-
Vem cá, você sabe o que é UX?
-
No mundo da tecnologia,
a tal da experiência do usuário
-
é uma forma de a gente
conquistar o público-alvo
-
muito rápido.
-
Mas eu fico me perguntando:
será que é só isso?
-
Será que é mágica?
-
Como isso acontece?
-
Eu sou o André David, e para te ajudar
a entender um pouco desse mundo,
-
eu estou aqui com dois
convidados incríveis
-
que já estavam me ensinando
um monte nos bastidores.
-
Eu estou falando
da Nath Yamauti
-
e do André Maluf.
-
É um prazer ter vocês aqui.
-
Eu já estou animado,
-
mas os nossos ouvintes
talvez não conheçam ainda.
-
Então, Nati, conte
para a gente quem é você.
-
Oi, gente!
-
Eu sou a Nath Yamauti,
sou designer,
-
trabalho com a parte
de internet desde 2001.
-
Entrego um pouco a idade.
-
E hoje eu sou
especialista em UX.
-
Eu trabalho na parte
de UX desde 2013,
-
comecei em startup,
como eu estava comentando
-
e fui galgando esse caminho
-
e me tornando
cada vez mais conhecedora
-
do que acontece com as pessoas
-
quando elas estão diante
de uma experiência digital.
-
Olha, dessa conversa
toda nos bastidores,
-
além de ter me contado
isso, eu percebi
-
que você é
uma apaixonada pela área.
-
A gente vai muito mais
a fundo nesse assunto.
-
Mas antes disso,
André Maluf, meu xará,
-
se apresente
para a galera, cara.
-
Bom, André Maluf, eu sou professor,
especialista em estratégia,
-
marketing,
comportamento do consumidor.
-
Estou na área de comunicação,
publicidade, e acadêmica,
-
já faz aí uns bons 15 anos
que a gente está nessa trajetória,
-
e vamos nessa.
-
Vamos nessa!
-
Eu queria começar então
bem por algo básico,
-
porque eu me lembro lá da minha
época de aluno de curso técnico
-
começando a desenvolver
sistemas aqui e ali,
-
a gente não usava esses termos.
-
Ninguém tinha
me falado de UX, de UI.
-
No máximo, o professor falava
assim: "O usuário é burro",
-
era assim que eles
começavam a aula.
-
"Tem que fazer uma tela
que ele entenda."
-
E hoje, até essa concepção
de que o usuário é burro,
-
eu percebo que ela se perdeu,
que ela não é mais sustentada.
-
Então eu queria
que vocês me contassem
-
por que essa história de UX
virou tão importante,
-
principalmente no mundo digital.
-
Por que a gente fala tanto disso?
-
Desde o advento que a gente teve
em 2020, 15 de março de 2020,
-
especialmente aqui no Brasil.
-
Com o Covid, o que acontece?
-
Todo mundo ficou preso
dentro de casa.
-
A gente aprendeu em duas semanas
a trabalhar remotamente.
-
O que acontece?
-
As pessoas começam a usar
mais os recursos digitais.
-
Então o usuário hoje
não é mais burro, né?
-
Hoje a gente está em 2025,
então está todo mundo
-
mais do que acostumado
a usar uma interface digital.
-
Então, o que muda
nesse discurso?
-
A relação humano-máquina existe
desde a década de 1970, na verdade.
-
A gente não está falando
de nenhuma novidade, certo?
-
Mas o que acontece?
-
Antes a gente falava
de máquinas gigantescas,
-
que as pessoas iam começar
a operar, pós-revolução industrial,
-
e aí essas máquinas foram
ficando pequenininhas,
-
foram ficando diminutas,
até caber na palma da mão.
-
Então essa é
a principal diferença.
-
Mas os conceitos, e o que a gente
trabalhava desde então,
-
não vai mudar.
-
O que vai acontecer é que vai
se adequar esse discurso.
-
E hoje a gente está aí,
com tudo baseado em internet.
-
Então fica aquela mesma preocupação,
pegando o exemplo da Nath,
-
que a pessoa tinha de: "Eu vou
construir uma máquina enorme
-
e eu tenho que garantir que o cara
quando for usar não a exploda...".
-
Não destrua tudo
que tem ao redor.
-
Ela meio que também
se aplica hoje
-
aos sistemas e às soluções
que a gente encontra?
-
É isso, é isso.
-
Muito dentro
do que a Nath falou,
-
e até a provocação
que você fez agora, André,
-
só somando um pouquinho
do que é a minha base
-
de conhecimento e de discussão,
-
uma coisa que colabora
para toda essa mudança,
-
além de não explodir o mundo,
a empresa e tudo que está ao redor,
-
de conseguir utilizar aquela
máquina da forma mais eficiente.
-
Porque se a gente olha para o mundo
empresarial, para o mundo corporativo,
-
para o mundo industrial,
-
se você quiser falar
de Primeira Revolução Industrial,
-
tudo o que a empresa quer
é gerar valor para o acionista.
-
Isso é o modelo
clássico empresarial.
-
Ah, mas e se for uma ONG?
-
Ainda assim ela vai gerar recurso
para a sua subsistência, perfeito?
-
Então, quanto mais eficiente
-
for o uso da máquina, melhor.
-
Então eu preciso usar a máquina
de forma eficiente.
-
Quando essa máquina
sai de dentro da empresa
-
e vai para a mão do consumidor,
-
quanto maior for
a eficiência de uso dele,
-
maior também a geração
de recurso para a empresa.
-
Ou seja, menos tempo,
mais capacidade de utilização,
-
de consumo daquela máquina.
-
E paralelo à tudo isso,
a gente tem uma mudança
-
no próprio comportamento
do consumidor.
-
Se a gente olha para a Revolução
Industrial, que eu acabo de citar,
-
lá atrás, bastava
um bom produto.
-
A grande experiência
era um bom produto,
-
porque você tinha
demanda reprimida,
-
você tinha uma única indústria
para cada produto que você precisava,
-
você não tinha concorrência.,
-
Conforme as empresas
vão surgindo,
-
a concorrência vai ampliando,
-
e o consumidor ganha
possibilidade de escolha...
-
Agora eu posso escolher
entre comprar o produto do André
-
ou comprar o produto da Nath.
-
Qual produto
é melhor?
-
Aí já não é mais só o produto,
porque eles talvez se equiparem
-
Qual é o melhor discurso?
-
Quem me oferece
a melhor experiência?
-
Você está me trazendo
um ponto agora aqui
-
que me obriga
a pensar no seguinte:
-
às vezes a gente que não é
da área de usabilidade,
-
ou que não costuma
se preocupar com isso,
-
tem uma ideia meio vaga
de que é algo subjetivo,
-
ou seja, que é uma coisa
que a pessoa que vai pensar
-
na experiência do usuário
tira aquilo da cartola.
-
E digo mais, às vezes
a gente usa palavras como:
-
"Eu acho que para mim é assim",
-
"Eu acho que para mim é assado".
-
Tem elementos comuns
à experiência do usuário
-
que se aplicam a esses
diferentes cenários?
-
Quer dizer, o que eu
estou perguntando é:
-
o que é base de fato
para começar a pensar nisso
-
e o que realmente é achismo,
se é que alguma coisa seja?
-
Você consegue
elencar para a gente
-
algumas dessas bases
ou alguma pista disso?
-
Claro.
-
Para começar, assim,
só para desmistificar,
-
nada é achismo.
-
Claro que a gente pode ter
as nossas percepções, certo?
-
Então a gente vai partir
de uma percepção que a gente tem.
