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“Bhikkhus,...”
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Isto está na página 54
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do livro “Daily Chants of Zen Buddhist Tradition.”
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“Como é que um praticante permanece estabelecido
na observação das sensações nas próprias sensações?"
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Estamos agora a avançar para a segunda área,
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ou seja, a área das sensações.
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“Sempre que o praticante tem
uma sensação agradável, o praticante
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está consciente:
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‘Estou a experienciar uma sensação agradável.’
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‘Estou a ter uma sensação agradável.’
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O praticante pratica desta forma com todas as sensações,
sejam elas agradáveis, dolorosas ou neutras,
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observando quando pertencem ao corpo
e quando pertencem à mente.”
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Quando há uma sensação dolorosa,
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devemos estar conscientemente atentos de que
estamos a ter uma sensação dolorosa.
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Quando temos uma sensação neutra
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— uma sensação que não é...
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agradável nem dolorosa,
estamos conscientemente atentos de que
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estamos a ter uma sensação
nem agradável nem dolorosa.
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Estes 3 tipos de sensações
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podem pertencer ao corpo
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ou à mente.
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Isto significa que
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essa sensação pode ser física
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ou mental.
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Se for uma...
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sensação agradável
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que pertence ao corpo,
chamamos-lhe...
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uma sensação física agradável.
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Se for uma...
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sensação agradável que pertence à mente,
chamamos-lhe uma sensação mental agradável.
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Portanto, quando surgem sensações,
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sejam elas dolorosas, desagradáveis,
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neutras, etc.,
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devemos reconhecer essa sensação,
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não importa se ela pertence ao corpo ou à mente.
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Há uma coisa que devemos
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ter presente.
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As sensações que chamamos de “neutras”,
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nos sutras...
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quero dizer — não nos sutras, mas nos shastras,
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os mestres ancestrais muitas vezes disseram que
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as sensações agradáveis e dolorosas são
mais fáceis de reconhecer do que as neutras.
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Mas a verdade é que as sensações neutras
também são bastante fáceis de reconhecer.
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"Xả thọ" em vietnamita significa sensações neutras,
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nem dolorosas nem prazerosas.
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Costumamos aprender que,
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em nós, existe um rio de sensações.
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Cada gota da água desse rio é uma sensação
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que pode ser dolorosa, agradável ou neutra.
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Por vezes,
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estamos a ter uma sensação neutra
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mas provavelmente pensamos que não estamos
a ter qualquer sensação.
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Uma sensação neutra é uma sensação.
Não é o mesmo que não haver sensação.
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É como quando temos dor de dentes,
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temos uma sensação dolorosa.
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Quando não temos dor de dentes,
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acreditamos que não temos
qualquer sensação.
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Mas, na realidade, quando não temos
dor de dentes, temos...
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uma sensação neutra.
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Se não for uma sensação dolorosa,
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é ou neutra
ou agradável.
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No entanto,
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a sensação que se manifesta
quando não temos dor de dentes —
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podemos chamá-la de “neutra” ou “agradável”?
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A verdade é que
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pode ser uma sensação agradável.
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Quando surge uma dor de dentes terrível,
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desejamos imenso
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que essa dor termine.
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Nesse momento, sabemos que, se essa...
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sensação latejante da dor de dentes acabar,
ficaremos tão contentes.
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Isto significa que ficaremos muito satisfeitos e contentes
com aquilo que normalmente chamamos de “uma sensação neutra.”
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Uma sensação “neutra”, neste ponto,
é aquilo que desejámos
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é uma sensação agradável.
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A verdade é que, se uma dor de dentes terrível está a surgir mas
a dor pára de repente, isso é uma sensação muito agradável.
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Então, que nome devemos dar-lhe?
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Deve ser chamada de “sensação neutra”
para estar correto?
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Ou deve ser chamada de...
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“sensação agradável” para estar correto?
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Este é um tema para a prática.
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Em Plum Village, costumamos dizer que,
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um praticante da atenção plena
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pode transformar todas as sensações neutras
em sensações agradáveis.
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E, no entanto, as sensações neutras constituem
a maioria de todas as sensações.
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Vejamos um pai e um filho
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sentados na relva
num dia de Primavera.
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O pai está a praticar respiração consciente.
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Ao tomar consciência de que pode sentar-se na relva
num belo dia de Primavera,
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rodeado de flores amarelas e
roxas em flor,
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o ar tão fresco,
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e os pássaros a chilrear...
