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Quem conhece
a prática de mindfulness
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sabe que é necessário
regressar a casa, ao momento presente.
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Quando regressamos a casa,
ao momento presente, podemos encontrar...
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dois tipos de situações:
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O primeiro tipo de situação é que
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há tantas condições de felicidade
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disponíveis no aqui e agora.
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Quando inspiras e
trazes a tua mente de volta ao teu corpo,
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estás estabelecido
no momento presente.
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E percebes que há tantos
elementos revigorantes e curativos
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disponíveis no momento presente.
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Há também muitas condições de
felicidade disponíveis no momento presente.
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E com essa consciência,
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gerar um sentimento de alegria
e felicidade torna-se muito fácil.
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Isso é algo que podes fazer
para te nutrir...
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para te nutrir com
alegria e felicidade.
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Portanto, essa é a primeira coisa que encontras
quando regressas ao momento presente.
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A segunda situação é que,
quando regressas ao momento presente,
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podes encontrar
uma sensação de dor,
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um sentimento de
uma emoção dolorosa
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que está em ti.
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Na verdade, um sentimento doloroso,
uma emoção dolorosa,
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manifesta-se de tempos a tempos.
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Mas quando começa a manifestar-se,
não gostamos de estar lá.
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Então tentamos fugir,
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fingindo que não está lá.
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Assim, ninguém está presente para cuidar
do sentimento ou da emoção dolorosa.
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Portanto, regressar ao momento presente aqui
já não é apenas reconhecer...
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os elementos de alegria e felicidade,
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mas ter a oportunidade de cuidar
da dor em nós
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e transformá-la.
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Assim, mesmo que o momento presente
seja insuportável,
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regressar a esse momento
é a única oportunidade que temos
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para fazer algo
de modo a acalmá-lo
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e transformá-lo.
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A maioria das pessoas
não faz isso
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porque tem medo de que,
ao regressar a si mesmas
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e tocar a sua dor interior,
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fiquem submersas
no sofrimento.
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E é por isso que a sua prática
é fugir,
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imaginar algo
sobre o futuro para esquecer,
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regressar ao passado
para esquecer.
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Mas o passado e o futuro
são como imagens.
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Não são a realidade.
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Apenas o momento presente
é real.
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Muitas pessoas tentam
ocultar a dor interior
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não apenas regressando ao passado
ou fugindo para o futuro...
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imaginando que
haverá alguma esperança,
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algum fim para o sofrimento
no futuro,
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mas isso não pode durar muito.
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E a maioria das pessoas tenta
ocultar o sofrimento interior
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através da prática do consumo.
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Lemos revistas,
vemos televisão,
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procuramos algo para comer,
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ouvimos música,
pegamos no telefone para falar...
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Tudo o que fazemos, fazemos porque
esperamos que, ao fazê-lo...
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não tenhamos de confrontar
o sofrimento em nós.
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E permitimos que essa dor
continue a crescer dentro de nós.
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Assim, a prática de mindfulness ajuda-nos
a regressar ao momento presente
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mesmo quando esse momento
não é agradável.
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Mas é exatamente nesse momento
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que podemos compreender o sofrimento
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e encontrar uma forma
de o acalmar.
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E de o transformar.
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Por isso, da próxima vez que achares
que o momento presente não é agradável,
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não penses que fugir dele
é a melhor solução.
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Não, pode ser uma oportunidade.
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Então, permanece nesse momento.
Olha profundamente para a natureza do teu sofrimento.
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Se souberes como praticar
a respiração consciente ou a caminhada consciente,
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gerando a energia
da atenção plena,
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então essa energia
gerada pela prática
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ajuda-te a ser suficientemente forte
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para reconhecer, encontrar a dor
e abraçá-la com ternura.
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E ao abraçares a tua dor
com ternura,
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em poucos minutos,
poderás acalmá-la.
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E...
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se houver praticantes
a praticar contigo,
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então poderás beneficiar
da sua energia de mindfulness
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e compaixão.
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Entrar em contacto
com o sofrimento
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traz compreensão
do sofrimento.
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E...
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a energia da compaixão –
compreensão e compaixão –
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tem o poder de curar.
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De curar-te a ti e de curar as pessoas
que estiverem ao teu redor nesse momento.
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E se houver um grupo de pessoas
a praticar juntas,
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abraçando o sofrimento
com ternura,
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elas irão experimentar essa energia coletiva
de compaixão que as curará.
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E quando sofrerem menos,
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estarão em posição
de ajudar outras pessoas a fazer o mesmo.