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O Enterro do Conde de Orgaz, por El Greco

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    Imaginem estar perante uma enorme tela
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    que parece respirar com a vida e a morte
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    de séculos passados.
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    A pintura é "O Enterro do Conde de Orgaz"
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    de El Greco.
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    É uma cena viva e tumultuosa
    que capta o momento
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    em que colidem o Terreno e o Divino,
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    revelando uma profunda narrativa
    de fé, de honra
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    e da misteriosa jornada da alma.
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    Na metade inferior da pintura
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    a cena situa-se
    na ténue luz sagrada duma igreja
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    onde o corpo do Conde de Orgaz.
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    um homem nobre e devoto
    está a ser sepultado.
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    A forma inerte, vestida
    com uma armadura ornamentada
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    jaz no meio da cena,
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    chamando a atenção,
    com o forte brilho metálico
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    que contrasta com a cor da peledele.
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    Dois santos imponentes,
    Santo Estêvão e Santo Agostinho
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    que desceram do Céu
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    para assistirem pessoalmente
    a este enterro,
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    uma honra reservada apenas
    aos mais piedosos.
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    Estão vestidos com ricas vestes esvoaçantes
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    que ondulam, com padrões complicados
    de ouro e escarlate.
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    Têm as faces serenas mas solenes,
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    enquanto ternamente baixam o Conde
    até ao local do seu descanso final.
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    A multidão que rodeia o corpo do Conde
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    é uma mistura de clero e nobreza.
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    todos representados
    com rostos alongados e expressivos
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    que refletem um espetro de emoções:
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    tristeza, reverência, contemplação.
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    As roupas, escuras e pesadas
    traduzem o peso do momento,
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    a passagem duma alma
    do mundo dos vivos.
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    Alguns olham para o Conde
    com lágrimas nos olhos
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    enquanto outros olham para cima,
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    os rostos banhados na luz ténue
    do outro mundo
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    que se derrama do alto
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    e provém da metade superior da pintura
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    onde é o divino que reina.
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    Os céus abrem-se num turbilhão
    tumultuoso de cor e de luz,
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    em profundo contraste
    com os tons suaves em baixo.
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    Um grupo celestial
    aguarda a alma do Conde
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    liderado pela Virgem Mari
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    que está resplandecente
    de azul e ouro.
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    A expressão dela
    é de gentil compaixão,
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    a mão estendida para o filho,
    Jesus Cristo,
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    que está entronado em glória,
    lá em cima.
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    Cisto é o ponto focal
    deste reino celestial,
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    a sua forma irradia uma luz
    que parece pulsar e cintilar,
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    banhando as figuras à sua volta
    num luminoso brilho etéreo.
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    Anjos esvoaçam na névoa dourada.
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    As asas são delicadas e cintilantes
    como teias de aranha sob a luz.
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    Um anjo em especial apanha
    a alma do Conde,
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    uma forma leve e translúcida
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    e eleva-a na direção de Cristo,
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    onde será julgada e, presumivelmente,
    acolhida no Paraíso.
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    A expressão do anjo é terna,
    quase maternal
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    enquanto embala nas mãos
    esta frágil essência
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    reforçando o sentimento de paz
    que invade esta parte da pintura.
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    O contraste entre
    as duas metades da pintura,
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    a tristeza terrena, em baixo,
    e a glória celestial, em cima,
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    cria uma poderosa tensão.
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    Contudo, há também uma harmonia,
    um sentido de equilíbrio,
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    na medida em que os dois reinos
    estão ligados pelo ato partilhado
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    do enterro do Conde.
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    As figuras em baixo, apesar do desgosto,
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    estão iluminadas pela luz divina
    vinda de cima,
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    sugerindo que a morte,
    embora um momento de profunda tristeza,
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    também é uma passagem
    para uma coisa mais importante.
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    A pintura com as suas formas rodopiantes
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    profundos contrastes de luz e sombra
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    e faces extremamente expressivas
    evoca um sentimento de respeito e contemplação.
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    É um lembrete do véu fino
    entre a vida e a morte,
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    entre o humano e o divino
    e a jornada eterna da alma.
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    Enquanto imaginamos,
    perante esta pintura
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    podemos sentir
    um profundo sentimento de reverência,
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    um momento de quietude
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    enquanto contemplamos os mistérios
    dum retrato tão vivo,
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    a história da morte, sim,
  • 3:45 - 3:49
    mas também de redenção, de honra
    e da esperança eterna da salvação.
Title:
O Enterro do Conde de Orgaz, por El Greco
Description:

maginem estar diante de uma tela grande e imponente que parece respirar com a vida e a morte de séculos passados. A pintura, "O Enterro do Conde de Orgaz" de El Greco, é uma cena vívida e tumultuosa que capta um momento em que o terreno e o divino colidem, revelando uma narrativa profunda de fé, honra e a misteriosa viagem da alma.
Na metade inferior do quadro, a cena passa-se na luz fraca e sagrada de uma igreja, onde o corpo do Conde de Orgaz, um homem nobre e devoto, está a ser sepultado. A sua forma sem vida, vestida com uma armadura ornamentada, encontra-se no centro, chamando a atenção pelo seu brilho pesado e metálico que contrasta com a palidez da sua pele. Dois santos imponentes, Santo Estêvão e Santo Agostinho, desceram do céu para assistir pessoalmente a este enterro, uma honra reservada apenas aos mais piedosos. Estão vestidos com vestes ricas e fluidas que ondulam com os intrincados padrões de ouro e carmesim, os seus rostos serenos mas solenes enquanto baixam ternamente o Conde para o seu lugar de descanso final.

Legendas em português de Margarida Mariz (2025)

Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com

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Video Language:
English
Duration:
03:52

Portuguese subtitles

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