-
Existe um pacote,
um conjunto de elementos,
-
que usamos para manifestar
a identidade corporativa
-
de uma maneira que as pessoas possam ver,
-
ou seja, elas vão se relacionar
-
com essa identidade
corporativa através da visão.
-
Esse conjunto de possibilidades
-
é aquilo que nós chamamos
de identidade visual da marca.
-
Identidade são aqueles atributos
-
que fazem com que uma pessoa,
com que o ser humano,
-
possa se relacionar comigo,
-
enquanto empresa, pensando
em mim como um outro ser humano,
-
sendo, por exemplo, simpático a mim,
-
enxergando em mim, enquanto empresa,
-
atributos de qualidades, honestidade...
-
Gentileza...
-
Consciência ambiental...
-
Criatividade...
-
Competitividade, agressividade...
-
Intelectualidade...
-
Disposição, temperança.
-
Qualidades que atribuímos
para outros seres humanos,
-
mas que a empresa...
-
Usa para se apresentar
para os seus consumidores.
-
Identidade visual
-
é o conjunto de elementos visuais...
-
Que serão utilizados
-
para representar os atributos
-
que a marca quer representar.
-
Esses atributos no branding
-
muitas vezes são chamados de valores.
-
Pense numa marca como a Nike, por exemplo.
-
Qual é o principal valor?
-
Qual é o principal atributo
-
que a Nike quer representar...
-
Nas suas diversas campanhas
enquanto marca?
-
Ora, o próprio nome da empresa
-
já nos dá uma pista.
-
Nike vem de Nikki.
-
Nikki é a deusa grega da vitória.
-
Logo, o principal valor,
-
o principal atributo da marca Nike,
-
é a ideia de vitória.
-
Nós dizemos assim...
-
Eu gostaria que você se lembrasse
bastante disso que eu vou te falar agora.
-
Pense sempre na marca como uma pessoa,
-
e se pergunte assim:
-
"Se essa marca fosse uma pessoa,
que tipo de pessoa ela seria?".
-
Se a Nike fosse uma pessoa,
que tipo de pessoa ela seria?
-
Seria, obviamente, uma pessoa
atlética, uma pessoa jovial,
-
e uma pessoa competitiva.
-
Uma pessoa capaz de apresentar
-
uma performance muito
eficaz, muito eficiente,
-
dentro de uma determinada prática.
-
Uma pessoa reconhecida pela sua
comunidade, pelo seu grupo, pela sua rede,
-
como uma pessoa com um desempenho superior.
-
Vitória.
-
Numa sociedade competitiva como a nossa,
-
que estabelece as relações de poder
e a distribuição de recursos,
-
muitas vezes baseada
numa ideia de desempenho,
-
de métricas de desempenho,
-
associar a sua própria vida,
-
a sua própria história pessoal,
-
aos atributos de uma marca
-
que reconhecidamente...
-
Apresenta o ideal de vitória,
-
pode fazer com que você se sinta também
-
um pouco mais vitorioso.
-
É claro que aí não é...
-
O seu lado mais racional que opera.
-
Essas decisões de consumo,
-
do tipo eu sou fã
de um determinado jogador
-
e, portanto, vou comprar a chuteira dele,
-
que também, por um acaso, é
daquela marca de equipamento esportivo,
-
porque eu quero projetar
para as pessoas ao meu redor
-
essa imagem de alguém vitorioso,
-
nada disso é racionalmente pensado.
-
Mas isso também faz parte da elaboração
das estratégias de comunicação da marca,
-
entre elas, a identidade visual.
-
Muitas vezes a marca não está preocupada
-
que você consiga tomar
as decisões de consumo
-
com base em ideias
-
ou comparações razoáveis.
-
Todos nós estamos sujeitos
a essas reações,
-
que são provocadas muitas vezes
pela identidade visual da marca
-
e que fazem com que o nosso
comportamento siga uma ordem
-
muito mais afetiva,
emocional, do que racional.
-
Isso só é possível
porque nós, seres humanos,
-
somos, na nossa grande
maioria, seres de imagem.
-
Ao contrário do texto escrito,
-
a imagem evoca em nós
-
reações mais instintivas,
-
intuitivas, inconscientes,
-
e muitas vezes é nesse
lugar do inconsciente,
-
das reações intuitivas que a marca deseja,
com a sua comunicação, operar.
-
Para isso, quando nós
falamos de identidade visual,
-
o primeiro procedimento,
um primeiro cuidado,
-
é desenvolver uma bela logotipia...