-
É impossível você começar
a discutir qualquer coisa
-
de experiência
ou qualquer coisa,
-
que não pela ótica
da sua percepção.
-
Mas a sua percepção precisa ser
testada enquanto hipótese.
-
A sua percepção é uma hipótese
a respeito de alguma coisa.
-
Então, eu acho que o meu
consumidor é esse,
-
e eu acho que ele gosta
dessa experiência,
-
é isso que me diferencia
do concorrente.
-
Só para fazer um gancho
com o que eu estava respondendo.
-
Hoje a gente precisa se diferenciar
dos demais concorrentes.
-
Eu acho que é isso que me diferencia,
que cria uma boa experiência.
-
Tudo bem, você acha.
-
Entre achar
e testar isso na prática,
-
tem uma lacuna enorme.
-
Então a gente vai
passar por pesquisa,
-
a gente vai passar
por desenho de experiência,
-
a gente vai passar
por teste de experiência,
-
Então você vai desenhar,
você vai pesquisar, desenhar,
-
testar, testar, testar...
-
Talvez não pare de testar.
-
Não sei se a Nath quer...
-
Eu concordo.
-
Eu acho que isso é o mais legal.
-
Assim, eu acho que tem uma parte
em quanto a gente está estudando,
-
que é aquilo que a gente até estava
discutindo antes nos bastidores.
-
O processo de pesquisa
-
vai te dar uma série
de métodos científicos
-
para tentar ter um pouco
de controle em relação ao quê?
-
Concordo, são tudo hipóteses.
-
Mas tem uma coisa
que é fundamental.
-
A gente discute isso
desde 1996, tá,
-
não é de hoje esse discurso,
-
que é: você começa
uma ideia e uma experiência
-
a partir de hipóteses
fundamentadas, certo?
-
A gente já tem também
uma série de ferramentas
-
que a gente pegou emprestado
lá da antropologia,
-
falando de etnografia,
-
para a gente poder ter
hipóteses fundamentadas.
-
Então, assim,
não tem o eu acho.
-
Eu acho baseada em X, Y Z,
-
que isso aqui pode eventualmente
-
trazer mais dinheiro
para a empresa.
-
Eu acho que isso aqui
-
pode dar uma economia de 30%
-
ou ajudar a gente
a mudar um status quo
-
do que a gente já tem
de verdade aí no mercado.
-
E essas hipóteses
podem ser de várias partes
-
da jornada, dessa experiência?
-
Porque eu fico pensando,
no dia que a gente está gravando aqui,
-
eu fui lá e deixei o meu carro
na concessionária para fazer a revisão.
-
Mas antes disso,
eu liguei para marcar,
-
a pessoa me mandou um e-mail,
depois eu vou voltar para retirar.
-
Então eu estou imaginando
-
que várias coisinhas
podiam ter dado errado
-
ou certo nesse caminho.
-
E esse cuidado com a experiência
que vocês estão falando
-
está então em todas essas etapas
-
e não só em quando eu fui ligar,
-
quando fui agendar
o deixar o carro?
-
Exato.
-
Eu acho que isso também
é muito interessante, né,
-
principalmente agora,
que a gente está falando muito
-
de Inteligência Artificial.
-
Eu acho que, cada vez mais,
-
a barreira entre o que é
on-line e off-line não existe.
-
É tudo muito fluído,
principalmente se você está
-
do lado do consumidor
ou do usuário.
-
Para você, é todo
um relacionamento com marca.
-
Não importa se eu estou no celular,
se eu estou no telefone,
-
se eu estou falando com um cara
que pegou seu carro lá,
-
com o atendimento.
-
Todas essas etapas contemplam
o projeto de experiência,
-
então isso é muito
importante também.
-
Por isso que, quando a gente
fala de fazer pesquisa,
-
eu acho que a galera acha que é
um laboratório, aquele negócio formal.
-
Não é, gente.
-
Às vezes é botar um tênis,
se vestir à paisana,
-
ir até a concessionária
-
e observar o que está acontecendo
e fazer anotações.
-
A gente chama isso de campo.
-
Então, é ir, fazer campo,
entender.
-
E do que a gente está trás?
-
Isso também é
importante, gente.
-
Claro que vai ter exceção.
-
É óbvio que a sua mãe
também tem uma opinião
-
sobre aquilo que a gente
está perguntando.
-
Todo mundo que dirige.
-
Mas por que a gente
faz tantos métodos?
-
Porque a gente está atrás do padrão,
comportamento padrão.
-
É nisso que a gente
consegue entender
-
que vai emergir uma série
-
de coisas muito interessantes
-
para você entender que a sua
concorrência, e ninguém,
-
está cobrindo.
-
Está todo mundo
deixando a desejar.
-
Ninguém cumpre 100%, tá,
então isso é importante.
-
Então, onde está aquela
bola que está pingando,
-
que está todo mundo
deixando escapar?
-
Aquela tartaruga.
-
Eu adoro tartarugas.
-
Passou embaixo do nariz
de todo mundo, sabe,
-
tinha gente até vendo,
-
mas foi...
-
Para cada sim, para cada
aprovação, e vai passando.
-
Então eu acho que isso
é muito interessante.
-
Se você aplicar o método,
-
a gente vai conseguir pegar
alguma coisa que está aí,
-
e que pode ser uma oportunidade
de um negócio.
-
André, você falou sobre as fases.
-
Essa pesquisa pode ser
utilizada para todas as fases.
-
Então a gente vai ter
o reconhecimento.
-
Antes da pessoa viver uma experiência
com a sua marca, com a sua empresa,
-
ela precisa reconhecer
a sua marca,
-
reconhecer que você oferta
para ela uma experiência.
-
Então tem primeiro o reconhecimento,
depois consideração.
-
E para cada momento desse fluxo,
-
até o momento
de compra ou de uso,
-
porque ele é posterior, né,
é o pós compra.
-
Então, para cada um
desses momentos,
-
desses pontos de contato
entre o usuário e a empresa,
-
usuário e a marca,
usuário e o sistema,
-
eu vou precisar ter informações
e um tipo de pesquisa diferente.
-
Então, obviamente, por quê?
-
Porque no reconhecimento, talvez eu
queira que mais pessoas reconheçam,
-
porque eu quero um maior
número de pessoas.
-
Então eu tenho mais frentes
de reconhecimento.
-
Então eu posso ser um pouco
mais amplo na forma de pesquisa.
-
Consideração já é diferente.
-
Quando eu vou falar de compra,
-
quando eu falar
de pós compra, de uso,
-
o pós-venda, no caso da ótica
da empresa, é um pouco diferente.
-
Você começa a afunilar, né?
-
Eu começo a afunilar.
-
Então, para cada uma, eu vou
usar um método de pesquisa,
-
eu vou utilizar um tipo
de captura de dado,
-
um tipo de tratamento de dado,
-
uma leitura diferente
para esses dados,
-
e, claro, tudo com base
em pesquisa fundamentada.
-
Vocês sabem que eu
fui bem maquiavélico
-
quando eu fiz essa
pergunta para vocês.
-
Por quê?
-
A gente tem uma relação
da área de UX com outras áreas
-
dentro de uma empresa,
dentro de um projeto mesmo
-
que está sendo desenvolvido.
-
Tem que haver aí
alguns tipos de troca.
-
Eu entendo, e acredito que os nossos
ouvintes também entendem,
-
que haverá algum tipo de troca
-
com uma equipe de desenvolvedores
desenvolvedoras, por exemplo.
