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PBL TDD ANO 02 FASE 01 2025 VIDEOCAST LUZ CAMERA E CAPTACAO

  • 0:08 - 0:11
    Direção de fotografia é um tema
    muito interessante.
  • 0:11 - 0:14
    Algumas pessoas o levam
    muito no literal
  • 0:14 - 0:15
    achando que é simplesmente...
  • 0:15 - 0:16
    "Eu tirei uma foto ali.
  • 0:16 - 0:18
    Como eu trabalho com isso?".
  • 0:18 - 0:20
    Mas é um tema
    bastante complexo,
  • 0:20 - 0:22
    e a gente veio conversar
    um pouquinho sobre ele hoje.
  • 0:22 - 0:24
    Eu sou Murilo,
    professor da FIAP,
  • 0:24 - 0:27
    e estou aqui com o Cléber
    e com a Thaís
  • 0:27 - 0:29
    para a gente discutir
    um pouquinho.
  • 0:29 - 0:30
    Olá, pessoal!
  • 0:30 - 0:33
    Meu nome é Cleber Rohrer,
    eu sou produtor audiovisual
  • 0:33 - 0:35
    e professor aqui da FIAP.
  • 0:35 - 0:36
    Oi, pessoas!
  • 0:36 - 0:38
    Meu nome é Thaís Saraiva,
    eu sou editora de vídeo
  • 0:38 - 0:40
    e também sou
    professora de audiovisual.
  • 0:40 - 0:43
    Para começar, eu sempre
    gosto de abordar
  • 0:43 - 0:45
    a confusão que eu mais vejo,
  • 0:45 - 0:47
    que, para muitas pessoas,
  • 0:47 - 0:51
    direção de fotografia
    é uma imagem bonita.
  • 0:51 - 0:54
    Eu gosto muito
    de começar lembrando
  • 0:54 - 0:57
    que sempre que a gente está
    em fevereiro de qualquer ano,
  • 0:57 - 0:59
    tem a indicação para o Oscar,
  • 0:59 - 1:00
    aí tem um monte de filme
    que é indicado,
  • 1:00 - 1:05
    a melhor direção
    de fotografia etc.,
  • 1:05 - 1:08
    e aí, muitas pessoas
    olham para um frame bonito,
  • 1:08 - 1:12
    e aquele frame bonito para eles
    é a melhor direção,
  • 1:12 - 1:14
    a melhor fotografia possível.
  • 1:14 - 1:16
    Como a gente pode definir isso,
  • 1:16 - 1:18
    para a gente sair
    um pouco dessa
  • 1:18 - 1:22
    de que fotografia não é só
    uma imagem bonita?
  • 1:22 - 1:25
    Primeiro tem que pensar que é
    imagem em movimento, né?
  • 1:25 - 1:27
    Porque as pessoas
    vêem o fotograma
  • 1:27 - 1:29
    e acham que é um quadro.
  • 1:29 - 1:30
    Tudo bem que é um quadro,
  • 1:30 - 1:33
    mas você tem que pensar
    que tem que ter uma harmonia,
  • 1:33 - 1:36
    uma organização
    na história como um todo.
  • 1:36 - 1:40
    Fotografia, direção da fotografia,
    a gente não pode esquecer
  • 1:40 - 1:43
    que levam os conceitos
    básicos da fotografia,
  • 1:43 - 1:46
    ainda mais a fotografia Still, né?
  • 1:46 - 1:49
    Mas, ainda assim, a gente
    tem essa passagem,
  • 1:49 - 1:51
    que é o da cinematografia.
  • 1:51 - 1:54
    Então, tudo que vai
    envolver a imagem,
  • 1:54 - 1:56
    tudo que vai envolver
    a iluminação,
  • 1:56 - 1:59
    a gente fala
    a respeito da fotografia.
  • 1:59 - 2:01
    É interessante
    também a gente pensar
  • 2:01 - 2:05
    que, muitas vezes,
    na história do cinema,
  • 2:05 - 2:08
    existe um conflito
    entre os diretores,
  • 2:08 - 2:11
    o diretor geral
    e os diretores de fotografia.
  • 2:11 - 2:13
    Isso no Brasil e no mundo.
  • 2:13 - 2:14
    Por quê?
  • 2:14 - 2:17
    Porque justamente
    o diretor de fotografia
  • 2:17 - 2:21
    é que vai cuidar
    de toda a cozinha
  • 2:21 - 2:25
    para vir o diretor
    e trabalhar ali em cima.
  • 2:25 - 2:28
    Então, às vezes tem toda
    a questão de demorar,
  • 2:28 - 2:31
    de deixar muito perfeito,
  • 2:31 - 2:32
    para poder...
  • 2:34 - 2:36
    Preparar para o diretor
  • 2:36 - 2:39
    realizar aquilo que ele
    tinha pensado.
  • 2:39 - 2:41
    E sem contar que também
    tem muito a ver com o ambiente.
  • 2:41 - 2:44
    Eu acho que às vezes as pessoas
    esquecem, quando estão assistindo,
  • 2:44 - 2:46
    de que não é só a fotografia
  • 2:46 - 2:48
    que você está montando ali
    para aquela cena.
  • 2:48 - 2:51
    Você tem que pensar na linguagem
    da história como um todo.
  • 2:51 - 2:54
    Então às vezes elas
    pensam na fotografia
  • 2:54 - 2:56
    como sendo aquela coisa
    bela, maravilhosa,
  • 2:56 - 2:58
    como se fosse um musical
    da Broadway,
  • 2:58 - 2:59
    alguma coisa
    que tem muito brilho,
  • 2:59 - 3:02
    e tem que lembrar
    que às vezes tem filmes
  • 3:02 - 3:03
    que não precisam de tudo isso
  • 3:03 - 3:05
    porque a história
    não pede tudo isso.
  • 3:05 - 3:07
    Então você tem essa relação
  • 3:07 - 3:09
    de como você vai
    trabalhar a fotografia
  • 3:09 - 3:13
    que é condizente com o tipo
    de história que você está contando.
  • 3:13 - 3:16
    E isso também acaba
    sendo passado
  • 3:16 - 3:18
    até na escolha dos figurinos,
  • 3:18 - 3:22
    outros detalhes que ajudam
    a evidenciar a fotografia
  • 3:22 - 3:25
    e ajudam a evidenciar a história
    que você está contando.
  • 3:25 - 3:27
    Uma coisa que eu acho
    bastante curiosa
  • 3:27 - 3:31
    é que o excesso de tecnologia
    que a gente tem hoje
  • 3:31 - 3:35
    meio que leva algumas
    pessoas a errar.
  • 3:35 - 3:39
    "Ah, grava mais uma ali
    e a gente vê na hora da edição,
  • 3:39 - 3:41
    a gente pega umas opções."
  • 3:41 - 3:44
    Tem um top erros na hora
    de fazer fotografia?
  • 3:44 - 3:47
    Porque, assim,
    todo mundo um dia
  • 3:47 - 3:49
    vai bater a cara na parede, né,
  • 3:49 - 3:50
    produzindo alguma
    coisa, errando.
  • 3:50 - 3:54
    Mas se desse para dar uma lição,
    aquele conselho de amigo,
  • 3:54 - 3:56
    dos erros mais comuns
  • 3:56 - 3:59
    na hora de fazer uma captação,
  • 3:59 - 4:01
    uma boa direção de fotografia.
  • 4:01 - 4:03
    Primeiro, bater o branco, né?
  • 4:03 - 4:05
    Sim, por favor,
  • 4:05 - 4:09
    e escolher a iluminação
    que vai trabalhar na gravação
  • 4:09 - 4:12
    de um jeito que você
    consiga corrigir na pós.
  • 4:12 - 4:13
    Porque às vezes a pessoa...
  • 4:13 - 4:15
    "Eu quero trabalhar
    com filtro azul",
  • 4:15 - 4:18
    e põe o filtro azul tão forte
    na hora de gravar
  • 4:18 - 4:19
    que na hora que você vai editar
  • 4:19 - 4:21
    você não consegue mais
    mexer naquele material.
  • 4:21 - 4:24
    Aí você, literalmente, tem
    que voltar e gravar de novo.
  • 4:24 - 4:27
    Isso que você falou
    é muito legal,
  • 4:27 - 4:30
    porque quando a gente
    tem essa questão
  • 4:30 - 4:33
    de vou corrigir na pós,
  • 4:33 - 4:37
    já pressupõe que vai acontecer
    alguma coisa errada.
  • 4:38 - 4:40
    E aí vem a questão, novamente,
  • 4:40 - 4:42
    da direção de fotografia
  • 4:42 - 4:44
    pensar como um todo
  • 4:44 - 4:46
    para ter uma menor interferência
  • 4:46 - 4:48
    na hora da pós-produção.
  • 4:50 - 4:51
    Uma coisa...
  • 4:51 - 4:53
    Eu acho que a Thaís aqui,
    como editora,
  • 4:53 - 4:54
    vai concordar comigo.
