PBL ESO ANO 03 FASE 07 2025 VIDEOCAST INOVACOES E DESENVOLVIMENTO

A adoção de tecnologias
como blockchain,

IoT e Cloud Computing
já está aí há algum tempo,

mas ela não é importante
só pela tecnologia.

Ela é importante para atender
demandas de operação, de gestão,

e uma série de outros aspectos

que fazem uma empresa funcionar.

Por isso, eu, André David,

e você, que está acompanhando
esse episódio aqui do videocast,

vamos conversar com dois caras
que são especialistas

e vão trazer para a gente
alguns cases reais

de como essas tecnologias
se comportam na prática.

Um desses caras é
o Leonardo Orabona.

Tudo bem com você, Léo?

Tudo bem. E aí, pessoal,
tudo bem com vocês?

Sou professor aqui na FIAP
no curso de IA.

Estou aqui para ajudar
um pouquinho sobre o assunto,

falar um pouco de IoT, segurança

na área de IoT também,
que é bem importante.

E o blockchain, como ele
entra para a gente aí também

para a questão de documentação,
como a gente consegue fazer isso

virar realmente o dia a dia dos nossos
alunos e dentro das empresas.

Ah, já estamos ansiosos.

Eu, pelo menos, já quero saber
quais são as brechas.

Mas antes disso, Gustavo Torrente
é o nosso segundo convidado.

Tudo bem, Gu?

Fala, André!

Tudo ótimo.

Fala, pessoal!

Eu sou Gustavo Torrente, sou head
de educação corporativa aqui na FIAP

e também professor nos nossos
programas de MBA

em tecnologias emergentes.

Vai ser um prazer enorme
falar de Inteligência Artificial,

IoT, blockchain,
cloud, e muito mais.

A lista não acaba.

E é engraçado porque eu
acho que todo ano que vier

a gente meio que vai dar uma olhada

quais são as tecnologias
que estão bombando esse ano,

o que deu certo
ou não ano passado.

Eu tenho aqui um dado
do Gartner que, lá em 2024,

eles estavam apontando
algumas tecnologias emergentes,

como a IA generativa,

gêmeos digitais, espaços
inteligentes, essa coisa toda.

O que eu queria saber de vocês?

Parece que muita coisa fica
só na imaginação da gente

e muita coisa a gente já vê
sendo colocada em prática

por empresas do Brasil
e de fora do Brasil.

O que já é realidade, o que já está
rolando de fato nas empresas?

Bom, a tríade indispensável é
a Inteligência Artificial, dados cloud.

É um caminho sem volta.

Mas, correndo por fora,
temos outras tecnologias

como blockchain,
que muito se faz e pouco se fala.

O blockchain nasce
no movimento open source,

chega em empresas privadas,
e agora a gente está vendo

a adoção em massa no blockchain

por empresas públicas,
pelo governo.

Não é algo muito
divulgado ainda,

mas é uma tecnologia que veio
para resolver muitos problemas

de rastreabilidade,
principalmente segurança.

E o que você está observando, Léo,

o que está rolando aí que você
tem visto de movimentos?

A gente vê que o que mais
trouxe impacto

para o blockchain
foram as criptos.

Então, essa adoção de Bitcoin,
de Ethereum, enfim,

isso trouxe mais uma popularização

para o que a gente
chama de blockchain,

mas é uma tecnologia que pode
ser aplicada para diversos setores.

Então, principalmente
por questão de documentação,

de você autenticar um documento...

Por isso que o pessoal fala que o cartório
é uma coisa que vai sumir logo mais.

A gente está esperando
para que isso ocorra realmente,

porque é muito mais seguro.

Imagina você ter um documento
muito antigo lá

que você não vai
conseguir recuperar.

Mas hoje, com a blockchain,

com os documentos digitais,
você não vai perder isso nunca mais.

Então é nessa preocupação
que as empresas têm adotado, né,

como eu vou preservar que essa
minha cadeia que aconteceu

é de verdade, que me alterou
alguma coisa aí no meio.

E também a gente
tem falado bastante

de hardware evoluindo,
software evoluindo,

e de empresas que têm adotado
alguma forma de integração.

Quando a gente fala
de indústria, principalmente,

o pessoal fala bastante
de sensores e tudo mais,

mas eu sei que não
é a única aplicação,

que, para negócios diferentes,
tem diferentes formas de abordar.

O que você viu de bacana
nessa mesclagem

hardware e software que dá
para você contar para a gente?

Eu acho que o equipamento
ficando cada vez mais barato.

