-
Que a IA está transformando
o mundo que a gente conhece
-
já é um fato.
-
Mas e as polêmicas e as discussões
em torno desse assunto?
-
E as tendências que estão
acontecendo no mundo da IA?
-
E mais ainda, como
ela tem impactado
-
as nossas vidas pessoais,
a sociedade,
-
e também o mercado de trabalho?
-
É um montão de perguntas
bem relevantes.
-
E eu, que sou o André David,
-
estou aqui com dois
superespecialistas
-
para me ajudar e te ajudar
a entender esse cenário atual.
-
Eu estou falando do Gustavo Torrente
e do Léo Orabona.
-
É um prazer ter vocês aqui.
-
A gente já estava
conversando nos bastidores,
-
mas vamos começar
com a boa e velha educação.
-
Gu se apresente para a galera
e conte quem é você.
-
André, obrigado pelo convite.
-
É um prazer enorme estar aqui.
-
Eu sou o Gustavo Torrente,
-
professor dos MBAs da FIAP
em novas tecnologias.
-
Falo bastante de blockchain,
Internet das Coisas,
-
e, é claro, Inteligência Artificial.
-
Está sempre
no topo das tecnologias.
-
O Gu está sempre por dentro.
-
E quem não está
nada por fora é o Léo.
-
Léo, conte para a galera
quem é você.
-
É um prazer estar aqui
hoje pela primeira vez
-
num podcast da FIAP.
-
Superbacana a estrutura
e tudo o que a gente está fazendo.
-
Eu dou aula na FIAP
já faz um bom tempo.
-
Hoje estou atuando também
um pouco no ON,
-
e estou sempre ligado no mundo
da tecnologia, no mundo da IA,
-
e principalmente
na segurança cibernética.
-
Ah, e que importa muito
nesse momento,
-
nesse momento bem IA
que a gente está vivendo.
-
E eu acho que até para a gente
começar o assunto,
-
todo mundo é muita gente,
-
mas a maior parte das pessoas
que estão na nossa bolha,
-
na bolha tech,
-
já tem usado a Inteligência
Artificial muitas vezes no dia a dia.
-
Ah, eu quero mudar uma receita,
-
eu quero ver um exame
de sangue, alguma coisa assim.
-
Mas como isso já está
impactando o mercado?
-
Como isso está impactando
o mundo de uma forma geral?
-
A gente já está vendo
exemplos de aplicação prática
-
ou estamos só falando
de imaginação...
-
Quem sabe um dia
vai funcionar?
-
Não é só hype, né, André?
-
Hoje a Inteligência Artificial
veio para ficar.
-
A gente vê em diversas áreas.
-
Na nossa bolha tech aqui,
-
os desenvolvedores já estão
usando para verificar os seus códigos,
-
criarem documentações,
-
aquela parte chata
que o desenvolvedor não gosta,
-
de fazer teste, de colocar ali
o código documentado.
-
Isso, a IA, principalmente
com o avanço da IA generativa,
-
já está auxiliando.
-
Num contexto, vai, comercial,
-
alguém que não trabalha
diretamente com tecnologia,
-
trabalha com vendas,
-
pode utilizar sim
a Inteligência Artificial
-
para criar roteiros, scripts,
-
conhecer um pouquinho mais
do mercado que ele está atuando,
-
antes de entrar em contato
com o cliente, por exemplo.
-
Além, é claro, de áreas
como saúde, medicina,
-
como você trouxe esse exemplo,
-
para ter ali, através
de análises preditivas,
-
um diagnóstico mais
preciso, um copiloto.
-
Muita gente acha que não
vai ter mais médico, advogado.
-
Não.
-
A IA é um copiloto que vai ajudar
ainda mais essas profissões.
-
E eu sei, Gu, que você sempre
troca muito com as empresas.
-
Tem uma parceria
muito forte ali no B2B,
-
meio que acaba sabendo
o que elas estão passando,
-
as necessidades, os desafios.
-
Elas já estão próximas dessa
realidade de uso de IA?
-
Já estão, André.
-
A gente passou nos últimos anos
um nível de consciência.
-
As empresas
entendendo o que era,
-
viram que era
um caminho sem volta.
