-
Todo dia, uma função nova
é desbloqueada pelos dispositivos,
-
pelos computadores,
aplicativos de celular etc.,
-
e robôs também.
-
Mas eu te pergunto: você conhece
o que é Machine Learning,
-
Deep Learning e IA?
-
Se você, como eu
e como os computadores,
-
quer aprender mais, eu convido você
a participar desse bate-papo.
-
Eu estou aqui com dois convidados,
meu nome é Caio Azevedo
-
e vamos juntos aprender como as máquinas
também aprendem.
-
Tô aqui com o Arnaldo e com o Fernando, vou pedir pra vocês se
-
apresentarem.
-
Fernando, seja muito bem-vindo.
-
Legal.
-
Bom, meu nome é Fernando Nemec, eu trabalho com tecnologia e internet
-
desde 1996, 1997, quando começou a internet comercial.
-
De lá pra cá eu já fui programador front-end, programador back-end,
-
programador full-stack, cientista de dados, coordenador de projeto,
-
gerente de tecnologia, diretor de tecnologia, enfim, já passei por
-
muita coisa aí.
-
Hoje eu sou professor na FIAP e também tenho uma pequena empresa de
-
consultoria.
-
Seja muito bem-vindo, Fernando, obrigado.
-
Arnaldo, pode se apresentar pra nós, por favor.
-
Oi, pessoal, tudo bom?
-
Oi, Caio, Fernando, e aí, pessoal de casa.
-
Bom, eu sou o Arnaldo, sou professor aqui da FIAP e trabalho com a
-
parte de visão computacional na área de pesquisas pra segurança
-
viária, né?
-
Então, segurança aérea é a minha área de atuação aí na área de
-
pesquisa em visão computacional.
-
Pessoal, eu acredito que o pessoal que tá nos assistindo, os alunos,
-
assim como eu também que tô aqui ansioso pra receber esse
-
compartilhamento de informações, a gente quer colocar a nossa rede
-
neural pra trabalhar.
-
Bom, Fernando, antes de mais nada, a gente consegue fazer uma
-
definição breve do que é Deep Learning, do que é Machine Learning, do
-
que é a IA?
-
Fernando, você pode comentar um pouquinho pra nós, por favor?
-
Eu acho que a gente tem que entender que o mais abrangente que a
-
gente tem é a IA, né?
-
Quando a gente fala de IA, dentro da IA a gente tem muitas
-
possibilidades, muitos tipos de algoritmos e alguns desses algoritmos
-
a gente classifica como Machine Learning, ou seja, o aprendizado de
-
máquina.
-
Dentro do aprendizado de máquina, ou seja, fechando um pouquinho mais
-
esse escopo, a gente tem o que a gente costumou chamar de Deep
-
Learning, né?
-
Que são o quê?
-
São algoritmos que utilizam principalmente uma modelagem a partir de
-
neurônios pra conseguir predizer ou prever informações, enfim, e aí
-
tem uma série de utilidades aí, os neurônios que a gente pode
-
codificar utilizando Deep Learning, né?
-
O mais comum deles é o Perceptron, mas a gente fala disso mais pra
-
frente, acho que já vou dar todo o spoiler aqui do nosso podcast.
-
Eu acho que é legal também, uma forma que eu gosto de enxergar isso
-
é que eu sempre pergunto pro pessoal quando eu tô em aula se eles
-
acham que IA, Machine Learning e Deep Learning são a mesma coisa, né?
-
E o Fernando comentou bem, né?
-
Então, pessoal, não, não é a mesma coisa.
-
Então, cada um no seu quadrado, cada um com seu quadracoal.
-
E acho que é bacana ter essa visão assim, fica ilustrativo o pessoal
-
pensar que existe um grande guarda-chuva e que dentro desse guarda
-
-chuva a gente tem os algoritmos de Machine Learning e esse guarda
-
-chuva chama IA.
-
Então eu acho bacana a gente pensar IA como se fosse uma matéria, né?
-
Como a gente tem matemática, português, biologia, existe a disciplina
-
e a inteligência artificial.
-
Então ela é uma grande área de estudo, né?
-
A biologia é uma grande área de estudo.
-
E quando você quer saber, poxa, que bicho é esse, que animal é esse,
-
que planta é essa, a gente não fala, eu vou usar uma biologia aqui,
-
né?
-
Mas pra IA a gente fala, né?
-
É uma pista de linguagem que a gente tem que é horrível.
-
E é interessante porque a gente percebe que isso daí já começa até no
-
jornalismo, né?
-
Você vai ver uma matéria e o cara fala de inteligência artificial de
-
um jeito tão genérico que não faz sentido, né?
-
Mesma coisa que eu tenho um problema no coração, eu vou no médico.
-
Não, você vai no cardiologista pra ver se tem problema no coração,
-
né?