A gente tem essa questão
dos projetos ficarem mais fáceis

de serem implementados também.

Então quando a gente
fala de hardware,

usando um ESP32, um Arduíno,

uma coisa mais tranquila
de se trabalhar,

mas começar a prototipar,

a gente vê diversas tecnologias
que foram surgindo a partir daí.

Hoje tem dispositivos minúsculos

que você consegue instalar
em casa, instalar na sua empresa,

que você vai conseguir medir
o quanto está consumindo,

se tem coisa acesa,

o que as pessoas estão fazendo,
onde elas estão passando.

Então você consegue
gerar um fluxo

e melhorar a eficiência
da empresa em si.

E eu, como um supernerd,
escuto o tudo isso e falo:

legal, eu vou
colocar lá em casa.

Vai ser incrível.

Mas as empresas têm
encontrado um uso

para esse tipo de monitoramento,

para essa mesclagem
de hardware e software?

Total, André, e nos mais
variados setores.

A gente fala aqui de tecnologia
na área da saúde.

É o terceiro setor que mais
investe em dispositivos como IoT,

perdendo só para varejo
e setor automotivo.

Ao longo dos anos,
mundo pós pandemia,

evoluiu muito a questão
de você ter um oxímetro em casa,

um medidor de pressão.

A pessoa que tem diabetes,
vai medir glicose,

não precisa mais
furar o dedo todo dia

porque tem dispositivos
que vão coletando...

Integração hardware e software, né?

Coletando não só diariamente
qual é o seu nível de glicose,

mas também trabalhando ali
com análises preditivas.

Aqui dentro da FIAP
a gente tem um clássico

de integração entre
hardware e software.

Quem lembra aqui?

Bom, eu estou
esperando você me contar.

O NeuroSky.

Olha aí! Conte para a galera,

para quem nunca viu,
que não sabe o que é,

só para eles entenderem.

Para quem nunca viu o NeuroSky,

com certeza, se você
abrir o Instagram da FIAP,

você vai ver ali um kit
com várias lâmpadas acendendo

através de uma tiara que está
captando ondas cerebrais.

A onda da concentração.

Quanto maior o poder
de concentração,

mais lâmpadas vão se acender.

Isso pode ser utilizado
através da camada de software

para você captar padrões,
fazer uma gamificação,

trabalhar ali com alunos
em questão de concentração,

e uma série de outras coisas.

E como o Leonardo
falou, ao longo dos anos,

o preço do hardware,
do dispositivo,

se torna
cada vez mais acessível.

Um kit desse de IoT,
que antes custava 300, 400 reais,

hoje, no Mercado Livre,
por 100 reais você compra

uma plaquinha de Arduíno,
sensores, jumpers.

E a evolução do software também.

Não é só o hardware
que está caindo,

mas o software...

Quando a gente fala nesse
contexto de IA generativa,

não é que eu vou chegar lá
no ChatGPT e falar assim:

cria um software para integrar
com o hardware.

Mas você tem ferramentas
low-code hoje que estão em ascensão

e a galera está conseguindo produzir
cada vez mais com menos.

Você vai deixando
mais acessível, né?

Qualquer um com pouco
conhecimento

já vai colocando em prática,
já vai aprendendo.

Com certeza com o ChatGPT
ou coisas do tipo,

você vai conseguir ter
uma facilidade maior,

Não é que você vai sair do zero
e conseguir fazer tudo.

Mas você vai começar a caminhar

para esse caminho mesmo,
de conseguir fazer por conta própria.

Tanto você levantou essa bola
do IoT quanto o Gu falou agora,

que tem sido visto
com muito bons olhos.

Porque exatamente, gente?

Parece que foge um pouco
à nossa percepção,

porque a gente imaginava
IoT, há dez anos,

como a geladeira dizendo
que faltou leite.

Não quero.

Eu abro e pronto.

Mas parece que está havendo
um investimento massivo em IoT...

- Por várias empresas.
- É a automação, né?

É a automação
do nosso dia a dia.

Por exemplo, a gente está aqui...

O meu está descarregado,
está carregando ali do lado.

Mas vocês dois estão com o relógio.

Esse relógio está te
medindo o dia inteiro,

está sabendo quantos passos
você está dando,

como está a sua saúde,
seu batimento cardíaco.

E tudo isso, se a gente atrelar
com o conhecimento dos dados,

você pode ter uma previsão
que daqui x anos

você pode ter
algum tipo de problema,

mas você pode ter
uma previsão médica.

Então tudo isso agrega muito
com o uso no dia a dia,

com os dados que a gente
está coletando.