-
Que é um logotipo.
-
O logotipo é a assinatura visual da marca.
-
Se a marca se apresenta visualmente
-
por meio daquilo que nós
chamamos de identidade visual,
-
o logotipo é a peça central
dessa identidade visual.
-
O logotipo precisa ser desenvolvido
-
a partir de conhecimentos
-
muito profundos da semiótica,
-
da teoria das cores,
da psicodinâmica das cores,
-
da tipografia,
-
das simbologias.
-
Trata se, para ser bem-feito,
-
de um estudo verdadeiramente fino
-
que pode começar com uma pesquisa
-
a respeito dos gostos,
-
preferências,
-
realidade, e fantasias
-
de um determinado segmento do público.
-
Funciona assim:
-
você pesquisa o público,
-
compreende seus gostos e preferências.
-
Esse padrão de gostos e preferências
em todas as áreas da vida,
-
mas principalmente na área do consumo,
-
dá origem àquilo que alguns estudiosos,
-
como o sociólogo francês Pierre Bourdieu,
-
chamam de estilo de vida.
-
Você vai pesquisar o estilo de vida
do segmento populacional
-
com o qual você quer se comunicar
-
utilizando a sua identidade de visual.
-
Além de você estudar o estilo
de vida dessas pessoas,
-
que, de certa forma,
é a mesma coisa que dizer...
-
O que essas pessoas já são,
-
o que essas pessoas já fazem,
o que essas pessoas já têm.
-
Você deverá pesquisar também
-
as fantasias e desejos dessas pessoas.
-
Fantasias e desejos,
o que as pessoas querem ter,
-
o que as pessoas querem ser,
-
o que as pessoas querem fazer.
-
Com essa pesquisa, você
terá esses dois pontos:
-
onde essas pessoas imaginam que estão
-
e onde essas pessoas
imaginam querer estar.
-
A marca opera aqui,
-
entre o que se é e o que se quer ser.
-
A marca promete que vai
te ajudar a se aproximar
-
um pouco mais do que você
quer ser, do que você quer ter,
-
do que você quer fazer.
-
Você olha para a marca
-
e vê nos atributos visuais
da identidade visual da marca
-
características que você muitas vezes
reconhece como sendo suas,
-
características de coisas que você já é
ou características aspiracionais
-
de coisas que você quer ser,
de coisas que você quer fazer.
-
Então, por exemplo, a Honda.
-
Pesquise seu público
-
e entenda que um valor muito
importante para o seu público
-
é a liberdade,
-
a liberdade de circulação,
a liberdade de fluxo,
-
a sensação de liberdade,
de não impedimento.
-
As pessoas querem circular
numa calha um pouco mais larga.
-
Então a Honda se apresenta
-
trazendo entre os elementos
da sua identidade visual
-
a imagem de uma asa estilizada.
-
Esse símbolo, a imagem da asa estilizada,
-
evoca os pássaros,
-
que evoca no imaginário
de quase todos os povos,
-
de quase todas as sociedades,
um conceito de liberdade.
-
Então, a Honda...
-
Quando se oferece visualmente
-
para fazer você se lembrar que ela existe,
-
ela não fala assim para você:
-
"Venha comprar as nossas motocicletas".
-
Ela diz para você...
-
"Honda, asas da liberdade.
-
Venha ser mais livre,
-
e se lembre que o nosso negócio
-
é a liberdade e não
apenas as motocicletas".
-
Porque é isso que você quer ser,
-
não necessariamente
o proprietário de uma motocicleta,
-
mas sim alguém mais livre.
-
Então, depois das pesquisas
feitas com o público,
-
quando você descobre quais são as qualidades
valorizadas por aquele público,
-
chega o momento do designer trabalhar
-
para traduzir visualmente
essas qualidades.
-
Como eu traduzo visualmente liberdade?
-
Como eu traduzo visualmente desempenho?
-
Nós podemos voltar a falar um pouquinho
aqui sobre a Nike, o exemplo da Nike.
-
O que é o "swoosh" da Nike?
-
Aquela pequena imagem
que acompanha a palavra Nike?
-
Swoosh da Nike é uma estilização...
-
Do desenho das asas,
-
das pequenas asas, que a deusa Nikki
tem nos seus calcanhares.
-
Assim como o Hermes, Mercúrio,
-
assim também como o príncipe Namor
da Marvel, o super-herói.
-
Essas asinhas nos calcanhares.