  • 4:54 - 4:58
    Uma coisa é
    se trabalhar num vídeo
  • 4:58 - 5:01
    para que, na hora
    da pós-produção,
  • 5:01 - 5:05
    aquilo já seja pensado, do que...
  • 5:06 - 5:08
    Do que o contrário, né,
  • 5:08 - 5:10
    do que... "Nossa!
  • 5:10 - 5:11
    Foi feito errado
  • 5:11 - 5:15
    e eu vou ter que refazer
    tudo na pós-produção."
  • 5:15 - 5:19
    Eu acho que esse é
    um fator essencial.
  • 5:19 - 5:23
    Essa questão
    do ajuste do branco,
  • 5:23 - 5:25
    que é o mais comum
  • 5:25 - 5:27
    da direção de fotografia,
  • 5:27 - 5:28
    vai ser o quê?
  • 5:28 - 5:32
    Bom, eu vou ajustar
    a iluminação,
  • 5:32 - 5:37
    o tom que eu quero imprimir
    naquela imagem.
  • 5:37 - 5:41
    A partir daí, eu vou fazer
    todo esse ajuste.
  • 5:41 - 5:43
    Por isso que é muito legal...
  • 5:43 - 5:46
    Quando a gente fala
    de direção de fotografia,
  • 5:46 - 5:50
    o diretor de fotografia
    precisa ter um conhecimento
  • 5:50 - 5:51
    de várias outras coisas...
  • 5:52 - 5:54
    Principalmente,
    por exemplo, da pintura.
  • 5:56 - 5:57
    "Ah, mas como assim?
  • 5:57 - 6:00
    Eu quero fazer cinema,
    eu quero fazer vídeo.
  • 6:02 - 6:04
    Eu vou ter que ficar
    estudando...
  • 6:06 - 6:07
    Pintura?"
  • 6:07 - 6:09
    "Eu vou ter que ver exposição."
  • 6:09 - 6:12
    Porque isso justamente
    vem auxiliar
  • 6:12 - 6:14
    na hora que você
    vai montar a luz.
  • 6:14 - 6:18
    Eu adoro pegar alguns
    exemplos clássicos.
  • 6:18 - 6:21
    A moça do brinco de pérola,
  • 6:21 - 6:24
    que é baseado numa pintura.
  • 6:24 - 6:25
    Então você pega aquilo
  • 6:25 - 6:28
    e entende como
    o diretor de fotografia
  • 6:28 - 6:31
    trabalhou com aquilo
    a seu favor.
  • 6:33 - 6:37
    Então, essas referências
    da pintura,
  • 6:37 - 6:39
    da fotografia também,
  • 6:39 - 6:40
    da fotografia Still,
  • 6:40 - 6:42
    são muito importantes
  • 6:42 - 6:46
    para você levar
    e imprimir um tom
  • 6:46 - 6:47
    daquilo que você quer fazer.
  • 6:47 - 6:49
    A gente está falando
    aqui do cinema,
  • 6:49 - 6:53
    mas a gente pode ampliar isso
    para várias outras artes.
  • 6:53 - 6:55
    Para publicidade, para um vídeo,
  • 6:55 - 6:58
    para um videocast,
    para um streaming.
  • 6:58 - 7:00
    Então, a partir daí,
  • 7:00 - 7:03
    eu vou conseguir
    saber exatamente
  • 7:03 - 7:05
    a mensagem que eu quero passar.
  • 7:05 - 7:07
    Poxa, vou deixar mais vermelha,
  • 7:07 - 7:09
    eu vou deixar
    com cores mais fortes,
  • 7:09 - 7:11
    eu vou deixar
    com cores mais frias.
  • 7:11 - 7:14
    Tudo isso é o diretor de fotografia
    que vai trabalhar.
  • 7:14 - 7:17
    Então não adianta nada eu fazer
    uma captação, e de repente...
  • 7:17 - 7:20
    Puxa, errei no meu ajuste,
  • 7:20 - 7:24
    errei na hora
    de pensar a iluminação,
  • 7:24 - 7:27
    e a mensagem que está passando
    é completamente diferente.
  • 7:27 - 7:30
    É a mesma coisa que você fazer
    alguma coisa sem planejamento.
  • 7:30 - 7:33
    Porque, basicamente, o que o diretor
    de fotografia está fazendo
  • 7:33 - 7:34
    é planejando essas cenas
  • 7:34 - 7:38
    para que você consiga atingir
    o objetivo que foi estabelecido
  • 7:38 - 7:40
    quando você decidiu
    fazer a produção.
  • 7:40 - 7:43
    Aí não importa qual
    produção seja.
  • 7:43 - 7:46
    Você vai fazer a partir
    de uma estrutura.
  • 7:46 - 7:48
    Se tiver que corrigir a rota
    no meio do processo,
  • 7:48 - 7:50
    você vai corrigir
    levando em consideração
  • 7:50 - 7:52
    esse objetivo único.
  • 7:52 - 7:55
    É bem isso mesmo, né, você
    não vai passar uma tonalidade
  • 7:55 - 7:58
    e de repente, chega
    no final da produção, você fala:
  • 7:58 - 7:59
    "Nao, está completamente fora".
  • 7:59 - 8:02
    Parece que não estão
    falando a mesma língua,
  • 8:02 - 8:04
    as pessoas da equipe
    não estão se conversando
  • 8:04 - 8:06
    E uma coisa que eu acho curiosa,
  • 8:06 - 8:07
    até fazendo uma ponte
  • 8:07 - 8:10
    entre diversas
    disciplinas do curso,
  • 8:10 - 8:13
    o próprio vício hoje
    de muitas empresas
  • 8:13 - 8:16
    usarem a Virtual Production
  • 8:16 - 8:20
    é de ter essa
    previsibilidade absurda.
  • 8:20 - 8:22
    Está lá a Disney naquele domo,
  • 8:22 - 8:25
    que a gente vê
    no material que eles têm,
  • 8:25 - 8:29
    e aquela facilidade da pessoa
    poder abrir o software e falar:
  • 8:29 - 8:32
    "Olha, eu acho que a luz
    não está tão legal.
  • 8:32 - 8:37
    eu consigo controlar o sol",
    nesse contexto.
  • 8:37 - 8:41
    Eu não dependo tanto
    de alguns fatores incontroláveis,
  • 8:41 - 8:44
    alguns fatores
    externos absurdos.
  • 8:44 - 8:47
    Eu lembro muito de uma entrevista
    do Deming Chazelle,
  • 8:47 - 8:49
    quando ele fez "La La Land".
  • 8:49 - 8:51
    Tinha uma cena logo
    no começo,
  • 8:51 - 8:54
    eu acho que até a segunda
    ou terceira música,
  • 8:54 - 8:55
    onde a Emma Stone, as atrizes,
  • 8:55 - 9:00
    tinham que sair
    no por do sol da casa.
  • 9:00 - 9:02
    Nossa, eu acho que é
    a coisa mais difícil...
  • 9:02 - 9:03
    - Como você controla.
    - É aquela coisa assim...
  • 9:03 - 9:07
    Olha, vocês tem
    das 5:40 às 6 horas.
  • 9:07 - 9:11
    Se vocês errarem, a gente
    loca o espaço amanhã
  • 9:11 - 9:15
    e vocês fazem
    das 5:40 às 18 horas.
  • 9:15 - 9:18
    É legal também
    pesar sempre isso.
  • 9:18 - 9:21
    Você pode falar:
    "Se é tão difícil assim
  • 9:21 - 9:23
    fazer natural,
    faz tudo por digital".
  • 9:23 - 9:26
    E tem exemplos que ficam
    um pouco demais, né?
  • 9:26 - 9:27
    Eu lembro que...
  • 9:29 - 9:31
    O Homem Aranha no Way Home...
  • 9:31 - 9:33
    Teve umas questões
    de pandemia junto,
  • 9:33 - 9:35
    mas teve cenas que...
  • 9:35 - 9:37
    "Oh, o ator tal
    está em tal lugar,
  • 9:37 - 9:41
    coloca um fundo digital
    que ele está numa casa,
  • 9:41 - 9:43
    e grava com ele
    aqui no estúdio".
  • 9:43 - 9:47
    Chegou num ponto em que se dirigiu
    a fotografia, beleza,
  • 9:47 - 9:49
    mas você também
    não consegue emular tudo
  • 9:49 - 9:51
    como se aquilo
    fosse natural, né?
  • 9:51 - 9:55
    Aí eu sempre vejo aquele peso
    da conveniência do digital
  • 9:55 - 9:57
    com algumas coisas que você
    realmente pode fazer
  • 9:57 - 10:00
    de uma maneira, entre aspas,
    mais analógica, né?
  • 10:00 - 10:03
    Eu acho que nem no céu
    e nem na terra, né?
  • 10:03 - 10:05
    E aí tem um problema, porque você
    repara que tudo que é digital...
