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Hoje começaremos com a recitação.
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E todos estão convidados a participar
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na prática de escuta.
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Os monásticos vão recitar
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o nome de Avalokiteshvara.
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O nome de uma pessoa
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que sabe como escutar
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o sofrimento
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dentro de si próprio
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e o sofrimento do mundo.
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Esta é uma prática muito profunda.
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Se souberes voltar a ti mesmo
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e escutar o sofrimento dentro de ti,
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poderás alcançar a iluminação.
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A compreensão e a compaixão surgirão
a partir desse tipo de prática.
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Compreendes o teu sofrimento.
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Compreendes o sofrimento
do teu pai, da tua mãe,
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dos teus antepassados.
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Compreendes o sofrimento do teu povo, do teu país.
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Compreendes o sofrimento
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da Terra,
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da nossa sociedade.
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E essa compreensão ajudará
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o amor e a compaixão a emergirem.
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E quando a compaixão surge,
o teu sofrimento diminui imediatamente.
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Há uma transformação e uma cura que acontecem
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quando a compaixão nasce no teu coração.
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Agora podes olhar para o outro
com compaixão.
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Já não sofres ao olhar para ele ou para ela,
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porque consegues ver o sofrimento nessa pessoa.
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Não culpas.
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Já não sentes raiva dele ou dela.
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Porque no teu coração já existe compaixão.
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Então, em vez de tentar castigá-lo,
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tens a intenção de fazer algo
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ou de dizer algo
para ajudar essa pessoa a sofrer menos.
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Podes escutar essa pessoa
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com compaixão.
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Podes dizer palavras que o ajudem a sofrer menos.
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Que ajudem a sofrer menos.
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Podes fazer muitas coisas maravilhosas assim.
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Apenas porque és capaz
de compreender o teu próprio sofrimento.
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Compreendendo o teu próprio sofrimento,
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podes compreender o sofrimento do outro
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com muito mais facilidade.
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Avalokita
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é um tipo de bodhisattva
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especializado na escuta.
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Primeiro, ele volta-se para si próprio
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e escuta o sofrimento dentro dele.
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Ao escutar o sofrimento dentro de si,
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ele consegue compreender o sofrimento dos seus pais,
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dos seus antepassados,
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e, ao mesmo tempo, consegue compreender
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o sofrimento das outras pessoas na sociedade.
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Esta é uma prática muito importante,
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porque muitos de nós
não queremos escutar o nosso próprio sofrimento.
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E é por isso que não temos essa oportunidade.
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Assim, a recitação de hoje serve para recitar
e tocar o sofrimento dentro de nós
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para que possamos permitir que a compaixão surja,
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para que possamos compreender o sofrimento do mundo,
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dos nossos pais, dos nossos antepassados.
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Quando os monásticos recitam o nome Avalokiteshvara pela primeira vez,
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eles voltam-se para si próprios
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e tentam tocar o sofrimento dentro deles.
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E quando cantam e recitam o nome pela segunda vez,
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tornam-se conscientes do sofrimento
das pessoas à sua volta.
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E quando o fazem pela terceira vez,
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entram em contacto com o sofrimento do mundo.
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Há muitos lugares no mundo
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onde as pessoas sofrem profundamente.
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Não apenas por causa da guerra, da separação
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ou de catástrofes naturais.
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Elas também sofrem devido à injustiça social, à opressão,
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à violência e muito mais.
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Sofrem devido a relações difíceis e outros desafios.
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A prática da escuta do sofrimento
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é dar uma oportunidade para que a compaixão surja.
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Quando a compaixão surge,
sentimo-nos melhor e sofremos menos.
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Isso pode acontecer muito rapidamente.
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Essa é a prática da atenção plena ao sofrimento.
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Estás atento ao teu próprio sofrimento.
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Estás atento ao sofrimento do outro.
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Estás atento ao sofrimento do mundo.
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A atenção plena ao sofrimento trará
compaixão e compreensão.
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Por isso, quando nos sentamos e escutamos,
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podemos fazer o mesmo.
Não precisamos de recitar em voz alta.
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Acompanhamos a nossa inspiração e expiração,
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e voltamos a nós mesmos.
Não temos medo
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de entrar em contacto com o sofrimento dentro de nós.
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Permitimos que o nosso próprio sofrimento seja abraçado.
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"Oh, minha querida dor, meu querido sofrimento,
minha querida tristeza,
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eu sei que estás aí.
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Já não fujo de ti.
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Voltei para te reconhecer e te abraçar,
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como se abraçasse um bebé."
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Isto é o que praticamos.
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Voltamos para casa
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e permitimos que sejamos abraçados,
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permitimos que o nosso sofrimento seja abraçado por nós mesmos.
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Cuidamos de nós próprios.