E também é recente até, mas
a gente vê aquela propaganda

que fala sobre o uso do Apple Watch,
por exemplo, pra salvar vidas.

O pessoal usa o iPod,
sofre um acidente,

acontece alguma coisa que consegue
disparar através desse relógio

uma mensagem, chamar bombeiro,
polícia, e ser resgatado.

Muitas vezes a pessoa
está inconsciente.

Tem negócio que até nasceram
nessa pegada, né?

"Vou prestar consultoria de corrida.

Me passa o seu relógio
que a gente vai ver."

E, Gu, eu tenho visto que,
pela resposta do Léo,

aquela fala anterior que você disse,
dos dados serem relevantes,

aí que mora o grande valor então,
o grande segredo, né?

Exatamente, André, exatamente.

O IoT é um conceito
que nasceu no ano 2000,

ou seja, tem mais de 25 anos
que existem pesquisas

com identificadores
de radiofrequência, o tal do RFID,

que originaram esse termo.

E você muito bem
falou que, há dez anos, foi o hype,

Assim como hoje é a IA,
há dez anos,

eu estava aqui na FIAP,
lá na época da graduação,

e todo mundo falava de IoT, M2M,

de ter a geladeira conectada.

E IoT é muito mais
do que a gente imagina.

Ele entra na nossa vida
e não pede licença.

Sem você perceber, você está
pagando por aproximação,

você está com um relógio
monitorando a sua saúde.

Isso ali na pessoa física.

Agora, respondendo a sua pergunta,
na pessoa jurídica, nas empresas,

semana passada eu estava
almoçando na casa de um amigo

e o pai dele é dono
de uma empresa

de palmilhas ortopédicas.

Nossa, que específico!

- É, palmilhas ortopédicas.
- Caramba!

Colocaram o chip no palmilha?

Não, vai vendo.

Ele tem uma produção
com impressoras 3D

para fazer
a palmilha ortopédica.

Ele fez um acordo na China,
patenteou um software,

e cada franquia que ele tem,

são mais de 80 lojas
espalhadas pelo Brasil....

Não vou falar o nome
para não fazer propaganda.

Mas eu sei que eu já usei, né?

Você vai lá, escaneia o pé,
ele faz a palmilha ortopédica.

E o dono da empresa,
esse pai do meu amigo,

é um senhorzinho de 90 anos.

Caramba!

E está super lúcido

Eu fui falar de IA com ele,
ele me deu uma aula

de hacking e tudo mais.

Eu falei: caramba, o cara
está muito atualizado!

E ele falou uma frase para mim
que ficou muito marcada.

Ele falou: "Gustavo,
o IoT é o olho que tudo vê".

Adorei.

Ele falou: "Na minha fábrica,
eu tenho tudo",

porque ele consegue saber
se a máquina deu pau,

teve algum problema,

se ele consegue acionar outra,

e o gerente, que as vezes está ali
para apagar um incêndio,

com IoT, ele fica muito
mais com a estratégia

do que toda hora ali estar
olhando para produção,

porque você tem um dispositivo
que está coletando milhares de dados,

e através da programação,
o engenheiro de software

vai transformar esses
dados em informação,

e informação em conhecimento.

E aproveitando que você
deu esse gancho,

porque eu estou imaginando
que o pessoal já está vislumbrando

um monte de possibilidades.

"Eu vou oferecer uma solução
que faz isso, faz aquilo, que integra".

E tem um elefante aqui na sala
que a gente não abordou ainda,

que é a tal da segurança, Léo.

O Gu está falando aqui de pontos
centrais para as empresas.

Puxa, adquirir esses dados,
trabalhá-los, usá-los,

mandar para o lugar
certo, gerar relatórios.

Dá pra ver que é valioso.

Mas como isso é visto
do ponto de vista da segurança?

Porque a gente está falando
de um jogo totalmente diferente,

de simplesmente faz um CRUD,

guarda no banco de dados
e vai para casa.

Se a gente for pensar um pouco
nessa coleta, tudo isso é dado.

Se tudo isso cair nas mãos
erradas, pode ser prejudicial.

E dispositivos de IoT
normalmente são chips,

mas um pouco mais fracos
que um computador normal, né?

E ele tem uma certa limitação.

Então a gente não consegue trabalhar
com uma criptografia muito elevada

justamente por causa do tipo
de processamento que ele faz.

Então, para esse nível
de processamento,

a gente tem que colocar o nível
adequado também de segurança.

Não dá para a gente trabalhar
com uma computação quântica

num chip do ESP32.

