< Return to Video

The 4th Mantra & the Dharma in the Wallet | Thich Nhat Hanh (short teaching video)

  • 0:01 - 0:04
    O quarto é difícil porque
  • 0:04 - 0:06
    tu sofres,
  • 0:07 - 0:10
    não é a outra pessoa que sofre,
    és tu que sofres.
  • 0:10 - 0:14
    E acreditas que o teu sofrimento
    foi causado por
  • 0:15 - 0:16
    (Risos)
  • 0:17 - 0:19
    por ele ou por ela.
  • 0:21 - 0:26
    Se fosse outra pessoa a fazer-te isso,
  • 0:27 - 0:30
    terias sofrido menos,
    mas não é outra pessoa.
  • 0:30 - 0:32
    É ele, é ela,
  • 0:32 - 0:34
    é a pessoa que mais amas
  • 0:34 - 0:37
    que te fez isso.
  • 0:37 - 0:40
    Se fosse outra pessoa a
  • 0:40 - 0:44
    dizer-te isso,
    não
  • 0:46 - 0:48
    doeria
  • 0:48 - 0:49
    tanto
  • 0:51 - 0:52
    como agora.
  • 0:52 - 0:55
    Porque foi a pessoa que amas,
    em quem mais confias,
  • 0:55 - 0:57
    que te disse isso.
  • 0:58 - 1:01
    Por isso, sofres profundamente.
  • 1:06 - 1:07
    E
  • 1:08 - 1:10
    sentes-te muito sozinho.
  • 1:10 - 1:12
    Muito sozinho.
  • 1:14 - 1:16
    E
  • 1:17 - 1:20
    preferes ir para o teu quarto,
  • 1:20 - 1:24
    trancar-te lá dentro e chorar.
  • 1:27 - 1:30
    Porque dói tanto
  • 1:30 - 1:33
    que, mesmo que essa pessoa,
  • 1:34 - 1:37
    a outra pessoa venha perguntar
    como estás,
  • 1:38 - 1:40
    não queres responder.
  • 1:44 - 1:46
    Queres dizer-lhe,
  • 1:46 - 1:48
    indiretamente,
  • 1:48 - 1:52
    que não precisas dele,
    que não precisas dela.
  • 1:53 - 1:57
    Que podes sobreviver muito bem
    sem ele, sem ela.
  • 1:58 - 2:01
    Isso é tolice, mas muitos de nós
    fazemos isso.
  • 2:02 - 2:04
    Isso é orgulho,
  • 2:04 - 2:06
    o elemento do orgulho no amor.
  • 2:07 - 2:11
    E isso é o oposto da interexistência.
  • 2:11 - 2:13
    A perceção da interexistência,
  • 2:13 - 2:16
    há um "eu" a impedir o caminho.
  • 2:17 - 2:19
    Ficas magoado.
  • 2:28 - 2:30
    Quando a outra pessoa te pergunta:
  • 2:30 - 2:33
    "Querido, estás a sofrer
  • 2:34 - 2:36
    por alguma coisa?"
  • 2:36 - 2:38
    E tu respondes:
    "Eu? A sofrer?
  • 2:38 - 2:39
    Por que haveria eu de sofrer?"
  • 2:39 - 2:41
    Por que haveria eu de sofrer?"
  • 2:41 - 2:43
    Finges que não sofres.
  • 2:44 - 2:48
    E se ele quiser pousar a mão
    no teu ombro,
  • 2:48 - 2:51
    dizes: "Deixa-me em paz."
  • 2:53 - 2:55
    Fazes tudo para lhe dizer,
  • 2:57 - 3:01
    indiretamente, que não precisas dele,
    que não precisas dela.
  • 3:01 - 3:03
    Que sozinho consegues sobreviver muito bem.
  • 3:03 - 3:05
    Isso é uma espécie de castigo.
  • 3:06 - 3:08
    Queres castigá-lo.
  • 3:08 - 3:13
    E isso não é amor verdadeiro.
  • 3:14 - 3:18
    Porque no amor verdadeiro
    temos de partilhar tudo.
  • 3:18 - 3:20
    O teu sofrimento é o sofrimento dele.
  • 3:21 - 3:24
    A tua felicidade é a felicidade dela.
  • 3:25 - 3:30
    E é muito difícil ires ter com ele
    e pedires ajuda,
  • 3:30 - 3:32
    mas a verdadeira prática,
    a prática genuína,
  • 3:32 - 3:37
    é dizer-lhe, dizer-lhe que sofres.