-
E agora elas estão trabalhando
-
para criar junto
com a Inteligência Artificial
-
produtos, aumentar
a produtividade de algumas áreas,
-
melhorar
a eficiência de projetos,
-
diminuir a SLA de entrega.
-
Então eu acompanho hoje
grandes empresas
-
que estão sim utilizando IA,
-
não só a nível de usuário,
mas também nos bastidores.
-
Léo, você tem observado
mais ou menos esse cenário também?
-
Eu vou comentar um pouco
mais a parte do aluno.
-
Então, assim, a gente
vê que a tendência
-
são cada vez mais trabalhos
entregues utilizando a IA.
-
Eu sempre falo para eles
tomarem cuidado.
-
Não é só colocar a IA para trabalhar
-
que você vai estar realmente
pegando o melhor ali,
-
extraindo o que você
realmente precisa entregar.
-
Então use, como ele falou,
como copiloto,
-
que e te ajude, te auxilie,
a chegar num resultado.
-
Mas não se basei 100% nela.
-
Ela ainda pode cometer erros,
-
ela ainda pode falhar
em algumas partes.
-
Você tem que dar o veredito final.
-
A ideia da IA é a gente
conseguir acelerar processos.
-
Não a deixe trabalhar sozinha.
-
Eu até sou fanzaço do que está
escrito lá embaixo do ChatGPT...
-
"Olha, não confie totalmente nisso aqui.
-
Use fontes? antes de colocar em produção",
porque senão vai dar ruim.
-
Mas em 2025, mais
especificamente em janeiro,
-
o mundo IA foi bem abalado.
-
Eu estou falando aqui do ChatGPT.
-
Mas o que aconteceu?
-
Em janeiro, uma nova
competição se iniciou
-
com a chegada da DeepSeek,
-
a famosa Inteligência
Artificial chinesa.
-
E o que eu fico pensando é:
-
ela está entrando no mercado
onde a gente já tinha alguns players
-
mais ou menos consolidados.
-
Então a gente tinha ali
o ChatGPT, com a OpenAI,
-
tinha o Gemini,
com o pessoal do Google,
-
o Bard, com o pessoal
da Microsoft,
-
fora algumas outras,
Anthropic e assim por diante.
-
E a DeepSeek está chegando aí
para dar uma sacudida.
-
Pelo seu ponto de vista, Léo,
-
essa chegada é suficiente
para criar uma briga grande
-
com essas big techs,
Google, Microsoft,
-
e com as IAs que a gente
já tem disponível?
-
Ou essa guerra não vai
ser tão guerra assim,
-
vai ficar mais para a história?
-
Eu acredito que ela já
chegou brigando realmente.
-
A ideia principal
por trás da DeepSeek
-
é que ela trouxe um processamento,
uma IA aprimorada,
-
no nível que a gente tem
hoje do ChatHPT Plus,
-
aquele a gente
paga para utilizar.
-
Então ela veio
de uma forma gratuita,
-
que já disponibilizou para todo
mundo trabalhar com ela,
-
e meio que já desbancou um pouco
o mercado do ChatGPT.
-
Então eles tiveram
que correr atrás
-
para conseguir voltar
-
ao patamar que eles
já tinham alcançado.
-
Já estou colocando
uma dúvida na cabeça.
-
No fundo, a gente está falando
de uma guerra de produtos, né?
-
Uma guerra de produto, André.
-
Porque a nível de usuário,
o usuário comemora.
-
Ele fala: "Nossa, para que eu
vou pagar agora o ChatGPT?".
-
A nível empresarial,
a gente tem ali a API,
-
ou seja, o motorzinho que a gente
usa para construir projetos.
-
Depois que veio todo
o hype do ChatGPT,
-
a gente teve...
-
Lembrei de uma piada
super sem graça agora.
-
Depois eu conto,
-
depois eu conto.
-
Deixa para o final do podcast...
-
- Que é para deixar o pessoal bem feliz.
- Para segurar a nossa audiência.