-
Mas eu queria entender
até onde essa troca vai,
-
o quanto é simplesmente
passar um documento
-
e falar: "Segue isso aqui".
-
E mais, agora que vocês
estavam exemplificando
-
essa cadeia de eventos,
-
que outras áreas estão
envolvidas nessa troca?
-
Uma pessoa do financeiro
precisa saber?
-
Uma pessoa do marketing
precisa saber?
-
Como você enxerga isso, Maluf?
-
Olha, via de regra, eu acho que a empresa
inteira tem que estar envolvida
-
em tudo o que a gente faz
em termos de experiência,
-
principalmente quando a gente está
desenhando as primeiras experiências.
-
Depois você vai ter um trabalho
de melhoria contínua...
-
Odeio essa expressão,
mas está tudo certo.
-
Expressão dos anos 1990,
que queria dizer outra coisa.
-
Mas você vai ter um trabalho de melhoria
contínua em cima desse processo,
-
talvez você diminua a quantidade
de pessoas envolvidas.
-
Mas se a gente for
olhar inicialmente,
-
você não tem como
desenhar uma experiência
-
sem saber o que sua empresa
consegue executar
-
em termos de experiência.
-
Então não adiantou eu desenhar
toda uma experiência,
-
toda uma cadeia, todo um fluxo,
-
pensando no usuário,
-
sem saber se eu consigo
executar isso internamente
-
ou se o meu fornecedor de tecnologia
consegue executar aquilo.
-
Isso vai se somar depois,
por exemplo, à equipe de layout,
-
alguém vai ter que fazer
o layout daquela experiência.
-
Porque UX e UI, as pessoas
não diferenciam essas coisas.
-
Mas você vai ter alguém que está
fazendo o desenho da experiência
-
e alguém que vai fazer
o layout dessa experiência.
-
Então alguém que programa,
alguém que faz o layout.
-
Só que você tem alguém que tem
mais contato com o consumidor,
-
que é a famosa
área de marketing,
-
que está ali olhando para ver
se aquela experiência...
-
"Olha, dado as minhas pesquisas
versus as pesquisas de vocês,
-
eu acho que estamos olhando
para personas iguais",
-
personas diferentes.
-
Você vai ter a área
de marketing,
-
Você vai ter
a área financeira...
-
"Olha, você não pode ter
uma experiência tão encurtada.
-
Eu preciso que a experiência seja longa
porque eu preciso de mais dados
-
para poder fazer
emissão da nota".
-
É a área financeira.
-
Aí tem a área de logística,
se for um e-commerce,
-
será que essa experiência
-
atende os dados e as informações
que eu preciso?
-
Será que ela traz todas
as informações que eu preciso
-
a respeito de transporte?
-
Então, percebe
que essa soma toda...
-
Porque a empresa,
e aí falando de finanças,
-
vai se dividir em três
grandes áreas:
-
área de custo, área de despesa
e área de investimento,
-
ou áreas de custo,
despesa e investimento.
-
Quando a gente está olhando
para a área de custo,
-
é quem está trabalhando
no processo produtivo.
-
Então talvez essas sejam
as poucas pessoas
-
que não vão se envolver
diretamente
-
no desenho de uma experiência,
-
a não ser que eu esteja falando
uma experiência física,
-
loja, processo produtivo,
-
e quem vende pode se confundir.
-
Eu tenho a segunda parte,
que são as pessoas de despesas,
-
e despesas para uma empresa
significa tudo aquilo que eu gasto,
-
que eu não consigo
prever retorno,
-
mas que está estimulando venda.
-
Todas as pessoas
que estão na despesa,
-
área financeira, RH,
logística, marketing,
-
todas essas estão envolvidas
no desenho de uma experiência,
-
que é para dar vazão àquilo
que a área de produção está fazendo.
-
Investimento é tudo aquilo que você
faz pensando em retorno futuro.
-
Aí é uma outra área, é um outro
desenho, um outro espaço.
-
Mas você acabou
de me deixar em pânico
-
porque agora eu estou
imaginando como você faz.
-
São muitos processos diferentes,
etapas diferentes, pessoas diferentes,
-
e até objetivos finais dentro
de cada grupo ali diferentes.
-
Como acontece isso na prática?
-
Por isso mesmo que a gente
informa muito e insiste.
-
O processo de UX,
eu falo processo, tá,
-
contempla, na verdade, uma transversal
dentro das organizações.
-
Por isso que, quando a gente começa
a estudar essa questão de inovação,
-
as ideias não estão mais...
-
Não é mais uma mente brilhante
no centro e que vai dispersando
-
pedaços desse entendimento
para o restante da organização.
-
Hoje a gente fala sobre
trabalhos colaborativos.
-
Daí que vocês vão ver aquele monte
de Post-its grudados na parede.
-
E uma coisa chamada
Design Thinking, onde...
-
"Ah, vamos juntar todo mundo
para fazer facilitação...".
-
Que diabos é isso?
-
Mas por que isso?
-
Eu tenho, na verdade,
muitos especialistas
-
dentro da própria organização
-
que já entendem do negócio.
-
Só que está tudo tão silado...
-
Silado não é
de salada, tá, gente?
-
Está tudo tão separado, com S,
-
que as coisas começam a ficar
muito fechadas dentro de si.
-
São várias caixas pretas.
-
Então a gente começa
a ter que abrir.
-
É por isso que é muito
importante hoje para mim...
-
Que nem, o Maluf está aqui
falando de funil de conversão.
-
Para mim, isso se chama
jornada de experiência.
-
São linguagens
e pontos de vistas
-
em que eu pego
o funil de conversão,
-
aplico isso na experiência,
-
entendo todos
os pontos de contato,
-
distribuo isso
e começo a marcar.
-
Então, onde estão
as oportunidades
-
para a gente
contemplar tecnologia
-
para facilitar ou até economizar.
-
Como ele falou,
eu tenho uma parte aqui
-
que é responsável por custos.
-
Porque tem muita gente que põe
uma camada de transformação digital
-
e na verdade está tentando
deixar uma coisa bonitinha
-
num balde furado, tá?
-
É isso.
-
E olha que legal.
-
A Nath falou que o André
falou de funil de conversão,
-
o Maluf falou de funil de conversão,
-
eu estou falando de jornada
-
estou falando
de jornada e experiência,
-
e a área de marketing...
-
Então, a área de vendas, comercial
ou publicidade, vai chamar de funil,
-
a área de UX vai
chamar de jornada,
-
a área de marketing
vai chamar de branding.
-
O que é branding se não
todos os pontos de contato
-
entre empresa e consumidor.
-
Porque a cada ponto de contato
-
você cria uma opinião
à respeito daquela marca,
-
seja na forma como
você foi atendido,
-
quando você deixou o seu
carro na concessionária,
-
ou na forma como você fez
o agendamento pelo app ou por telefone.
-
Você está desenvolvendo
a sua opinião,
-
a sua percepção de marca.
-
Então cada área
vai chamar de um jeito.
-
Eu acho que, com esse
papo, vocês estão...
-
Eu falei que vocês
estavam me assustando,
-
mas eu acho que, na verdade,
vocês estão convencendo
-
alguns dos ouvintes,
alguns dos alunos e alunas,
-
a olharem para o mundo de UX
talvez com mais carinho.
-
E aí eu até queria trazer agora
para um cenário um pouco mais tech
-
que, quem está ouvindo
a gente deve estar acostumado.
-
A gente tem hoje em dia
basicamente o mobile
-
como à frente de tudo.
