Reportagem: Varoufakis & Horvat lançam Movimento Democracia na Europa 2025

Nesta reportagem, acTVism Munich proporciona uma visão geral sobre as atividades que ocorreram no dia 9 de Fevereiro de 2016, dia em que o Movimento Democracia na Europa 2025 foi lançado por Yanis Varoufakis e Srecko Horvat. Esta reportagem tem como objetivo dar ao público uma visão transparente, documentando as atividades e entrevistando os organizadores e os participantes. Entrevistamos Yanis Varoufakis, Srecko Horvat, Katja Kipping and Gesine Schwan.

Em Fevereiro há outros projetos que visam proporcionar voz aos movimentos ativistas que irão acontecer em Munique aquando do 52º Conferência de Segurança agendada para 12-14 de Fevereiro. No dia 15 de Fevereiro, vamos divulgar uma entrevista com o Prof. Noam Chomsky, que irá falar sobre os meios de comunicação social e como e porque minam os movimentos populares e o ativismo.

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Bem-vindo a AcTVism Munich.

Sou Zain Raza,

apresentando de Volksbühne Berlin,

onde um novo movimento está a começar,

fundado pelo antigo Ministro da Finanças Grego, Yanis Varoufakis

e por Srecko Horvat, filósofo e ativista.

Este movimento chama-se Democracia na Europa 25.

Vários assuntos serão discutidos hoje:

a política económica da Europa, a política externa

e a crise dos refugiados.

O convite foi feito a feministas,

a movimentos de ativistas, a jornalistas e a membros de organizações sindicais.

Nós iremos falar com organizadores e participantes

para fornecer uma perspetiva deste evento. Por isso, fique atento!

Antes de começarmos a primeira sessão, irei dar a palavra a Yanis Varoufakis.

Sem mais demora, vamos dar início à sessão.

Este é o fundamento sobre o qual a Europa imagina a sua unidade.

O que nós testemunhamos é um dos principais problemas

que é o que as corporações multinacionais não (inaudível)

Nós somos confrontados com a desarticulação de muitos acordos institucionais

que têm sustentado a governação Europeia.

Uma verdadeira integração europeia deve ser estado-social, ou não será.

Nós devemos falar sobre meios de comunicação sem fins lucrativos, independentes, populares,

que é baseado em (...) corporativa (...) está nas mãos da comunidade.

Nós não acreditamos numa divisão do trabalho entre pensamento e prática.

Nós temos de falar sobre a obrigação que o estado tem,

não só de proteger contra (...) , mas também de construir alternativas

desenhadas para resistir à violação de direitos.

Muitas pessoas são céticas quanto ao futuro,

apesar de Bernie Sanders nos EUA

- há muitas críticas que lhe são dirigidas -, Jeremy Corbyn abriu caminho no ranking no Reino Unido,

e nós temos algumas mudanças que estão para vir em Espanha e em Portugal.

Vê isto como grandes mudanças positivas

para o nosso futuro? Tem esperanças num mundo melhor?

Sim. Relativamente a esperanças, a elite da União Europeia

está a destruir toda a esperança relativamente ao futuro da UE. Mas, se ainda há

esperança, é graças aos ativistas. Por exemplo,

os ativistas que estão nos movimentos solidários para os refugiados e

que estão a organizar ações concretas de solidariedade. Eles seguram a bandeira

da democracia e da humanidade, atualmente.

O que é novo aqui, eu penso, eu espero, pelo menos, é que nós

não incluímos apenas os movimentos, as organizações sindicais, os partidos políticos tradicionais.

Mas, por exemplo, neste encontro

tivemos pessoas que são ativistas de Tor ou da Wikileaks.

Nunca vi, antes, tantas pessoas da área da tecnologia

interessadas em lutar pela democracia.

E, nós sabemos que não há democracia sem tecnologia.

Na verdade, a tecnologia pode ajudar-nos, hoje, a lutar pela democracia.

Portanto, o que nós podemos ver neste primeiro encontro,

mas, também, de outros encontros e pessoas

que apoiam o Manifesto, por exemplo: (...) Toni Negri, Julian Assange),

Nós podemos ver que pessoas que não se reunião habitualmente, reuniram-se.

Portanto, nós, também, temos pessoas do Podemos, pessoas de (...) também.

Os partidos trabalhistas estiveram interessados e apoiaram o DiEM 25.

Atualmente, estamos a viver um momento político na UE

em que só existe uma direção. Essa direção é a democracia.

A outra direção será a distopia. Uma distopia muito semelhante à da 1º Guerra Mundial e 2ª Guerra Mundial.

Há algumas críticas relativamente ao número de mulheres que participaram no painel de hoje.

Esta questão ocorreu-lhe? Tem alguma crítica a fazer? Há outra crítica que queira fazer e que o movimento possa enfrentar?

Durante a tarde, encontrei várias mulheres que tiveram a oportunidade de tomar a palavra.

Por isso, não estava muito impressionada e preocupada com a injustiça nessa questão.

Eu penso que é muito difícil reunir tantas pessoas

empenhadas em ideias e integrá-las intelectualmente.

Eu tive a impressão de que a discussão foi

compreendida com um espécie de contributo para

atividades concretas e iniciativas do DiEM25.

Através desta convergência de movimentos que são poderosos,

mas que tendem a esmorecer e a morrer quando deixados sozinhos...

Esta convergência com organizações existentes e estabelecidas

de gerações anteriores e de séculos de lutas,

como por exemplo, organizações sindicais,

é a única fonte possível de esperança para a mãe solteira

que está a sofrer, desempregada, tem 58 anos, está desempregada,

(...) dar-lhe a oportunidade de mudanças tecnológicas,

às pessoas na Grécia que têm de sobreviver,

a todas as famílias, cuja pequena pensão tem sido cortada,

às pessoas na Irlanda que têm sofrido golpes sucessivos

pela austeridade. E, nós agora (...) Existe, agora, um problema: a água.

Portanto, para evitar que este tipo de movimento se extinga,

temos de nos reunir todos

e com instituições estabelecidas

trazer a possibilidade de esperança.

O dia foi preenchido com discussões, propostas construtivas, intercâmbio, criação de redes.

Este movimento está numa fase inicial, neste momento,

e nós temos de ver qual será o resultado.

Por isso, esteja atento com acTVism Munich!

Siga-nos em www.activism.org

Sou Zain Raza, de Berlim.

Obrigado por ter estado connosco, hoje!