-
Mas do ponto de vista
de produto,
-
as empresas falaram: "Legal,
eu quero usar esse motor aqui
-
para resolver os meus problemas,
usar essa IA para treinar os meus dados,
-
conseguir fazer a generativa
dentro do meu dia a dia.
-
Isso tem um custo, não é barato
-
para você usar
o motor do ChatGPT.
-
Aí a DeepSeek vem e fala:
-
"Olha, o uso da minha API
é 80 vezes mais em conta
-
do que você está pagando
hoje para a OpenAI",
-
e isso sacode o mercado.
-
E uma curiosidade:
-
quando a DeepSeek foi
lançada, entre aspas,
-
porque ela já tinha
dois anos de mercado,
-
a OpenAI, desde 2018...
-
Muita gente não sabe ainda, mas
o Elon Musk é um dos co-fundadores,
-
que começou esse movimento
na OpenAI, a fundação.
-
E dois anos antes,
-
teve aí a DeepSeek
com um chinês superinteligente.
-
O cara conseguiu criar
a mesma tecnologia,
-
entre aspas,
-
sem todo o poder de processamento
que a OpenAI tinha investido.
-
As ações da Nvidia
subiram violentamente.
-
Então teve ali algumas
bolhas dos gamers,
-
que eu sei que você adora,
-
teve depois
os mineradores de Bitcoin,
-
e, pum, IA, Nvidia.
-
E é um mercado muito
especulativo, né, tecnologia.
-
Então o subiu, subiu,
-
e aí quando vem a China
e mostra isso,
-
as ações da Nvidia tombaram
quando teve o lançamento,
-
depois foi se recuperando.
-
Quer dizer, o impacto não é só
de uma empresa de IA com outra.
-
Acaba afetando todo
o mercado tech, né?
-
Todo o mercado de tecnologia.
-
E aí, só para concluir
o meu raciocínio,
-
quando eles divulgam esse novo
modelo R3 da DeepSeek e tudo mais,
-
foi um dia após o presidente
dos Estados Unidos,
-
o atual, o Donald Trump,
-
falar que... "Não, os Estados Unidos
estão na frente com IA.
-
Temos um programa de 500 bilhões
para investir em empresas".
-
Então, é uma coisa estratégica,
que também não é só tecnologia,
-
mas também política envolvida.
-
Caraca! Geopolítica,
Inteligência Artificial!
-
Esse podcast tem tudo.
-
E agora eu queria entrar
num dos assuntos
-
que eu acho que são
um dos mais polêmicos
-
quando a gente fala
de Inteligência Artificial,
-
que é a parte da privacidade.
-
A gente já tem
um histórico popular
-
de não sermos tão atentos
com os nossos dados.
-
Isso vem mudando
um pouco nos últimos anos,
-
com quem tem mais
acesso à informação,
-
com quem, de certa forma,
-
está mais próximo dessa
bolha que eu falei.
-
Por que eu estou fazendo
essa introdução?
-
Porque a polêmica que rolou
-
foi com uma empresa
chamada Worldcoin,
-
que, aqui no Brasil, oferecia
500 reais para as pessoas
-
para fazer um escaneamento
da íris delas.
-
E, obviamente, a gente está falando
de um país que tem muitas pessoas
-
em situação
de vulnerabilidade econômica,
-
vulnerabilidade social,
-
e, bom, se alguém me oferece
500 reais, ora bolas,
-
vai me ajudar a pagar uma conta.
-
Por que não?
-
A grande interrogação
que fica é:
-
primeiro, o uso efetivo
que seria feito daquilo
-
para além do declarado,
-
e, segundo, algo tão
pessoal, tão identificável,
-
como a íris,
uma impressão digital,
-
de maneira geral,
dados de biometria,
-
são coisas sérias.
-
Como você considera
esse caso, Léo,
-
que foi assim tão impactante,
tão diferente?
-
Ainda mais você, que tem
um baita pé na segurança?
-
Eu acho que a parte mais importante
de a gente comentar
-
é que não foi só no Brasil.
-
É um movimento meio
que mundial mesmo,
-
tanto que o nome é Wordcoin.
-
Por trás da ideia, é muito interessante,
muito importante na verdade,
-
porque a ideia deles é a gente
-
conseguir definir...