Não dá para fazer uma criptografia
muito avançada.

Então, só um parênteses.

Em termos de business, você
tem que aceitar certos riscos.

Você sabe que aquele ali
é esse, né?

Aí se a gente falar
um pouco mais de popularizar,

as pessoas começaram
a fazer da forma errada.

Então, desse jeito, a gente tem
muitos dispositivos no mercado hoje

que são vulneráveis,

tanto fechaduras eletrônicas,
esse tipo de coisa,

que não deixa de ser um IoT.

Ele está conectado à internet,
consegue abrir a distância,

mas isso causa
uma falha meio grave.

Então também tem câmeras,
coisas conectadas,

e com isso tudo, a gente pode ter uma falha
de segurança dentro da empresa.

Ou seja, os caras
não estão investindo

só em coleta de dados,
em processamento,

nessa parte de software e hardware
a gente estava falando.

Tem que ter um investimento
massivo em segurança?

Tem, tem que ter investimento
massivo em segurança

e também em educação.

Fazendo aqui o meu jabá...

Não tem como não
falar de educação,

porque a segurança constrói...

Não existe um software....

"Ah, comprei um software
aqui de segurança".

A segurança começa na educação,

na conscientização das pessoas.

Num contexto empresarial,
colocar uma senha forte,

ter uma autenticação
de dois fatores.

Essa questão que o Léo trouxe
da fechadura eletrônica,

você tem lá a sua casa
toda conectada.

Aí você chega na porta
da sua casa, ela está trancada,

aí você dá um grito
lá para dentro...

"Alexa, abre a porta de casa".

A Alexa não tem esse
mecanismo de validação.

Eu estou dando um exemplo
aqui hipotético...

- Mas funciona.
- Pode acontecer.

Nossa, gente, é
muito sério o negócio.

E, Léo, me fala uma coisa,

uma pessoa que é engenheira
de software, por exemplo,

e que ela ou está no trabalho
de desenvolver arquitetura

daquilo que vai ser usado,

ou ela está efetivamente
escrevendo linha de código,

que tipo de preocupação
ela tem que ter

para garantir que o trabalho
da pessoa da segurança rode bem?

A gente sempre tem
aquela divisão de...

Eu sou dev, eu sou banco,
eu sou uma coisa.

Só que aí a gente foi misturando
durante os anos como isso funciona.

Então a gente tem o DevOps,

aí hoje tem o DevSecOps,

que é o cara que já pensa
o código focado em segurança,

Então, tem algumas técnicas.

Não dá para a gente
abordar tão rápido aqui.

Mas dá para a gente ir estudando
essa área do DecSecOps,

que é como eu vou preparar
esse meu código,

o que eu tenho que me preocupar,

principalmente em entradas
de dados ou saídas de dados,

se eu estou colocando esse dado
de uma forma criptografada, correta e tal,

onde eu vou trafegar esse dado,

para ter certeza que tudo
isso está o mais seguro possível.

Nada é 100% seguro, mas...

Tem que aceitar
algum nível de risco,

mas tomar um cuidado adequado.

Eu estou pensando
que alguém que está ouvindo a gente

com certeza vai virar um CTO,
uma CTO no futuro,

vai ser o responsável
por tomar decisões tecnológicas

que façam a empresa
continuar vivendo e avançando.

E aí eu fico pensando
na escolha de ferramentas,

na escolha de tecnologias.

Porque parece que tem tanta
coisa para tanto lado diferente

que a gente fica maluco.

Eu não consigo
conhecer tudo de IoT,

eu não consigo
conhecer tudo de IA,

eu não consigo conhecer tudo
de banco, de coleta de dados.

Vocês têm algum conselho?

O que dá para a pessoa fazer
para olhar meio de cima e falar:

"Pera, eu vou começar por aqui",
"Eu vou começar por ali",

ou busca esse nome, aquele.

O que você acha, Léo?

Eu, hoje, investiria na pessoa.

Por quê?

Se a gente for falar de firewall,

de qualquer tipo de sistema
para segurança,

antivírus, seja lá o que for,

é meio difícil hoje você conseguir
quebrar qualquer coisa

porque tudo está bem-preparado,
mas a pessoa não está.

Então, a pessoa que vai lá
e desativa o antivírus

para instalar um programa falso,

é a pessoa que vai lá
e aceita um e-mail phishing,

é a pessoa que vai lá
e faz alguma coisa errada.

Normalmente o problema
começa aí.

Então, se a gente investir
na pessoa, no funcionário ali,

der uma boa aula para ele
e falar não faz isso, não faz aquilo,

eu acho que já é meio
caminho andado.