  • 10:05 - 10:08
    Você pega de todas as obras
    que você for usar como referência,
  • 10:08 - 10:11
    elas têm a tendência
    a serem mais escuras,
  • 10:11 - 10:13
    porque o controle
    que você tem da luz,
  • 10:13 - 10:15
    o controle que você tem
    do espaço, é diferente.
  • 10:15 - 10:17
    E aí uma forma de você
    mascarar esse controle
  • 10:17 - 10:19
    é justamente você
    escurecendo a cena.
  • 10:19 - 10:22
    Você pega cenas que as pessoas
    gravam em chroma,
  • 10:22 - 10:25
    com o fundo virtual,
    qualquer uma,
  • 10:25 - 10:27
    você percebe que,
    comparado com uma luz natural,
  • 10:27 - 10:29
    ou até mesmo num estúdio,
  • 10:29 - 10:31
    ele vai ser mais escuro,
  • 10:31 - 10:35
    porque é uma forma de você tentar
    minimizar algumas diferenças,
  • 10:35 - 10:37
    porque o tom de pele, a roupa,
  • 10:37 - 10:39
    o fundo, tem essas quebras,
  • 10:39 - 10:41
    tem essas trucagens,
  • 10:41 - 10:43
    que as vezes precisam
    ser ajustadas.
  • 10:43 - 10:45
    Então até isso você tem
    que levar em consideração
  • 10:45 - 10:47
    quando você está
    planejando a fotografia,
  • 10:47 - 10:50
    como você vai fazer os ajustes
    para deixar o mais natural possível,
  • 10:50 - 10:53
    independentemente
    de ser construído,
  • 10:53 - 10:56
    ou vai ser realmente
    gravado uma externa.
  • 10:56 - 10:59
    Eu tinha citado aqui
  • 10:59 - 11:03
    a questão da publicidade,
    de outras obras,
  • 11:03 - 11:05
    e eu esqueci de falar
    do videoclipe,
  • 11:05 - 11:08
    que o videoclipe também
    tem essa questão.
  • 11:08 - 11:12
    Mas talvez de todas
    as obras audiovisuais
  • 11:12 - 11:16
    seja a mais experimental.
  • 11:16 - 11:18
    Ele acaba brincando
    um pouco com isso.
  • 11:18 - 11:19
    Exatamente
  • 11:19 - 11:24
    Ou eu consigo imprimir uma cor,
  • 11:24 - 11:27
    uma tonalidade,
    uma iluminação...
  • 11:28 - 11:31
    Para destoar daquilo
    que, de repente,
  • 11:31 - 11:33
    vai ser feito, né?
  • 11:33 - 11:35
    Seria um não
    natural, né, o normal.
  • 11:36 - 11:38
    Eu acho assim, eu gosto muito...
  • 11:38 - 11:42
    Por exemplo, tem uma banda
    que se chama "The Baseballs".
  • 11:42 - 11:45
    É uma banda alemã
    que faz vídeos...
  • 11:47 - 11:50
    O som deles remete
    aos anos 1950.
  • 11:50 - 11:54
    Eles fizeram muito vídeo
    em preto e branco.
  • 11:54 - 11:58
    Obviamente que às vezes
    tinha essa coisa do digital,
  • 11:58 - 12:01
    às vezes tinha alguma coisa
  • 12:01 - 12:03
    da platéia dos "Beatles" e tal.
  • 12:03 - 12:06
    E aí depois eles foram passando
  • 12:06 - 12:08
    para os anos 1960,
  • 12:08 - 12:11
    que são os meus
    clipes preferidos,
  • 12:11 - 12:13
    onde ele imprime uma cor
  • 12:13 - 12:17
    que é dos seriados,
  • 12:17 - 12:19
    aqueles "I Love Lucy",
  • 12:19 - 12:21
    aquela coisa bem...
  • 12:23 - 12:27
    O cotidiano dos americanos ali.
  • 12:27 - 12:30
    E eu acho muito legal como...
  • 12:30 - 12:32
    Se você vir e você não sabe,
  • 12:32 - 12:35
    você fala: "Poxa, mas espera aí,
  • 12:35 - 12:39
    eu nunca tinha visto esse seriado,
    eu nunca tinha visto isso,
  • 12:39 - 12:40
    essa banda.
  • 12:40 - 12:41
    Onde estava?".
  • 12:41 - 12:44
    Porque, nitidamente,
    isso já leva a gente
  • 12:44 - 12:46
    para aquele momento, né?
  • 12:48 - 12:51
    Bom, tivemos recentemente...
  • 12:53 - 12:54
    Em 2024,
  • 12:54 - 12:57
    o lançamento
    do "Ainda Estou Aqui",
  • 12:57 - 13:00
    que tem ali imagens
  • 13:00 - 13:03
    dos anos 1970 no Brasil,
  • 13:03 - 13:05
    e é muito legal porque...
  • 13:05 - 13:07
    Essas imagens foram
    feitas recentemente,
  • 13:07 - 13:11
    mas ali eu tenho que pensar:
    poxa, como eu vou fazer
  • 13:11 - 13:14
    para imprimir uma imagem
  • 13:14 - 13:17
    como se tivesse sido feita
    nos anos 1970.
  • 13:17 - 13:20
    E aproveitando realmente
    as imagens de arquivo
  • 13:20 - 13:21
    para fazer essa referência.
  • 13:21 - 13:24
    É uma manipulação
    da realidade ali, né?
  • 13:24 - 13:27
    Mas o mais interessante disso
    é que, você vê o filme,
  • 13:27 - 13:31
    e pensa: "Caramba,
    como eles fizeram isso?
  • 13:31 - 13:31
    Como foi?".
  • 13:31 - 13:32
    Por quê?
  • 13:32 - 13:35
    Porque automaticamente te leva
  • 13:35 - 13:38
    aos anos 1970, aos anos 1980.
  • 13:38 - 13:41
    Isso que é o mais interessante.
  • 13:41 - 13:44
    A fotografia, ao mesmo tempo,
  • 13:44 - 13:47
    passa uma ambientação
  • 13:47 - 13:49
    do que ela quiser.
  • 13:49 - 13:53
    É muito legal o que você citou
    porque eu acho que...
  • 13:53 - 13:56
    Principalmente as cenas
    que estão perto da praia,
  • 13:56 - 13:58
    atravessando a rua para a casa,
  • 13:58 - 14:02
    eu acho um exemplo
    muito bom de fotografia,
  • 14:02 - 14:06
    porque alguns diretores
    podiam simplesmente...
  • 14:06 - 14:09
    "Vamos tacar tudo
    digital isso aqui",
  • 14:09 - 14:11
    e pronto.
  • 14:11 - 14:14
    E aí é um mix de:
    eu pego um pedaço
  • 14:14 - 14:15
    que não está aparecendo...
  • 14:15 - 14:18
    Sei lá, o fio da empresa
    de internet
  • 14:18 - 14:19
    passando no poste,
  • 14:19 - 14:22
    eu chamo pessoas
    que têm carros antigos
  • 14:22 - 14:24
    para andar naquela hora,
  • 14:24 - 14:27
    e aí, perto de chegar na casa,
  • 14:27 - 14:29
    eu coloco uma composição digital
  • 14:29 - 14:32
    para mostrar
    umas casas anos 1970.
  • 14:32 - 14:34
    Porque você mascara
    o entorno só, né?
  • 14:34 - 14:35
    Demais!
  • 14:37 - 14:39
    Se você não para para pensar,
  • 14:39 - 14:40
    muitas pessoas nem percebem
  • 14:40 - 14:44
    que tem uma composição
    digital nem nada.
  • 14:45 - 14:46
    Você tem que ficar
    com uma lupa ali.
  • 14:46 - 14:48
    É uma primazia muito grande.
  • 14:48 - 14:51
    Eu quero reassistir esse filme
    já com a minha lupa ali...
  • 14:51 - 14:52
    Procurando defeitos.
  • 14:52 - 14:52
    Procurando os defeitos.
  • 14:52 - 14:54
    Ver se não passa
    nenhum avião no fundo.
  • 14:55 - 14:59
    Você falou sobre isso, Murilo,
    e eu me lembrei de um comercial...
  • 15:00 - 15:04
    Deve ter sido
    entre 2014 e 2015...
  • 15:04 - 15:06
    Ou 2013, 2014...
  • 15:07 - 15:10
    Do Fusca, do novo Fusca.
  • 15:10 - 15:12
    Então era o Cazé Peçanha,
  • 15:12 - 15:13
    ex-VJ da MTV,
  • 15:13 - 15:17
    e ele ia no centro de São Paulo,
    ali no Viaduto do Chá,
  • 15:17 - 15:20
    e falava: "Estamos
    aqui nos anos 1970
  • 15:20 - 15:24
    para apresentar o novo
    Fusca para o pessoal".
  • 15:24 - 15:25
    E aí, como assim?