-
Como uma Bitcoin tem
o seu endereço único,
-
é definir cada pessoa
unicamente no mundo
-
através da íris,
através de uma hash.
-
Só que, como a gente
vai processar esses dados
-
e o que eles estão
realmente armazenando,
-
que é o mistério
por trás de tudo isso.
-
Quando a gente fala
de digital, biometria,
-
qualquer tipo de sistema que a gente
consiga identificar uma pessoa hoje...
-
A Íris é não sei
quantas mil vezes
-
mais precisa
do que o polegar, por exemplo,
-
a gente tirar
uma digital de alguém.
-
Então a gente consegue realmente
saber quem é quem,
-
sem sombra de dúvidas.
-
Então, a hora que uma empresa
constrói uma máquina
-
que captura essa informação
com extrema precisão...
-
Porque eu acho que são cinco câmeras
diferentes, infravermelho, enfim,
-
tem várias outras
câmeras naquela orbe
-
que eles usam
para fazer a captura...
-
Isso traz um alerta
muito grande,
-
principalmente:
por que estão pagando?
-
Se você bom, né...
-
Então, por que estão pagando
para as pessoas irem lá e fazerem isso?
-
Esses dados estão
sendo armazenados.
-
O que está sendo
realmente armazenado?
-
Eles dizem que vai tirar
foto, vai fazer o processamento,
-
e vai armazenar apenas a hash.
-
Quem comprova?
-
Cadê esse código?
-
Como a gente vai fazer
essa análise desse código
-
para saber realmente
o que está sendo salvo ou não?
-
E por mais que a gente saiba que,
de um hash, você não volte,
-
para eles estarem
armazenando um hash
-
é porque para eles
tem importância,
-
aquele hash simboliza
um dado importante ali.
-
Na teoria, o projeto deles...
-
Na teoria.
-
É incrível você ter
um único identificador.
-
Você provar que você é
o André David no digital.
-
Só existe um André David.
-
Isso é bacana porque
hoje a gente tem
-
cerca de 80 a 100 logins,
-
gmail, Netflix...
-
É o André do Instagram
é o André do Facebook.
-
E a proposta é o André
é o André, e ponto final.
-
Diferente
de uma impressão digital,
-
que a gente já viu casos
-
da galera...
-
O brasileiro tem
uma criatividade enorme, né?
-
Ir lá no Detran...
-
- E colocar a digital do outro...
- O dedo de borracha, né?
-
Tudo isso.
-
E aí, como o Léo falou
muito bem, ela é única,
-
então não tem como você clonar,
-
meio "Black Mirror",
de arrancar olho,
-
essas coisas, né?
-
- Reproduzir a íris ali, né?
- Exatamente.
-
E o grande X da questão
que o Léo trouxe
-
e que se houver um vazamento disso, aí
sim vaza.
-
Sozinho.
-
Você troca se, vaza sua íris,
você não troca.
-
Esse é o grande risco.
-
Então eu posso dar o Word Coin.
-
E eu acredito fielmente
que daqui cinco, dez anos,
-
um dos sistemas de validação mais seguros
dentro da Web três,
-
que envolve blockchain,
envolve uma porrada de coisa.
-
Vai ser aí se o banco começa a fazer
esse tipo de validação
-
ou ou outras empresas, a gente sabe
que economia de dados é o novo petróleo.
-
Está cansado de ouvir essa frase, né?
-
Quem é que a empresa que tem
-
um detém mais íris no mundo
para fazer um login com Word Coin?
-
E nesse ponto que eu estou pagando
agora você é só para esclarecer
-
pro pessoal de casa.
-
Não era um valor fixo
ou um valor da criptomoeda 148,5
-
unidades de Word Coins e isso pode variar.
-
Na época estava valendo os 15 R$,
-
mas se a gente entrar hoje, por exemplo,
a moeda caiu pela metade.
-
Essa recompensa já não vale tanto a pena.
-
É 250.
-
É só para complementar.
-
Muitos países foram contra isso.
-
A União Europeia, por exemplo,
não não deixou Word Coin
-
operar porque você tem uma lei muito forte
lá que é GDPR.