-
Olha, você precisa ter um app,
-
ou o seu site precisa
ser Mobile First...
-
Precisa.
-
Tem, né, essa conversa toda.
-
Será? Porque já dá
um outro papo,
-
já dá um outro assunto.
-
Mas existe uma regra geral
-
onde a gente vê as empresas
se movimentando
-
para garantir que a experiência
mobile seja incrível.
-
Isso não acabou
com a Web Desktop.
-
Ela continua existindo e,
na verdade, com bastante público.
-
Eu brinco com os meus sobrinhos
que eu sou Millennial,
-
eu gosto de me sentar
ao computador
-
para resolver as minhas coisas.
-
O celular é só para mandar
um recado e outro.
-
Em que ponto eu quero chegar?
-
Qual é a diferença, Nath,
-
quando a gente começa a pensar
nessas diferentes interfaces,
-
interfaces de comunicação
com o sistema,
-
esses pontos de contato
que o usuário vai ter?
-
Que tipo de preocupação surge
-
quando a gente está falando
de um ou de outro,
-
ou, na verdade são
as mesmas preocupações?
-
Então...
-
Vamos começar do começo, né?
-
A questão é contexto de uso.
-
Então, o que acontece?
-
Exatamente isso
que você falou.
-
Hoje, o uso, além de eu ter
vários pontos de contato,
-
que é isso que o Maluf falou,
-
eu tenho várias manifestações pulverizadas
da marca em diversos lugares,
-
e individualmente, é isso.
-
Por exemplo, aluguel
de apartamentos.
-
Eu sou especialista nisso.
-
O que acontece?
-
A pessoa precisa ver parte
da experiência no desktop.
-
Por quê? Assim
como eu escolho roupa,
-
eu também quero
ver fotos grandes.
-
A pessoa não faz
essa decisão...
-
Independentemente da idade.
-
Independentemente da idade.
-
Ela não olha no celular.
-
Ela vai fazer isso no desktop,
no sofá de casa,
-
depois das 18h quando está
com aquele tempo livre.
-
Agora, se eu estou dando
uns valores e negociando,
-
aí já pode ser no celular.
-
Porque se eu estou na reunião,
-
mas a hora que começar
a tremer aqui
-
eu vou saber que está chegando
-
uma oportunidade de negócio,
-
dos dois lados da ponta, seja
você o dono do apartamento
-
ou você que está alugando.
-
Então, assim, o contexto
de uso híbrido
-
também vai te trazer
algumas visões
-
de que, ok, isso
pode ser importante.
-
Outra coisa que eu
queria dizer é:
-
cuidado com essas
verdades absolutas.
-
Todo mundo tem
que ser Mobile First.
-
Talvez não, tá?
-
Fica aí também
para o pessoal de varejo.
-
Eu acabei de dar dica.
-
Se você vai falar de carro,
-
ninguém vai ver
a experiência de um carro...
-
Eu não quero saber como é
-
a frente do carro, o banco,
pelo celular.
-
Você vai ter que entender
qual é o contexto de uso,
-
quem é que toma essa decisão,
em que momento da vida dele.
-
Será que eu tomo a decisão de comprar
um carro ou uma casa sozinho?
-
E talvez a pessoa não queira
ver nem no desktop.
-
Isso que é importante.
-
Talvez nem no desktop.
-
Você assiste no YouTube
um review sobre carros
-
e você vai até a concessionária
para sentir o cheirinho do banco.
-
Isso é importante.
-
Talvez seja no YouTube.
-
O que isso me diz?
-
Fotografia não me ajuda.
-
Você vai ter que simular
esse ambiente.
-
Vale a pena simular
isso no celular?
-
Então, assim, cada contexto...
-
Isso é muito legal.
-
Aquilo que deixa todo
mundo desesperado...
-
"Pô, mas não é para todo mundo,
para todas as idades?".
-
Não, gente, isso nunca existiu.
-
Eu sei que o marketing adora.
-
Eu vou lá pegar
os briefings, eles falam:
-
"Não, gente, a gente
quer todo mundo".
-
Não vai rolar.
-
Menos, bem menos.
-
A gente tem
recortes específicos.
-
Porque é isso, a gente
vai conseguir pegar
-
uma série de características
muito específicas,
-
trazer e interpretar isso,
-
para que o seu software
trabalhe melhor.
-
Então não dá para pensar em UX
-
fora desse recorte
que a Nath está trazendo.
-
Você tem que conhecer
o negócio, o objetivo,
-
quem aquele negócio atende,
o que está sendo negociado ali,
-
e o que a pessoa busca, né?
-
Três grandes informações,
obviamente n outras importantes,
-
mas três grandes informações:
-
qual o meu o negócio,
-
que dor eu resolvo
com esse negócio...
-
Porque, veja, a Cacau Show
não vende chocolate
-
nem nunca vendeu
chocolate na vida.
-
Ela vende presente.
-
Tanto que, originalmente,
a Cacau Show escolhia...
-
Palavras do Alê Costa, tá?
-
Ela originalmente
escolhia o ponto de venda,
-
desde que fosse
perto do O Boticário.
-
Essa era a condição.
-
Ou ao lado ou em frente
do O Boticário.
-
Essa era a forma que eles faziam
-
para escolher ponto
de venda economizando.
-
Deixavam que O Boticário
cuidasse da estratégia,
-
e eles se posicionavam do lado.
-
Então eu preciso conhecer
o meu negócio,
-
a dor que eu resolvo,
e o consumidor.
-
E, veja, foi o que a Nath disse,
-
não dá para atender todo mundo.
-
Todo mundo é meu público...
-
Uma vez eu passei uma atividade,
-
o menino desenhou
o público-alvo do PlayStation,
-
e ele chegou com 140
personas diferentes.
-
Eu falei: meu amigo, vou
te dar dez só pelo esforço,
-
só pela capacidade.
-
Não dá para atender todo mundo,
-
assim como não dá
para ser ultra nichado
-
se, de fato, você não tiver
um produto de nicho.
-
Então eu preciso
ter um equilíbrio.
-
E não é ser preconceituoso.
-
Eu já ouvi isso
de alguns alunos...
-
"Mas, olha, o marketing,
a experiência, UI...
-
Vocês são preconceituosos.
-
Vocês ficam criando clusters,
grupos, silos" e tudo mais.
-
Não é isso, e é
o oposto, na verdade.
-
Por que não dá,
por exemplo, para eu vir
-
com aquelas verdades
absolutas e dizer assim:
-
não, quem usa o Facebook
é quem é velho.
-
Eu ouço isso.
-
Eu falo: gente, o Facebook é a rede
que mais cresce entre jovens
-
por conta da comunidade,
-
do sistema de comunidade
do Facebook.
-
Então não dá
para ter preconceito.
-
E não é ser preconceituoso
clusterizar o público.
-
Clusterize, descubra
como cada um enxerga
-
a dor que tem,
-
como você, enquanto empresa,
é a solução para aquela dor,
-
e como o seu negócio
se molda para aquilo.
-
Está aqui a base de informação
que você precisa
-
para começar a pensar
em experiências.
-
Meu, esse negócio
tem muitos lados.
-
E agora você puxou uma palavra
-
que está me lembrando aqui
"Memórias de Guerra".
-
Você falou
que um aluno fez algo.
-
É supercomum os alunos
de desenvolvimento me perguntarem:
-
"Professor,
mas é verdade mesmo
-
esse negócio de que a gente
vai botar alguém para testar,
-
de que a gente vai
colocar alguém para usar?".
-
A gente fala de wireframe,
por exemplo...