-
Elas estão ali nos calcanhares
da deusa Nikki.
-
Pensando nesse desempenho
sobre-humano que ela tem,
-
na sua performance, na sua agilidade,
-
que faz com que ela esteja
à frente dos outros.
-
Uma vitoriosa.
-
A curva,
-
ao contrário dos ângulos mais pontiagudos,
-
também traz uma sensação de fluência,
-
de movimento desimpedido,
-
esse movimento desimpedido
que é tão importante
-
na produção do desempenho atlético,
-
e, portanto, da vitória.
-
Quem estuda essas coisas?
-
Quem percebe que uma curva,
-
ou que uma determinada
combinação de cores,
-
é capaz de traduzir melhor
-
certos atributos, certas qualidades
da marca, na sua identidade visual,
-
do que outras cores,
ou do que outras formas?
-
Ora, designer...
-
Juntamente com o semioticista
-
que estuda os signos, o semiólogo.
-
Esse é o campo de estudo.
-
Entender como essas traduções operam
-
e entender também que essas
traduções estão associadas
-
à determinadas tradições de conhecimento.
-
Em alguns países da Ásia...
-
A cor do luto é o branco, não o preto.
-
As pessoas quando choram
-
a partida dos seus entes queridos,
-
usam roupas todas brancas
e não roupas pretas.
-
Você tem aí uma diferença cultural
-
que precisa ser compreendida
-
quando também se elaboram
as identidades visuais.
-
Logotipo não é o único elemento
de uma identidade visual.
-
Você terá todo um universo
-
daquela identidade visual,
um universo visual.
-
Nesse caso, a palavra-chave,
-
e vocês não podem se esquecer disso,
-
é coerência.
-
Algumas marcas são guarda-chuvas.
-
Você tem uma determinada marca
-
e uma série de outras marcas abaixo dela.
-
As decisões que fazem com que uma marca
se desdobre em outras marcas
-
são de diversos tipos.
-
Eu vou dar um exemplo para vocês.
-
Existe uma empresa
que atua no ramo editorial,
-
que é muito poderosa,
chamada "Condé Nast".
-
A Condé Nast é dona da revista Vogue,
-
da arquitetura e construção
-
de uma série de outras marcas
editoriais muito importantes.
-
Essas revistas, de alguma maneira,
-
projetam em segmentos
específicos do público
-
os valores centrais da marca Condé Nast.
-
Isso precisa ser levado
em consideração pelo designer.
-
Ou seja, aquela marca irradiante...
-
Deve apresentar, de uma forma
ou de outra, os seus atributos
-
para cada uma das outras marcas
que estão debaixo do seu guarda-chuva.
-
A Condé Nast tem a Vogue
e tem a revista Wired
-
no setor de tecnologia.
-
Não pode haver, apesar de atuarem
em segmentos bem distintos,
-
um conflito, em termos de valores,
traduzidos por essas marcas.
-
Isso é coerência.
-
É necessário também pensar
-
nas possibilidades de aplicação
-
do logotipo e dos outros elementos visuais
-
que participarão da identidade
visual de uma marca,
-
como fachada, uniformes...
-
Embalagens...
-
Flagships...
-
Vitrines...
-
Experiências de marca...
-
Como, por exemplo, um show
patrocinado por aquela marca...
-
Patrocínios de pessoas famosas
-
quando você tem uma espécie
-
de fusão de identidades.
-
Tudo isso precisa ser feito
-
sempre no sentido
de garantir, de preservar,
-
os valores essenciais da marca.
-
Se a Nike resolve patrocinar
-
um determinado atleta,
-
ela entende que aquele atleta,
-
da forma como se apresenta publicamente,
-
carrega consigo
-
os valores que a Nike carrega com ela.
-
Então ele serve
como um amplificador visual
-
no público daqueles valores.
-
Ele é a tradução humana
em desempenho atlético
-
dos valores que participam da formulação
da identidade visual da Nike.
-
Então, é como se houvesse uma estrutura.
-
Sempre buscamos essa coerência
entre o abstrato e o concreto,
-
o imaterial, que são os valores
-
e o material, que são
as experiências de marca,
-
entre elas a identidade visual.
-
Estabelecemos os valores da marca,
-
estabelecemos o logotipo,
-
estabelecemos as outras formas
de representação visual dos valores da marca,
-
que são acessórios, a esse logotipo,
-
e as demais experiências
que ajudarão a materializar
-
esses valores em determinadas situações.