  • 3:38 - 3:46
    Há uma história real, verdadeira,
    que aconteceu no Vietname no final do século XV.
  • 3:48 - 3:52
    Havia uma mulher
  • 3:55 - 3:57
    que estava grávida,
  • 3:58 - 4:00
    Nam-Soon,
  • 4:00 - 4:02
    Senhora Nam-Soon,
  • 4:03 - 4:09
    e o marido teve de ir para a guerra,
    para o exército.
  • 4:09 - 4:12
    Eram ambos jovens,
  • 4:13 - 4:18
    e choraram tanto
    quando o jovem teve de partir.
  • 4:18 - 4:20
    E ela teve de
  • 4:21 - 4:24
    criar o filho sozinha,
  • 4:24 - 4:28
    dar à luz e criar o filho sozinha.
  • 4:28 - 4:32
    Ele esteve no exército durante três anos.
  • 4:33 - 4:35
    E teve a sorte de
  • 4:36 - 4:39
    ser libertado do serviço militar com vida.
  • 4:39 - 4:42
    Então, voltou para casa.
  • 4:43 - 4:45
    E quando ela soube da boa notícia,
  • 4:45 - 4:48
    foi até ao portão da aldeia
  • 4:48 - 4:51
    com o menino para o receber.
  • 4:56 - 5:00
    E foi um momento muito feliz,
  • 5:01 - 5:06
    quando se reencontraram
    depois de três anos.
  • 5:06 - 5:09
    E foi a primeira vez que
  • 5:09 - 5:14
    o jovem pai viu o seu filho.
  • 5:15 - 5:18
    Então, de acordo com a nossa tradição,
  • 5:18 - 5:23
    tens de anunciar as boas notícias
    aos teus antepassados.
  • 5:23 - 5:28
    No Vietname, existe a prática
    do culto aos antepassados.
  • 5:28 - 5:33
    Cada casa tem um altar
    dedicado aos antepassados.
  • 5:34 - 5:36
    E todas as manhãs,
  • 5:36 - 5:41
    tens de ir ao altar,
    limpar o pó,
  • 5:42 - 5:47
    acender um pau de incenso
    e fazer uma oferenda.
  • 5:47 - 5:50
    Demora um ou dois minutos,
  • 5:51 - 5:55
    mas para nós é uma prática
    muito importante.
  • 5:55 - 5:58
    Porque
  • 5:59 - 6:00
    acreditamos
  • 6:00 - 6:06
    que os nossos antepassados
    estão sempre vivos, pelo menos dentro de nós.
  • 6:06 - 6:11
    E onde quer que vamos,
    os nossos antepassados vão connosco.
  • 6:13 - 6:16
    Não fora, mas dentro de nós.
  • 6:19 - 6:21
    E
  • 6:23 - 6:24
    o momento,
  • 6:25 - 6:31
    o minuto que passas para estar
    com os teus antepassados,
  • 6:31 - 6:34
    para acender um pau de incenso,
  • 6:34 - 6:36
    é o momento em que
  • 6:36 - 6:38
    te conectas com os teus antepassados.
  • 6:38 - 6:41
    Isso é muito importante.
  • 6:41 - 6:49
    Se estás desenraizado,
    não tens estabilidade suficiente
  • 6:52 - 6:56
    e quando algo acontece,
    algo importante acontece na família,
  • 6:56 - 7:01
    tens de anunciar formalmente
    aos teus antepassados.
  • 7:01 - 7:03
    Suponhamos que nasce um bebé.
  • 7:03 - 7:07
    Tens de fazer uma oferenda,
    colocá-la no altar
  • 7:07 - 7:10
    e anunciar o nascimento do bebé,
  • 7:10 - 7:15
    porque os teus antepassados
    têm o direito de saber.
  • 7:16 - 7:20
    Se vais enviar o teu filho
    para a escola,
  • 7:20 - 7:22
    noutra cidade,
  • 7:22 - 7:25
    tens de
  • 7:26 - 7:32
    fazer uma oferenda, colocá-la no altar
    e anunciar isso aos teus antepassados.
  • 7:32 - 7:35
    Se estás prestes a casar a tua filha,
  • 7:35 - 7:37
    tens de anunciar isso
    aos teus antepassados.
  • 7:37 - 7:41
    E essa é uma prática de todos.
  • 7:44 - 7:53
    Então, a senhora foi fazer compras
    para preparar uma oferenda.