-
A LGPD foi inspirada na GDPR,
a Coreia do Sul barrou,
-
aplicou multas porque a Word Coin lá
-
fez um contrato em inglês
e a LGPD deles Fala cara,
-
você não pode fazer um contrato aqui,
não tem ter o nosso idioma local.
-
A Argentina também aplicou uma multa.
-
E o Brasil?
-
Ah, vamos ver.
-
Estamos vendo.
-
Por enquanto, uma liminar vai ficar aqui.
-
Depois a gente acompanha e os caras
não pararam.
-
Só esqueceu comentário que me fez pensar
que vai começar uma nova guerra
-
e para ver quem vai ser a entidade
certificadora.
-
Do mesmo jeito que hoje
a gente tem essa segurança aqui, olha,
-
quando eu sou certificado por tal empresa,
porque sou eu mesmo.
-
Exatamente.
Talvez a gente tenha esse papel no futuro.
-
E um outro ponto que eu fiquei pensando
Cara, eu sei que você fala muito,
-
não tanto nas redes sociais quanto na TV,
quando você é convidado sobre os golpes
-
que tem acontecido
-
e a gente sabe que talvez de novo
para um público que está na bolha
-
até que seja mais possível
identificar esses golpes, Nem sempre.
-
Então. Mas um público mais geral.
-
Por que está ali
-
vendo a TV que está no programa,
que às vezes não está imerso nesse mundo e
-
que cenário
é esse que está nascendo, Cara,
-
com tipificar a inteligência artificial,
isso é muito perigoso, porque eu falo
-
a gente sempre trocou o nosso CPF
por desconto na farmácia, sempre.
-
Nunca perguntou
o que queriam fazer com os dados.
-
Aí começam a pagar para vender.
-
Ai eu comprei muito
as reportagens da época e a galera da fila
-
nove a cada dez falava ah, pode fazer
o que quiser, Ah, não tem problema.
-
Ah, vai usar, anda tudo bem.
-
E, cara, não é tudo bem, é muito perigoso
isso.
-
De fato, há uso da inteligência artificial
em larga escala para clonar a sua voz.
-
Se hoje tem gente que cai em golpe
e todo mundo está sujeito, inclusive nós,
-
mãe, pai, troquei o meu número
e está com a fotinho lá do WhatsApp.
-
Imagina só com a voz real da pessoa,
algum vídeo gravando realmente o rosto
-
parecendo Alicia
falando com seu pai e sua mãe.
-
Como você não vai acreditar?
-
Imagina a gente que está aqui,
que tem muito, muito material em voz,
-
muito material em vídeo.
-
Nosso bem ou mal,
é um largo material de treinamento.
-
Eu já conheço a voz,
então como que a gente faz isso agora?
-
É melhor eu correr para as colinas
e você também não é brincadeira.
-
Entendendo a tecnologia,
acho que esses medos vão ficando
-
não mais distantes da gente,
mas acho que mais contornáveis.
-
E a gente está falando esse lance
do mesmo pessoal da bolha, às vezes cair.
-
Mas como a gente conhece mais
o funcionamento daquilo,
-
deixa a gente um pouquinho mais
e a gente está um pouco mais preparado.
-
Um exemplo muito básico
que eu trago aqui também, por exemplo,
-
quando a gente fala de cartório,
-
que a gente vai fazer uma autenticação de
-
documento, alguma coisa
tipo quando chegou a blockchain,
-
aí não precisa mais do cartório
para a gente fazer certas validações.
-
Hoje a gente está vendo um movimento
-
do próprio governo
de tornar as coisas digitais.
-
Então, carteira de motorista, RG,
todos esses documentos básicos,
-
a gente está migrando para o digital,
porque hoje a gente tem sistemas digitais
-
que a gente consegue realmente
comprovar as pessoas.
-
A ideia da Word Coin,
-
a ideia de fazer isso
e a gente não precisar mais comprovar.
-
E também nesse caso de golpe,
de passar alguma informação,
-
você consegue comprovar. Esse sou eu.
-
Esse vídeo aí não foi o que gravei
hoje, não é eu que está ali representado.