-
Precisamos, então, estabelecer também
-
como o último grau, o último nível
-
de materialização da marca, as aplicações,
-
ou seja, os lugares onde
essa marca vai aparecer.
-
Do ponto de vista visual,
-
ganha nesse processo de estabelecimento
-
de lugares de aplicação,
com uma importância muito grande,
-
a embalagem e a rotulagem.
-
Se nós estamos falando de um produto...
-
Esse produto chega no mercado
-
com uma série de informações
-
que devem obrigatoriamente,
por conta da lei,
-
serem apresentadas
para o consumidor a respeito dele.
-
Quer dizer, esse produto deve
chegar ao mercado de uma forma que,
-
ao ser apresentado para o consumidor,
-
traga também informações sobre si.
-
Do ponto de vista do design, a melhor
forma de um produto falar sobre si...
-
É pela embalagem.
-
A não ser que esse produto traga
-
características que, dentro do design,
nós chamamos de intuitivas.
-
Por exemplo, uma das grandes
sacadas da Apple
-
foi ter criado produtos de tecnologia
-
que quase independem
-
de manuais à parte
-
para serem manipulados e utilizados.
-
É como se, só de mexer naquele objeto,
-
você já conseguisse entender mais ou menos
como ele funciona.
-
Isso é intuitividade.
-
São aquelas informações que você adquire
-
na própria interação com o objeto.
-
Agora, existem casos
-
em que o consumidor não pode,
e não deve,
-
esperar até o momento
da interação com o objeto
-
para adquirir certas informações.
-
É o caso, por exemplo,
dos produtos alimentícios.
-
O consumidor deve saber que deve ter
-
uma série de informações a respeito
da composição nutricional
-
e dos ingredientes daquele
produto, daquele objeto,
-
antes de começar a interagir com ele,
ou seja, de consumí-lo, de comê-lo.
-
E aí vem a importância da embalagem.
-
Agora, não apenas os atributos
nutricionais de um alimento
-
precisam estar ali
destacados na embalagem.
-
Além dessas informações,
-
é necessário que os valores da marca
-
novamente apareçam ali
-
aplicados no logotipo,
-
nas cores, nos materiais.
-
Imagine, por exemplo, uma empresa
-
que apresenta a sua personalidade
-
para o seu público,
-
como a de uma pessoa...
-
Preocupada com a preservação ambiental,
-
com a sustentabilidade ambiental,
-
com a preservação dos biomas,
-
com consciência ecológica.
-
Essa empresa compreende
-
que, além de uma seleção
cuidadosa de cores,
-
de tipos, de nome,
-
de organização visual,
-
das informações mais importantes,
menos importantes,
-
o seu consumidor provavelmente observará
-
o material do qual a embalagem é feita,
-
o tipo de papel ou o tipo de plástico,
-
ou qualquer que seja
a outra materialidade.
-
Portanto, a escolha
do material da embalagem
-
deve ser coerente com os valores da marca.
-
Rótulos,
-
embalagens,
-
precisam materializar no último nível,
-
que é o primeiro ponto
de acesso e interação
-
com o seu público,
com seus consumidores,
-
os valores que definem
a sua personalidade.
-
E aí teremos ainda no ponto...
-
Relacionado à aplicação da marca,
-
as questões relativas ao enxoval da marca.
-
O que é o enxoval da marca?
-
O enxoval da marca
-
é o conjunto de espaços
-
onde essa marca pode ser aplicada,
-
ou seja, onde ela pode se manifestar.
-
E aí, quando nós estudamos
a história das marcas,
-
vemos que muitas marcas
-
ampliam as suas possibilidades
de enxoval, de aplicação,
-
de maneiras muito criativas
-
e até mesmo polêmicas.
-
Existe um livro que eu
recomendo que todos leiam,
-
que é um livro chamado "Sem Logo".
-
Sem com S e não com C, sem de "no".
-
Da jornalista canadense Naomi Klein.
-
Esse livro é um dos melhores livros
que eu já li na minha vida sobre marca,
-
e a perspectiva desse livro
-
é uma perspectiva muito
crítica ao mundo da marca
-
e às possibilidades de aplicação de uso,
-
inclusive de espaços
públicos, pelas marcas.
-
Porém, ao criticar
as intenções de ampliação
-
das suas possibilidades de aplicação,
-
na medida em que essas ampliações
de possibilidade de aplicação
-
esbarram nas questões de cidadania,
-
nas questões de direito,
-
nas questões de preservação
do cuidado com a infância.
