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How Do You Observe the Feelings in the Feelings? (EN subtitles)

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    “Bhikkhus,...”
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    Isto está na página 54
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    do livro “Daily Chants of Zen Buddhist Tradition.”
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    “Como é que um praticante permanece estabelecido
    na observação das sensações nas próprias sensações?"
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    Estamos agora a avançar para a segunda área,
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    ou seja, a área das sensações.
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    “Sempre que o praticante tem
    uma sensação agradável, o praticante
  • 0:50 - 0:51
    está consciente:
  • 0:51 - 0:55
    ‘Estou a experienciar uma sensação agradável.’
  • 0:56 - 1:01
    ‘Estou a ter uma sensação agradável.’
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    O praticante pratica desta forma com todas as sensações,
    sejam elas agradáveis, dolorosas ou neutras,
  • 1:08 - 1:13
    observando quando pertencem ao corpo
    e quando pertencem à mente.”
  • 1:14 - 1:19
    Quando há uma sensação dolorosa,
  • 1:19 - 1:21
    devemos estar conscientemente atentos de que
    estamos a ter uma sensação dolorosa.
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    Quando temos uma sensação neutra
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    — uma sensação que não é...
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    agradável nem dolorosa,
    estamos conscientemente atentos de que
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    estamos a ter uma sensação
    nem agradável nem dolorosa.
  • 1:50 - 1:54
    Estes 3 tipos de sensações
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    podem pertencer ao corpo
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    ou à mente.
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    Isto significa que
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    essa sensação pode ser física
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    ou mental.
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    Se for uma...
  • 2:19 - 2:23
    sensação agradável
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    que pertence ao corpo,
    chamamos-lhe...
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    uma sensação física agradável.
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    Se for uma...
  • 2:34 - 2:40
    sensação agradável que pertence à mente,
    chamamos-lhe uma sensação mental agradável.
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    Portanto, quando surgem sensações,
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    sejam elas dolorosas, desagradáveis,
  • 2:50 - 2:52
    neutras, etc.,
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    devemos reconhecer essa sensação,
  • 2:54 - 3:00
    não importa se ela pertence ao corpo ou à mente.
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    Há uma coisa que devemos
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    ter presente.
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    As sensações que chamamos de “neutras”,
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    nos sutras...
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    quero dizer — não nos sutras, mas nos shastras,
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    os mestres ancestrais muitas vezes disseram que
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    as sensações agradáveis e dolorosas são
    mais fáceis de reconhecer do que as neutras.
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    Mas a verdade é que as sensações neutras
    também são bastante fáceis de reconhecer.
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    "Xả thọ" em vietnamita significa sensações neutras,
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    nem dolorosas nem prazerosas.
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    Costumamos aprender que,
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    em nós, existe um rio de sensações.
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    Cada gota da água desse rio é uma sensação
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    que pode ser dolorosa, agradável ou neutra.
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    Por vezes,
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    estamos a ter uma sensação neutra
  • 4:10 - 4:15
    mas provavelmente pensamos que não estamos
    a ter qualquer sensação.
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    Uma sensação neutra é uma sensação.
    Não é o mesmo que não haver sensação.
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    É como quando temos dor de dentes,
  • 4:27 - 4:30
    temos uma sensação dolorosa.
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    Quando não temos dor de dentes,
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    acreditamos que não temos
    qualquer sensação.
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    Mas, na realidade, quando não temos
    dor de dentes, temos...
  • 4:44 - 4:46
    uma sensação neutra.
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    Se não for uma sensação dolorosa,
  • 4:49 - 4:52
    é ou neutra
    ou agradável.
  • 4:52 - 4:54
    No entanto,
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    a sensação que se manifesta
    quando não temos dor de dentes —
  • 5:00 - 5:05
    podemos chamá-la de “neutra” ou “agradável”?
  • 5:05 - 5:07
    A verdade é que
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    pode ser uma sensação agradável.
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    Quando surge uma dor de dentes terrível,
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    desejamos imenso
  • 5:16 - 5:20
    que essa dor termine.
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    Nesse momento, sabemos que, se essa...
