O Enterro do Conde de Orgaz, por El Greco
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0:02 - 0:05Imaginem estar perante uma enorme tela
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0:05 - 0:08que parece respirar com a vida e a morte
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0:08 - 0:09de séculos passados.
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0:09 - 0:12A pintura é "O Enterro do Conde de Orgaz"
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0:12 - 0:13de El Greco.
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0:13 - 0:16É uma cena viva e tumultuosa
que capta o momento -
0:16 - 0:18em que colidem o Terreno e o Divino,
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0:18 - 0:22revelando uma profunda narrativa
de fé, de honra -
0:22 - 0:24e da misteriosa jornada da alma.
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0:24 - 0:26Na metade inferior da pintura
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0:26 - 0:29a cena situa-se
na ténue luz sagrada duma igreja -
0:30 - 0:32onde o corpo do Conde de Orgaz.
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0:32 - 0:35um homem nobre e devoto
está a ser sepultado. -
0:35 - 0:39A forma inerte, vestida
com uma armadura ornamentada -
0:39 - 0:41jaz no meio da cena,
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0:41 - 0:44chamando a atenção,
com o forte brilho metálico -
0:44 - 0:47que contrasta com a cor da peledele.
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0:47 - 0:50Dois santos imponentes,
Santo Estêvão e Santo Agostinho -
0:51 - 0:53que desceram do Céu
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0:53 - 0:55para assistirem pessoalmente
a este enterro, -
0:55 - 0:57uma honra reservada apenas
aos mais piedosos. -
0:57 - 1:00Estão vestidos com ricas vestes esvoaçantes
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1:00 - 1:03que ondulam, com padrões complicados
de ouro e escarlate. -
1:03 - 1:05Têm as faces serenas mas solenes,
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1:05 - 1:09enquanto ternamente baixam o Conde
até ao local do seu descanso final. -
1:09 - 1:11A multidão que rodeia o corpo do Conde
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1:11 - 1:13é uma mistura de clero e nobreza.
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1:13 - 1:16todos representados
com rostos alongados e expressivos -
1:16 - 1:19que refletem um espetro de emoções:
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1:19 - 1:22tristeza, reverência, contemplação.
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1:22 - 1:26As roupas, escuras e pesadas
traduzem o peso do momento, -
1:27 - 1:29a passagem duma alma
do mundo dos vivos. -
1:29 - 1:32Alguns olham para o Conde
com lágrimas nos olhos -
1:32 - 1:34enquanto outros olham para cima,
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1:34 - 1:38os rostos banhados na luz ténue
do outro mundo -
1:38 - 1:39que se derrama do alto
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1:39 - 1:41e provém da metade superior da pintura
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1:41 - 1:43onde é o divino que reina.
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1:43 - 1:48Os céus abrem-se num turbilhão
tumultuoso de cor e de luz, -
1:49 - 1:51em profundo contraste
com os tons suaves em baixo. -
1:51 - 1:54Um grupo celestial
aguarda a alma do Conde -
1:55 - 1:56liderado pela Virgem Mari
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1:56 - 1:59que está resplandecente
de azul e ouro. -
1:59 - 2:02A expressão dela
é de gentil compaixão, -
2:02 - 2:05a mão estendida para o filho,
Jesus Cristo, -
2:06 - 2:09que está entronado em glória,
lá em cima. -
2:09 - 2:11Cisto é o ponto focal
deste reino celestial, -
2:11 - 2:15a sua forma irradia uma luz
que parece pulsar e cintilar, -
2:15 - 2:19banhando as figuras à sua volta
num luminoso brilho etéreo. -
2:20 - 2:22Anjos esvoaçam na névoa dourada.
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2:22 - 2:26As asas são delicadas e cintilantes
como teias de aranha sob a luz. -
2:26 - 2:29Um anjo em especial apanha
a alma do Conde, -
2:30 - 2:32uma forma leve e translúcida
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2:32 - 2:34e eleva-a na direção de Cristo,
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2:34 - 2:38onde será julgada e, presumivelmente,
acolhida no Paraíso. -
2:38 - 2:42A expressão do anjo é terna,
quase maternal -
2:42 - 2:45enquanto embala nas mãos
esta frágil essência -
2:45 - 2:49reforçando o sentimento de paz
que invade esta parte da pintura. -
2:49 - 2:52O contraste entre
as duas metades da pintura, -
2:52 - 2:55a tristeza terrena, em baixo,
e a glória celestial, em cima, -
2:55 - 2:57cria uma poderosa tensão.
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2:57 - 3:01Contudo, há também uma harmonia,
um sentido de equilíbrio, -
3:01 - 3:03na medida em que os dois reinos
estão ligados pelo ato partilhado -
3:03 - 3:05do enterro do Conde.
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3:05 - 3:07As figuras em baixo, apesar do desgosto,
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3:07 - 3:10estão iluminadas pela luz divina
vinda de cima, -
3:10 - 3:14sugerindo que a morte,
embora um momento de profunda tristeza, -
3:15 - 3:17também é uma passagem
para uma coisa mais importante. -
3:17 - 3:20A pintura com as suas formas rodopiantes
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3:20 - 3:23profundos contrastes de luz e sombra
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3:23 - 3:27e faces extremamente expressivas
evoca um sentimento de respeito e contemplação. -
3:28 - 3:31É um lembrete do véu fino
entre a vida e a morte, -
3:31 - 3:35entre o humano e o divino
e a jornada eterna da alma. -
3:35 - 3:37Enquanto imaginamos,
perante esta pintura -
3:37 - 3:39podemos sentir
um profundo sentimento de reverência, -
3:39 - 3:41um momento de quietude
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3:41 - 3:44enquanto contemplamos os mistérios
dum retrato tão vivo, -
3:44 - 3:45a história da morte, sim,
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3:45 - 3:49mas também de redenção, de honra
e da esperança eterna da salvação.
- Title:
- O Enterro do Conde de Orgaz, por El Greco
- Description:
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maginem estar diante de uma tela grande e imponente que parece respirar com a vida e a morte de séculos passados. A pintura, "O Enterro do Conde de Orgaz" de El Greco, é uma cena vívida e tumultuosa que capta um momento em que o terreno e o divino colidem, revelando uma narrativa profunda de fé, honra e a misteriosa viagem da alma.
Na metade inferior do quadro, a cena passa-se na luz fraca e sagrada de uma igreja, onde o corpo do Conde de Orgaz, um homem nobre e devoto, está a ser sepultado. A sua forma sem vida, vestida com uma armadura ornamentada, encontra-se no centro, chamando a atenção pelo seu brilho pesado e metálico que contrasta com a palidez da sua pele. Dois santos imponentes, Santo Estêvão e Santo Agostinho, desceram do céu para assistir pessoalmente a este enterro, uma honra reservada apenas aos mais piedosos. Estão vestidos com vestes ricas e fluidas que ondulam com os intrincados padrões de ouro e carmesim, os seus rostos serenos mas solenes enquanto baixam ternamente o Conde para o seu lugar de descanso final.Legendas em português de Margarida Mariz (2025)
Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com
- Video Language:
- English
- Duration:
- 03:52
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The Burial of the Count of Orgaz by El Greco |