  • 15:25 - 15:28
    E aí é muito legal por quê?
  • 15:28 - 15:32
    Ele fazia uma mescla
    de imagens de arquivo
  • 15:32 - 15:36
    e ao mesmo tempo,
    era o Fusca novo, o Fusca ali,
  • 15:36 - 15:40
    como se o pessoal dos anos
    1970 estivesse assistindo.
  • 15:42 - 15:45
    Inicialmente, quando você
    vê toda aquela textura,
  • 15:45 - 15:48
    a maneira como foi manipulado,
  • 15:48 - 15:50
    são os anos 1970.
  • 15:50 - 15:51
    E aí, no final,
  • 15:51 - 15:54
    tem o novo Fusca passando,
  • 15:54 - 15:56
    se transformando realmente
  • 15:56 - 15:59
    no Fusca atual, digamos,
  • 15:59 - 16:01
    da época,
  • 16:01 - 16:04
    essa imagem mais limpa.
  • 16:04 - 16:08
    Então, o mais legal desse comercial,
    que era de 30 segundos,
  • 16:08 - 16:12
    ele ainda tinha uma outra coisa,
    que mistura isso, que era o quê?
  • 16:12 - 16:15
    Tinham algumas figuras
    como o Mussum,
  • 16:15 - 16:18
    como o Rivelino,
    que davam depoimento.
  • 16:20 - 16:24
    Na época, eles fizeram
    aquela mescla do digital
  • 16:24 - 16:27
    com a manipulação e tudo.
  • 16:27 - 16:29
    Mas voltando na questão
  • 16:29 - 16:31
    da direção realmente,
  • 16:31 - 16:35
    imagine como é pensar nisso.
  • 16:35 - 16:38
    Eu vou pegar uma série
    de figurinos, essas pessoas,
  • 16:38 - 16:40
    que cor elas têm que usar?
  • 16:40 - 16:43
    Qual é a textura que eu vou
    ter que colocar como filtro,
  • 16:43 - 16:44
    Porque isso vai
    influenciar também.
  • 16:44 - 16:48
    Qual filtro eu tenho que colocar
    aqui nessa câmera
  • 16:48 - 16:49
    para pensar...
  • 16:49 - 16:50
    Porque senão... "Ah, não.
  • 16:50 - 16:51
    Depois você põe lá".
  • 16:52 - 16:55
    Deve ter um lute lá
    que você utiliza na edição
  • 16:55 - 16:57
    e está tudo bem.
  • 16:57 - 16:58
    Não é assim.
  • 16:58 - 17:01
    Senão acontece
    isso que você falou.
  • 17:01 - 17:03
    Não vai dar para você
    ficar procurando.
  • 17:03 - 17:06
    Você já vai identificar
    automaticamente.
  • 17:07 - 17:09
    E outra, você não vai
    conseguir ter uma noção
  • 17:09 - 17:12
    se o que você colocou na gravação
    funcionou de verdade, né?
  • 17:13 - 17:15
    Porque tem justamente
    essa textura do figurino,
  • 17:15 - 17:17
    de como você trabalha
    as outras informações.
  • 17:17 - 17:20
    Você tem que pensar
    em como fica a textura de cor
  • 17:20 - 17:22
    porque às vezes o tom
    de pele do personagem
  • 17:22 - 17:24
    com a roupa
    que ele está usando
  • 17:24 - 17:26
    e a textura que você colocou
    fica mais estourada,
  • 17:26 - 17:28
    fica mais contrastado.
  • 17:28 - 17:30
    Você fica fazendo
    500 mil máscaras.
  • 17:30 - 17:34
    Gente, o tempo de pós produção
    aumenta exponencialmente,
  • 17:34 - 17:36
    porque às vezes você tem
    que corrigir uma pessoa
  • 17:36 - 17:38
    num momento específico.
  • 17:38 - 17:40
    É por isso que o pessoal...
  • 17:40 - 17:43
    Normalmente o pessoal de fotografia
    é o pessoal mais chato do set.
  • 17:43 - 17:47
    É o pessoal que vai
    fazer a composição,
  • 17:47 - 17:50
    que vai olhar, que vai
    ter todos os detalhes...
  • 17:50 - 17:51
    "Ah, ajusta
    um pouquinho para cá,
  • 17:51 - 17:54
    ajusta um pouquinho para lá...".
  • 17:54 - 17:55
    Que é justamente por quê?
  • 17:56 - 17:59
    Nisso a composição da imagem
  • 17:59 - 18:01
    vai ficar muito mais interessante.
  • 18:01 - 18:04
    Isso faz parte da fotografia também.
  • 18:04 - 18:07
    E, de novo, como esses
    conhecimentos vêm
  • 18:07 - 18:09
    da fotografia Still,
  • 18:11 - 18:14
    Como eles vão sendo agrupados
  • 18:14 - 18:17
    para a cinematografia.
  • 18:18 - 18:19
    É muito bacana, né?
  • 18:19 - 18:21
    Antes de a gente ir
    para uma parte mais captação,
  • 18:21 - 18:26
    falar de câmera,
    microfone, hardware em si,
  • 18:26 - 18:29
    se a gente tivesse que montar
    uma sessão pipoca,
  • 18:29 - 18:31
    o que eu posso assistir
  • 18:31 - 18:33
    para ver uma fotografia
    diferente,
  • 18:33 - 18:36
    ou me inspirar
    em um bom trabalho?
  • 18:36 - 18:39
    Algumas dicas
    para o fim de semana.
  • 18:39 - 18:41
    Depois de ver os vídeos da...
  • 18:41 - 18:43
    Pode falar "O Poderoso
    Chefão" de novo?
  • 18:43 - 18:45
    - Pode.
    Sim, por favor.
  • 18:45 - 18:48
    Mas eu colocaria também
    algumas coisas tipo
  • 18:48 - 18:51
    Kleber Mendonça Filho,
    porque é muito diferente.
  • 18:52 - 18:54
    Ele estoura muito a cena,
  • 18:54 - 18:57
    mas para o cenário
    que ele está trabalhando,
  • 18:57 - 18:59
    quando ele vai pensar
    nas locações, funciona.
  • 18:59 - 19:03
    Então é legal até para ter
    esse destoado, né?
  • 19:03 - 19:06
    Porque se você pega uma série
    de diretores brasileiros,
  • 19:06 - 19:08
    americanos ou de outros países,
  • 19:08 - 19:12
    cada um tem uma marca
    específica na hora de gravar.
  • 19:12 - 19:14
    E aí o diretor
    e o diretor de fotografia
  • 19:14 - 19:16
    acabam trabalhando muito
    juntos por causa disso,
  • 19:16 - 19:20
    porque você tem essa relação,
  • 19:20 - 19:22
    esse pensamento muito parecido.
  • 19:22 - 19:25
    Então às vezes é legal
    até de colocar
  • 19:25 - 19:28
    umas coisas
    diferentes no meio.
  • 19:28 - 19:32
    Eu falei do Poderoso Chefão
    porque virou um clássico.
  • 19:32 - 19:34
    A gente estava
    falando dessa coisa
  • 19:34 - 19:37
    da direção geral
    e da direção de fotografia,
  • 19:37 - 19:41
    o quanto que o Coppola brigou
    com o diretor de fotografia,
  • 19:41 - 19:43
    que eu não me recordo
    o nome agora,
  • 19:43 - 19:45
    para poder realizar.
  • 19:46 - 19:49
    Mas um filme
    que eu gosto muito
  • 19:49 - 19:51
    é "De Olhos Bem Fechados",
  • 19:51 - 19:54
    do Stanley Kubrick,
  • 19:54 - 19:56
    de 1999, se não me engano.
  • 19:56 - 19:58
    Eu acho que é o último filme dele.
  • 19:58 - 20:02
    Eu acho a fotografia
    desse filme...
  • 20:02 - 20:03
    E tem uma coisa.
  • 20:03 - 20:07
    Durante as filmagens,
    o diretor de fotografia faleceu
  • 20:07 - 20:11
    e aí o Kubrick acaba
    assumindo essa direção.
  • 20:13 - 20:15
    É um filme que tem
    uma coisa meio taciturna,
  • 20:15 - 20:17
    tem todo um mistério ali
    envolvendo.
  • 20:19 - 20:21
    É um dos filmes que eu
    acho mais interessantes
  • 20:21 - 20:23
    desse ponto de vista.
  • 20:23 - 20:25
    E tem umas coisas
    que são muito...
  • 20:25 - 20:28
    De novo, a questão das regras,
  • 20:28 - 20:30
    regras de composição.
  • 20:30 - 20:33
    Por exemplo,
    a escolha dos figurinos,
  • 20:33 - 20:35
    a escolha das cores.
  • 20:35 - 20:37
    Tem, por exemplo,
    uma cena que tem
  • 20:37 - 20:40
    uma mesa de sinuca,
  • 20:40 - 20:43
    Mesa de sinuca
    normalmente é o quê?