  • 5:22 - 5:26
    sensação latejante da dor de dentes acabar,
    ficaremos tão contentes.
  • 5:27 - 5:31
    Isto significa que ficaremos muito satisfeitos e contentes
    com aquilo que normalmente chamamos de “uma sensação neutra.”
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    Uma sensação “neutra”, neste ponto,
    é aquilo que desejámos
  • 5:34 - 5:35
    é uma sensação agradável.
  • 5:35 - 5:40
    A verdade é que, se uma dor de dentes terrível está a surgir mas
    a dor pára de repente, isso é uma sensação muito agradável.
  • 5:40 - 5:44
    Então, que nome devemos dar-lhe?
  • 5:45 - 5:47
    Deve ser chamada de “sensação neutra”
    para estar correto?
  • 5:47 - 5:50
    Ou deve ser chamada de...
  • 5:50 - 5:52
    “sensação agradável” para estar correto?
  • 5:52 - 5:54
    Este é um tema para a prática.
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    Em Plum Village, costumamos dizer que,
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    um praticante da atenção plena
  • 5:59 - 6:02
    pode transformar todas as sensações neutras
    em sensações agradáveis.
  • 6:02 - 6:07
    E, no entanto, as sensações neutras constituem
    a maioria de todas as sensações.
  • 6:12 - 6:15
    Vejamos um pai e um filho
  • 6:15 - 6:20
    sentados na relva
    num dia de Primavera.
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    O pai está a praticar respiração consciente.
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    Ao tomar consciência de que pode sentar-se na relva
    num belo dia de Primavera,
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    rodeado de flores amarelas e
    roxas em flor,
  • 6:29 - 6:32
    o ar tão fresco,
  • 6:32 - 6:35
    e os pássaros a chilrear...
  • 6:36 - 6:37
    alegremente,
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    o pai está a ter uma sensação agradável.
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    Mas o seu filho
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    fica aborrecido ao fim de pouco tempo sentado ali.
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    (Torna-se) aborrecido. Ele fica entediado.
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    Por isso, o filho não quer
    ficar ali sentado com o pai.
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    Ele está exatamente na mesma situação
    que o pai,
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    mas, enquanto o pai
    está a ter uma sensação agradável,
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    o filho tem uma sensação neutra.
  • 7:03 - 7:05
    Mas, como o filho não sabe
    como lidar com essa sensação neutra,
  • 7:05 - 7:11
    ao fim de pouco tempo sentado ali,
    essa sensação neutra transforma-se numa sensação dolorosa.
  • 7:11 - 7:18
    Torna-se dolorosa porque ele sente um grande tédio.
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    Ao início, era uma sensação neutra.
  • 7:24 - 7:29
    Depois, por não saber como lidar
    com essa sensação neutra, esta transforma-se em dor.
  • 7:29 - 7:34
    Por isso, ele levanta-se com determinação
    e corre para dentro de casa para ligar a televisão,
  • 7:34 - 7:37
    em busca de uma sensação agradável.
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    Entretanto, o pai sente-se tão contente
    e satisfeito por estar sentado lá fora.
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    Esse contexto gera
    uma sensação agradável para ele,
  • 7:43 - 7:46
    mas não gera uma sensação agradável para o filho.
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    Ao início, o filho tinha apenas uma sensação neutra.
  • 7:49 - 7:52
    Mas, como essa sensação neutra
    não foi bem cuidada,
  • 7:52 - 7:56
    ela transformou-se
    numa sensação dolorosa.
  • 7:56 - 8:01
    E, porque considera essa sensação “dolorosa”,
    foge dela.
  • 8:01 - 8:04
    Por isso, volta para...
  • 8:04 - 8:06
    a sala de estar
  • 8:06 - 8:09
    e liga a televisão
    para procurar sensações agradáveis.
  • 8:09 - 8:12
    O mesmo acontece connosco.
  • 8:13 - 8:16
    Quando não temos...
  • 8:16 - 8:19
    nenhuma sensação agradável ou dolorosa,
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    temos, obviamente, sensações neutras.
  • 8:22 - 8:26
    Mas se não soubermos como lidar
    com essas sensações neutras,
  • 8:26 - 8:29
    elas tornam-se sensações dolorosas.