-
Pode até ir no médico, mas você vai no cardiologista.
-
E com a IA acontece a mesma coisa, né?
-
Qualquer coisa que se pareça com alguma inteligência vira IA, né?
-
Às vezes não, às vezes você tem que afunilar um pouquinho mais, o que
-
é aquilo?
-
Aprendizado de máquina?
-
Não, é deep learning.
-
E eu acho que eu percebo também, né?
-
Eu não costumo ler muita notícia assim extensivamente, mas eu acho
-
que tem uma confusão muito grande no jornalismo entre o que é machine
-
learning e o que é deep learning.
-
Nossa, é assim, confunde bem.
-
Eu acredito um pouco, Fernando, que como esses conceitos é muito novo
-
pra maioria da população, né?
-
A gente acaba tratando de forma genérica.
-
Então eu até pedi pra vocês tentarem trazer um pouco dessa definição
-
pra gente saber realmente do que se trata.
-
E quando o Fernando falou assim, ah, são neurônios e tal.
-
Eu fico, caramba, a gente tá pensando numa coisa tão orgânica, né?
-
Quando a gente pensa em neurônios, né?
-
Organicamente, e agora a gente tá falando de neurônios de máquina,
-
né?
-
Como que é isso, Fernando?
-
É muito interessante, né?
-
Se a gente pensar, quando a gente pensa em aprendizado de máquina,
-
dentro do aprendizado de máquina a gente tem uma classe de algoritmos
-
que são algoritmos muito velhos, entre aspas, né?
-
Não é um negócio novo, não é um negócio que surgiu antes de ontem,
-
né?
-
Tem muitos algoritmos que já foram definidos, foram escritos, e tem
-
paper sobre eles desde a década de 80, 70, 80, né?
-
E por que só ganhou tração agora, né?
-
Só ganhou tração agora porque só hoje a gente tem poder computacional
-
e uma quantidade de dados grande o suficiente pra aplicar aquilo, né?
-
De larga escala, né?
-
Então a lógica já existia, mas faltava hardware, por exemplo?
-
Hardware e dados, né?
-
Ah, sim.
-
O pessoal comenta aí, né?
-
Outra chavão ali, dados é o novo petróleo, né?
-
De certa forma tem o valor, né?
-
Tem o valor dele ali, né?
-
A gente pode até comentar sobre isso depois que eu acho que é um
-
ponto interessante.
-
Mas a gente tem que entender que o machine learning não é muito
-
recente.
-
Ele já é um negócio que vem andando há décadas, né?
-
Já o deep learning eu nem, talvez até, depois isso até me
-
complementa, né?
-
Mas já no caso do deep learning, não, né?
-
A gente teve uma modelagem até que recente do neurônio, do que a
-
gente tem de por neurônio, né?
-
Até o perceptron deve ter o quê?
-
Não deve ter nem 15 anos, né?
-
Eu acho, né?
-
Ah, tem bastante.
-
O perceptron, o primeiro paper lá é da década de 58, 62.
-
Ah, entendi, entendi.
-
Então mesmo o perceptron aí já estava rolando há bastante tempo, né?
-
Agora, as camadas ali do neurônio, toda aquela arquitetura, eu também
-
não sei se teve paper significativo antes dos anos 2000, né?
-
Vamos falar que a gente teve, ao longo da evolução, o pessoal
-
conseguiu desenvolver a parte matemática disso, né?
-
Então a gente conseguia modelar matematicamente o que a gente entende
-
como a forma como a gente pode processar os dados.
-
E aí eles chamaram esse nome de perceptron, né?
-
Que é a parte de modelagem de um neurônio sintético ali, tal, beleza.
-
Só que a gente não conseguia computar isso ainda, né?
-
Mas a modelagem matemática já estava toda bem definida, mas a gente
-
não tinha o hardware pra isso, né?
-
Então vamos pensar que a gente teve a época ali de escassez das IAs,
-
onde todo mundo foi trabalhar com outra coisa, porque todo mundo tem
-
boleto pra pagar, então todo mundo foi trabalhar com outras coisas.
-
E foi, sei lá, a década de 80 ali, onde a gente quase não
-
teve desenvolvimento nessa área.
-
Mas com a parte da computação, né?
-
Início da internet, era em 96, 98, as coisas evoluíram bastante, né?
-
E aí foram voltando a pesquisar isso, né?
-
Então a gente começou a ter processamento paralelizado já no GPU, pra
-
poder treinar essas arquiteturas.
-
A gente conseguiu, com a internet, criar bancos de dados que
-
conseguem aglutinar informações de forma mais interessante.
-
Então a gente conseguiu ter espaço pra poder processar isso e
-
computar e treinar as nossas redes, né?
-
Eu só vou pedir pra vocês me ajudarem um pouquinho com os meus
-
neurônios, pra me situar um pouquinho.