  • 20:43 - 20:44
    Verde.
  • 20:44 - 20:45
    Mas eles fizeram...
  • 20:45 - 20:46
    Tinha que ser vermelho.
  • 20:46 - 20:49
    Por quê? Por causa de toda
    aquela ambientação.
  • 20:49 - 20:51
    O filme tem uma coisa
    muito erótica.
  • 20:51 - 20:55
    E também tem uma coisa
    muito diabólica, digamos assim.
  • 20:55 - 20:57
    Então eles queriam...
  • 20:57 - 20:59
    "Não, tem que ser vermelho".
  • 20:59 - 21:00
    Era o objetivo ali, né?
  • 21:00 - 21:03
    Assim, um dos diretores
    de fotografia que eu gosto muito
  • 21:03 - 21:07
    é o César Charlone, que é
    o diretor do Cidade de Deus.
  • 21:08 - 21:13
    Hoje ele também é o diretor...
  • 21:15 - 21:18
    Ele dirigiu, não como
    um diretor de fotografia,
  • 21:18 - 21:20
    mas como diretor geral,
  • 21:20 - 21:21
    o "3%",
  • 21:21 - 21:25
    aquela série da Netflix,
    bem legal.
  • 21:25 - 21:28
    Mas o César Charlone,
    no Cidade de Deus,
  • 21:28 - 21:32
    durante muito tempo
    o pessoal pegava a fotografia
  • 21:32 - 21:34
    e levava a para o set e falava:
  • 21:34 - 21:37
    "Eu quero igual isso aqui".
  • 21:37 - 21:39
    "Como você fez tal imagem?"
  • 21:39 - 21:41
    "Como você posicionou a câmera?"
  • 21:41 - 21:43
    Então eu vejo...
  • 21:43 - 21:45
    A Cidade de Deus, para mim,
  • 21:45 - 21:47
    é um dos melhores filmes
    nacionais, senão o melhor,
  • 21:47 - 21:49
    na minha opinião.
  • 21:49 - 21:54
    E essa fotografia é,
    assim, primorosa.
  • 21:54 - 21:55
    Eu acho que não tem o que falar.
  • 21:55 - 21:59
    Essa brincadeira, essa coisa
    de remeter aos anos 1970 também.
  • 21:59 - 22:01
    Ao mesmo tempo tem essa...
  • 22:02 - 22:04
    Variação de tempo,
  • 22:04 - 22:06
    passado e futuro.
  • 22:06 - 22:10
    Eu acho muito, muito interessante
    como ele trabalhou isso.
  • 22:10 - 22:12
    Uma coisa que eu estava falando
    com os alunos uma vez
  • 22:12 - 22:14
    porque eles estavam
    com um pouco de dificuldade
  • 22:14 - 22:16
    de entender esse conceito,
  • 22:16 - 22:19
    que é bacana
    a gente tentar pegar
  • 22:19 - 22:23
    diretores diferentes
    que fazem uma mesma obra.
  • 22:23 - 22:26
    Para citar um exemplo
    que todo mundo vai pegar,
  • 22:26 - 22:27
    é o "Batman".
  • 22:28 - 22:30
    Em teoria, Gotham City
    é uma coisa só.
  • 22:31 - 22:34
    Só que você pega
    a visão do Tim Burton,
  • 22:34 - 22:36
    é uma visão cartunesca, né?
  • 22:36 - 22:38
    Ela é extremamente exagerada.
  • 22:38 - 22:40
    É expressionismo alemão.
  • 22:40 - 22:43
    Você vai pegar uma visão
    ali do Nolan,
  • 22:43 - 22:45
    é uma cidade genérica
    dos Estados Unidos.
  • 22:46 - 22:47
    Você vai pegar
    uma versão mais...
  • 22:47 - 22:48
    Mais decadente.
  • 22:48 - 22:49
    Decadente.
  • 22:49 - 22:52
    Você vai pegar uma versão
    do Matt Reeves,
  • 22:52 - 22:55
    ele pega um pouco do gótico
    do Tim Burton,
  • 22:55 - 22:57
    mas ainda é real,
    igual a do Nolan.
  • 22:58 - 22:59
    E, teoricamente, é a mesma...
  • 23:01 - 23:02
    A leitura ali,
    se alguém for descrever,
  • 23:02 - 23:06
    é uma cidade decadente
    dos Estados Unidos,
  • 23:06 - 23:08
    a execução de uma descrição,
  • 23:08 - 23:11
    porque os três devem ter
    a mesma descrição daquela cidade.
  • 23:11 - 23:14
    Falando dos quadrinhos,
    era a mesma descrição.
  • 23:14 - 23:17
    - Só que saiam coisa diferentes, né?
    - É a referência de cada um.
  • 23:17 - 23:19
    A forma como eles
    trabalham as referências.
  • 23:19 - 23:21
    Até o próprio Tim Burton.
  • 23:21 - 23:22
    Dos filmes dele...
  • 23:23 - 23:27
    É engraçado porque ele fez
    o primeiro e o segundo Batman,
  • 23:27 - 23:29
    e as pessoas vão conhecê-lo
    muito mais pelos filmes
  • 23:29 - 23:32
    como o "Edward Mãos de Tesoura",
    pelo...
  • 23:32 - 23:34
    Esqueci o nome daquele filme...
  • 23:34 - 23:35
    "Peixe Grande".
  • 23:35 - 23:38
    E se você parar para reparar,
    todos tem a mesma referência.
  • 23:40 - 23:41
    Quando você pega o Tim Burton,
  • 23:41 - 23:44
    ele tem essa marca muito forte.
  • 23:44 - 23:47
    É por isso, inclusive, que ele
    vai ter o expressionismo alemão,
  • 23:47 - 23:48
    que é justamente buscando
    essas referências,
  • 23:48 - 23:51
    nas artes, na história,
  • 23:51 - 23:52
    porque é ali que ele vai construir
  • 23:52 - 23:55
    todo o repertório cinematográfico dele.
  • 23:55 - 23:57
    E ele traz isso para todas as obras.
  • 23:57 - 24:01
    Tem um filme dele que eu
    só descobri que era dele
  • 24:01 - 24:03
    quando eu li os créditos.
  • 24:03 - 24:04
    Era alguma coisa...
  • 24:04 - 24:06
    "Grandes Olhos", "Big Eyes"...
  • 24:06 - 24:07
    Eu não lembro agora.
  • 24:07 - 24:10
    Eu lembro o nome do filme em si.
  • 24:10 - 24:13
    Mas é a história de uma pintora
  • 24:13 - 24:17
    que ela e o marido
    se mudam para uma casa,
  • 24:17 - 24:18
    ela começa a fazer os quadros
  • 24:18 - 24:21
    e ele começa a vender os quadros
    como se fosse dele.
  • 24:21 - 24:25
    E, assim, a história é
    muito boa, é muito boa.
  • 24:26 - 24:28
    Depois, por favor, gente, procurem
    no MDB porque vale muito a pena.
  • 24:28 - 24:30
    Mas não estava
    com a cara Tim Burton,
  • 24:30 - 24:33
    não estava com essa
    coisa muito exagerada.
  • 24:33 - 24:36
    Aí, eu assistindo, tinham ali
    os detalhes por causa do quadro,
  • 24:36 - 24:39
    a forma como ela pintava,
    a forma como era a fotografia,
  • 24:39 - 24:42
    como eram as cores,
    a escolha do ambiente.
  • 24:42 - 24:45
    Aí, no final, quando tem lá
    a assinatura, eu falei assim:
  • 24:45 - 24:47
    ah, está explicado.
  • 24:47 - 24:51
    E é muito interessante como
    você constrói todo um universo.
  • 24:51 - 24:55
    Ele deixa a sua assinatura
    de uma maneira ou de outra, né?
  • 24:55 - 24:57
    Eu acho legal, né gente...
  • 24:57 - 25:00
    Só para finalizar
    e irmos para outro bloco.
  • 25:00 - 25:03
    Essa questão de como
    você dirige imagem.
  • 25:04 - 25:05
    A gente cita muito série e filme
  • 25:05 - 25:07
    porque eu acho que acaba sendo
    a maneira mais fácil
  • 25:07 - 25:10
    de você entender,
    pegar referências.
  • 25:10 - 25:12
    A gente falou de propaganda,
  • 25:12 - 25:14
    a questão de games.
  • 25:14 - 25:17
    Está tendo um movimento
    muito interessante em games,
  • 25:17 - 25:20
    que é você procurar
    estéticas antigas.
  • 25:20 - 25:22
    Querendo ou não, você está ali
  • 25:22 - 25:26
    já com 60 anos de indústria
  • 25:26 - 25:28
    e algumas pessoas já
    estão cansadas do realismo.
  • 25:30 - 25:33
    Uma tendência muito legal
    hoje que existe em games
  • 25:33 - 25:34
    é o "Demake'.