  • 8:29 - 8:35
    No entanto, se soubermos,
    elas tornam-se sensações agradáveis.
  • 8:35 - 8:40
    A sensação de bem-estar
    é uma sensação agradável.
  • 8:42 - 8:48
    Pensemos naquele momento
    em que surgiu uma dor de dentes forte.
  • 8:49 - 8:55
    Faríamos qualquer coisa para trocar essa sensação dolorosa
    pela sensação de não ter dor de dentes.
  • 8:55 - 8:59
    A ausência de dor de dentes torna-se uma sensação agradável,
    e não uma sensação neutra.
  • 8:59 - 9:05
    Por isso, todas as sensações neutras no dia a dia
    de uma pessoa atenta e consciente
  • 9:05 - 9:08
    podem ser transformadas em sensações agradáveis.
  • 9:08 - 9:11
    A nossa prática de “habitar felizmente
    o momento presente”
  • 9:11 - 9:16
    tem muito a ver com a observação
    das sensações nas sensações.
  • 9:17 - 9:19
    Na experiência do Thay,
  • 9:20 - 9:22
    o ensinamento de “habitar felizmente
    o momento presente”,
  • 9:22 - 9:24
    praticado em Plum Village,
  • 9:24 - 9:27
    é da mais alta importância.
  • 9:29 - 9:31
    É sabedoria e discernimento,
  • 9:31 - 9:36
    porque, todos os dias, recebemos
    24 horas para viver;
  • 9:36 - 9:39
    se formos sábios e habilidosos,
  • 9:39 - 9:41
    todas as sensações...
  • 9:41 - 9:43
    que as pessoas consideram “neutras”
  • 9:43 - 9:47
    podem ser transformadas em sensações agradáveis.
  • 9:48 - 9:50
    “Os pássaros a chilrear, os pinheiros a aplaudir,
    as flores a florescer,
  • 9:50 - 9:54
    o céu azul e as nuvens brancas
    estão todos presentes.
  • 9:54 - 10:00
    Olhos que irradiam a luz do amor,
    e um sorriso cheio de consciência.
  • 10:01 - 10:04
    Tu, que és a pessoa mais rica da Terra,
  • 10:07 - 10:09
    deixaste a tua verdadeira casa
    para procurar riquezas em terras estrangeiras.
  • 10:09 - 10:14
    Deixa de ser o filho perdido.
    Volta a casa e recebe a tua herança.”
  • 10:14 - 10:19
    Recebemos a nossa “herança”
    ao acendermos o fogo da atenção plena
  • 10:19 - 10:23
    para reconhecer as maravilhas
    que acontecem em nós e à nossa volta,
  • 10:23 - 10:27
    para dar origem à alegria e à felicidade,
    nutrindo-nos.
  • 10:27 - 10:30
    Isso é praticar habitar felizmente
    o momento presente.
  • 10:30 - 10:36
    Thay acredita que, se conseguirmos praticar habitar
    felizmente o momento presente, nós...
  • 10:40 - 10:42
    já investimos “capital suficiente”.
  • 10:42 - 10:46
    Tudo o que vier a seguir são “lucros”.
  • 10:50 - 10:52
    Basta praticarmos habitar
    felizmente o momento presente
  • 10:52 - 10:55
    para atingirmos o “equilíbrio”.
  • 10:56 - 10:58
    Isto é até dizer pouco.
  • 10:58 - 11:03
    Podemos alcançar muitas outras coisas pelo caminho,
    como sermos capazes de ajudar pessoas,
  • 11:03 - 11:06
    e contribuir para a vocação do Buda e dos
    Bodhisattvas de ajudar o mundo.
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    Estes são grandes “lucros”.
  • 11:09 - 11:13
    Quando conseguimos viver 24 horas por dia
    em paz e com felicidade,
  • 11:13 - 11:16
    no espírito de “habitar felizmente
    o momento presente”, é aí que...
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    não estamos a “funcionar com prejuízo”.
  • 11:19 - 11:22
    Não importa quantos anos
    temos ou não temos,
  • 11:22 - 11:26
    podemos sempre aprender a viver
    felizes no momento presente.
