Por que amamos? Uma investigação filosófica - Skye C. Cleary
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0:07 - 0:09Ahh, amor romântico:
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0:09 - 0:11belo e intoxicante;
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0:11 - 0:13penoso e esmagador;
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0:13 - 0:15muitas vezes tudo ao mesmo tempo.
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0:15 - 0:19Por que escolhemos nos colocar
dentro do seu campo emocional? -
0:19 - 0:21O amor traz sentido às nossas vidas,
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0:21 - 0:24ou é uma fuga da nossa
solidão e sofrimento? -
0:24 - 0:27O amor é um disfarce
para o nosso desejo sexual, -
0:27 - 0:30ou é um truque biológico
para nos fazer procriar? -
0:30 - 0:32É tudo de que precisamos?
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0:32 - 0:35Precisamos mesmo disso?
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0:35 - 0:36Se o amor romântico tem um propósito,
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0:36 - 0:40nem a ciência e nem a psicologia
descobriram isso ainda. -
0:40 - 0:42Mas ao longo da história,
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0:42 - 0:47alguns dos nossos mais respeitados
filósofos propuseram teorias fascinantes. -
0:47 - 0:50"O amor nos completa, novamente."
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0:50 - 0:52O antigo filósofo grego, Platão,
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0:52 - 0:56explorou a ideia de que nós amamos
para nos tornarmos completos. -
0:56 - 0:58Em seu "O Banquete",
ele escreveu sobre um jantar, -
0:58 - 1:01no qual Aristófanes,
um dramaturgo de comédias, -
1:01 - 1:04diverte os convidados
com a seguinte estória: -
1:04 - 1:08os humanos uma vez eram criaturas
com quatro braços, -
1:08 - 1:11quatro pernas e duas faces.
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1:11 - 1:16Um dia, eles irritaram os deuses,
e Zeus dividiu a todos em dois. -
1:16 - 1:21Desde então, toda pessoa sente
a falta de sua outra metade. -
1:21 - 1:24O amor é o desejo
de encontrar uma alma gêmea -
1:24 - 1:28que vai nos tornar inteiros novamente;
ou pelo menos Platão acreditava -
1:28 - 1:31que isto poderia ser dito
por um comediante bêbado numa festa. -
1:32 - 1:35"O amor nos engana para termos bebês."
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1:35 - 1:38Muito, muito depois, o filósofo
alemão Arthur Schopenhauer -
1:38 - 1:41afirmou que o amor
baseado em desejo sexual -
1:41 - 1:44era uma ilusão voluptuosa.
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1:44 - 1:47Ele sugeriu que amamos porque
os nossos desejos nos levam a acreditar -
1:47 - 1:52que outra pessoa vai nos fazer felizes,
porém estamos seriamente enganados. -
1:52 - 1:54A natureza está nos enganando
para procriarmos, -
1:54 - 1:59e a fusão de amor que procuramos
é consumada nos nossos filhos. -
1:59 - 2:01Quando nossos desejos
sexuais estão satisfeitos, -
2:01 - 2:04somos jogados novamente
em nossa existência atormentada, -
2:04 - 2:07e passamos a ter sucesso
apenas em manter a espécie -
2:07 - 2:11e perpetuar o ciclo árduo
do trabalho humano. -
2:11 - 2:14Parece que alguém precisa de um abraço.
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2:14 - 2:17"O amor é a fuga da nossa solidão."
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2:17 - 2:20De acordo com o filósofo britânico
ganhador do Prêmio Nobel Bertrand Russell, -
2:20 - 2:25nós amamos a fim de saciar
os nossos desejos físicos e psicológicos. -
2:25 - 2:30Os humanos foram feitos para procriar,
mas sem o êxtase do amor apaixonado, -
2:30 - 2:32o sexo é insatisfatório.
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2:32 - 2:36O nosso medo do mundo cruel e insensível
nos tenta a construir conchas sólidas -
2:36 - 2:39para nos proteger e nos isolar.
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2:39 - 2:45O deleite, a intimidade e o calor do amor
nos ajuda a superar nossos medos do mundo, -
2:45 - 2:49a escapar das nossas conchas solitárias
e a engajar mais profundamente na vida. -
2:49 - 2:54O amor enriquece todo o nosso ser,
fazendo disso a melhor coisa na vida. -
2:54 - 2:57"O amor é uma aflição enganosa."
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2:57 - 3:01Siddhārtha Gautama, que ficou
conhecido como Buda, ou O Iluminado, -
3:01 - 3:04provavelmente teria tido alguns
debates interessantes com Russell. -
3:04 - 3:06Buda propôs que nós amamos
porque estamos tentando -
3:06 - 3:09satisfazer nossos desejos básicos.
