
    possa chegar até nós.
  • 30:19 - 30:23
    Quando nós pensamos no mercado
    de uma forma mais ampliada,
  • 30:23 - 30:29
    nós também estamos pensando
    nesse espaço de trocas
  • 30:29 - 30:34
    e nesse espaço em que existe a interação
  • 30:34 - 30:39
    entre as identidades,
    entre os sujeitos, entre as pessoas,
  • 30:39 - 30:43
    sejam essas pessoas
    pessoas humanas, individuais,
  • 30:43 - 30:47
    sejam essas pessoas pessoas jurídicas,
  • 30:47 - 30:50
    identidades corporativas,
  • 30:50 - 30:54
    empresas que se apresentam
    com uma face humana.
  • 30:57 - 31:02
    Quando eu era adolescente,
    no final da década de 1980,
  • 31:02 - 31:03
    começo da década de 1990...
  • 31:05 - 31:08
    Talvez fosse muito difícil
    compreender algumas das coisas
  • 31:08 - 31:11
    que eu falei para vocês aqui hoje,
  • 31:11 - 31:13
    essa comparação entre feira e mercado,
  • 31:13 - 31:16
    essa comparação entre
    aquilo que acontece na feira
  • 31:16 - 31:19
    e aquilo que acontece no mercado
    de uma forma mais ampla.
  • 31:19 - 31:23
    Porém, vocês, com certeza absoluta,
  • 31:23 - 31:28
    conseguem ter hoje
    uma compreensão muito clara disso
  • 31:28 - 31:31
    porque operam em diversos espaços,
  • 31:31 - 31:36
    o espaço físico, o orgânico,
    e o espaço digital.
  • 31:36 - 31:41
    E produzem também
    uma série de identidades,
  • 31:41 - 31:45
    identidades muitas vezes
    extremamente ricas,
  • 31:45 - 31:50
    identidades que falam por vocês,
    que reagem por vocês,
  • 31:50 - 31:55
    mesmo quando vocês não
    estão diretamente conectados
  • 31:55 - 31:58
    ao espaço digital, por exemplo,
    ao espaço virtual.
  • 31:59 - 32:04
    Imagine os perfis que todos nós temos,
  • 32:04 - 32:08
    ou que a maior parte de nós
    tem, nas redes sociais.
  • 32:09 - 32:14
    Mesmo agora, aqui,
    enquanto assiste a aula,
  • 32:14 - 32:18
    os seus perfis nas redes sociais,
    ou, em outras palavras,
  • 32:18 - 32:23
    os seus avatares nas redes sociais,
  • 32:23 - 32:30
    representam, como signos
    que são, os seus valores,
  • 32:30 - 32:34
    a constituição da sua personalidade.
  • 32:34 - 32:38
    E nesses espaços de representação,
  • 32:38 - 32:40
    esbarram,
  • 32:40 - 32:43
    interagem,
  • 32:43 - 32:48
    se apaixonam e provocam paixões
  • 32:48 - 32:55
    em outros avatares, em outras identidades,
    que podem ser de indivíduos,
  • 32:55 - 32:59
    mas que podem ser de empresas também.
  • 33:01 - 33:07
    Essa talvez seja a grande diferença
    de uma Feira Livre para um mercado.
  • 33:07 - 33:11
    Numa Feira Livre, pelo menos por enquanto,
  • 33:11 - 33:17
    temos quase certeza absoluta
    que estamos interagindo ali,
  • 33:17 - 33:21
    quase que o tempo todo, com seres
    humanos, indivíduos como nós.
  • 33:21 - 33:25
    Porém, no espaço ampliado do mercado,
  • 33:25 - 33:31
    essas interações podem acontecer,
    indivíduo com indivíduo,
  • 33:31 - 33:37
    mas elas podem acontecer também
    indivíduo com empresa.
  • 33:37 - 33:42
    Todos se apresentam usando
    a máscara da personalidade...
  • 33:44 - 33:45
    A identidade.
  • 33:45 - 33:50
    Mas por trás dessa máscara, muitas vezes
    você não tem o indivíduo apenas.
  • 33:50 - 33:57
    Você tem toda uma empresa, e muitas
    vezes uma empresa multibilionária,
  • 33:57 - 34:00
    que usa a tecnologia
  • 34:00 - 34:04
    para nos conhecer cada vez mais
  • 34:04 - 34:08
    por meio dos rastros,
    por exemplo, que nós deixamos
  • 34:08 - 34:11
    ao navegar o espaço da internet.
  • 34:11 - 34:14
    Quanto mais nos conhecem,
  • 34:14 - 34:17
    mais são capazes de provocar em nós
  • 34:17 - 34:23
    os efeitos de afeto e de engajamento
  • 34:23 - 34:28
    que se relacionam
    com as nossas aspirações.
  • 34:29 - 34:35
    Portanto, nessa feira ampliada do mercado,
  • 34:35 - 34:39
    é muito importante estarmos atentos
  • 34:39 - 34:44
    para entender as estratégias de marca
  • 34:44 - 34:49
    e sermos capazes também de reproduzi-las
    adequadamente no nosso trabalho.
Title:
EMA CAP05 2024 VA05 IDENTIDADE VISUAL
Video Language:
Portuguese, Brazilian
Duration:
34:53

Portuguese, Brazilian subtitles

Incomplete

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