  • 11:26 - 11:28
    Como vivemos hoje?
  • 11:28 - 11:31
    Tivemos alguma felicidade?
  • 11:31 - 11:34
    Fomos capazes de aplicar o ensinamento
    de habitar felizmente o momento presente?
  • 11:34 - 11:37
    Se a resposta for positiva,
    significa que não tivemos “prejuízo”.
  • 11:37 - 11:41
    Mas, se não fomos capazes,
    então tivemos “prejuízo”.
  • 11:41 - 11:44
    Mas o simples facto de não termos “prejuízo”
    já é muito bom.
  • 11:45 - 11:50
    Além disso, a nossa prática trará também
    muitos outros “lucros” valiosos. Isto é falar...
  • 11:50 - 11:54
    em termos empresariais, usando a linguagem do mundo dos negócios.
  • 12:05 - 12:10
    Quando temos uma sensação agradável,
  • 12:11 - 12:13
    ou uma sensação dolorosa,
  • 12:13 - 12:16
    ou uma sensação neutra,
  • 12:16 - 12:19
    devemos usar a energia da atenção plena
  • 12:19 - 12:21
    para iluminar essa sensação dolorosa,
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    ou essa sensação agradável,
  • 12:22 - 12:24
    ou essa sensação neutra,
  • 12:24 - 12:27
    para ver com mais clareza
    a verdadeira natureza dessa sensação dolorosa,
  • 12:27 - 12:30
    neutra ou agradável.
  • 12:30 - 12:32
    Porque quando há atenção plena,
  • 12:32 - 12:33
    a sensação é acolhida.
  • 12:33 - 12:38
    E, uma vez que conseguimos acolher uma sensação com atenção plena,
    conseguimos ver dentro dessa sensação.
  • 12:42 - 12:43
    O sutra dizia:
  • 12:43 - 12:49
    temos de olhar para dentro de um sentimento
    para ver de onde é que ele vem.
  • 12:49 - 12:53
    Vem do corpo
    ou vem da mente?
  • 12:54 - 12:57
    Seja doloroso, agradável ou neutro,
  • 12:57 - 12:59
    um sentimento tem uma base.
  • 12:59 - 13:01
    Pode ter uma base física/fisiológica,
  • 13:01 - 13:03
    psicológica
  • 13:03 - 13:05
    ou social.
  • 13:05 - 13:08
    Quando observamos um sentimento,
  • 13:08 - 13:11
    temos de ver a sua base.
  • 13:11 - 13:11
    É psicológica, física/fisiológica ou social?
  • 13:17 - 13:21
    Olhando ainda mais profundamente,
    podemos ver as condições...
  • 13:21 - 13:26
    as condições que deram origem
  • 13:26 - 13:27
    àquele sentimento.
  • 13:28 - 13:31
    Certamente, pode ter origem física
    ou fisiológica,
  • 13:31 - 13:33
    psicológica
  • 13:33 - 13:34
    ou social.
  • 13:34 - 13:39
    Se não houvesse condições favoráveis
    para se manifestar, não se teria manifestado.
  • 13:39 - 13:43
    Com isso, olhamos para a natureza chamada
    "originação interdependente"
  • 13:43 - 13:45
    de um sentimento.
  • 13:46 - 13:50
    Então, conseguimos ver a natureza
    da impermanência desse sentimento.
  • 13:50 - 13:56
    Mesmo que seja um sentimento agradável, também devemos reconhecer a natureza de impermanência desse sentimento por nós próprios.
  • 13:56 - 14:04
    Quando conseguimos ver, por nós próprios, a natureza impermanente daquele sentimento,
    não ficamos presos a ele.
  • 14:06 - 14:08
    Dizemos: "Este é um sentimento agradável,
  • 14:08 - 14:10
    mas este sentimento agradável é também frágil
  • 14:10 - 14:11
    e impermanente.
  • 14:11 - 14:12
    Por essa razão,
  • 14:12 - 14:17
    devo estar plenamente consciente
    da impermanência deste sentimento."
  • 14:17 - 14:20
    Com isso, não ficamos presos
    nem apegados a esse sentimento.