-
"Desenhe no papel de pão
-
e mostre para alguém".
-
Sempre fica esse quase...
-
Essa desconfiança
de que aquilo é real.
-
E aí eu pergunto: é realmente
um fato que existe nas empresas?
-
A gente precisa
testar com alguém?
-
Precisa mostrar a tal
da usabilidade?
-
E digo mais, como isso é feito
para a gente chegar nestes testes?
-
Eu vou trazer um dado...
-
Para deixar até a Nath
responder como é feito.
-
Mas eu vou trazer até um dado.
-
E isso porque ela talvez tenha
muito mais experiência que eu,
-
porque eu normalmente
estou na outra ponta,
-
naquela que quer
consumir o teste.
-
Eu falo assim: me traz experiência
e me traz o teste aqui,
-
porque eu quero averiguar
se você passou no teste,
-
se o público...
-
Tem um colega que me
procurou há um mês e meio.
-
"André, estou montando
uma empresa de QA...
-
Quality Assurance.
-
Eu falei: que legal, bacana.
-
Boa sorte!
-
Olhei lá o modelo de negócio
dele e falei: incrível!
-
Ele me ligou...
-
Sem crise.
-
Então nós estamos em 2025,
-
ele me chamou em março,
ou alguma coisa próxima a isso,
-
e em abril de 2025,
-
ele retorna a ligação
e fala assim:
-
"Faturei dois milhões e meio".
-
Caramba!
-
Dois milhões e meio.
-
Então, assim, existe
um mercado de teste,
-
testes que você vai fazer desde
ir direto com o seu público-alvo,
-
direto com o seu consumidor,
com o seu usuário,
-
teste do wireframe e teste
da experiência pronta,
-
mas você vai ter também
empresas inteiras,
-
organizações inteiras,
-
especialistas em testar
a tua experiência,
-
a tua programação, o teu UI,
-
a ponto de que isso no Brasil,
hoje é demanda reprimida.
-
As pessoas que estão montando
-
estruturas de Quality Assurance,
-
seja para o UX,
seja para programação,
-
estão ganhando
dinheiro inclusive.
-
Caramba!
-
Essa é uma ótima informação.
-
E que tipo de procedimento
essas empresas fazem,
-
ou mesmo quando
é dentro da própria empresa,
-
para testar que aquilo ali
-
realmente está dentro
do que se pensa como usabilidade
-
para aquele público
específico ou não?
-
Quais são os processos,
as etapas?
-
Realmente rola isso que eu falei,
-
de colocar a pessoa
na frente para usar?
-
Rola gente.
-
É bem "CSI".
-
Veio de um mercado
que não existe mais,
-
esse mercado que se formou
de laboratório.
-
Você coloca iTrack
no computador,
-
fica aquela sala
de espelho falso,
-
empresa de um lado,
usuário do outro,
-
e todo mundo sofrendo
dentro da salinha.
-
Então, assim, quando o pessoal
não faz o que a gente quer.
-
Existe uma série
de metodologias.
-
Por isso que, de novo, a gente
estava discutindo isso...
-
"Ah, vai lá e testa, pergunta".
-
Gente, isso não é teste.
-
Tem toda uma formalização mínima
-
que, com as startups
aqui em 2012,
-
a gente começou a falar
sobre método de guerrilha.
-
Então, com o mínimo de estrutura,
a gente consegue validar?
-
Consegue, gente.
-
Precisa estar numa sala
de laboratório, Nath?
-
Não. Você faz isso
em qualquer café, tá?
-
Mas tem que ter um mínimo.
-
Por quê? Isso é ciência.
-
Se eu não tiver
uma parametrização mínima,
-
eu não consigo chegar
para o Maluf e falar: ó, testei.
-
É válido, e o que a gente
conseguiu aqui de fundamento,
-
vamos para o quanti?
-
Eu fiz isso em quali.
-
Vamos lá para o quantitativo
e ver agora como isso se valida
-
em milhões de usuários?
-
E aí a gente tem tecnologias
para poder rodar isso
-
com milhões e milhões.
-
Por exemplo, Facebook.
-
A gente tem pelo menos buckets
de teste de 11 versões
-
rodando ao mesmo tempo.
-
O que eu acho legal é isso.
-
Quando a pessoa fala assim:
-
"Ah, mas eu tenho uma questão aqui
que eu não enxergo cores direito?".
-
Aí você fala assim: "Ok...".
-
Você não sabe
o que a pessoa está falando.
-
É a mesma coisa
quando você fala assim:
-
"Você viu no Facebook?"
-
Gente, você não sabe
se a pessoa viu,
-
"Você usa Uber?", usamos.
-
"Usamos as mesmas versões?"
-
As pessoas têm um treco assim
quando eu pergunto isso.
-
Com a mesma frequência,
com o mesmo tudo.
-
Ninguém sabe.
-
Então, assim, Instagram,
Facebook, Uber,
-
esses produtos
que dão muito certo,
-
estão testando o tempo todo.
-
E você falou de parametrização,
né, Nath, que é importante.
-
O que se tem de métrica
-
para poder realmente
fazer essas verificações
-
de forma que isso
vire um dado lá
-
para a tal da outra ponta,
de forma que seja útil?
-
Olha, a primeira coisa
que a gente quer fazer é isso,
-
a mesma coisa que você
vai fazer no início,
-
em pesquisa, papel de pão
e tudo mais, mesa, bate-papo.
-
Quando o produto está pronto,
-
a gente vai também
estabelecer início.
-
Isso é experimento.
-
Então, o que queremos provar,
-
o que a gente não sabe,
que são as hipóteses
-
que a gente precisa
provar ou não,
-
e o que vai ficar meio
que em aberto.
-
Nem tudo está definido.
-
E a gente começa
a observar métricas.
-
Então design também
faz parte de métricas.
-
Isso é importante.
-
Porque as métricas
do pessoal de desenvolvimento
-
tendem a ser um pouco diferentes
quando você quer interpretar
-
o comportamento humano
de consumo, por exemplo.
-
Então, o que está
acontecendo lá?
-
Aí a gente estabelece, joga
o produto no ar, todo mundo usa,
-
e aí a gente vai brincar também
-
sobre quanto tempo é o suficiente
para a gente sentir esse terreno.
-
Um mês? 45 dias?
-
A gente retorna,
bota tudo isso na mesa,
-
volta a avaliar se fez
sentido ou não.
-
Legal, aqui deu certo.
-
E as coisas que não deram certo?
-
Aí a gente volta
para a prancheta
-
para fazer a tal
da melhoria contínua.
-
É daí que sai esse papo.
-
E por isso que é tão importante
aquilo que vocês estavam falando
-
lá no início no nosso papo
-
de que as pessoas
dentro corporação
-
se envolvam no processo,
que elas saibam o que acontece,
-
porque eu tenho que entender
por que a métrica da Nath é importante
-
e o que ela representa
dentro da minha?
-
E olha como isso
vai longe, André.
-
A gente teve um caso
em 2025, que é o caso da Print...
-
Que ela trocou toda
a identidade visual
-
e toda a experiência do usuário
-
a ponto de as pessoas acharem
que ela tinha sido invadida,
-
clonada, que aquilo era
uma página falsa.
-
Ela perdeu não sei quantos...
-
Eu não sei precisar
o percentual.
-
Eu não sei.
-
Mas, assim, salvo engano,
é coisa de mais de 80%
-
da venda média dela
de um dia para o outro.
-
E não é de uma semana,
de um mês.