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alegremente,
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o pai está a ter uma sensação agradável.
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Mas o seu filho
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fica aborrecido ao fim de pouco tempo sentado ali.
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(Torna-se) aborrecido. Ele fica entediado.
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Por isso, o filho não quer
ficar ali sentado com o pai.
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Ele está exatamente na mesma situação
que o pai,
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mas, enquanto o pai
está a ter uma sensação agradável,
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o filho tem uma sensação neutra.
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Mas, como o filho não sabe
como lidar com essa sensação neutra,
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ao fim de pouco tempo sentado ali,
essa sensação neutra transforma-se numa sensação dolorosa.
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Torna-se dolorosa porque ele sente um grande tédio.
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Ao início, era uma sensação neutra.
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Depois, por não saber como lidar
com essa sensação neutra, esta transforma-se em dor.
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Por isso, ele levanta-se com determinação
e corre para dentro de casa para ligar a televisão,
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em busca de uma sensação agradável.
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Entretanto, o pai sente-se tão contente
e satisfeito por estar sentado lá fora.
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Esse contexto gera
uma sensação agradável para ele,
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mas não gera uma sensação agradável para o filho.
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Ao início, o filho tinha apenas uma sensação neutra.
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Mas, como essa sensação neutra
não foi bem cuidada,
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ela transformou-se
numa sensação dolorosa.
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E, porque considera essa sensação “dolorosa”,
foge dela.
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Por isso, volta para...
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a sala de estar
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e liga a televisão
para procurar sensações agradáveis.
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O mesmo acontece connosco.
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Quando não temos...
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nenhuma sensação agradável ou dolorosa,
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temos, obviamente, sensações neutras.
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Mas se não soubermos como lidar
com essas sensações neutras,
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elas tornam-se sensações dolorosas.
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No entanto, se soubermos,
elas tornam-se sensações agradáveis.
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A sensação de bem-estar
é uma sensação agradável.
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Pensemos naquele momento
em que surgiu uma dor de dentes forte.
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Faríamos qualquer coisa para trocar essa sensação dolorosa
pela sensação de não ter dor de dentes.
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A ausência de dor de dentes torna-se uma sensação agradável,
e não uma sensação neutra.
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Por isso, todas as sensações neutras no dia a dia
de uma pessoa atenta e consciente
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podem ser transformadas em sensações agradáveis.
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A nossa prática de “habitar felizmente
o momento presente”
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tem muito a ver com a observação
das sensações nas sensações.
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Na experiência do Thay,
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o ensinamento de “habitar felizmente
o momento presente”,
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praticado em Plum Village,
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é da mais alta importância.
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É sabedoria e discernimento,
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porque, todos os dias, recebemos
24 horas para viver;
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se formos sábios e habilidosos,
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todas as sensações...
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que as pessoas consideram “neutras”
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podem ser transformadas em sensações agradáveis.
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“Os pássaros a chilrear, os pinheiros a aplaudir,
as flores a florescer,
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o céu azul e as nuvens brancas
estão todos presentes.
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Olhos que irradiam a luz do amor,
e um sorriso cheio de consciência.
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Tu, que és a pessoa mais rica da Terra,
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deixaste a tua verdadeira casa
para procurar riquezas em terras estrangeiras.
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Deixa de ser o filho perdido.
Volta a casa e recebe a tua herança.”
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Recebemos a nossa “herança”
ao acendermos o fogo da atenção plena
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para reconhecer as maravilhas
que acontecem em nós e à nossa volta,
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para dar origem à alegria e à felicidade,
nutrindo-nos.
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Isso é praticar habitar felizmente
o momento presente.
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Thay acredita que, se conseguirmos praticar habitar
felizmente o momento presente, nós...
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já investimos “capital suficiente”.
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Tudo o que vier a seguir são “lucros”.
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Basta praticarmos habitar
felizmente o momento presente
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para atingirmos o “equilíbrio”.
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Isto é até dizer pouco.
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Podemos alcançar muitas outras coisas pelo caminho,
como sermos capazes de ajudar pessoas,
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e contribuir para a vocação do Buda e dos
Bodhisattvas de ajudar o mundo.
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Estes são grandes “lucros”.