-
Então eles trazem também essa ideia
de você conseguir comprovar no digital
-
quem é você,
-
não só para o login, para essas coisas,
mas termos certificação digital.
-
Então hoje a gente tem o certificado
digital, que é o pen drive, aquela,
-
aquele documento que você
-
manda pro cartório para essas coisas
você validar documentos.
-
Então é uma substituição
um pouco mais aprimorada.
-
Vão dizer por isso que eu sou fã do mundo
open source.
-
Mesmo no mercado privado mesmo,
você está cobrando,
-
porque esse é o tipo de processo
que a gente tem que entender
-
os protocolos que foram adotados,
-
como que aquilo vai ser feito
para que assim eu possa ter segurança.
-
Porque enquanto ficar só na promessa
eu não vou ter.
-
E por falar em promessa,
eu lembrei aqui do passado.
-
O jovem Andrezinho na faculdade,
tendo aula de IA.
-
Era um outro mundo.
-
Inteligência artificial ali
naquela época era.
-
Era outra abordagem do que era possível
para o hardware que a gente tinha.
-
E por que eu estou puxando isso?
-
Porque em 2024 rolou uma premiação
na área de IA, no Prêmio Nobel
-
para um conceito que, no fundo, no fundo,
existe desde os anos 50, anos 70 anos.
-
É um conceito antigo
a gente falar de redes
-
neurais, inteligência artificial
que usa redes neurais.
-
Não é um negócio que chegou agora.
-
Por que a gente está falando
agora, nesse momento que a gente tem
-
hardware disponível?
-
Redes neurais são o máximo, são o futuro,
alimentam o mundo.
-
Por que esse conceito voltou, ressurgiu
e essa é a hora dele ganhar força.
-
Que as tecnologias, elas não são de hoje.
-
Exatamente.
-
A gente tem um grande boom
na tecnologia de 60 para cá.
-
É criação de microchip,
aceleração de todos esses materiais
-
que a gente precisa ter
para chegar no que a gente tem hoje.
-
Só que o que a gente tem hoje
é a popularização.
-
Então desde 90 pra cá, internet
discada, internet ADSL,
-
começamos a ter fibra ótica.
-
Então são sistemas que foram aprimorando
e chegando no momento que a gente
-
tem hoje.
-
E para a gente conseguir
-
utilizar tudo isso,
a gente precisa deixar barato,
-
Então tem que chegar na mão
do brasileiro médio.
-
Nem chega na mão do pessoal
no mundo inteiro,
-
para aí sim a gente
conseguir popularizar a tecnologia
-
e consiga utilizar
ela da melhor forma possível.
-
Então, leva se tempo.
-
O que está no laboratório,
até na mão do público mesmo demora.
-
Esse lance de acesso ao que é o acesso
faz a diferença, o acesso
-
e também um outro fator nessa equação
os dados.
-
A gente nunca teve tantos dados
produzidos por minuto,
-
segundo, horas, dias como a gente tem hoje
e cada vez mais só vai crescer.
-
É exponencial, É absurdo.
-
Se a gente olhar a dois anos atrás,
a gente já tem o dobro do que a gente
-
tinha, ou seja, a metade do que tem hoje,
-
50% foi produzido nos últimos dois anos.
-
É absurdo e isso é um fator essencial
na equação da inteligência artificial.
-
Então, de um lado,
você tem árduo poder de processamento
-
e de um outro lado
você tem dados o chat PT.
-
Quando ele foi lançado, ele foi lançado
ali na versão 3,5 turbo para o usuário.
-
Antes, as versões anteriores estavam
nas mãos das empresas dos pesquisadores.
-
Por que eles lançaram
e lançaram de forma gratuita?
-
Porque eles perceberam que chegou
um momento que independente do processador
-
ali, ele só conseguiria evoluir
se as pessoas começassem a interagir
-
e dar mais enxutos.
-
Caramba, um ano passou, o que aconteceu?
-
Opa, pegamos os dados
aqui, colocou o Gustavo, colocou.
-
Agora temos a versão 4,0,
só que agora é paga.
-
Sabe qual é o genial, genial,
malvado, Genial?
-
Eu sempre trago isso dos alunos.