  • 14:21 - 14:22
    Se for um sentimento doloroso,
  • 14:22 - 14:25
    também podemos ver as origens físicas/fisiológicas,
  • 14:25 - 14:28
    psicológicas ou sociais
  • 14:28 - 14:30
    desse sentimento doloroso.
  • 14:30 - 14:32
    Vemos todas as condições
  • 14:32 - 14:35
    que nos trouxeram esse sentimento doloroso.
  • 14:35 - 14:38
    Da mesma forma, dizemos:
    "Este sentimento doloroso também é impermanente,
  • 14:38 - 14:39
    por isso
  • 14:39 - 14:43
    não devo ficar preso,
    nem apegado a este sentimento doloroso.
  • 14:45 - 14:47
    É apenas um sentimento."
  • 14:47 - 14:49
    E, no entanto, todos os sentimentos são impermanentes.
  • 14:49 - 14:53
    Portanto, não sejas escravizado por esse sentimento.
    Ele há de passar.
  • 14:53 - 14:54
    Se soubermos os métodos,
  • 14:54 - 14:56
    podemos transformar esse sentimento.
  • 14:56 - 15:02
    Com isso, nem ficamos presos
    nem rejeitamos esse sentimento doloroso.
  • 15:03 - 15:04
    O mesmo com um sentimento agradável.
  • 15:04 - 15:07
    Nem ficamos presos,
  • 15:07 - 15:10
    nem rejeitamos esse sentimento agradável.
  • 15:11 - 15:18
    Quando comemos uma tangerina, percebemos que
    a tangerina é doce e saborosa.
  • 15:18 - 15:19
    Há um sentimento agradável.
  • 15:19 - 15:22
    Mas sabemos que esse sentimento agradável
    também é impermanente.
  • 15:22 - 15:27
    Portanto, ter uma tangerina para comer
  • 15:27 - 15:32
    ...é bom. Mas não ter uma tangerina
    para comer também não é problema.
  • 15:34 - 15:38
    Quando comemos uma tangerina, pode haver um sentimento agradável.
    Mas quando não comemos, também pode haver um sentimento agradável.
  • 15:38 - 15:44
    Portanto, não ficamos presos a esse sentimento agradável.
  • 15:44 - 15:46
    Também não estamos
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    nem aterrorizados,
  • 15:48 - 15:50
    nem preocupados, nem com medo
    desse sentimento agradável.
  • 15:51 - 15:56
    "Hoje posso comer uma tangerina. Não sei
    se amanhã poderei comer outra."
  • 15:56 - 15:58
    Isso é preocupação e medo.
  • 15:58 - 16:02
    Isso é apego a esse sentimento agradável.
  • 16:04 - 16:07
    Alguém diz: "Não devo comer tangerinas,
  • 16:07 - 16:09
    não devo ter este sentimento agradável,
  • 16:09 - 16:10
    tenho de ter medo e
    evitar este sentimento agradável
  • 16:10 - 16:15
    porque, se amanhã ele desaparecer,
    vou sofrer."
  • 16:15 - 16:18
    Esses dois extremos devem ser abandonados.
  • 16:18 - 16:22
    Um é estar preso ou apegado.
    E o outro é ter medo ou receio.
  • 16:22 - 16:26
    Por medo ou receio,
    a pessoa não se atreve a...
  • 16:27 - 16:29
    aceitar um sentimento agradável.
  • 16:29 - 16:33
    Por um lado, é estar preso
    a um sentimento agradável.
  • 16:33 - 16:36
    Por outro, é ter medo de um sentimento agradável,
    não se atrever a aceitá-lo.
  • 16:36 - 16:39
    Estes dois extremos devem ser deixados para trás.
  • 16:39 - 16:43
    O mesmo com um sentimento doloroso.
  • 16:43 - 16:46
    Um é estar preso ou
    apegado a um sentimento doloroso.
  • 16:46 - 16:50
    E o outro é ter medo
    desse sentimento doloroso.
  • 16:50 - 16:54
    Estas duas atitudes devem ser deixadas.
    Temos de ser livres.