As empresas que te procuram
têm tido essa preocupação

com a segurança especificamente?

Eles usam uma palavrinha
do accountability,

que é responsabilidade do usuário

de não cair em golpes
relacionados à engenharia social,

porque eles estão cada vez mais
especialistas nesse tipo de crime,

engenharia social,
de procurar onde você está,

as suas redes sociais,
o nome dos seus gatos

e o golpe acaba se tornando
muito mais convincente.

E com um uso acelerado
da IA generativa,

que hoje reproduz não só texto,

mas também áudios,
vozes e vídeos,

vai muito da conscientização
do usuário.

Então as empresas hoje
que estão olhando para a FIAP

e buscando educação corporativa,
buscando treinamento,

estão buscando muito
nessa fase de conscientização

antes de falarmos
de ferramenta, de firewall,

de técnicas avançadas.

Eles estão preparando ali a base

em relação à conscientização

do uso seguro
dos seus dispositivos.

Caramba, gente, é muito legal
ver como essa integração acontece

e como, de fato, a gente está falando
aqui de tecnologias

que são procuradas
pelas empresas,

mas com uma razão,
com um objetivo.

Não é à toa.

Eu queria só tocar
em uma última tecnologia,

porque vocês mencionaram
o blockchain,

e o blockchain,
em termos técnicos,

parece que já está tudo
relativamente bem resolvido.

Se você procurar ali
materiais para aprender,

você consegue reproduzir
a parte técnica

e criar ali uma rede.

Então, onde estão os desafios

para uma empresa
falar assim, por exemplo:

"Olha, eu sou
uma empresa pequena...",

média, grande, não importa,

"E eu quero que o contrato
que o Gustavo recebe

e que depois, no final,
vai chegar lá na mão do Léo,

não seja modificado
no meio do caminho,

ou que, se ele for modificado,
a gente consiga rastrear".

Falando parece tão fácil.

Onde está a dor de barriga
das empresas?

Olha, no meu ponto de vista,
o gargalo é o cultural.

Porque ferramenta você tem,
você tem ali blockchain,

mas hoje a gente
tem que entender

que também não é
uma bala de prata.

Muitas empresas vão
surfar nessa onda e...

"Ah, o ar-condicionado está
pingando", blockchain, né?

Calma, vamos dar
um passo para trás...

Não resolve tudo, né?

Exato.

Você tem a questão
de rastreabilidade, de auditoria.

É sensacional.

O blockchain é uma tecnologia que nasce
com o Bitcoin no cenário cripto,

mas que hoje o pessoal fala:

"Legal esse negócio de criptomoeda,
mas o token é muito mais bacana,

o contrato inteligente".

É daí que a gente começa a olhar
para o mercado corporativo

e o uso de redes
blockchains privadas,

que você tem ali
um acesso permissionado,

uma velocidade
mais rápida e tudo mais.

Mas o grande ponto é entender

se eu realmente preciso
de um blockchain,

se eu preciso ter rastreabilidade,

se eu tenho múltiplas
partes envolvidas,

se eu tenho um grau de desconfiança
entre essas partes.

Porque às vezes tem muitos casos

que um banco de dados
pode resolver.

Em outros casos, não,

eu preciso de fato
adotar o blockchain.

Mais uma vez, educação.

Quem são os engenheiros de software

que estão desenvolvendo
em Solidity,

um contrato inteligente
para Ethereum,

ou Ethereum,
como você preferir.

Então você tem lá
os kits de desenvolvimento

para a plataforma blockchain,
você também tem aí

uma nebulosidade
de desenvolvedores.

Ainda não são muitos,
mas quando explodir

vai ter uma procura
muito grande.

Se você começar a investir

o seu tempo e o conhecimento
nessa área,

você vai se dar bem
lá na frente.

Cara, faz muito sentido
essa questão da cultura, né?

Porque é parecido com o que você
falou referente à própria segurança.

Se não tem uma cultura
de um colaborador ali...

"Pera aí, não é para mim
clicar nesse link,

não é para eu responder
esse e-mail...", e tudo mais.

"Achei um pen drive aqui.

O que será que eu faço?"

Exatamente.

E sabe o que eu estava pensando?

Eu quero trazer uma provocação
aqui para a nossa mesa.

Nós três, enquanto
professores da instituição,

seja na graduação, seja no MBA,
seja numa live, não importa,

a gente geralmente fala
para os nossos alunos algo como:

"Não se apaixone pela solução.

Se apaixone pelo problema.

