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Esta pintura revela uma realidade trágica

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    O Santo Matrimónio
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    Esta pintura chama-se "A Noiva Hesitante",
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    também conhecida como "A Noiva Relutante",
    de Auguste Toulmouche.
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    Hesitante?
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    Relutante?
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    Não sei.
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    Se me perguntarem,
    isto parece-me pura raiva.
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    Somos colocados numa sala
    ricamente decorada.
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    Os nossos olhos são imediatamente
    atraídos para uma jovem noiva
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    sentada na parte central do quadro,
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    banhada por uma luz brilhante
    vinda do lado oposto da sala.
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    Tem a cabeça levemente
    inclinada para baixo,
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    os sobrolhos franzidos
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    e olha diretamente para nós.
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    A raiva e o desafio ardem nos seus olhos.
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    Estará ela a preparar-se para o casamento
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    ou estaremos a assistir a consequências?
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    Não podemos ter a certeza.
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    Mas uma coisa é certa
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    - não é assim que se deve estar
    no dia do casamento.
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    Tem um penteado elegante
    com uma trança de sereia
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    que forma uma coroa no topo da cabeça,
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    um pequeno bouquet de noiva
    poisado no colo.
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    Tem um elegante vestido de noiva
    de cetim branco
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    que cai em pregas até ao chão.
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    O tecido acumula-se em volta
    de um banquinho para pés
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    revelando os sapatos de cetim branco.
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    Duas mulheres jovens rodeiam a noiva.
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    Parecem ser da idade dela,
    talvez amigas ou irmãs.
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    A mulher à esquerda da noiva
    tem um vestido de veludo vermelho,
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    está ajoelhada no chão
    e agarra na mão dela.
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    A outra, de pé, está inclinada
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    e segura gentilmente
    na mão direita da noiva,
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    e beija-a na testa.
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    Tem um xaile em volta
    do seu vestido de cetim azul.
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    Os acessórios dela estão atirados
    para a cadeira por trás dela.
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    Quase podemos imaginá-la
    a atirá-los para ali,
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    quando correu para a sala
    para consolar a noiva.
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    Embora as duas raparigas
    pareçam estar a tentar consolá-la,
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    a noiva parece irritada e exausta,
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    cansada delas... cansada de tudo.
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    Ao fundo, vemos uma rapariga,
    talvez a irmã mais nova da noiva.
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    Experimenta o toucado da noiva
    e admira-se ao espelho,
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    aparentemente perdida em pensamentos,
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    talvez imaginando o dia do seu casamento,
    num futuro distante.
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    Esta rapariga pode simbolizar a inocência
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    ou refletir a forma como a “noiva relutante”
    se sentia em relação ao casamento,
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    antes de se aperceber totalmente
    daquilo em que se estava a meter.
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    A decoração e a mobília
    são imaculadas e caras.
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    Uma tapeçaria requintada
    decora a parede posterior
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    e cria uma moldura em volta
    das três raparigas em primeiro plano.
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    Parece não acabar, acentuando
    a altura do teto,
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    portanto, a noiva é obviamente abastada
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    — pelo menos, a família dela é —
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    mas também sabemos que ela é rica
    por causa do vestido branco.
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    Eu explico, o vestido de noiva
    é feito de uma seda cara
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    e, como a autora Lucy Johnston assinala,
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    orlado com largas faixas
    de raposa do ártico branca,
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    uma pele luxuosa muito dispendiosa
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    que devia ter sido apanhada na Natureza,
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    muito provavelmente no norte do Canadá
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    e importada por Londres.
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    Hoje, os vestidos brancos
    são sinónimos de casamento
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    mas isso nem sempre foi assim.
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    A moda do vestido de noiva branco
    começou com a Rainha Vitória
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    que usou um quando casou
    com o Príncipe Alberto, em 1840.
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    Embora tenha levado o seu tempo
    para este estilo pegar,
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    Na época em que esta pintura foi feita,
    só as noivas ricas usavam branco.
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    Johnston também acrescenta que as mulheres
    cada vez optaram mais pelo branco.
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    porque significava pureza, limpeza
    e refinamento social
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    As menos abastadas,
    ou as de espírito mais prático,
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    optavam pelo azul pálido,
    pelo cinzento rola ou pelo fulvo,
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    que podiam usar em ocasiões especiais.
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    muito depois do evento.
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    Auguste Toulmouche apresentou esta obra
    no Salão de Paris de 1866,
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    onde foi originalmente intitulada
    “O casamento de conveniência”.
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    Isto dá-nos uma pista crucial:
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    a jovem noiva está provavelmente a ser forçada a um casamento arranjado.
    Isto significa que os pais da noiva provavelmente escolheram o marido por ela e, provavelmente, ela não teve uma palavra a dizer, se é que teve alguma. Então... esse olhar é realmente dirigido a nós, ou aos pais dela
Title:
Esta pintura revela uma realidade trágica
Description:

Esta peça chama-se "A Noiva Hesitante", também conhecida como "A Noiva Relutante", de Auguste Toulmouche. Somos colocados numa sala de estar ricamente decorada. Os nossos olhos são imediatamente atraídos para uma jovem noiva sentada na parte inferior central do quadro, banhada por uma luz brilhante vinda do lado oposto da sala. A raiva e o desafio ardem nos seus olhos. Estará ela a preparar-se para o casamento ou estaremos a assistir a consequências? Não podemos ter a certeza. Mas uma coisa é certa - não é assim que se deve estar no dia do casamento.

Duas mulheres jovens rodeiam a jovem noiva. Parecem ser da idade dela - talvez amigas ou irmãs. Embora as duas raparigas pareçam estar a tentar consolá-la, a noiva parece irritada e exausta... por elas... por tudo. Ao fundo, vemos uma rapariga jovem, talvez a irmã mais nova da noiva. Está a usar o toucado da noiva e admira-se ao espelho, aparentemente perdida em pensamentos - talvez imaginando o dia do seu próprio casamento, num futuro distante. Esta rapariga pode simbolizar a inocência ou refletir a forma como a “noiva relutante” se sentia em relação ao casamento, antes de se aperceber completamente daquilo em que se estava a meter.

Auguste Toulmouche apresentou esta peça no Salão de Paris de 1866, onde foi originalmente intitulada “O casamento de conveniência”.

Isto dá-nos uma pista crucial: a jovem noiva está provavelmente a ser forçada a um casamento arranjado. Isto significa que os pais da noiva provavelmente escolheram o marido por ela e, provavelmente, ela não teve uma palavra a dizer, se é que teve alguma. Então... esse olhar é realmente dirigido a nós, ou aos pais dela?

Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com

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Video Language:
English
Duration:
12:16

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