-
Não existe almoço grátis, Então sim,
-
se é de graça, se está usando a GPL
diariamente, ele está te ajudando.
-
Você está pagando com seus dados?
-
Exatamente, Você está treinando o serviço
agora pra isso?
-
É uma coisa mais grave ainda.
-
É até pensando nisso
-
que a gente falou da evolução do hardware
e evolução também da quantidade de dados.
-
Quando a gente fala de hardware,
a gente esbarra em alguns problemas
-
que afetam o globo inteiro,
não só um país específico.
-
Então, por exemplo, a produção dos chips,
a gente vem de uma escassez
-
há muito tempo já os preços subiram muito
e nunca voltaram ao patamar anterior.
-
Processadores
tem um certo limite da produção
-
porque já são vendidos
para certas empresas que vão usar.
-
Tudo está muito amarrado
e vai chegar 01h00 que o hardware atual
-
vai ser gargalo.
-
E aí eu peço quase
o exercício de futurologia para vocês.
-
Eu pergunto
e aí a gente vai chegar num problema
-
onde essa produção do hardware,
como é feita hoje pode travar esse avanço?
-
Olha André, a de PSIC que nós falamos aqui
provou para nós
-
que não precisou de todo esse hardware.
-
Um Porque são sanções, coisas,
questões políticas.
-
Estados Unidos não vendia para a China
as melhores placas e chips da ENI.
-
Vídeo então que a gente começa a ver,
respondendo a sua pergunta,
-
outros caminhos de evoluir
sem ter a necessidade de tanto hardware.
-
E os que a gente tem?
-
A galera tá começando a programar.
-
Não sei se já viu.
-
Ai na vídeo tem um módulo de programação
onde você faz um overclocking
-
da nossa época lá dos PCs,
hardwares gamers e tudo mais.
-
A galera está programando
o chip da Nvidia para conseguir extrair
-
um poder ainda maior, então já tem ali
na nossa área de tecnologia
-
uma nova vertente de desenvolvedores
já focados em placas de vídeo
-
para melhorar ainda mais a performance
com que a gente já tem hoje.
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E também, sem dúvida,
a questão de novos materiais.
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Então a gente fala hoje
a gente tem o chip baseado em silício,
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tudo bem, já existem pesquisas
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falando de outros tipos de materiais
que a gente vai ter mais
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poder de processamento.
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Existe também armazenamento,
que é um grande problema
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se a gente está produzindo mais dados,
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onde que a gente vai armazenar
esses dados?
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Então já tem pesquisas
para o armazenamento em cristal, por ex.
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Encarar que a gente consegue gravar
e ter muito mais capacidade
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para a gente poder guardar informação.
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E eu ouvindo vocês,
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eu até lembrei que em 2025, um brasileiro
lançou uma distribuição do Linux
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voltada para você conseguir montar
um cluster de computadores.
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Mas é tudo via pen drive.
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Então você esperto
o pen drive em cada máquina.
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Ele sozinho está pré configurado
para fazer as máquinas se comunicarem
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para você ter ali
um poder de processamento maior.
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Uma iniciativa totalmente gratuita,
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que talvez ajude a gente
um pouco nesse caminho.
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É o momento da opinião.
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Gente, o homem da opinião é tão importante
para mim, porque vocês são profissionais
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que estão no mercado, estão atuando,
estão conversando com empresas,
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estão conversando com alunos,
estão se atualizando,
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Vocês estão imersos aí
nesse mar de informações.
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E o que eu observo é que as e as grandes,
as viagem interativa,
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as grandes que a gente tem falado,
todas estão na mão de empresas.
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Claro que isso não é uma novidade
no mundo da tecnologia,
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porque, de certa forma, boa parte delas
estiveram em mãos de empresa.
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Mas a gente vê,
parece que os governos do mundo todo,
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um pouco distantes da tecnologia
que está sendo criada,
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usada, vendida
e dominando o mundo por parte de empresas.
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E aí eu pergunto
será que essas empresas vão ajudar
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a humanidade a partir disso
que elas detêm?
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Será que a gente pode esperar
um futuro mais positivo
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ou um futuro mais Black Mirror?