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Quando conseguimos viver 24 horas por dia
em paz e com felicidade,
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no espírito de “habitar felizmente
o momento presente”, é aí que...
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não estamos a “funcionar com prejuízo”.
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Não importa quantos anos
temos ou não temos,
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podemos sempre aprender a viver
felizes no momento presente.
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Como vivemos hoje?
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Tivemos alguma felicidade?
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Fomos capazes de aplicar o ensinamento
de habitar felizmente o momento presente?
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Se a resposta for positiva,
significa que não tivemos “prejuízo”.
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Mas, se não fomos capazes,
então tivemos “prejuízo”.
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Mas o simples facto de não termos “prejuízo”
já é muito bom.
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Além disso, a nossa prática trará também
muitos outros “lucros” valiosos. Isto é falar...
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em termos empresariais, usando a linguagem do mundo dos negócios.
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Quando temos uma sensação agradável,
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ou uma sensação dolorosa,
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ou uma sensação neutra,
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devemos usar a energia da atenção plena
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para iluminar essa sensação dolorosa,
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ou essa sensação agradável,
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ou essa sensação neutra,
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para ver com mais clareza
a verdadeira natureza dessa sensação dolorosa,
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neutra ou agradável.
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Porque quando há atenção plena,
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a sensação é acolhida.
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E, uma vez que conseguimos acolher uma sensação com atenção plena,
conseguimos ver dentro dessa sensação.
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O sutra dizia:
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temos de olhar para dentro de um sentimento
para ver de onde é que ele vem.
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Vem do corpo
ou vem da mente?
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Seja doloroso, agradável ou neutro,
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um sentimento tem uma base.
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Pode ter uma base física/fisiológica,
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psicológica
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ou social.
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Quando observamos um sentimento,
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temos de ver a sua base.
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É psicológica, física/fisiológica ou social?
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Olhando ainda mais profundamente,
podemos ver as condições...
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as condições que deram origem
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àquele sentimento.
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Certamente, pode ter origem física
ou fisiológica,
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psicológica
-
ou social.
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Se não houvesse condições favoráveis
para se manifestar, não se teria manifestado.
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Com isso, olhamos para a natureza chamada
"originação interdependente"
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de um sentimento.
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Então, conseguimos ver a natureza
da impermanência desse sentimento.
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Mesmo que seja um sentimento agradável, também devemos reconhecer a natureza de impermanência desse sentimento por nós próprios.
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Quando conseguimos ver, por nós próprios, a natureza impermanente daquele sentimento,
não ficamos presos a ele.
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Dizemos: "Este é um sentimento agradável,
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mas este sentimento agradável é também frágil
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e impermanente.
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Por essa razão,
-
devo estar plenamente consciente
da impermanência deste sentimento."
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Com isso, não ficamos presos
nem apegados a esse sentimento.
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Se for um sentimento doloroso,
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também podemos ver as origens físicas/fisiológicas,
-
psicológicas ou sociais
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desse sentimento doloroso.
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Vemos todas as condições
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que nos trouxeram esse sentimento doloroso.
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Da mesma forma, dizemos:
"Este sentimento doloroso também é impermanente,
-
por isso
-
não devo ficar preso,
nem apegado a este sentimento doloroso.
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É apenas um sentimento."
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E, no entanto, todos os sentimentos são impermanentes.
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Portanto, não sejas escravizado por esse sentimento.
Ele há de passar.
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Se soubermos os métodos,
-
podemos transformar esse sentimento.
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Com isso, nem ficamos presos
nem rejeitamos esse sentimento doloroso.
-
O mesmo com um sentimento agradável.
-
Nem ficamos presos,
-
nem rejeitamos esse sentimento agradável.
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Quando comemos uma tangerina, percebemos que
a tangerina é doce e saborosa.
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Há um sentimento agradável.
-
Mas sabemos que esse sentimento agradável
também é impermanente.
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Portanto, ter uma tangerina para comer
-
...é bom. Mas não ter uma tangerina
para comer também não é problema.
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Quando comemos uma tangerina, pode haver um sentimento agradável.
Mas quando não comemos, também pode haver um sentimento agradável.
-
Portanto, não ficamos presos a esse sentimento agradável.
-
Também não estamos
-
nem aterrorizados,
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nem preocupados, nem com medo
desse sentimento agradável.
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"Hoje posso comer uma tangerina. Não sei
se amanhã poderei comer outra."