  • 7:54 - 8:03
    E o homem ficou com o filho
    e tentou persuadi-lo a chamá-lo de pai.
  • 8:04 - 8:05
    Pai.
  • 8:05 - 8:08
    Mas o menino, o pequeno, recusou.
  • 8:08 - 8:12
    "Senhor, você não é o meu pai."
  • 8:12 - 8:14
    "O meu pai"
  • 8:15 - 8:20
    "O meu pai costumava vir todas as noites."
  • 8:22 - 8:26
    "E a minha mãe falava com ele
    durante muito tempo,
  • 8:26 - 8:29
    e chorava."
  • 8:30 - 8:33
    "E sempre que a minha mãe se sentava,
  • 8:33 - 8:36
    o meu pai sentava-se."
  • 8:36 - 8:40
    "E quando a minha mãe se deitava,
    ele deitava-se."
  • 8:41 - 8:47
    E quando o jovem pai ouviu isso,
    sofreu imenso.
  • 8:47 - 8:51
    Acreditou que havia outro homem
  • 8:51 - 8:57
    que, na sua ausência,
    tinha invadido o seu lar,
  • 8:58 - 9:00
    a sua família.
  • 9:01 - 9:05
    Então, o seu coração tornou-se
    um bloco de gelo.
  • 9:06 - 9:12
    Foi para casa sem dizer
    nada ao pequeno.
  • 9:13 - 9:18
    Mas, na verdade, não havia ninguém
    que viesse todas as noites.
  • 9:21 - 9:27
    Um dia, o menino chegou tarde a casa,
  • 9:27 - 9:31
    porque estava a brincar
    com as outras crianças da aldeia.
  • 9:32 - 9:39
    E disse:
    "Mãe, toda a gente tem um pai.
    Onde está o meu pai?"
  • 9:41 - 9:44
    "Eu quero ter um pai."
  • 9:44 - 9:50
    Então, ela estava a acender
    o candeeiro a petróleo
  • 9:50 - 9:54
    e apontou para a própria
    sombra na parede e disse:
  • 9:54 - 9:59
    "Este é o teu pai. Porque não
    lhe dizes boa noite?"
  • 10:00 - 10:04
    "Faz assim: ‘Boa noite, papá!’"
  • 10:07 - 10:11
    E essa era a verdade.
  • 10:11 - 10:16
    E, claro, ela passou muito tempo
    a falar com a própria sombra.
  • 10:16 - 10:18
    Ela sentia-se tão sozinha.
  • 10:18 - 10:20
    Falava com ele:
  • 10:20 - 10:26
    "Meu querido marido, tens estado ausente por tanto tempo,
    como posso eu estar sozinha
  • 10:28 - 10:29
    a criar o nosso filho?"
  • 10:30 - 10:34
    E, claro, quando ela se sentava,
    a sombra sentava-se.
  • 10:34 - 10:36
    E essa era a verdade.
  • 10:36 - 10:39
    Mas o jovem teve uma perceção errada,
  • 10:39 - 10:42
    pensou que alguém tinha entrado
    na sua casa.
  • 10:42 - 10:45
    E foi por isso que, quando
    a mulher regressou a casa,
  • 10:45 - 10:47
    ele já não a olhava.
  • 10:47 - 10:50
    Ele não respondia mais.
  • 10:50 - 10:53
    Ele tornou-se muito frio.
  • 10:54 - 10:56
    E ela começou a sofrer.
  • 10:56 - 11:01
    Não compreendia porquê. O que tinha acontecido?
  • 11:05 - 11:10
    E quando a oferenda foi colocada no altar,
  • 11:13 - 11:15
    ele estendeu a esteira,
  • 11:15 - 11:18
    ofereceu incenso
  • 11:18 - 11:22
    e tocou a terra quatro vezes,
    de acordo com a tradição.
  • 11:23 - 11:25
    Depois disso, enrolou
  • 11:26 - 11:27
    enrolou a esteira
  • 11:27 - 11:31
    e não permitiu que a jovem
  • 11:32 - 11:33
    tocasse a terra,
  • 11:34 - 11:41
    pensando que ela não era digna
    de se apresentar
  • 11:41 - 11:46
    diante do altar,
    porque tinha cometido adultério.
  • 11:48 - 11:51
    E ela sentiu-se muito humilhada.
  • 11:51 - 11:54
    Não sabia porquê.