-
É de um dia para o outro,
das pessoas não reconhecerem
-
a experiência que estava
na frente delas.
-
Elas não fizeram aos poucos,
-
elas poderiam ter
testado com alguns,
-
em uma região específica, trabalhar
com uma página, em outra com outra.
-
Eles não fizeram nada.
-
Do dia para a noite,
eles simplesmente
-
trocaram a identidade
visual e a experiência,
-
então foram duas coisas
ao mesmo tempo,
-
de forma drástica,
-
não fizeram grandes
testes para isso,
-
não fizeram aos poucos.
-
Foi uma absoluta loucura
o que eles fizeram.
-
Meu, o meu coração
está acelerado
-
desde que você começou
a contar essa história.
-
Aí você pergunta se todo mundo
da corporação está envolvido.
-
Está.
-
Porque chegaram algumas manifestações
extrajudiciais e judiciais.
-
Porque teve gente que,
antecipadamente,
-
com pedidos muito grandes,
-
abriu processo achando que eles
iam ter problemas de atendimento.
-
Eles, na prática, nem tiveram.
-
A empresa não mudou,
a estrutura por trás era a mesma,
-
as entregas não iam atrasar,
-
eles não iam ter problema
com os produtos.
-
Nada ia acontecer.
-
Mas teve gente que chegou
a judicializar o caso,
-
achando que aquilo de fato
tinha sido uma invasão
-
que o pedido ia atrasar.
-
Antecipadamente, as pessoas
judicializaram o caso.
-
Até o jurídico precisa saber
-
que você está trocando
uma experiência, cara.
-
E é verdade, até
o jurídico precisa saber.
-
Eu estou aqui pensando que,
-
se um dev de front-end
tivesse levantado a mão e falado:
-
"Gente, está um pouco diferente
-
do que a gente estava fazendo".
-
Quem é ele na fila do pão, né?
-
Mas isso é importante também.
-
Porque não é só a empresa
que precisa saber
-
que está rolando
todo esse trabalho.
-
Eu acho muito importante...
-
Gente, eu fui aprender isso depois
de muito tempo que eu estava formada,
-
muito tempo depois do MBA.
-
Que é importante.
-
Quando a gente fala que os designers
não entendem de negócios...
-
Você não está fazendo a tela
-
do carrinho de compras
de um portal X.
-
Você é o principal responsável
-
pelo principal ponto
de conversão de um negócio.
-
Qual é o impacto disso
em reais no final da noite?
-
O que vai acontecer em um ano?
-
É aqui que está o principal
ponto de meta do ano
-
de todo mundo que está vindo
trabalhar todos os dias.
-
É diferente.
-
O trabalho ficou um pouquinho
mais sério com essa história.
-
Isso é importante.
-
Como a empresa faz dinheiro?
-
Pouquíssimos designers sabem
dizer os ativos da empresa.
-
E o passivo?
-
E o que é o PEX?
-
O que a gente vai trazer aqui
que vai trazer lucro efetivamente?
-
Qual é o impacto do design
na sua organização?
-
Muito mais palavrinhas novas
para o pessoal pensar e estudar
-
do que simplesmente
a ferramenta da vez.
-
Figma, e Figma
não é nada, gente.
-
Você vai fazer isso
à lápis, está tudo bem,
-
mas vai entender o que significa
isso para o seu negócio.
-
Agora sim, ao longo
dessa conversa,
-
o meu coração já acelerou
de medo, já se acalmou,
-
já pensou: gente, preciso estudar
mais, preciso estudar menos.
-
Eu queria saber de vocês
que estão nesse fluxo aí
-
diariamente, constantemente,
-
ou para bolar uma experiência,
-
uma estratégia que avalie qual é
a melhor experiência a ser entregue,
-
ou para receber
isso e entender...
-
"Não, está alinhado com o que a gente
tem aqui no nosso negócio,
-
com o que a gente espera,
-
com a direção que a empresa
está levando".
-
São muitas preocupações.
-
Eu queria entender,
na visão de vocês,
-
quais são os desafios,
os maiores desafios,
-
de quem está atuando com UX
-
dentro de todos esses
cenários possíveis.
-
Porque a gente trouxe
vários cenários.
-
O que você entende, Nath,
como a pedra no sapato,
-
aquela dificuldade que,
quem for entrar nessa,
-
vai acabar enfrentando?
-
Uma das primeiras coisas é:
-
estamos em 2025 e a gente
ainda precisa evangelizar
-
as corporações
e os líderes de negócio
-
sobre qual é a relevância da gente
estudar o comportamento humano
-
e qual o impacto disso
na produção de softwares hoje,
-
em todas as áreas,
em qualquer lugar do mundo.
-
Então, essa é uma
das primeiras questões.
-
A segunda que a gente
tem como desafio é:
-
você está estudando Figma
-
e a gente está falando de AI.
-
Um descompasso
violento entre:
-
eu estou falando de interface,
-
quando todo mundo
aqui já chega em casa
-
falando com a Alexa,
-
"Oi, Google!".
-
Não tem mais
superfície de interação.
-
Então, como essas marcas
continuam se manifestando
-
e como a gente
vai garantir isso.
-
E a relação humano-máquina
nunca foi tão íntima, certo?
-
Um dos principais usos
do ChatGPT hoje,
-
isso é estudo da Harvard
Business Review 2025,
-
que é...
-
Psicólogo.
-
As pessoas estão falando
com o ChatGPT antes de dormir
-
e falando de coisas
muito profundas.
-
Isso teve um...
-
De 2024 para esse ano,
-
aumentou de um jeito
-
que nem tinha um número
disso no ranking,
-
e eram as primeiras
e segundas necessidades
-
de todas as pessoas do mundo.
-
Eu tenho um aluno
que namora uma IA.
-
Exato.
-
A gente consegue programar.
-
Então, assim,
o que está acontecendo?
-
Quando a gente
começa a dizer que...
-
"Não, os robôs...
Porque eles vão invadir...",
-
está todo mundo usando isso
de uma maneira tão íntima
-
e tão constante,
que talvez não haja...
-
De novo, eu vou insistir.
-
Essa coisa do digital
e do off-line
-
talvez não vá existir mais
-
ou vai ficar muito
sutil essa diferença.
-
Então, a própria pessoa passa
a ser um desafio para ela.
-
Estude.
-
Algo que a gente
vê até afinando
-
com o passar do tempo
essa divisão.
-
Porque...
-
Sempre que surge
uma tecnologia nova, a gente diz:
-
"Olha, o espaço do físico
para o digital está diminuindo.
-
E a gente tem
observado, de fato,
-
que essa linha está
cada vez mais fina.
-
Para você, Maluf, qual é
o grande desafio da UX?
-
Qual é a grande pedra no sapato
que você observa?
-
Além do que a Nath falou,
que é muito, muito, muito relevante,
-
muito importante,
-
e ela pincela alguma coisa
que é muito próxima do que eu penso,
-
é o seguinte: não adianta
eu conhecer a ferramenta,
-
a tecnologia, os princípios,
-
e desconhecer o ser humano.
-
Só que a gente está numa fase,
num momento de mundo, de universo,
-
de redes, de empresa,
de qualquer coisa que o valha,
-
que a gente vive cada
vez mais clusterizados,
-
cada vez mais em bolhas.
-
Então a gente sabe cada vez mais
sobre cada vez menos pessoas.
-
A nossa limitação
é muito reduzida.
-
Se a gente volta no tempo,
-
na década de 1960, 1950, Brasil,
-
a sala de aula da escola pública
tinha todo mundo.