-
Então quando a gente fala de Machine Learning, a gente tá falando de
-
Aprendizado de Máquina, posso traduzir ao pé da letra dessa forma,
-
Fernando?
-
Pode, Aprendizado de Máquina.
-
Eu até costumo falar pros alunos Aprendizado de Máquina, né?
-
Eu acabo não adotando ali o anglicismo ali no dia a dia, eu falo
-
Aprendizado de Máquina mesmo.
-
Certo, e aí o Deep Learning já é uma outra coisa.
-
Eu entendo ele como um aprofundamento ali do Machine Learning, algo
-
mais elaborado que o Machine Learning.
-
Porque o Machine Learning é a capacidade do computador, do...
-
Não, o Machine Learning é...
-
Aprender sozinho?
-
Quando a gente fala do guarda-fio de Machine Learning, a gente tá
-
falando de vários tipos de algoritmo.
-
Por exemplo, uma regressão linear.
-
É um algoritmo de Machine Learning.
-
A gente usa uma regressão linear pra prever resultados, né?
-
Ou avaliar uma correlação, ou avaliar até, se a gente estiver falando
-
aí de algumas outras técnicas mais específicas pra uma regressão
-
linear, você pode até provar ali uma...
-
Causalidade, né?
-
Causalidade, exatamente.
-
Fugiu o nome.
-
Então, são algoritmos mais simples, entendeu?
-
Então, pra você ter ideia, uma regressão linear nada mais é do que
-
uma equação de segundo grau.
-
Qual é a dificuldade dela?
-
Calcular quais são os coeficientes daquela regressão linear pra que
-
eu tenha uma regressão ótima, que prever da melhor forma os
-
resultados que eu tô esperando, que eu desejo calcular.
-
No caso do Deep Learning, os algoritmos são muito mais complexos, e
-
exigem um poder computacional muito maior, que é algo que você estava
-
até comentando, né?
-
Ou seja, não dá pra eu colocar dentro do mesmo cesto, entendeu?
-
É claro que quando a gente fala de Machine Learning, a gente fala de
-
Boosting, Bagging, bem assim.
-
Tem também muitos algoritmos ali bem pesadinhos também, mas eu
-
acredito que não chega perto ali de alguns algoritmos mais pesados de
-
Deep Learning, principalmente quando a gente começa a falar até mesmo
-
de visão computacional, como você comentou, que é a sua
-
especialidade.
-
Acho que tem um ponto que vai ajudar você a entender essas coisas, é
-
que a gente tem um paradigma de programação.
-
O paradigma de programação, você é desenvolvedor, bom, eu tenho as
-
regras do que o meu sistema deve fazer, eu conheço muito bem as
-
regras de como ele deve operar, então, basicamente, entra dado,
-
aplico a regra, eu tenho a minha saída.
-
Sim.
-
Faz sentido, né?
-
Então, como é que eu aplico essa soma de dois números?
-
Então, recebo a minha entrada, eu pego o número A, pego o número B,
-
tenho a minha saída ali, somos dois, tudo bem.
-
Pensando numa regra de negócio mais complexa?
-
Também.
-
Imagina uma situação onde a gente não tem essas regras bem definidas.
-
Imagina um cenário de complexidade onde a gente não consegue definir
-
as fronteiras de decisão.
-
Como é que você faz o seu programa?
-
É.
-
Fica complexo, né?
-
Entende?
-
É, lógico.
-
No natural você não faz, né?
-
Exato.
-
Não tem regra, né?
-
É nesse ponto que a gente vai trabalhar com os algoritmos de Machine
-
Learning, porque a gente está trabalhando com um novo paradigma.
-
Novo nem tanto, mas vamos pensar que um paradigma é diferente.
-
E esse paradigma de Machine Learning é o seguinte, bom, embora eu não
-
conheça as regras, eu tenho exemplos de como ele deve funcionar.
-
Então, embora eu não saiba como soma dois números, porque para mim é
-
uma caixa preta que eu não sei, eu tenho a entrada e eu tenho
-
exemplos de saída.
-
Então, um dos algoritmos que a gente usa, que é o aprendizado
-
supervisionado dentro de Machine Learning, eu gosto de relacionar e
-
usar o exemplo de um livro do professor.
-
Então, você quer estudar para uma prova de história e aí você não
-
quer ler os capítulos todos que tem ali.
-
Bom, eu vou direto para as perguntas, vou ver as perguntas e vou ver
-
as respostas.
-
E vou tentar entender ali como que as respostas se relacionam com as
-
perguntas para tentar descobrir a regra de negócio, como que isso
-
funciona.
-
Então, o e-mail é algo que você descobre depois, você tem o resultado
-
e o e-mail.
-
Exato, isso é Machine Learning.
-
Tem um exemplo muito bacana, que eu costumo falar também em aula, que
-
é o filtro antispam.
