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Foni Joyce é uma refugiada do Sudão do Sul.
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Foni, obrigada por estar aqui com a gente.
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As Nações Unidas estimaram que havia
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20 milhões de refugiados pelo mundo
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no fim do ano passado.
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Nós ouvimos frequentemente
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essas estatísticas de nível macro,
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mas são as histórias mais pessoais
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que conseguem nos cativar para trazer
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consciência e mudanças.
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Você pode nos contar sobre a sua própria
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experiência sendo uma refugiada?
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—Muito obrigada! Como você disse,
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o meu nome é Foni Joyce, eu nasci no Sudão
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mas tenho origens no Sudão do Sul.
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Os meus pais escaparam do nosso país
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em 1991 porcausa da guerra, e tiveram que
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enfrentar uma longa caminhada partindo
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do Sudão do Sul até Uganda antes de
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chegarem até o Quénia. E essa foi uma
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experiência de lutar pela própria vida.
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Meu pai era um jornalista, e estava
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sendo perseguido por pessoas
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que acreditavam que ele era um informante.
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Ele teve que caminhar para muito longe
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para sobreviver, e garantir a segurança
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de sua família. Nós chegamos a Nairóbi,
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onde ficamos atualmente com meus primos
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e minha mãe.
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—Certo. Agora nós vamos falar sobre
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a assembléia das Nações Unidas,
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uma reunião plenária de alto escalão,
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que irá abordar um grande número
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de refugiados e imigrantes, e ocorrerá
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no dia 19 de setembro de 2016.
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Ela sevirá como um modelo para os
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Estados membros traçarem um plano
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para suprir necessidades humanas imediatas
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e de desenvolvimento há longo prazo.
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Como a conclusão dessa conferência
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pode fazer a diferença para pessoas como
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você e a sua família?
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—O resultado desse encontro terá um papel
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vital, pois políticas serão tomadas.
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E tais políticas afetarão a minha vida,
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a de meus sobrinhos e também de outros
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refugiados de uma forma positiva.
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Porque se políticas são feitas voltadas
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para educação, serviços sociais,
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vistos de trabalho, isso possibilita que
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nós, os refugiados, nos tornemos agentes
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humanitários do nosso próprio espaço.
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Nos traz a capacidade de nos empoderarmos,
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e, com o empoderamento, automaticamente
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nos tornamos agentes da paz de
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nossos países.
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Então se houver a criação de políticas positivas,
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definitivamente a reunião terá um enorme
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impacto em nossas vidas.
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—Você também está envolvida em grupos
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de jovens refugiados.
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Qual discurso você espera ver
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no documento antecipado de conclusão
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"Pacto Global Sobre Refugiados",
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para garantir a contribuição única dos jovens
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neste processo seja representada?
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—Eu espero ver mais oportunidades para os jovens.
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Mais oportunidades para expressarem
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suas ideias, mais oportunidades para que
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eles estejam em posições de liderança.
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Pois eu acredito que, se há essa oportunidade,
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eles se tornam líderes,
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eles se tornam a mudança que queremos ver.
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Eu espero ver mais oportunidades de educação
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para o desenvolvimento de capacidades
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e habilidades para os jovens,
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para que se tornem mais esclarecidos
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e ativos no que estiverem fazendo.
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Isso muda a vida deles,
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os torna pessoas melhores para liderar as proximas gerações
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—Você mencionou construção da paz,
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o que é debilmente considerado com frequencia
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uma ameaça para muitos. O que você acha
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que ajuda a garantir que os jovens
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possam se tornar líderes em construir a paz?
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—Jovens podem liderar a construção de paz
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se lhes for dada a oportunidade,
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se forem empoderados, mentorados