-
Você ia conviver com aquela pessoa
que não tinha recurso nenhum
-
e passava dificuldade,
-
mas o filho do industrial,
o filho do político,
-
estava na mesma sala.
-
Você tinha uma noção
de realidades múltiplas.
-
Hoje, as pessoas leem
as pesquisas e desacreditam.
-
Então às vezes
a gente faz a pesquisa,
-
usa o método, usa
a técnica correta,
-
e a gente desacredita.
-
Por quê?
-
Porque a gente tem o viés
de confirmação da rede social
-
reforçando a nossa
percepção de mundo.
-
E se a gente não
conhece a pessoa,
-
se a gente não entende o que a pessoa
está fazendo no seu íntimo...
-
Porque eu falo o seguinte:
-
você não tem que saber o que ela
fala simplesmente na pesquisa
-
porque a pesquisa tem viés.
-
Você tem que conseguir ir além.
-
Ela vai me dizer
que ela gosta de Red Hot,
-
mas, no fundo, ela está
entrando no carro
-
e está escutando Joelma.
-
É aí que eu tenho que chegar.
-
E se eu não entender
que as pessoas vivem em bolhas,
-
se eu não entender
de comportamento humano,
-
se eu não entender
de psicologia, de psicanálise,
-
se eu não compreender uma série
de coisas que está por trás daquilo,
-
eu não consigo traduzir.
-
E esse é o problema.
-
Hoje, a gente
quer traduzir o Figma,
-
só que o Figma quer traduzir
uma experiência para uma pessoa,
-
então não importa a ferramenta
que está ali no meio.
-
Eu preciso entender
do funcionamento e do mecanismo,
-
das técnicas de experiência,
-
e eu preciso entender das pessoas
que estão absorvendo essa técnica.
-
E se eu não entender de pessoas,
-
se eu não entender
verdadeiramente de pessoas,
-
se eu não gostar do ser humano,
a coisa fica difícil.
-
Tem que gostar de estudar
pra caramba!
-
É isso que eu estava pensando.
-
O recado é esse, gente.
-
Eu sei que o cérebro é feito
para a gente economizar energia.
-
Isso é uma das grandes
funções dele.
-
Mas, assim, design é
para quem gosta de estudar.
-
Por quê?
-
A gente responde
aos movimentos da humanidade,
-
sociais, políticos, econômicos.
-
Enquanto a sociedade
estiver mudando,
-
o nosso foco de estudo
vai mudando.
-
Ele é constante.
-
E, assim, a primeira coisa...
-
Eu sei que não existem
verdades absolutas,
-
mas foi o que eu falei,
-
maturidade, gente, é
a gente compreender
-
que o mundo não é uma extensão
de nós, individualmente.
-
Então, assim, saia da sua bolha.
-
E é isso.
-
Se a gente está na ponta
de pesquisa,
-
muito do que a gente fala
sobre ser mais inclusivo
-
e trazer mais diversidades...
-
Eu não estou falando
sobre questões de gênero.
-
Eu estou falando sobre
questões de economia mesmo.
-
É quem está lá recrutando
que vai trazer diferenças.
-
A gente fala que a renda está
mal distribuída, e é real.
-
O mundo não é só você e as pessoas
que estão ao seu redor.
-
Se você quer trazer
periféricos para dentro,
-
gente que não tem
conta em banco...
-
Desbancarizados, gente!
-
É tão violento que a gente não sabe
esse número hoje no Brasil.
-
Então, assim, como a gente faz
para fazer essa inclusão acontecer?
-
Começa no design,
-
porque nós somos uma das raras
áreas dentro de uma corporação
-
que vai ter
sensibilidade e teoria
-
para poder dizer assim:
-
"E se a gente trouxesse
tal grupo?
-
E se a gente falasse
de acessibilidade?
-
Será que tem um recorte
aqui que se interessaria
-
e que ninguém olhou?".
-
Com certeza sim, certo?
-
É aí que a gente começa
a entender também
-
não só o nosso campo de atuação,
-
mas também a relevância
da nossa área.
-
Eu acho que isso é muito legal.
-
E para um exemplo
apenas categórico,
-
porque, obviamente, a Nath
foi muito mais profunda que isso,
-
mas para um exemplo
absolutamente categórico.
-
Eu sou palmeirense doente.
-
Acontece nas melhores famílias.
-
Minha esposa sofre
disso, eu sei como é.
-
E todas as pessoas que me
conhecem, inclusive alunos...
-
Eu costumo brincar
falando o seguinte:
-
falou mal do Palmeiras,
menos meio ponto,
-
perguntou se tem mundial
é menos cinco pontos.
-
Ou seja, fez isso duas vezes,
você está reprovado.
-
Então, eu sou palmeirense,
absolutamente doente,
-
e gosto de futebol.
-
Minha família vive futebol,
minha irmã depende do futebol.
-
A minha família vive nisso.
-
Qual foi o único clube
no Brasil que eu trabalhei?
-
Sport Club Corinthians Paulista.
-
Corinthians, com certeza.
-
Eu trabalhei um ano e meio
para o Corinthians.
-
É isso.
-
E aqui, só para trazer
um exemplo categórico,
-
um exemplo ilustrativo,
e aconteceu realmente.
-
Eu tive que fazer uma imersão.
-
Por que o quanto eu conhecia
do Corinthians ou da sua torcida?
-
Unicamente com a sua
visão de adversário.
-
A minha visão era de adversário.
-
Era uma visão distante, de visitar
o estádio, quando ainda era permitido,
-
do outro lado da arquibancada.
-
Nunca havia entrado
numa loja do Corinthians,
-
nunca havia passado
numa sessão da Centauro
-
que tivesse uma camisa
do Corinthians,
-
porque Nike e Puma ficam
em lados opostos da loja.
-
Eu nunca havia entrado na Netshoes
dentro da página da Nike,
-
sempre da página da Adidas,
e depois da Puma.
-
Ou seja, até esticando
o ponto que eu falei,
-
que vocês concordaram,
que tem que estudar muito,
-
não só tem que estudar muito,
como tem que querer entender.
-
Você tem que querer se colocar
nessa posição de absorver.
-
E quem está ouvindo
a gente até agora,
-
eu tenho certeza
que está nessa posição.
-
Está aqui acompanhando
o nosso papo
-
porque está querendo entender,
está querendo aprender mais.
-
E para a gente poder começar
a ir para o nosso encerramento
-
e deixar essa galera aplicar tudo
que vocês falaram na vida real,
-
eu queria pedir para vocês
deixarem um case
-
que vocês acham legal,
acham emblemático,
-
quem sabe até para inspirar
quem está ouvindo a gente,
-
afinal, ao longo
de toda a conversa,
-
vocês trouxeram vários ângulos,
-
várias possibilidades,
várias histórias também.
-
O que você tem para a gente
de case aí, Maluf,
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que pode inspirar esse povo todo
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a entender o impacto
que a UX tem
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em uma determinada experiência.
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Eu vou trazer um case pessoal.
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Posso, vocês me permitem?
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Inclusive, porque
aí já faz propaganda.
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Eu tenho uma hamburgueria,
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eu sou sócio
de uma hamburgueria.
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Pensem em quantas hamburguerias
existem na cidade São Paulo.
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Nossa, muitas.
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Certo.
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A gente está na moda, a gente
está no momento do hambúrguer,
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e eu queria achar alguma coisa
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que modificasse
a experiência das pessoas.
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E eu fui a campo.