  • 16:54 - 16:57
    Algumas pessoas
  • 16:57 - 16:58
    ficam presas a sentimentos dolorosos
  • 16:58 - 17:01
    —por vezes, até querem
    ficar presas a eles.
  • 17:01 - 17:06
    No caso de seguir “prazeres de lazer excruciantes”,
    a pessoa quer intencionalmente ficar presa a sentimentos dolorosos.
  • 17:06 - 17:12
    Sentem que, quando estão a amuar, melancólicas,
    ou a ansiar por romance, etc., isso é divertido;
  • 17:12 - 17:14
    que não há diversão sem essas coisas.
  • 17:14 - 17:17
    A isso chama-se estar preso a sentimentos dolorosos.
  • 17:23 - 17:26
    Olhamos profundamente para ver a natureza
    de impermanência de um sentimento
  • 17:26 - 17:29
    e a natureza de interser de um sentimento,
  • 17:32 - 17:34
    para que não fiquemos presos a ele,
  • 17:34 - 17:37
    para que não haja...
  • 17:37 - 17:40
    pensamento de fugir daquele sentimento.
  • 17:40 - 17:42
    Com isso, mantemos a nossa liberdade.
  • 17:42 - 17:46
    “É assim que o praticante permanece estabelecido
  • 17:46 - 17:49
    na observação dos sentimentos
    nos sentimentos,
  • 17:49 - 17:54
    observação dos sentimentos
    a partir de dentro ou de fora,..."
  • 17:57 - 17:58
    Isto significa que nós...
  • 17:58 - 18:01
    podemos observar os nossos próprios sentimentos com atenção plena
  • 18:01 - 18:04
    e podemos observar com atenção plena
    os sentimentos de outra pessoa.
  • 18:04 - 18:07
    Observamos com atenção plena um sentimento nesse sentimento.
  • 18:07 - 18:12
    Observamos com atenção plena esse sentimento
    em conexão com todas as suas condições próximas e distantes
  • 18:12 - 18:14
    na esfera física/fisiológica,
  • 18:14 - 18:17
    na esfera psicológica
    e na esfera social.
  • 18:17 - 18:20
    Isso é o que se chama "observação...
  • 18:20 - 18:23
    dos sentimentos a partir de dentro
    ou a partir de fora."
  • 18:25 - 18:30
    "...ou observação dos sentimentos
    tanto de dentro como de fora.
  • 18:31 - 18:35
    Eles permanecem estabelecidos na observação
    do processo de surgimento dos sentimentos,
  • 18:35 - 18:38
    ou do processo de dissolução dos sentimentos,
  • 18:38 - 18:44
    ou de ambos os processos: surgimento
    e dissolução dos sentimentos.
  • 18:44 - 18:48
    Ou estão conscientes do facto:
    ‘Aqui está o sentimento.’
  • 18:50 - 18:53
    ‘Aqui está o sentimento.’
  • 18:53 - 18:56
    ‘Isto é um sentimento.’
    Isto...
  • 18:56 - 19:00
    é exatamente o que Thay chama de...
  • 19:00 - 19:03
    "reconhecimento simples",
  • 19:08 - 19:10
    ou seja, "la
  • 19:10 - 19:13
    reconnaissance
  • 19:13 - 19:15
    simple" em francês,
  • 19:18 - 19:21
    ou "nhận diện đơn thuần" em vietnamita.
  • 19:21 - 19:23
    Aqui, o sutra não usa
    essa expressão nominal exata,
  • 19:23 - 19:24
    mas a ideia principal
  • 19:24 - 19:26
    é reconhecimento simples.
  • 19:26 - 19:28
    Reconhecimento simples
  • 19:28 - 19:29
    significa
  • 19:29 - 19:32
    nem ficar preso ao sentimento,
  • 19:32 - 19:34
    nem rejeitá-lo.
  • 19:34 - 19:36
    Isso é reconhecimento simples.
  • 19:36 - 19:42
    "Ou estão conscientes do facto, ‘Aqui está o sentimento’,
    até que surjam a compreensão e a plena atenção."
  • 19:42 - 19:46
    Todas estas palavras servem para transmitir
    a ideia principal do reconhecimento simples.