Ou, "Às vezes a solução
não é tecnológica.

É uma solução de processo."

A gente fala essas coisas.

Mas quando a gente
olha para o mercado,

também tem uma outra realidade,

que é o de empresas
adotarem tecnologias

para não ficarem para trás.

É aquele negócio que, se eu não
adotar essa tecnologia agora,

eu estou perdido.

Eu sei que é uma pergunta
de 1 milhão de dólares,

que não dá para vocês responderem

com uma certeza eterna.

Mas o que dá para fazer
para adotar a tecnologia

que realmente vai trazer
essa relevância que você falou

e eu não acabar
fazendo uma besteira

de adotar uma tecnologia cara

que muitas vezes
eu nem tenho profissionais

e que não vai alavancar?

Eu vou até dar um case aqui.

Semana passada
teve um cliente nosso

que trouxe um insight
muito bacana.

Mas voltando uma casa
antes, que você disse André,

se o processo interno não está
muito bem azeitado dentro de casa,

não adianta você
querer trazer tecnologia.

Da série frases clichês
que nós usamos em sala de aula.

A tecnologia é meio, né?

Eu vou marcar no meu bingo aqui.

Tecnologia é meio, é verdade,

porque se você diz: "Ah, vou comprar
a melhor ferramenta de IA aqui,

vou automatizar as minhas tarefas",

se o seu processo está bagunçado,
você vai automatizar bagunça.

O problema que você ia ter,
que ia levar um mês para aparecer,

agora vai começar
a aparecer mais rápido.

Então a gente tem que olhar
para dentro de casa,

entender quais são
os processos internos,

e aí sim pensar
num próximo ponto,

que é a automação,
é o uso da IA.

E aí esse nosso cliente
falou assim:

"Gustavo, hoje eu vejo
um monte de empresa...",

e é verdade,

"Um monte de empresa
contratando Copilot à rodo.

Eu falei: eu queria ser
o vendedor da Microsoft

que está vendendo o Copilot.

Essa é a hora de fazer
o pé de meia.

Essa é a hora, essa é a hora.

Todas as empresas que eu falo:
o que vocês estão usando?

"Ah, Copilot!"

Então eu vi assim,
que para a empresa tapar um buraco

ou... "Não, a gente está aqui
com IA generativa",

contratou o Copilot.

Ele falou: "Gustavo, eu não sei
o ROI dessa ferramenta".

"Ah, a pessoa é mais produtiva."

Mas o quanto ela
está sendo produtiva?

"Ah, ela está sendo
mais eficiente."

Tá, mas quantos projetos ela está
entregando mais do que antes?

Então, o que ele está fazendo?

Soluções agnósticas com LLM.

Ele desenvolveu ali
a base de LLM dele

e está plugando todos,

OPenAI, DeepSeek,
cloud, entre outros.

Agora eu estou vendo
no mercado um tal de...

Não sei se você viu, Léo,
de arquitetura MCP

para Super Agentes...

Que a Anthropic, a empresa
do Cloude, francesa, desenvolveu,

para você ter
um padrão universal

de plugar esses LLMs
e ter uma solução agnóstica.

O que eu quero dizer aqui?

É meio que um protocolo
que eles desenvolveram.

É um protocolo para você
falar com a LLM direto.

Exato. E aí fica
muito mais acessível

do que você contratar uma ferramenta
por contratar, entendeu?

E sabe que eu tive
a oportunidade de conversar

com um dos diretores
lá da Anthropic.

A gente fez uma entrevista
com ele lá no Hipsters Ponto Tech.

É muito legal ver essa preocupação
que eles estão tendo

de entender
o cliente indivíduo

e entender o cliente empresarial,
as necessidades,

o que cada um precisa,
que eu plugue,

o que cada um precisa
que eu entregue.

Agora, Léo, o Gu
falou algumas coisas

que, para mim, estão
muito mais explícitas

do ponto de vista
desses outros sistemas.

Agora, quando o assunto é segurança,

dá a impressão que é me
dá o cartão corporativo

que eu vou gastar tudo
o que tem de mais top,

e eu imagino que também
seja uma armadilha,

porque às vezes você está
comprando uma bomba atômica

para matar uma formiga,

O que você recomenda?

É bem nesse nível.

A gente tem de tudo no mercado.

Você vai ter firewall
ali até gratuito,

talvez você consiga
um open source,

para firewall de 1 milhão de dólares.

Caramba!

Então vai depender
da sua necessidade.

Aqui na FIAP, a gente tem
um bom firewall, eu garanto.

É bem caro o negócio.