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Considerando todas essas possibilidades,
pra que lado você vai?
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Eu acho que eu vou
mais para o Black Mirror.
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Se a gente for levar em consideração
o que já acontece, por exemplo, na China,
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a questão de pontuação social
um como que determina ponto social
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pra alguém, para ele ter mais crédito,
menos crédito,
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algumas regalias, algumas vantagens
em cima de algumas situações.
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Então isso já é um controle feito por aqui
em São Paulo recentemente
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a gente tem as câmeras de São
Paulo, esqueci o nome do programa,
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se lembrarem, complementem,
mas que já está fazendo
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reconhecimento de imagem ali
para achar pessoas que estão foragidas.
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Então, assim,
isso já é um pouco Black Mirror, né gente?
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É um pouco do futuro
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que tudo bem estar sendo usado para
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o lado legal a gente achar pessoas
que estão devendo para a justiça,
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mas que quando a gente começa a tender pro
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social, começa a tender para outros lados.
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Será que é o mais bacana?
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A gente está utilizando, a gente
está tendo vantagens humanas, Vamos nós.
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E você mencionou iniciativas na cidade,
no estado de São Paulo.
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O Palmeiras tem lá catracas
que têm reconhecimento facial
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e quando eles implementaram,
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tiveram algumas notícias de pessoas
que estavam foragidas da Justiça,
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que foi protestar de assistir o jogo
e foram presas, identificadas ali na hora.
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Mas foi só um aparte
você está mais positivo, mais negativo.
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Conta pra gente!
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Ah, tudo tem o copo meio cheio e meio
vazio.
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Depende da ótica,
depende do ponto de vista.
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Mas me posicionando aqui em relação a isso
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sim, existe um grande risco de monopólio
dessas.
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Bittrex porque afinal,
quem detém a maior tecnologia
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e quem detém os maiores dados?
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E nós estamos aqui usando diariamente
Google redes sociais, estamos alimentando.
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Como eu falou, não existe almoço grátis.
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Ah, eu faço pesquisa de graça no Google.
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Ah, eu uso de graça.
Aqui é minha rede social.
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Não, nós temos.
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Nunca paguei pelo Gmail,
então eu nunca paguei de graça.
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Por que eu vou pagar?
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Então a gente está treinando sim.
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É a concentração do poder.
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Ela também passa
pela concentração dos dados.
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As grandes empresas, as chamadas big ITX,
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são aquelas que detém maior informação
sobre a câmera aqui de São Paulo.
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Tá detectando a gente.
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Vamos começar a ver um movimento
muito grande e aí é a praia do Léo.
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Que eu saiba que vai chegar 01h00
que eu não posso mais cometer
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crimes físicos, porque a câmera pega.
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Então a galera tá migrando para o crime
digital e pro golpe digital,
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então segura atrás de um computador Ai,
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caramba, cara, até isso mudou,
Até isso foi impactado sim.
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E eu fico pensando na responsabilidade
que a gente tem de ajudar as pessoas
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a entenderem essas tecnologias,
se familiarizarem com elas,
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entender o que está em jogo
e com certeza vocês dois
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são pessoas que já estão fazendo isso,
porque aqui nesse podcast já deram um show
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e eu queria agradecer demais
a presença de vocês, os comentários,
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os conhecimentos que os trouxeram
e dividiram com os nossos alunos e alunas.
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Foi um prazer ter você aqui
com a gente que agradeço.
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Foi muito bacana, Gostei sempre.
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Um prazer enorme ter você aqui.
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Faz tempo que a gente não grava junto.
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Foi muito bom te ouvir,
é muito bom, como sempre.
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Obrigado pelo convite.
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E é isso pessoal, não parem ai os estudos.
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Inteligência artificial
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toda semana tem uma coisa nova,
então sempre aí fiquem ligados.
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Estar ligados é o que faz parte da vida,
do mercado de tecnologia.
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E você com certeza
está inserido nesse mundo desde já.
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Portanto, vale a pena pensar
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que olhar só para frente,
às vezes faz a gente bater numa parede.
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É importante olhar para o momento atual
da inteligência artificial
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para saber quais serão
os nossos próximos passos.