  • 19:46 - 19:48
    Simplesmente reconhecemos,
  • 19:48 - 19:50
    sem ir mais além,
  • 19:50 - 19:55
    para que nem fiquemos presos,
    nem rejeitemos ou afastemos o sentimento.
  • 19:59 - 20:07
    "Permanecem estabelecidos na observação,
    livres, não presos a nenhuma consideração mundana."
  • 20:08 - 20:12
    O mais importante
    é a liberdade do praticante.
  • 20:12 - 20:15
    Liberdade em relação aos nossos sentimentos.
  • 20:15 - 20:18
    Mesmo que sejam sentimentos agradáveis,
    somos livres deles.
  • 20:18 - 20:23
    Vemos os sentimentos agradáveis com olhos muito...
  • 20:23 - 20:25
    claros.
  • 20:25 - 20:29
    Nem ficamos presos, nem temos medo deles.
  • 20:29 - 20:31
    Olhamos para os sentimentos dolorosos
    com os nossos olhos despertos.
  • 20:31 - 20:35
    Nem ficamos presos,
    nem temos medo dos sentimentos dolorosos.
  • 20:35 - 20:37
    O mesmo se aplica aos sentimentos neutros.
  • 20:37 - 20:41
    Com isso, tornamo-nos alguém
    que tem poder mágico, por assim dizer.
  • 20:41 - 20:43
    Como alguém com poderes mágicos, podemos...
  • 20:43 - 20:47
    transformar sentimentos,
    como quisermos.
  • 20:47 - 20:53
    Para outra pessoa, é um sentimento doloroso.
    Mas para nós, podemos ainda sorrir.
  • 20:54 - 20:58
    Para essa pessoa, sem determinada coisa,
    não se consegue viver.
  • 20:58 - 21:01
    Mas nós conseguimos sorrir.
    Não estamos assim tão mal.
  • 21:02 - 21:06
    Para essa pessoa, é algo completamente desinteressante,
  • 21:06 - 21:08
    até aborrecido. Mas nós conseguimos sorrir.
  • 21:08 - 21:10
    Porque vemos que é algo miraculoso.
  • 21:10 - 21:14
    A isso chamam sentimentos neutros.
  • 21:14 - 21:16
    Mas se formos "feiticeiros da atenção plena"
  • 21:16 - 21:19
    feiticeiros da atenção plena
    com todos os nossos poderes mágicos—
  • 21:19 - 21:23
    podemos transformar esses sentimentos neutros
    em sentimentos agradáveis.
  • 21:24 - 21:26
    Ao inspirar profundamente,
  • 21:26 - 21:30
    olhando o céu azul,
    ou observando as nuvens brancas,
  • 21:30 - 21:32
    para alguém, pode não ser nada de especial,
  • 21:32 - 21:34
    nada fora do comum.
  • 21:34 - 21:38
    Mas podem tornar-se
    grandes sentimentos agradáveis
  • 21:38 - 21:40
    com o poder de nos nutrir.
  • 21:40 - 21:43
    Com a energia da atenção plena,
  • 21:43 - 21:47
    temos habilidades mágicas infinitas.
  • 21:47 - 21:50
    E o melhor de tudo é que
    podemos manter-nos livres...
  • 21:50 - 21:52
    de todos os tipos de sentimentos.
  • 21:52 - 21:56
    Sejam dolorosos, agradáveis ou neutros,
    continuamos livres.
  • 21:56 - 22:00
    Temos de reler esta frase
    para perceber este ensinamento do Buda:
  • 22:01 - 22:05
    "O praticante permanece
    estabelecido na observação
  • 22:05 - 22:08
    do processo de surgimento dos sentimentos,
  • 22:08 - 22:11
    ou do processo de dissolução dos sentimentos,
  • 22:11 - 22:17
    ou de ambos os processos: surgimento
    e dissolução.
  • 22:17 - 22:22
    Ou estão conscientes do facto,
    ‘Aqui está um sentimento.’..."
  • 22:22 - 22:24
    ‘Aqui está apenas um sentimento’
  • 22:24 - 22:26
    —é isso que significa,
  • 22:29 - 22:31
    para que não...