  • 11:55 - 12:02
    E em vez de partilhar a refeição,
    ele saiu e foi para a taberna,
  • 12:02 - 12:07
    tentando esquecer o seu sofrimento
    com a bebida.
  • 12:08 - 12:12
    E não voltou para casa
    antes das duas ou três da manhã.
  • 12:13 - 12:17
    E continuou a fazer isso várias vezes.
  • 12:17 - 12:20
    E a senhora sofreu tanto,
    que já não conseguia suportar.
  • 12:20 - 12:26
    Então, lançou-se ao rio Hoang Giang,
    ali perto.
  • 12:29 - 12:33
    E quando ele soube da morte da esposa,
  • 12:33 - 12:37
    voltou para casa para cuidar do filho.
  • 12:37 - 12:41
    E naquela noite, quando acendeu
    o candeeiro a petróleo,
  • 12:44 - 12:45
    o menino disse:
  • 12:46 - 12:48
    "Senhor, aqui está o meu pai!"
  • 12:48 - 12:52
    E apontou para a sombra do pai.
  • 12:52 - 12:54
    "Ele vem todas as noites!"
  • 12:54 - 12:56
    E naquele momento,
  • 12:57 - 13:02
    o jovem pai percebeu a verdade.
    Mas era demasiado tarde.
  • 13:03 - 13:07
    Ele foi vítima de uma perceção errada.
  • 13:09 - 13:11
    Era tarde demais.
  • 13:12 - 13:17
    E no dia seguinte, toda a aldeia soube
  • 13:18 - 13:20
    da tragédia.
  • 13:20 - 13:24
    E as pessoas vieram ajudar o jovem
    a organizar
  • 13:24 - 13:27
    uma cerimónia fúnebre
    de três dias,
  • 13:27 - 13:33
    para orar pela libertação da alma
    da jovem mulher.
  • 13:37 - 13:43
    O rei Lê Thánh Tông, que era poeta,
  • 13:43 - 13:45
    um dia passou por ali
  • 13:45 - 13:48
    e viu um santuário construído
  • 13:49 - 13:52
    perto do rio. E perguntou
  • 13:52 - 13:54
    sobre isso.
  • 13:54 - 13:59
    E os aldeões contaram-lhe a história.
  • 13:59 - 14:01
    A tragédia.
  • 14:01 - 14:03
    Ele ficou tão comovido que escreveu um poema,
  • 14:03 - 14:09
    que foi gravado numa pedra.
  • 14:09 - 14:12
    E esse poema ainda existe.
  • 14:14 - 14:19
    A tragédia aconteceu porque
  • 14:22 - 14:25
    o Senhor Truong (esse era o seu nome)
  • 14:26 - 14:28
    e a Senhora Nam Xuong (o nome dela)
  • 14:28 - 14:33
    não souberam praticar o quarto mantra.
  • 14:34 - 14:37
    O quarto mantra é assim:
  • 14:37 - 14:42
    "Querido, eu sofro. Querido, eu sofro.
  • 14:43 - 14:45
    Por favor, ajuda-me.
  • 14:48 - 14:53
    Por favor, explica-me porque fizeste
    uma coisa destas comigo?
  • 14:54 - 14:58
    Porque disseste tal coisa para mim?
  • 14:58 - 15:01
    Eu sofro. Por favor, ajuda-me."
  • 15:02 - 15:06
    Se o Senhor Truong tivesse feito isso,
  • 15:06 - 15:11
    a Senhora Nam Xuong teria tido
    tempo para explicar,
  • 15:11 - 15:16
    e ambos teriam evitado a tragédia.
  • 15:16 - 15:19
    Mas ela também agiu daquela forma.
  • 15:19 - 15:25
    Ela estava magoada e também havia
    orgulho nela.
  • 15:26 - 15:28
    Se ela tivesse ido até ele e dito:
  • 15:28 - 15:33
    "Querido, meu marido, eu sofro tanto.
  • 15:33 - 15:38
    Não entendo porquê,
    desde que voltei do mercado,
  • 15:38 - 15:40
    tu já não me olhaste mais.
  • 15:40 - 15:42
    Não me
  • 15:43 - 15:45
    respondeste mais.
  • 15:46 - 15:50
    Fiz algo horrível para me tratares assim?
  • 15:51 - 15:54
    Por favor, ajuda-me. Explica-me."
  • 15:54 - 16:01
    E se ela tivesse feito isso,
    o Senhor Truong teria dito:
  • 16:01 - 16:04
    "O menino disse que alguém
    vinha todas as noites.