  • 25:34 - 25:37
    O Demake vai buscar
    uma geração específica.
  • 25:37 - 25:39
    O meu jogo vai ter cara de PS1.
  • 25:39 - 25:41
    Só que muita gente vai lá fazer,
  • 25:41 - 25:44
    vai dirigir essa imagem,
    e fica estranho,
  • 25:44 - 25:46
    porque não é só uma coisa, né?
  • 25:46 - 25:49
    Tem o ruído da imagem,
  • 25:49 - 25:51
    tem a paleta de cores,
  • 25:51 - 25:55
    tem a resolução
    da textura que tinha,
  • 25:55 - 25:56
    tem o som mono,
  • 25:56 - 25:59
    não era aquele som
    espacializado.
  • 25:59 - 26:02
    A animação não pode ser fluida,
    tem que ser mais travada.
  • 26:02 - 26:04
    Então, tirando um pouco
  • 26:04 - 26:07
    esse exemplo de vídeo,
  • 26:07 - 26:10
    quando a gente pega até
    uma mídia interativa ali...
  • 26:10 - 26:13
    Porque querendo ou não
    o jogo é uma espécie de vídeo
  • 26:13 - 26:15
    que você controla
    de alguma maneira...
  • 26:16 - 26:18
    Se torna tão complexo quanto,
  • 26:18 - 26:21
    as referências se aplicam
    da mesma maneira.
  • 26:21 - 26:24
    Porque às vezes eu converso
    com alguns alunos
  • 26:24 - 26:27
    e eles têm essa dificuldade
    de extrair essa direção de fotografia
  • 26:27 - 26:31
    se não for para uma propaganda,
    se não for para um filme,
  • 26:31 - 26:33
    sendo que, basicamente,
    muitos produtos
  • 26:33 - 26:35
    têm essa mesma direção,
  • 26:35 - 26:37
    só que não é aplicada ali.
  • 26:37 - 26:38
    Cada um a seu contexto.
  • 26:38 - 26:40
    Eu vejo de duas formas.
  • 26:42 - 26:46
    Primeiro, se você tem a questão
    da composição da imagem,
  • 26:46 - 26:49
    isso vai ser levado
  • 26:49 - 26:53
    para qualquer obra audiovisual,
    incluindo os games.
  • 26:53 - 26:56
    Então, poxa, eu vou
    fazer uma composição,
  • 26:56 - 26:59
    vou fazer a regra dos terços,
    eu vou fazer...
  • 27:00 - 27:01
    Similaridade,
  • 27:01 - 27:04
    eu vou brincar com a questão
  • 27:04 - 27:06
    de uma profundidade de campo,
  • 27:06 - 27:09
    para tudo isso, eu estou trazendo
    os conhecimentos da fotografia,
  • 27:09 - 27:12
    trazendo conhecimentos
    até anteriores,
  • 27:12 - 27:14
    e trabalhando com isso.
  • 27:14 - 27:17
    A outra questão
    que a gente já falou aqui,
  • 27:17 - 27:20
    da iluminação e tudo,
  • 27:20 - 27:24
    é muito interessante
    que, com isso,
  • 27:24 - 27:28
    eu conduzo o olhar
    do meu espectador,
  • 27:28 - 27:29
    eu vou conduzindo o olhar,
  • 27:29 - 27:33
    e também vou trazer o espectador
  • 27:33 - 27:35
    ora para o meu lado,
  • 27:35 - 27:39
    ora eu quero deixá-lo
    mais incomodado, digamos,
  • 27:39 - 27:42
    e falar: não preste
    muita atenção nisso
  • 27:42 - 27:45
    porque depois você vai fazer...
  • 27:45 - 27:48
    Isso vai fazer falta
    e você vai voltar e ver isso.
  • 27:49 - 27:51
    Quem fazia muito isso
    era o Hitchcock.
  • 27:52 - 27:54
    Voltando ao cinema clássico.
  • 27:54 - 27:57
    Mas tem um outro diretor
    que eu gosto muito,
  • 27:57 - 28:00
    e que brincava com essas
    variações que você está falando
  • 28:00 - 28:01
    é o Oliver Stone.
  • 28:02 - 28:04
    Nos filmes dele,
    você pode ver que...
  • 28:05 - 28:07
    Tem um filme que eu
    acho muito legal,
  • 28:07 - 28:10
    muita gente não gosta,
    que é o "Assassinos por Natureza",
  • 28:10 - 28:14
    que o roteiro, a ideia
    inicial, é do Tarantino.
  • 28:14 - 28:16
    Ele imprime ali uma coisa...
  • 28:16 - 28:19
    Ele tem uma influência
    do videogame,
  • 28:19 - 28:21
    ele tem uma influencia
    do videoclipe,
  • 28:21 - 28:25
    tem uma influência
    da televisão, dos quadrinhos.
  • 28:25 - 28:29
    Ele vai trazendo isso e mostrando.
  • 28:29 - 28:31
    Tem uma cena
    que eles estão na prisão
  • 28:31 - 28:35
    que, nitidamente,
    é uma cena do "Demolidor"...
  • 28:36 - 28:39
    Quando o Demolidor
    tem um problema
  • 28:40 - 28:42
    Com o arqui-inimigo dele, o...
  • 28:42 - 28:43
    -
    - O Mercenário
  • 28:43 - 28:45
    Não, o Mercenário.
  • 28:46 - 28:47
    Porque o Mercenário
    está preso e tal,
  • 28:47 - 28:49
    e aí o Mercenário vai
    dar uma entrevista.
  • 28:50 - 28:52
    Se você pega as imagens, são...
  • 28:54 - 28:56
    Uma influência muito direta.
  • 28:57 - 28:59
    Então, nesse sentido,
  • 28:59 - 29:01
    a direção de fotografia,
  • 29:01 - 29:04
    pode ser aplicada em
    absolutamente tudo.
  • 29:04 - 29:07
    Olha que legal, eu tenho
    uma história da Marvel.
  • 29:07 - 29:10
    Quando a Marvel
    começou a se tornar...
  • 29:11 - 29:13
    No final dos anos 1960,
  • 29:13 - 29:16
    a grande rival da DC,
  • 29:16 - 29:19
    e passou em número
    de títulos vendidos...
  • 29:20 - 29:22
    Poucas pessoas sabiam que,
  • 29:22 - 29:26
    quando o desenhista
    era contratado,
  • 29:26 - 29:29
    ele recebia um guia
    e recebia um livro.
  • 29:29 - 29:31
    Qual era esse livro?
  • 29:31 - 29:33
    "Os Cinco Cs da Cinematografia",
  • 29:33 - 29:36
    que até hoje é uma das bíblias
  • 29:36 - 29:38
    das referências
    da cinematografia.
  • 29:38 - 29:39
    Por quê?
  • 29:39 - 29:41
    Aquele aspecto do quadrinho
  • 29:41 - 29:44
    tinha que levar
    a direção de fotografia,
  • 29:44 - 29:46
    tinha que ter um olhar...
  • 29:46 - 29:51
    Não é a toa que revolucionou
    a história dos quadrinhos,
  • 29:51 - 29:52
    e por aí vai.
  • 29:52 - 29:54
    Então eu vejo isso muito...
  • 29:55 - 29:58
    Essas artes se complementam.
  • 29:58 - 30:00
    E a fotografia
    realmente não está...
  • 30:02 - 30:03
    Não é um caso à parte.
  • 30:03 - 30:07
    Eu faço só quando eu for fazer
  • 30:07 - 30:09
    um cinema ou uma publicidade.
  • 30:09 - 30:12
    Não, eu vou fazer em qualquer
    obra audiovisual.
  • 30:13 - 30:17
    Até quando você vai fazer um vídeo
    para você colocar nas redes sociais.
  • 30:17 - 30:20
    Assim, é claro que a gente
    não vai usar uma bazuca
  • 30:20 - 30:23
    para matar uma mosca
    na parede.
  • 30:26 - 30:27
    Mas aí não é a questão
    de equipamento,
  • 30:27 - 30:29
    mas a questão da linguagem,
  • 30:29 - 30:31
    porque a linguagem independe
  • 30:31 - 30:34
    se você está fazendo uma produção
    de grande proporção,
  • 30:34 - 30:35
    inclusive de grandes valores,
  • 30:35 - 30:37
    ou um vídeo para a rede social.
  • 30:37 - 30:40
    Se você tem uma referência
    e você consegue aplicar bem...
  • 30:41 - 30:42
    É engraçado porque
    você vai perceber
  • 30:42 - 30:46
    que até o compartilhamento
    do seu material vai ser diferente.
  • 30:46 - 30:48
    Por que você tem
    tantos influencers
  • 30:48 - 30:51
    que cada vez mais se dedicam
  • 30:51 - 30:53
    não só ao conteúdo, claro,
    mas também à estética.