Mas é a necessidade.

Quantos alunos a gente tem aqui,
quantas pessoas acessando,

quanto a gente tem
que gerenciar de rede.

Cada andar tem um Wi-Fi diferente.

Toda a divisão dessa rede.

Tudo isso tem que ser
controlado numa central.

Então depende do seu tamanho,
depende da sua empresa.

É exatamente o você falou, não
adianta a gente comprar o mais caro

que não é o que vai
nos atender melhor.

Tem que ser proporcional.

E esse proporcional, Gu...

Você usou a palavra ROI.

Eu sei que para a galera que talvez
esteja acompanhando a gente

e entenda um pouco
mais de negócios

ou esteja um pouco mais
acostumado com esse mundo,

a palavra é superfácil de entender.

Mas tem uma galera que talvez
nunca tenha lidado com ela.

Isso tem bastante a ver

com o quanto de eficiência

eu consigo comprovar
que uma ferramenta está me trazendo

ou quais melhorias.

É uma preocupação
que tem que existir, né,

eu conseguir medir o quanto
a adoção de uma tecnologia

melhorou a minha vida?

Total, André.

O ROI é o retorno
do investimento.

Por que uma compra um produto

ou um serviço
de uma outra empresa?

Por três motivos.

O primeiro deles,
para aumentar a lucratividade.

Segundo, para reduzir custo.

Terceiro, para mitigar risco.

Não é uma decisão emocional,

como nós estamos no shopping,
e vimos lá uma promoção...

- Achei bonito e vou comprar.
- Vou comprar, né?

Parece potente esse.

Eu vou usar.

É o clássico do paulista
quando vai para a Bahia

e volta com um berimbau.

- O que você vai fazer com aquilo, né?
- Você vai fazer uma compra emocional.

Exato.

E ainda conta uma história
que fez um bom negócio,

que o cara deu
desconto e tudo mais.

E no B2B não acontece isso.

No B2B, ou você vai ter
uma compra de um produto

para aumentar a sua receita,
diminuir o seu custo,

ou mitigar risco.

Se não for por
um desses motivos,

a empresa não vai fazer
negócio com você.

Então o vendedor,
o engenheiro de software,

que vai para esse lado
um pouco mais comercial

e já está trabalhando com essas
buzzwords como ROI e tudo mais,

vai seguir muito essa linha.

Eu vou vender ali Copilot,

está todo mundo
querendo comprar.

Não está muito preocupado
com o retorno disso,

mas ela tem essa necessidade.

Agora, eu vou comprar um firewall,

a conta que ela tem
que fazer é a seguinte:

esse é o de 1 milhão de dólares?

Mas por que eu estou
comprando de 1 milhão?

Porque se eu sofrer um ataque,
eu vou perder 10 milhões.

Caramba!

Puxando nesse gancho,
a gente está falando ROI,

é retorno sobre investimento.

No mundo da segurança
tem o ROSI,

que é o retorno sobre
investimento em segurança.

E é justamente essa medida.

A gente vai medir
o quanto a gente investiu

e quanto a gente deixou de perder,

não o quanto a gente
ganhou, entende?

Porque tem todo o risco que você
está mitigando pelas ferramentas,

pelo jeito que você
está trabalhando.

Então, se você investiu 1 milhão
é para você não perder dez.

Agora, se eu não
investir esse 1 milhão,

será eu vou perder dez ou vinte?

E funciona até
para o outro lado, né,

porque a gente estava falando
das plaquinhas baratas.

A placa é superbarata, mas ela vai
te gerar um problema de segurança

que você nunca tinha
parado para pensar

e nunca tinha parado para analisar.

Gente, eu adorei esse papo
que a gente teve aqui,

porque eu acho fundamental que nós,
que somos pessoas mais técnicas,

entendamos um mundo para além
das nossas linhas de código,

para além
da tecnologia favorita,

para entender
as necessidades mesmo.

O que a empresa precisa,
o que a pessoa precisa,

e criar soluções.

Então eu gostaria muito de abusar
um pouco mais ainda

da gentileza de vocês

e pedir para vocês
deixarem uma dica

para quem, até esse momento,

talvez estivesse muito acostumado
a adotar a tecnologia...

Eu vou usar a expressão
que você usou, Gu.

Na emoção...

"Eu vou escolher
essa IA na emoção",

"eu vou escolher usar blockchain

e não algum outro tipo
de rede na emoção",

"Eu vou escolher usar um determinado
IoT e não outro na emoção".

E a gente entendeu aqui
pelo papo com vocês

que não pode ser na emoção.