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E depois, quando ouvimos a recitação pela segunda vez,
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tomamos consciência de que
as pessoas à nossa volta também sofrem.
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Então sentimos simpatia.
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Podemos comunicar com elas.
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E depois,
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quando ouvimos a recitação pela terceira vez,
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sabemos que no mundo
as pessoas sofrem imensamente.
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E queremos
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comunicar com elas.
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Queremos ser algo ou fazer algo
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para ajudar o mundo a sofrer menos.
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A prática é permitir-nos estar aqui.
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Não sermos
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levados para longe,
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arrastados pelos
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nossos pensamentos.
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Porque, se nos sentarmos a pensar,
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os nossos pensamentos levar-nos-ão para outro lugar.
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Por isso, é muito importante
parar os pensamentos.
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Apenas focar a nossa atenção na recitação.
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E estamos com a recitação.
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Inspiramos, expiramos
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e permanecemos com a recitação.
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Assim, existe apenas a inspiração,
a expiração e a recitação.
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E a nossa mente pode parar de pensar.
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Apenas sentimos a energia.
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A energia coletiva da sangha.
A energia da atenção plena,
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a energia da compaixão gerada pela recitação.
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E permitimos que o nosso corpo relaxe.
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Que se abra,
para que a energia coletiva da sangha
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possa penetrar no nosso corpo.
Isto é muito importante.
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Não pensar. Apenas sentir.
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Abrir o nosso corpo e permitir
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que a energia da atenção plena e da compaixão
penetre no nosso corpo.
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E podemos fazer isso.
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E se o fizermos, alguns minutos depois
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haverá uma mudança.
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A nossa tensão, a tensão no nosso corpo,
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a dor no nosso corpo desaparecerá.
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Porque permitimos que o nosso corpo e a nossa mente
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sejam abraçados pela energia coletiva
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da atenção plena, da compaixão,
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gerada pela recitação.
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Recitar não é exatamente rezar, não.
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Recitar é tocar o sofrimento
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para permitir que a compaixão e a compreensão surjam.
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E quando fazemos isso juntos,
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a energia coletiva da compaixão
e da atenção plena será poderosa.
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Se nos sentarmos e permitirmos que essa energia
nos abrace,
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sofreremos menos em poucos minutos.
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Há tensão e dor no nosso corpo.
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Se permitirmos que o nosso corpo seja abraçado
pela energia da atenção plena e da compaixão,
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podemos libertar a tensão e reduzir a dor
com facilidade em apenas alguns minutos.
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E sentiremos um grande alívio
após alguns minutos de escuta.
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Escutar, sentir e não pensar.
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Se temos dor, tristeza,
raiva ou medo no coração,
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tentemos abrir o nosso coração
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para que a energia da sangha
possa penetrar nele.
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Não guardes isso só para ti.
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Abre-te
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e permite que a energia da sangha penetre
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e ajude a abraçar a dor, a tristeza,
o medo e a raiva em ti.
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Querida sangha, estou aqui.
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Tenho dor, sofrimento, medo,
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desespero dentro de mim.
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Por favor, ajudai-me a abraçar
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estes blocos de dor em mim.
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Entrego-me à sangha.
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Se conseguires abrir o teu coração
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e permitir que a energia da sangha penetre
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e abrace a tua dor e a tua tristeza,
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sentirás alívio após alguns minutos de escuta.
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Isto é uma questão de energia.
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A energia do sofrimento, do medo, da raiva,
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é abraçada
pela energia da atenção plena e da compaixão,
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e a transformação pode acontecer.
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Se permitires
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que o teu sofrimento, o teu medo, a tua raiva
sejam abraçados pela sangha,
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a transformação e a cura são possíveis
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durante o tempo da prática.
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E se tivermos alguém muito próximo de nós
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em casa que não pôde vir ao retiro,
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e essa pessoa estiver a sofrer profundamente,
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podemos enviar essa energia para ela
aqui e agora.
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Basta pensarmos nessa pessoa.
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Ou chamarmos o seu nome em silêncio na nossa mente.
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E essa energia gerada pela prática
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será canalizada para essa pessoa nesta mesma manhã.
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E em casa, essa pessoa poderá sentir-se melhor.
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Avalokiteshvara é alguém
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que sabe escutar
o sofrimento interior e exterior.
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E ele alcançou a transformação e a cura
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por meio dessa prática.
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Então, vamos praticar como ele,
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o bodhisattva da escuta profunda.
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O bodhisattva da escuta compassiva.
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E sentimos que o bodhisattva em nós
não está fora de nós,
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ele está dentro de nós.
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Porque nós também temos
a capacidade de escutar o nosso próprio sofrimento
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e o sofrimento do mundo.
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Vamos sentar-nos
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relaxadamente
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e praticar a escuta da recitação.
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Namo'valokiteshvaraya
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