  • 30:53 - 30:56
    E eles não vão fazer sozinho,
    apesar de que às vezes parece, né,
  • 30:56 - 30:59
    dá a entender que faz tudo sozinho,
    mas tem uma equipe por trás,
  • 30:59 - 31:02
    porque essa pessoa tem
    que se preocupar com essa construção,
  • 31:02 - 31:04
    com essa linguagem,
    com essa estética,
  • 31:04 - 31:06
    porque é justamente isso
    que vai tornar até mais fácil
  • 31:06 - 31:10
    das pessoas pararem
    para olhar para aquele conteúdo.
  • 31:10 - 31:12
    Eu gosto de partir
    da premissa o seguinte:
  • 31:15 - 31:16
    Você vai fazer um vídeo,
  • 31:16 - 31:19
    vai produzir alguma
    obra audiovisual...
  • 31:21 - 31:24
    Vamos levar em consideração
    o equipamento que nós temos.
  • 31:24 - 31:27
    A gente nunca vai ter
    o melhor equipamento.
  • 31:27 - 31:29
    O mundo perfeito
    de Moranguinho, né?
  • 31:29 - 31:31
    Nunca vai ter o tempo ideal.
  • 31:31 - 31:33
    Só se você for
    o James Cameron, né?
  • 31:33 - 31:34
    Exato.
  • 31:34 - 31:38
    Mas aí é outro patamar, né?
  • 31:38 - 31:40
    Então eu vou trabalhar com o quê?
  • 31:40 - 31:43
    Eu vou extrair o melhor
    daquele equipamento.
  • 31:43 - 31:46
    Mas se eu tivesse, se eu...
  • 31:46 - 31:47
    Não.
  • 31:47 - 31:47
    Então vamos lá.
  • 31:47 - 31:49
    Qual é o meu equipamento?
  • 31:49 - 31:51
    Bom, o meu equipamento
    é esse celular,
  • 31:51 - 31:54
    que tem uma boa definição.
  • 31:54 - 31:57
    Mas aí então entram
    os conhecimentos técnicos
  • 31:57 - 31:59
    da fotografia no vídeo.
  • 31:59 - 32:01
    Bom, então eu vou ter
    que fazer uma iluminação,
  • 32:01 - 32:05
    vou ter que compensar
    isso com mais luz.
  • 32:05 - 32:07
    Talvez eu não vou gravar
    num determinado horário.
  • 32:07 - 32:09
    Eu vou gravar
    num horário mais cedo,
  • 32:09 - 32:12
    para ter um maior
    planejamento de luz.
  • 32:14 - 32:18
    Eu vou brincar com os recursos
    que eu tenho.
  • 32:18 - 32:20
    Eu acho que isso é o ideal.
  • 32:20 - 32:23
    Dependendo do equipamento
    que você tiver,
  • 32:23 - 32:26
    você tem que fazer o melhor.
  • 32:26 - 32:27
    E o fim também.
  • 32:27 - 32:31
    Você está fazendo esse conteúdo
    audiovisual para passar aonde?
  • 32:31 - 32:33
    Porque isso também acaba
    fazendo a diferença.
  • 32:33 - 32:36
    Se você vai fazer um vídeo
    que é para passar numa tela grande,
  • 32:36 - 32:38
    você vai passar
    numa tela de cinema
  • 32:38 - 32:41
    ou vai ser exibido
    em um espaço muito grande,
  • 32:41 - 32:44
    aí sim você vai ter
    que pensar nessa questão
  • 32:44 - 32:46
    de resolução, de qualidade,
  • 32:46 - 32:48
    porque você precisa
    desse espaço.
  • 32:48 - 32:51
    Agora, você faz um vídeo
    para a pessoa assistir num celular...
  • 32:52 - 32:53
    Às vezes...
  • 32:53 - 32:56
    Inclusive, hoje em dia,
    você tem celulares
  • 32:56 - 32:58
    que estão
    com uma qualidade tão boa
  • 32:58 - 33:00
    para você usar para gravar
    para tela grande,
  • 33:00 - 33:03
    não necessariamente para a pessoa
    ver numa telinha um por um.
  • 33:03 - 33:05
    Então acaba fazendo diferença.
  • 33:05 - 33:06
    Tem uma série de curtas
  • 33:06 - 33:08
    que uma galera produz em iPhone.
  • 33:10 - 33:14
    Tem uma tendência
    na Nigéria muito forte...
  • 33:14 - 33:18
    A Nigéria está sendo conhecida
    justamente por isso,
  • 33:18 - 33:21
    por uma produção audiovisual
  • 33:21 - 33:25
    através dos celulares
    e smartphones, enfim.
  • 33:26 - 33:27
    Também a Coréia,
  • 33:27 - 33:30
    que hoje é um grande
    polo audiovisual,
  • 33:30 - 33:35
    mas também tem uma produção
    muito interessante com celulares.
  • 33:35 - 33:36
    A gente está falando disso,
  • 33:36 - 33:38
    mas vamos deixar bem claro
    que, obviamente,
  • 33:38 - 33:40
    são de curtas metragens,
  • 33:40 - 33:43
    são coisas mais experimentais...
  • 33:44 - 33:48
    Mas ainda assim, é aquilo,
    são vídeos mais curtos.
  • 33:48 - 33:50
    Mas qual é o objetivo?
  • 33:50 - 33:51
    Produzir.
  • 33:51 - 33:54
    Porque se fica nessa
    questão de ilimitação...
  • 33:55 - 33:57
    "Ah, eu não tenho uma câmera",
    ninguém vai fazer lá.
  • 33:58 - 34:00
    Você pega a Nigéria,
  • 34:00 - 34:03
    que tem um problema de pobreza
  • 34:03 - 34:05
    muito sério...
  • 34:06 - 34:09
    Uma limitação, inclusive
    de investimento na área audiovisual,
  • 34:09 - 34:10
    aí então não vai fazer.
  • 34:10 - 34:12
    Não. Eles foram lá,
    pegaram isso,
  • 34:12 - 34:14
    e aproveitaram o equipamento
    que eles tinham
  • 34:14 - 34:18
    e meteram as caras,
    fizeram bastante coisa.
  • 34:18 - 34:20
    E no caso da Coreia,
  • 34:20 - 34:22
    é um pouco parecido
    com o nosso aqui, que é o quê?
  • 34:22 - 34:24
    Poxa, legal, eles estão
    produzindo muito,
  • 34:24 - 34:28
    tem muita gente produzindo
    e trabalhando em produtoras
  • 34:28 - 34:30
    com equipamentos superlegais,
  • 34:30 - 34:34
    mas tem um monte de jovens
    realizadores que não tem.
  • 34:34 - 34:35
    E aí? Eu vou deixar de produzir?
  • 34:35 - 34:37
    Não, eu vou fazer
    com o celular também,
  • 34:37 - 34:39
    vou explorar o melhor
    do meu equipamento.
  • 34:39 - 34:42
    E sem contar que sempre você
    tem que começar por algum lugar.
  • 34:42 - 34:43
    Se você pega hoje...
  • 34:43 - 34:47
    Por exemplo, todos os diretores
    que a gente citou de Hollywood,
  • 34:47 - 34:50
    a grande maioria fez
    trabalho acadêmico,
  • 34:50 - 34:53
    fez trabalho com baixo
    orçamento, com equipamento...
  • 34:53 - 34:55
    Tem muito diretor
    que trabalha com clipe.
  • 34:55 - 34:59
    Comercial, fazendo os comerciais
    de empresas desconhecidas,
  • 34:59 - 35:00
    depois vai subindo.
  • 35:00 - 35:03
    Não vai fazer um Superbowl
    logo de cara, né?
  • 35:03 - 35:05
    Mas eles começam de algum lugar,
  • 35:05 - 35:09
    porque o talento vem do olhar.
  • 35:09 - 35:11
    O equipamento vai
    ajudar a trabalhar,
  • 35:11 - 35:13
    disseminar melhor esse talento.
  • 35:14 - 35:17
    Falando de mais uma dica,
  • 35:17 - 35:19
    aquele filme "Tangerine",
  • 35:19 - 35:22
    que foi todo feito com celular.
  • 35:22 - 35:24
    Então também tem essa questão.
  • 35:24 - 35:28
    Tem alguns filmes que falam
    que foram feitos com celular.
  • 35:28 - 35:30
    Sim, foram feitos com celulares.
  • 35:30 - 35:34
    Tem até o "Deadpool"
    em algumas cenas,
  • 35:34 - 35:36
    tem aquele "127 Horas".
  • 35:36 - 35:37
    Nesse caso...
  • 35:38 - 35:41
    Sim, foi feito com celular,
  • 35:41 - 35:44
    foi feito às vezes com uma câmera
    menos potente,
  • 35:44 - 35:46
    no entanto,
  • 35:46 - 35:50
    o parque de luz que eles
    tinham era enorme, né?
  • 35:50 - 35:52
    É a mesma coisa
    dos comerciais aí
  • 35:52 - 35:54
    da Samsung,
  • 35:54 - 35:56
    o comercial da Nike...