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Isso é preocupação e medo.
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Isso é apego a esse sentimento agradável.
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Alguém diz: "Não devo comer tangerinas,
-
não devo ter este sentimento agradável,
-
tenho de ter medo e
evitar este sentimento agradável
-
porque, se amanhã ele desaparecer,
vou sofrer."
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Esses dois extremos devem ser abandonados.
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Um é estar preso ou apegado.
E o outro é ter medo ou receio.
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Por medo ou receio,
a pessoa não se atreve a...
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aceitar um sentimento agradável.
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Por um lado, é estar preso
a um sentimento agradável.
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Por outro, é ter medo de um sentimento agradável,
não se atrever a aceitá-lo.
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Estes dois extremos devem ser deixados para trás.
-
O mesmo com um sentimento doloroso.
-
Um é estar preso ou
apegado a um sentimento doloroso.
-
E o outro é ter medo
desse sentimento doloroso.
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Estas duas atitudes devem ser deixadas.
Temos de ser livres.
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Algumas pessoas
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ficam presas a sentimentos dolorosos
-
—por vezes, até querem
ficar presas a eles.
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No caso de seguir “prazeres de lazer excruciantes”,
a pessoa quer intencionalmente ficar presa a sentimentos dolorosos.
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Sentem que, quando estão a amuar, melancólicas,
ou a ansiar por romance, etc., isso é divertido;
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que não há diversão sem essas coisas.
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A isso chama-se estar preso a sentimentos dolorosos.
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Olhamos profundamente para ver a natureza
de impermanência de um sentimento
-
e a natureza de interser de um sentimento,
-
para que não fiquemos presos a ele,
-
para que não haja...
-
pensamento de fugir daquele sentimento.
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Com isso, mantemos a nossa liberdade.
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“É assim que o praticante permanece estabelecido
-
na observação dos sentimentos
nos sentimentos,
-
observação dos sentimentos
a partir de dentro ou de fora,..."
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Isto significa que nós...
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podemos observar os nossos próprios sentimentos com atenção plena
-
e podemos observar com atenção plena
os sentimentos de outra pessoa.
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Observamos com atenção plena um sentimento nesse sentimento.
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Observamos com atenção plena esse sentimento
em conexão com todas as suas condições próximas e distantes
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na esfera física/fisiológica,
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na esfera psicológica
e na esfera social.
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Isso é o que se chama "observação...
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dos sentimentos a partir de dentro
ou a partir de fora."
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"...ou observação dos sentimentos
tanto de dentro como de fora.
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Eles permanecem estabelecidos na observação
do processo de surgimento dos sentimentos,
-
ou do processo de dissolução dos sentimentos,
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ou de ambos os processos: surgimento
e dissolução dos sentimentos.
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Ou estão conscientes do facto:
‘Aqui está o sentimento.’
-
‘Aqui está o sentimento.’
-
‘Isto é um sentimento.’
Isto...
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é exatamente o que Thay chama de...
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"reconhecimento simples",
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ou seja, "la
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reconnaissance
-
simple" em francês,
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ou "nhận diện đơn thuần" em vietnamita.
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Aqui, o sutra não usa
essa expressão nominal exata,
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mas a ideia principal
-
é reconhecimento simples.
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Reconhecimento simples
-
significa
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nem ficar preso ao sentimento,
-
nem rejeitá-lo.
-
Isso é reconhecimento simples.
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"Ou estão conscientes do facto, ‘Aqui está o sentimento’,
até que surjam a compreensão e a plena atenção."
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Todas estas palavras servem para transmitir
a ideia principal do reconhecimento simples.
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Simplesmente reconhecemos,
-
sem ir mais além,
-
para que nem fiquemos presos,
nem rejeitemos ou afastemos o sentimento.
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"Permanecem estabelecidos na observação,
livres, não presos a nenhuma consideração mundana."
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O mais importante
é a liberdade do praticante.
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Liberdade em relação aos nossos sentimentos.
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Mesmo que sejam sentimentos agradáveis,
somos livres deles.
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Vemos os sentimentos agradáveis com olhos muito...
-
claros.
-
Nem ficamos presos, nem temos medo deles.
-
Olhamos para os sentimentos dolorosos
com os nossos olhos despertos.
-
Nem ficamos presos,
nem temos medo dos sentimentos dolorosos.
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O mesmo se aplica aos sentimentos neutros.