-
A jornalista Naomi Klein também
acaba oferecendo para nós
-
uma espécie de um manual de boas práticas
-
com relação à construção das marcas.
-
Por isso, eu gostaria muito que você
lesse esse livro Sem Logo.
-
Então, quando pensamos
em embalagem, rotulagem,
-
e quando pensamos também
no enxoval das marcas,
-
voltamos para a ideia
da ocupação do espaço.
-
As marcas estão em muitos lugares.
-
É muito difícil conseguirmos viver
um dia das nossas vidas
-
sem se deparar com uma marca,
-
com a expressão visual
ou audiovisual de uma marca.
-
O mercado
-
é esse espaço humano
-
no qual realizamos trocas...
-
Pessoa com pessoa...
-
Como na feira.
-
Porém, não podemos esquecer que,
para nós estarmos ali,
-
naquele espaço de trocas,
naquele espaço comercial,
-
para o feirante estar ali também
-
do outro lado do seu balcão,
vendendo para nós
-
as suas frutas, os seus alimentos,
os seus legumes etc.,
-
é necessário que exista toda uma cadeia,
-
todo um sistema
que opera por trás do feirante
-
para que aquele alimento, para que
aquele bem, para que aquele objeto,
-
possa chegar até nós.
-
Quando nós pensamos no mercado
de uma forma mais ampliada,
-
nós também estamos pensando
nesse espaço de trocas
-
e nesse espaço em que existe a interação
-
entre as identidades,
entre os sujeitos, entre as pessoas,
-
sejam essas pessoas,
pessoas humanas, individuais,
-
sejam essas pessoas, pessoas jurídicas,
-
identidades corporativas,
-
empresas que se apresentam
com uma face humana.
-
Quando eu era adolescente, no final
da década de 80, começo da década de 90...
-
Talvez fosse muito difícil
compreender algumas das coisas
-
que eu falei para vocês aqui hoje,
-
essa comparação entre feira e mercado,
-
essa comparação entre
aquilo que acontece na feira
-
e aquilo que acontece no mercado
de uma forma mais ampla.
-
Porém, vocês, com certeza absoluta,
-
conseguem ter hoje
uma compreensão muito clara disso
-
porque operam em diversos espaços,
-
o espaço físico, o orgânico,
e o espaço digital,
-
e produzem também
uma série de identidades,
-
identidades, muitas vezes,
extremamente ricas,
-
identidades que falam por vocês,
que reagem por vocês,
-
mesmo quando vocês não
estão diretamente conectados
-
ao espaço digital, por exemplo,
ao espaço virtual.
-
Imagine os perfis que todos nós temos,
-
ou que a maior parte de nós
tem, nas redes sociais.
-
Mesmo agora, aqui,
enquanto assiste a aula,
-
os seus perfis nas redes sociais,
ou, em outras palavras,
-
os seus avatares nas redes sociais,
-
representam, como signos,
que são os seus valores,
-
a constituição da sua personalidade.
-
E nesses espaços de representação,
-
esbarram,
-
interagem,
-
se apaixonam e provocam paixões
-
em outros avatares, em outras identidades,
que podem ser de indivíduos,
-
mas que podem ser de empresas também.
-
Essa talvez seja a grande diferença
de uma Feira Livre para um mercado.
-
Numa Feira Livre, pelo menos por enquanto,
-
temos quase certeza absoluta
que estamos interagindo ali,
-
quase que o tempo todo, com seres
humanos, indivíduos como nós.
-
Porém, no espaço ampliado do mercado,
-
essas interações podem acontecer
indivíduo com indivíduo,
-
mas elas podem acontecer também
indivíduo com empresa.
-
Todos se apresentam usando
a máscara da personalidade...
-
A identidade.
-
Mas por trás dessa máscara, muitas vezes
você não tem o indivíduo apenas.
-
Você tem toda uma empresa, e muitas
vezes uma empresa multibilionária
-
que usa a tecnologia
-
para nos conhecer cada vez mais
-
por meio dos rastros,
por exemplo, que nós deixamos
-
ao navegar o espaço da internet.
-
Quanto mais nos conhecem,
-
mais são capazes de provocar em nós
-
os efeitos de afeto e de engajamento
-
que se relacionam
com as nossas aspirações.
-
Portanto, nessa feira ampliada do mercado,
-
é muito importante estarmos atentos
-
para entender as estratégias de marca
-
e sermos capazes também de reproduzi-las
adequadamente no nosso trabalho.