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Não só comi mais de 200
hambúrgueres,
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e comi mesmo em mais
de 200 hamburguerias,
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como em cada hamburgueria
que eu comia,
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eu fazia todas
as minhas anotações.
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Eu tinha um relato etnográfico
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em que eu desenhava o perfil
de quem estava comendo,
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o que estava comendo,
o que estava consumindo,
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ou deixando de consumir,
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porque eu queria achar
um diferencial,
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porque a nossa ideia era
transformar esta hamburgueria
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em uma rede de fast food.
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Observando, observando,
observando,
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eu descobri que as pessoas
gostavam muito de molho...
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De Ketchup, de mostarda.
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As pessoas comiam um hambúrguer,
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na maior parte das vezes,
cheio de ketchup.
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Ou seja, você se esforça
para desenvolver um baita hambúrguer
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para alguém simplesmente
descarregar um quilo de maionese,
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um quilo de mostarda,
um quilo de ketchup.
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Às vezes você pensou
no queijo, pensou na carne...
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E o brasileiro tem costume
de colocar molho no lanche.
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Você podia ficar só
no preconceito e falar:
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"Olha, as pessoas não
sabem comer hambúrguer".
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Eu comecei a observar aquilo.
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Eu falei: quer saber, vamos desenvolver
uma experiência baseada em molho.
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E a gente montou
a Sauce Burguers.
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Que legal!
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É uma loja que o foco dela
não é o hambúrguer, é o molho.
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A gente tem
um hambúrguer delicioso,
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mas eu vou dizer que ele é
o melhor hambúrguer do mercado?
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É o pior? Também não.
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Ele é acima
dos hambúrgueres fast food,
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mas talvez parelho com os primeiros
hambúrgueres gourmets iniciais,
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só que eu te ofereço
60 tipos de molho
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que você pode
consumir à vontade.
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E você não fez isso
tirado do nada.
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Você fez isso com base...
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Baseado em estudo, em pesquisa.
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Então a gente
foi lá e desenvolveu...
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Alguns molhos
são molhos da casa.
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Eu nunca contei isso
em lugar nenhum,
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e olha que eu faço podcast aqui.
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Eu nunca fiz propaganda disso.
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Mas é que eu achei interessante.
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A gente vai ter lá
10, 12, 15 molhos
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que são desenvolvidos pela casa,
que são molhos próprios,
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que são vendidos,
engarrafados também,
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e você vai ter molhos que são
de empresas estrangeiras
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que querem testar
molho no Brasil.
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Então, além de tudo, eu sirvo
como laboratório de pesquisas
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para empresas estrangeiras
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que querem testar se esse molho
vai ter aderência ou não no Brasil.
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Eles me cedem o molho
gratuitamente,
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eu entrego depois de dois
meses um estudo
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de como foi a saída
daquele molho,
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e naqueles dois meses,
eu oferto o molho dele.
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Por isso eu consigo ofertar
o molho de graça ou muito barato.
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Ou eu faço de graça, ou eu
faço 90 gramas de molho
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a 25 centavos, 50 centavos,
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só para acompanhar o seu combo.
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Eu te dou dois,
você compra o resto.
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E a gente consegue fazer isso.
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E a gente está levando
essa experiência
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para dentro do digital agora,
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e a gente está tentando entender
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como a gente vai oferecer
uma experiência de molho
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dentro de um pedido digital.
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Eu não tenho como colocar
60 molhos em sequência
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com explicação dos 60 molhos
no iFood, por exemplo.
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Eu consigo fazer isso...
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A gente tem uma sauce machine,
uma máquina de molho,
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e eu consigo fazer isso
numa máquina de molho.
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Você até poderia fazer no iFood,
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mas não quer dizer que seria
a melhor experiência.
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Seria uma experiência
horrorosa.
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Então, como eu posso oferecer?
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Então a gente ainda está
desenhando e fazendo pesquisa.
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Eu estou contando aqui...
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Como vai funcionar,
o que a gente tem feito,
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mas a gente quer levar essa mesma
experiência do molho para dentro do iFood.
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Aqui a gente está fazendo
um monte de teste.
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Mas já fica então o convite
para o próximo, você voltar...
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- Vai ter que voltar.
- Com o resultado, claro.
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Agora eu estou curiosa.
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Não é?
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E você, Nath?
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Eu sei também que você é apaixonada
pelo assunto, como eu falei no começo,
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e que não falta
case, não falta caso,
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não falta experiência
que você mesmo viveu.
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Então o que você
deixa aí de case legal
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que pode inspirar essa galera?
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O pessoal que está
estudando, preste atenção.
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Tem um livro antigo,
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lá de 2009, 2010...
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Mas a gente vai falar
sobre cases que a IDEO...
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A IDEO é um grande instituto
lá nos Estados Unidos,
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que foi quem primeiro
botou grana nessas histórias,
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e falou: "A gente consegue
fazer projetos melhores".
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Mas dá uma olhada
no case da Shimano
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para você começar a entender
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como veio parar a ciclofaixa
aqui na Avenida Paulista.
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Quando começou essa exploração,
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como veio esse insight,
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e como eles mudam todo o contexto
de consumo de bicicletas
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numa escala global.
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Eu fui da agência
de publicidade da Shimano.
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- É sério?
- Eu acho muito legal.
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Então, assim, vai descobrir como
uma movimentação lá no Japão
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começa assim... "Por que não
estamos vendendo câmbio shimano?
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O que eu preciso
fazer para vender?".
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Como eles vão fazer isso
lá nos Estados Unidos
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e como isso vai...
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Assim, encheu a América toda.
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Então, 2011, todo mundo
trocando bicicleta
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por modelo italiano com Shimano.
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Mas, assim, é muito legal
de onde vem a sensibilidade
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e tudo o que eles
tiraram de campo.
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É muito legal.
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E um case que qualquer pessoa
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que tenha passado aqui
pela cidade de São Paulo
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vai ver os impactos, vai ver
a quantidade de ciclistas, e ciclovias...
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Gente, 14 anos depois,
continua reverberando.
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Então é muito interessante,
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Eu acho que faz sentido.
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E, assim, entenda desde agora.
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Você vai ter livros que é
para você como designer,
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e tem livros que vão te dar
argumento para você poder falar
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em outras áreas
hierárquicas da empresa.
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Aprenda a distinguir
uma coisa da outra
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e onde você precisa
firmar os seus estudos
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para ter mais argumento,
mais do que vivência.
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Adorei essa dica.
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Adorei, na verdade, todas as dicas
que vocês trouxeram durante o papo.
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Eu queria agradecer a vocês dois
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por terem disponibilizado
esse tempo,
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por trazerem em forma de bate-papo
uma verdadeira aula.
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Quem sabe dessa história aqui
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não acabam surgindo
alguns, ou algumas,
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novas profissionais de UX.
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Nath, foi um prazer
enorme ter você aqui.
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Obrigado, gente.
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Obrigado pelo tempo.
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Adorei o papo, adorei!
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Eu sempre gosto de participar
dos videocasts por conta disso.
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Eu também adorei.
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Maluf, muito obrigado
pela sua presença, cara!
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Eu que agradeço.
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Obrigado, Nath, obrigado, André.
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Valeu demais!
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Valeu demais, e valeu você,
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que acompanhou
toda essa conversa.
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Deu para entender
que UX não é um detalhe.
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É algo extremamente necessário
e que pode fazer a diferença
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na sua atuação
dentro de um negócio.
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Por isso, pegue tudo
o que a gente conversou
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e comece a pensar mais
na experiência dos seus usuários.