Então, o que vocês sugerem

para a galera que está ouvindo a gente
para que comecem a fazer isso?

O que que eu preciso fazer

para deixar a emoção de lado

na hora de escolher
uma tecnologia nova?

E vou dar um exemplo prático aqui.

Quando a gente fala
de grandes redes de restaurantes,

a gente sabe que tem
aquele McDonald’s

onde vende o lanche à rodo, né,

então o que mais sai.

Eles adotam tecnologia
diretamente

porque eles precisam ter
um processo rápido

que vai entregar
com a mesma qualidade.

Não vamos dizer que é
a melhor coisa do mundo,

mas entregam
uma qualidade legal.

E eles tem que ter um padrão

em todos os restaurantes,
em todas as franquias.

Sabe aquela telinha
que aparece lá...

"Caiu tal pedido",

"O pedido está pronto
para você buscar"?

Aquilo era
para acelerar processo,

de você saber que o seu
pedido está sendo feito

e a hora que o seu
pedido está pronto.

Quando aquilo entrou,
a gente teve uma boa mudança...

"Ah, já está pronto,
eu vou lá buscar",

e funcionava.

Só que os funcionários começaram
a ser cobrados por isso...

"Está demorando muito
para entregar,

está demorando muito
para entregar".

Hoje, se você for perceber,
vai aparecer lá que está pronto,

você vai lá buscar
e ainda não está.

Por quê? Porque eles
são cobrados pelo tempo

que eles estão levando para fazer.

Só que aí entra a pessoa...

"Pô, eu vou entregar?

Não, vou clicar que está pronto
e ainda vou fazer aqui".

Aquela métrica inicial foi subvertida?

Olha o quanto eles gastaram.

Todos os restaurante têm a tela,
todos os restaurantes têm sistema,

tudo está funcionando
do mesmo jeito.

Mas entrou a pecinha,
o ser humano ali, né?

Eles precisavam ter
considerado as pessoas.

Tinham que ter considerado
a outra variável ali,

que não entrou no jogo.

E você, Gu, o que sugere
para a galera?

Bom, a minha dica não é nenhuma
dica de 1 milhão de dólares,

mas pelo que eu estou vendo,

toda semana sai uma coisa nova,
uma nova ferramenta.

Meu Deus, como eu
vou ficar atualizado?

Como eu vou conseguir
aprender tudo isso?

Eu acredito que hoje,
pela minha experiência própria

ao longo dos últimos anos,

vá direto na fonte.

Aprenda um pouquinho de inglês,

tenta aí na documentação
oficial do GitHub,

veja ali os papers, veja
o que está acontecendo.

Não espere alguém ver,
traduzir do ponto de vista dele,

fazer um vídeo no YouTube,
para você assistir.

Então, participe de comunidades,

como no Discord
que tem na Alura,

dos meetups
que tem aqui na FIAP.

Faça ali e fortaleça
o seu networking...

E fique de olho nas fontes.

Aprenda um pouquinho de inglês,

e vá consumir,
vá beber direto da fonte.

Eu acho que outra parte importante
também é: desça um degrau.

Por que desça um degrau?

Você está olhando
de cima as coisas.

Vai lá e faz, tipo, vai
vai lá e faz o lanche.

Quanto tempo eu estou
levando para fazer?

Será que essa métrica é real?

Entregue em um minuto mesmo

ou será que ele
precisa de cinco?

É aquela diferença
entre ver o tutorial

e na hora que você vai
fazer dá tudo errado.

Então vai lá e faz.

Será que essa ferramenta...

Pego o GPT e vou usar um dia,
pego o cloud e vou usar um dia.

Qual está me ajudando mais,

qual está me ajudando
a produzir mais?

"Essa."

Então vamos escolher essa.

Gente, dicas valiosíssimas!

É muito legal a gente ter
esse tipo de conversa.

Eu me sinto saindo daqui

sabendo um pouco a mais
e pensando um pouco a mais.

Léo, foi um prazer ter você
aqui com a gente, cara.

O prazer é meu. Sempre
que quiser, é só chamar.

E, Gu, é muito bom poder
gravar com você de novo.

Muito bom, André,
e obrigado pelo bate-papo.

Léo, obrigado pela troca,

e obrigado ao pessoal de casa
que nos acompanhou até agora,

Com certeza.

E obrigado pela integração,
porque, afinal de contas,

você percebeu que as tecnologias
podem se integrar,

mas isso depende
menos das tecnologias

e mais do seu domínio
do problema,

e entender o papel
que cada uma vai desempenhar.