  • 16:04 - 16:09
    Quem era essa pessoa?
    Eu sofro tanto. Explica-me, por favor."
  • 16:10 - 16:16
    Então teria havido uma explicação,
    e não teria havido tragédia.
  • 16:18 - 16:25
    E, embora seja um pouco difícil de praticar,
  • 16:25 - 16:32
    o quarto mantra é essencial
    para evitar tragédias.
  • 16:33 - 16:38
    Por isso, da próxima vez, amigos,
    se acontecer de estarem a sofrer,
  • 16:39 - 16:46
    e acreditarem que o vosso sofrimento
    foi causado por ele, por ela,
  • 16:46 - 16:48
    pela pessoa que mais amam,
  • 16:48 - 16:52
    não façam como o Senhor Truong.
  • 16:52 - 16:56
    Não façam como a Senhora Nam Xuong.
  • 16:56 - 17:01
    Não façam isso. Não deixem que o orgulho
    fique no vosso caminho.
  • 17:01 - 17:05
    Vão até ele, vão até ela, e peçam ajuda.
  • 17:08 - 17:11
    Na Plum Village, aconselhamos
  • 17:11 - 17:13
    os nossos amigos a pegar
    num pedaço de papel
  • 17:13 - 17:15
    do tamanho
    de um cartão de crédito
  • 17:15 - 17:18
    e escrever três frases:
  • 17:18 - 17:20
    A primeira frase é:
  • 17:21 - 17:26
    "Querido, eu sofro,
    e quero que saibas disso."
  • 17:30 - 17:34
    "Querido, eu sofro, e quero
    que saibas que estou a sofrer."
  • 17:35 - 17:37
    Não finges que não sofres.
  • 17:37 - 17:40
    Sofres e dizes que sofres.
  • 17:40 - 17:44
    Porque, no início, ambos prometeram
    partilhar tudo,
  • 17:44 - 17:49
    tanto o sofrimento como a felicidade.
  • 17:50 - 17:52
    Então, isto é algo natural.
  • 17:52 - 17:58
    Sofres, e dizes que sofres.
    Dizes-lhe que sofres.
  • 17:59 - 18:01
    A segunda frase é:
  • 18:01 - 18:04
    "Estou a fazer o meu melhor."
  • 18:05 - 18:10
    Porque sou um praticante da atenção plena,
  • 18:10 - 18:13
    estou a praticar a respiração consciente,
    a caminhada consciente,
  • 18:13 - 18:16
    e a olhar profundamente
    para o meu sofrimento,
  • 18:16 - 18:19
    para ver se ele vem de uma perceção errada ou não.
  • 18:20 - 18:24
    Porque é muito possível que eu seja
    uma vítima de uma perceção errada.
  • 18:25 - 18:30
    Talvez não tenhas tido a intenção
    de me fazer sofrer,
  • 18:30 - 18:35
    mas eu tenho uma perceção,
    uma perceção errada.
  • 18:35 - 18:41
    Então, estou a fazer o meu melhor
    para olhar profundamente para o meu sofrimento.
  • 18:42 - 18:44
    E essa segunda frase
  • 18:45 - 18:51
    é uma espécie de convite indireto
    para a outra pessoa praticar também.
  • 18:52 - 18:57
    "O que fiz eu? O que disse eu?
    Para que ele ou ela sofresse tanto?"
  • 18:57 - 19:03
    E essa pessoa começa a refletir, a pensar.
    Isso é prática.
  • 19:04 - 19:06
    E a última frase é:
  • 19:06 - 19:09
    "Por favor, ajuda-me. Ajuda-me."
  • 19:17 - 19:22
    E podes guardar esse pedaço de papel
    na tua carteira.
  • 19:24 - 19:27
    Esse é o Dharma na tua carteira.
  • 19:27 - 19:28
    O Buda na tua carteira.
  • 19:29 - 19:29
    (Risos)
  • 19:30 - 19:35
    E sempre que sofreres e acreditares
    que o teu sofrimento foi causado
  • 19:36 - 19:37
    por ele, por ela,
  • 19:37 - 19:40
    pela pessoa que mais amas,
    tira esse papel,
  • 19:40 - 19:43
    e saberás exatamente o que fazer.
Title:
The 4th Mantra & the Dharma in the Wallet | Thich Nhat Hanh (short teaching video)
Description:

more » « less
Video Language:
English
Duration:
19:44

Portuguese subtitles

Revisions