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Com isso, tornamo-nos alguém
que tem poder mágico, por assim dizer.
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Como alguém com poderes mágicos, podemos...
-
transformar sentimentos,
como quisermos.
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Para outra pessoa, é um sentimento doloroso.
Mas para nós, podemos ainda sorrir.
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Para essa pessoa, sem determinada coisa,
não se consegue viver.
-
Mas nós conseguimos sorrir.
Não estamos assim tão mal.
-
Para essa pessoa, é algo completamente desinteressante,
-
até aborrecido. Mas nós conseguimos sorrir.
-
Porque vemos que é algo miraculoso.
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A isso chamam sentimentos neutros.
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Mas se formos "feiticeiros da atenção plena"
-
—feiticeiros da atenção plena
com todos os nossos poderes mágicos—
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podemos transformar esses sentimentos neutros
em sentimentos agradáveis.
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Ao inspirar profundamente,
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olhando o céu azul,
ou observando as nuvens brancas,
-
para alguém, pode não ser nada de especial,
-
nada fora do comum.
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Mas podem tornar-se
grandes sentimentos agradáveis
-
com o poder de nos nutrir.
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Com a energia da atenção plena,
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temos habilidades mágicas infinitas.
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E o melhor de tudo é que
podemos manter-nos livres...
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de todos os tipos de sentimentos.
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Sejam dolorosos, agradáveis ou neutros,
continuamos livres.
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Temos de reler esta frase
para perceber este ensinamento do Buda:
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"O praticante permanece
estabelecido na observação
-
do processo de surgimento dos sentimentos,
-
ou do processo de dissolução dos sentimentos,
-
ou de ambos os processos: surgimento
e dissolução.
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Ou estão conscientes do facto,
‘Aqui está um sentimento.’..."
-
‘Aqui está apenas um sentimento’
-
—é isso que significa,
-
para que não...
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levemos demasiado a sério, para que não nos domine,
para que não nos afundemos nele.
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É apenas um sentimento.
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Por que razão haveríamos de entrar em pânico?
-
Por que razão haveríamos de ficar cegos?
-
Por outras palavras,
a nossa liberdade é o que há de mais nobre.
-
"Ou estão conscientes do facto,
‘Aqui está apenas um sentimento’,
-
até que surjam a compreensão e a plena atenção.
-
Permanecem estabelecidos na observação, livres,
não presos a nenhuma consideração mundana."
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Portanto, ao lermos esta frase no sutra, vemos claramente que,
o que um praticante mais preza na vida
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é a sua liberdade.
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Nunca devemos trocar essa liberdade
por coisa alguma neste mundo.
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Essa é a nossa felicidade.
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Liberdade — ou libertação,
-
é o bem mais precioso para um praticante.
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Essa frase também aparece
na secção que fala sobre o corpo...
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Quero dizer, a observação do corpo no corpo.
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Essas palavras também são usadas lá.
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Vamos relê-las:
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“É assim que o praticante permanece estabelecido
na observação do corpo no corpo,
-
observação do corpo
de dentro ou de fora,
-
ou de ambos, dentro e fora.”
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Vemos de dentro desse corpo
-
e vemos de fora desse corpo
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elementos como terra, água,
fogo e ar no interior;
-
e elementos como terra, água,
fogo e ar no exterior.
-
“Permanecem estabelecidos
-
na observação do processo
de surgimento no corpo,
-
ou do processo de dissolução no corpo,
-
ou de ambos os processos: surgimento
e dissolução.
-
Ou estão conscientes do facto,
‘Aqui está o corpo’,
-
até que surjam a compreensão e a plena atenção.
-
Permanecem estabelecidos na observação, livres,
-
não presos a nenhuma consideração mundana.
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É assim que se pratica
a observação do corpo no corpo, ó bhikkhus.”
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Estas são frases que
os monásticos conhecem de cor
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desde os tempos antigos até hoje.
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Estas frases são conhecidas de cor.
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Só precisamos de as compreender bem
e de as aplicar na nossa vida diária.
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Vemos com toda a clareza
-
que esta prática serve...
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para nutrir e proteger a nossa liberdade.
-
Porque é essa liberdade, essa mesma liberdade,
-
que é a base da felicidade.
-
Essa liberdade
-
é libertação
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—ou seja, mokṣa ou vimukti em sânscrito.