  • 22:31 - 22:35
    levemos demasiado a sério, para que não nos domine,
    para que não nos afundemos nele.
  • 22:35 - 22:38
    É apenas um sentimento.
  • 22:40 - 22:43
    Por que razão haveríamos de entrar em pânico?
  • 22:43 - 22:47
    Por que razão haveríamos de ficar cegos?
  • 22:47 - 22:51
    Por outras palavras,
    a nossa liberdade é o que há de mais nobre.
  • 22:55 - 22:58
    "Ou estão conscientes do facto,
    ‘Aqui está apenas um sentimento’,
  • 22:58 - 23:01
    até que surjam a compreensão e a plena atenção.
  • 23:01 - 23:08
    Permanecem estabelecidos na observação, livres,
    não presos a nenhuma consideração mundana."
  • 23:09 - 23:14
    Portanto, ao lermos esta frase no sutra, vemos claramente que,
    o que um praticante mais preza na vida
  • 23:14 - 23:18
    é a sua liberdade.
  • 23:18 - 23:24
    Nunca devemos trocar essa liberdade
    por coisa alguma neste mundo.
  • 23:24 - 23:27
    Essa é a nossa felicidade.
  • 23:33 - 23:36
    Liberdade — ou libertação,
  • 23:36 - 23:39
    é o bem mais precioso para um praticante.
  • 23:45 - 23:52
    Essa frase também aparece
    na secção que fala sobre o corpo...
  • 23:52 - 23:55
    Quero dizer, a observação do corpo no corpo.
  • 23:55 - 23:57
    Essas palavras também são usadas lá.
  • 23:57 - 23:58
    Vamos relê-las:
  • 23:58 - 24:05
    “É assim que o praticante permanece estabelecido
    na observação do corpo no corpo,
  • 24:07 - 24:11
    observação do corpo
    de dentro ou de fora,
  • 24:11 - 24:14
    ou de ambos, dentro e fora.”
  • 24:16 - 24:18
    Vemos de dentro desse corpo
  • 24:18 - 24:20
    e vemos de fora desse corpo
  • 24:20 - 24:23
    elementos como terra, água,
    fogo e ar no interior;
  • 24:23 - 24:28
    e elementos como terra, água,
    fogo e ar no exterior.
  • 24:31 - 24:34
    “Permanecem estabelecidos
  • 24:34 - 24:37
    na observação do processo
    de surgimento no corpo,
  • 24:37 - 24:40
    ou do processo de dissolução no corpo,
  • 24:40 - 24:44
    ou de ambos os processos: surgimento
    e dissolução.
  • 24:44 - 24:46
    Ou estão conscientes do facto,
    ‘Aqui está o corpo’,
  • 24:46 - 24:50
    até que surjam a compreensão e a plena atenção.
  • 24:50 - 24:53
    Permanecem estabelecidos na observação, livres,
  • 24:53 - 24:56
    não presos a nenhuma consideração mundana.
  • 24:56 - 25:00
    É assim que se pratica
    a observação do corpo no corpo, ó bhikkhus.”
  • 25:00 - 25:03
    Estas são frases que
    os monásticos conhecem de cor
  • 25:03 - 25:05
    desde os tempos antigos até hoje.
  • 25:05 - 25:08
    Estas frases são conhecidas de cor.
  • 25:08 - 25:12
    Só precisamos de as compreender bem
    e de as aplicar na nossa vida diária.
  • 25:13 - 25:14
    Vemos com toda a clareza
  • 25:14 - 25:18
    que esta prática serve...
  • 25:18 - 25:22
    para nutrir e proteger a nossa liberdade.
  • 25:22 - 25:24
    Porque é essa liberdade, essa mesma liberdade,
  • 25:24 - 25:29
    que é a base da felicidade.
  • 25:29 - 25:32
    Essa liberdade
  • 25:32 - 25:35
    é libertação
  • 25:36 - 25:39
    —ou seja, mokṣa ou vimukti em sânscrito.
Title:
How Do You Observe the Feelings in the Feelings? (EN subtitles)
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25:43

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