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3:09 - 3:13Assim, nossos desejos
apaixonados são defeitos, -
3:13 - 3:17e vínculos, até o amor romântico,
são uma grande fonte de sofrimento. -
3:17 - 3:20Felizmente, Buda encontrou
o Caminho Óctuplo, -
3:20 - 3:23um tipo de prática para extinguir
as chamas do desejo, -
3:23 - 3:26e desse modo atingir o Nirvana,
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3:26 - 3:31um estado iluminado de paz,
clarividência, sabedoria e compaixão. -
3:31 - 3:34O escritor Cao Xueqin ilustrou
esse sentimento budista, -
3:34 - 3:36de que o amor romântico é loucura,
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3:36 - 3:39em um dos grandes
romances clássicos da China: -
3:39 - 3:42"O Sonho da Câmara Vermelha".
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3:42 - 3:45Em um subenredo,
Jia Rui se apaixona por Xi-feng, -
3:45 - 3:48que o engana e o humilha.
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3:48 - 3:51Emoções conflitantes
de amor e ódio o abalam, -
3:51 - 3:55fazendo com que um taoísta dê a ele
um espelho mágico que pode curá-lo, -
3:55 - 3:58contanto que ele não olhe
de frente para ele. -
3:58 - 4:00Mas claro que ele olha para o espelho.
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4:00 - 4:02Ele vê Xi-feng.
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4:02 - 4:04Sua alma entra no espelho,
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4:04 - 4:08e ele é levado envolto em correntes
de ferro para morrer. -
4:08 - 4:10Nem todos os budistas
pensam dessa maneira -
4:10 - 4:12a respeito do amor romântico e erótico.
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4:12 - 4:17Mas a moral dessa estória é que
certos vínculos trazem tragédias, -
4:17 - 4:21e deveriam, juntamente
com espelhos mágicos, ser evitados. -
4:21 - 4:24"O amor nos permite alcançar
além de nós mesmos." -
4:24 - 4:27Vamos terminar com uma nota
um pouco mais positiva. -
4:27 - 4:29A filósofa francesa Simone de Beauvoir
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4:29 - 4:33propôs que o amor é o desejo
de se integrar ao outro, -
4:33 - 4:36e que isso preenche
nossas vidas com significado. -
4:36 - 4:39Entretanto, ela estava menos preocupada
com o porquê de amarmos -
4:39 - 4:42e mais interessada em como
podemos amar melhor. -
4:42 - 4:46Ela percebeu que o problema
do tradicional amor romântico -
4:46 - 4:48é que pode ser tão cativante,
-
4:48 - 4:51que ficamos tentados a fazer
disso nossa única razão para existir. -
4:51 - 4:55No entanto, a dependência do outro
para justificar nossa existência -
4:55 - 4:59facilmente nos conduz
ao tédio e a jogos de poder. -
4:59 - 5:03Para evitar essa armadilha, Beauvoir
aconselhou amar autenticamente, -
5:03 - 5:05que é mais como uma grande amizade.
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5:05 - 5:08Amantes apoiam uns aos outros
para descobrirem a si mesmos, -
5:08 - 5:13alcançarem além de si mesmos
e enriquecerem suas vidas e o mundo. -
5:13 - 5:17Mesmo que talvez nunca saibamos
por que nós nos apaixonamos, -
5:17 - 5:21podemos ter certeza que será um passeio
em uma montanha-russa emocional. -
5:21 - 5:22É assustador e estimulante.
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5:22 - 5:25Nos faz sofrer e nos levantar.
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5:25 - 5:27Talvez nos percamos.
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5:27 - 5:28Talvez nos achemos.
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5:28 - 5:33Pode ser penoso, ou pode
ser a melhor coisa na vida. -
5:33 - 5:35Vai se atrever a descobrir?
- Title:
- Por que amamos? Uma investigação filosófica - Skye C. Cleary
- Speaker:
- Skye C. Cleary
- Description:
-
Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/why-do-we-love-a-philosophical-inquiry-skye-c-cleary
Ahh, amor romântico: belo e intoxicante; penoso e esmagador; muitas vezes tudo ao mesmo tempo! Se o amor romântico tem um propósito,
nem a ciência e nem a psicologia descobriram isso ainda. Mas ao longo do curso da história, alguns dos nossos mais respeitados filósofos propuseram algumas teorias fascinantes. Skye C. Cleary esboça cinco dessas perspectivas filosóficas sobre a razão de amarmos.Lição de Skye C. Cleary, Animação de Avi Ofer.
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- English
- Team:
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- Project:
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- 05:45
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