  • 35:56 - 35:57
    Nike, não, me desculpem.
  • 35:57 - 35:58
    Da Apple, que...
  • 35:58 - 36:02
    "Ah, nossa, eles fizeram
    só com o celular".
  • 36:02 - 36:03
    Não, eles fizeram com o celular
  • 36:03 - 36:06
    e com um parque de luz enorme
  • 36:06 - 36:10
    que às vezes compensou
    ali uma baixa resolução.
  • 36:10 - 36:12
    Porque o Danny Boyle
    tem esse problema mesmo.
  • 36:12 - 36:14
    Você pega todos
    os filmes que ele fez,
  • 36:14 - 36:16
    principalmente os filmes
    que ele fez na Inglaterra,
  • 36:16 - 36:18
    ele trabalha com a luz natural.
  • 36:18 - 36:22
    Um dos primeiros filmes
    dele, o "Extermínio",
  • 36:22 - 36:25
    que é o "28 dias depois"
    em inglês,
  • 36:25 - 36:26
    ele gravou em Londres.
  • 36:26 - 36:29
    Ele conseguiu deixar
    a cidade inteira vazia.
  • 36:29 - 36:32
    Só que se você pegar
    todo o esquema de produção
  • 36:32 - 36:33
    para ele conseguir fazer aquilo,
  • 36:33 - 36:37
    ele gravou no verão,
    ele gravou de fim de semana,
  • 36:37 - 36:38
    ele usou luz natural.
  • 36:38 - 36:39
    É lindo!
  • 36:39 - 36:41
    Aquela cidade
    completamente devastada,
  • 36:41 - 36:42
    o mundo acabou, apocalipse.
  • 36:43 - 36:44
    Mas é muito isso.
  • 36:44 - 36:46
    Ele trabalha muito com a luz,
  • 36:46 - 36:48
    e ele tem não só a iluminação,
  • 36:48 - 36:52
    mas ele tem também
    uma senhora produção
  • 36:52 - 36:54
    para conseguir
    dar conta de fazer tudo.
  • 36:54 - 36:57
    Aí a câmera que ele está usando,
    a lente que ele está usando,
  • 36:57 - 36:59
    é fichinha perto do resto.
  • 36:59 - 37:01
    Esse é um ponto.
  • 37:01 - 37:04
    Então, de novo,
    não deixem de fazer,
  • 37:04 - 37:07
    não deixem de fazer
    os seus vídeos,
  • 37:07 - 37:08
    as produções.
  • 37:08 - 37:10
    Explorem melhor
    o seu equipamento.
  • 37:10 - 37:12
    É a questão da limitação, né,
  • 37:12 - 37:16
    a limitação gerando
    algum tipo de inovação,
  • 37:16 - 37:19
    algum tipo de solução criativa.
  • 37:19 - 37:21
    No fim, as pessoas nem
    percebem às vezes, né,
  • 37:21 - 37:22
    só quando alguém conta...
  • 37:22 - 37:24
    "Ah, sabe que esse filme
    foi gravado numa casa
  • 37:24 - 37:28
    só porque não tinha orçamento
    para outro cenário?".
  • 37:28 - 37:32
    A pessoa: "É? Eu achei que fosse
    a ideia do filme mesmo".
  • 37:32 - 37:34
    A gente está falando
    dessa questão
  • 37:34 - 37:37
    de começar, de fazer,
  • 37:37 - 37:42
    o Spike Jonze, que é um dos meus
    diretores preferidos atualmente,
  • 37:42 - 37:44
    tem o filme "Her",
  • 37:44 - 37:46
    que a fotografia desse filme...
  • 37:46 - 37:48
    Outra dica.
  • 37:48 - 37:49
    Muito, muito legal.
  • 37:49 - 37:51
    Mas você pega
    os primeiros filmes dele,
  • 37:51 - 37:54
    os primeiros vídeos dele...
  • 37:54 - 37:55
    Ele fez videoclipe,
  • 37:55 - 37:58
    ele fez piloto
    para programa de televisão
  • 37:58 - 38:01
    na casa dele, brincando ali.
  • 38:01 - 38:06
    Poucas pessoas sabem, mas ele
    era o diretor do "Jackass" da MTV.
  • 38:07 - 38:08
    Ele que fazia o velhinho.
  • 38:09 - 38:13
    Ele é assim, um diretor
  • 38:13 - 38:17
    que trabalha como diretor
    de fotografia também,
  • 38:17 - 38:20
    então ele sempre estava fazendo
    alguma coisa, experimentando,
  • 38:20 - 38:23
    experimentando os equipamentos,
  • 38:23 - 38:24
    para justamente...
  • 38:24 - 38:27
    Quando a gente pensa:
    "Olha, o Spike Jonze, hoje,
  • 38:27 - 38:28
    trabalhando em Hollywood...".
  • 38:28 - 38:31
    Não. Ele passou por
    todas as etapas
  • 38:31 - 38:36
    até chegar lá em Hollywood e ser
    um dos maiores diretores atualmente.
  • 38:36 - 38:39
    Para a gente finalizar...
  • 38:41 - 38:43
    Vocês vão falando esses exemplos
  • 38:43 - 38:45
    e isso me lembra muito
    o Jordan Peele.
  • 38:45 - 38:47
    Eu conheci o Jordan Peele
    como humorista de YouTube,
  • 38:47 - 38:52
    que fazia participação
    em filme em série etc.
  • 38:52 - 38:55
    E o Jordan Peele para uma pessoa
  • 38:55 - 38:58
    que tem 18 anos,
    20 anos, hoje....
  • 38:59 - 39:02
    Ele é um diretor de terror
  • 39:02 - 39:07
    que o estilo dele
    é aquele filme mais escuro,
  • 39:07 - 39:09
    Ele tem uma impressão
    que você...
  • 39:09 - 39:11
    Você olha e fala: "Isso
    aqui está com uma cara
  • 39:11 - 39:13
    de Jordan Peele", né?
  • 39:13 - 39:16
    Mas ele começou por um caminho,
    digamos, não...
  • 39:16 - 39:19
    - Não convencional.
    - Não ortodoxo.
  • 39:19 - 39:22
    "Eu fiz comédia,
    fui produzindo imagens...
  • 39:22 - 39:25
    Um dia eu falei: e se eu
    parar de produzir comédia
  • 39:25 - 39:27
    e produzir terror?"
  • 39:27 - 39:29
    E ficou interessante.
  • 39:31 - 39:33
    Eu queria agradecer muito
    a presença de vocês aqui hoje.
  • 39:33 - 39:36
    Foi muito bacana os exemplos
    que a gente foi dando.
  • 39:36 - 39:39
    E a dica fica de às vezes
    você anotar
  • 39:39 - 39:41
    para no sábado, no domingo,
  • 39:41 - 39:43
    você se sentar
    e assistir alguma coisa.
  • 39:43 - 39:47
    Eu vejo que as referências
    não acabam.
  • 39:49 - 39:51
    Isso que você está falando,
  • 39:51 - 39:54
    dos nossos alunos assistirem,
  • 39:54 - 39:58
    poxa, dá para fazer aqui
    uma lista de 50 filmes
  • 39:58 - 40:00
    e não vai acabar.
  • 40:00 - 40:02
    Filmes, videoclipes,
    e por aí vai.
  • 40:02 - 40:04
    Agora tem um aplicativo...
  • 40:04 - 40:07
    Eu não sei se vocês
    já tem a conta.
  • 40:07 - 40:08
    O ledger box d.
  • 40:08 - 40:10
    Eu fico compartilhando
    com todo mundo.
  • 40:10 - 40:13
    E, me desculpe, mas
    parece que piora a situação,,
  • 40:13 - 40:15
    porque antes você já tinha
    a lista de filmes para assistir.
  • 40:15 - 40:18
    Ela só vai dobrando,
    ela nunca diminui,
  • 40:18 - 40:21
    ela nunca vai se esgotar.
  • 40:21 - 40:25
    A dica que fica então é que,
    independentemente do recurso,
  • 40:25 - 40:27
    o importante é começar
    a produzir as imagens,
  • 40:27 - 40:29
    a fazer experimentação,
  • 40:29 - 40:33
    porque ninguém começou
    fazendo tudo de maneira perfeita.
  • 40:33 - 40:36
    Então, o seu próximo reels,
    o seu próximo shorts,
  • 40:36 - 40:39
    um vídeo no TikTok,
    uma propaganda, enfim,
  • 40:39 - 40:42
    que você leva em consideração
    esses conhecimentos
  • 40:42 - 40:43
    e que você experimente.
  • 40:43 - 40:44
    Até a próxima!
Title:
PBL TDD ANO 02 FASE 01 2025 VIDEOCAST LUZ CAMERA E CAPTACAO
Video Language:
Portuguese, Brazilian
Duration:
40:49

Portuguese, Brazilian subtitles

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