-
O filtro antispam, você tem o e-mail, que é a entrada, o que
-
consiste em e-mail, você tem o texto e o assunto, variadamente ali
-
quem enviou, etc.
-
E você tem a saída, qual é a saída?
-
A saída é, é spam ou não é spam?
-
Como que você consegue, de uma forma procedural, dizer que aquele
-
texto é spam ou não é spam?
-
Assim, é praticamente impossível, não dá.
-
Mas a gente como humano, bate o olho e sabe que é spam.
-
Não é spam, é spam, não é spam.
-
Você consegue ter muito rapidamente a entrada e a resposta.
-
A partir do momento que você consegue treinar aquelas entradas para
-
um determinado conjunto de respostas, você pode programar um
-
algoritmo de aprendizado de máquina, para tentar traduzir, tentar
-
criar regras para transformar aquela entrada nas saídas esperadas.
-
É desse jeito, no fundo, como funciona o filtro antispam, por
-
exemplo.
-
Que aí todo mundo conhece, é um negócio que é bem clássico.
-
Sim, e é algo que já é usado há bastante tempo, então não é
-
algo novo, como vocês comentaram.
-
Com o avanço computacional e agora essas bases de dados que a gente
-
tem mais disponível com a internet.
-
Inclusive, essa é uma pergunta que eu queria fazer para vocês dois.
-
Esse aprendizado de máquina precisa consultar uma base de dados.
-
E a origem?
-
Que fonte que é consultada?
-
São diversas fontes, é uma fonte única?
-
Quem está acostumado, por exemplo, com a programação de um sistema
-
que consulta um banco, em Guajesquele, por exemplo, e agora se depara
-
com esse cenário?
-
Como que funciona, Arnaldo?
-
Bom, acho que o gargalo são sempre os dados.
-
Como o Fernando comentou, para saber o spam, a gente tem que ter a
-
entrada de dados, que são os e-mails, e a gente tem que rotular
-
esses dados, falando se é ou não é um spam.
-
Como que eu capturo esses dados?
-
As fontes são as mais diversas possíveis.
-
Então, se a gente estiver trabalhando com visão computacional, os
-
nossos dados, as nossas fontes, são imagens.
-
Ou, eventualmente, a gente extrai as imagens de vídeos.
-
Se a gente está trabalhando com dados, vamos falar, mais comportados,
-
a gente vai ter um banco de dados relacional, onde a gente tem as
-
nossas infinitas linhas e as colunas.
-
E a gente vai tentar relacionar essas colunas para criar as regras
-
para poder treinar o nosso modelo.
-
As fontes de dados são plurais.
-
Podem vir de qualquer jeito.
-
O que é importante, e a gente tem que sempre perceber, é que não
-
tem mágica.
-
Boa fonte de dado, se for bem processada, vão gerar bons modelos de
-
machine learning.
-
Exatamente.
-
Uma fonte ruim, dados de baixa qualidade, ou mal processados, você
-
não faz a limpeza nos seus dados, você não trabalha o pipeline de
-
ciência de dados, que a gente pode pensar assim, tira dados ausentes,
-
valida, verifica se não tem dados cruzados, se não tem linhas
-
duplicadas, enfim, são N abordagens que a gente pode tratar para
-
poder aumentar a qualidade desses dados brutos, a gente vai ter
-
modelos ruins.
-
Então, inevitavelmente, a qualidade dos dados e a origem desses dados
-
vão impactar bastante.
-
Da onde a gente vai pegar bons?
-
Agora a gente está trabalhando com IoT.
-
Então a gente tem sistemas de sensores e monitoramento que capturam
-
esses dados a todo instante.
-
Basta a gente armazenar eles de forma conveniente, pré-processar
-
esses dados para poder criar nossos modelos.
-
Interessante comentar, pegar o que o Arnaldo colocou, que foi muito
-
bem colocado, é aquilo, você não consegue ter um modelo bom se você
-
tem dados ruins, você tem que ter dados bons.
-
Não tem jeito.
-
Agora um outro ponto muito importante a respeito de dados é algo que
-
a gente ensina lá no curso de ciência de dados e muito aluno
-
perguntou, por que eu estou aprendendo isso aqui?
-
Que são os conceitos de LGPD.
-
LGPD é a Lei Geral de Proteção de Dados que estabelece que
-
informações pode capturar do teu cliente, como que você vai
-
armazenar, como que você vai armazenar o consentimento do teu
-
usuário, enfim, por que?
-
Tudo que você captura do teu usuário, do teu cliente, quem quer que
-
seja, foto, nome, enfim, são todos dados que você pode armazenar,
-
coletar e utilizar para melhorar o teu próprio produto, a despeito do
-
que o teu cliente queira.
-
Então, ou seja, a gente pode ter muitas informações, mas nem sempre é
-
conveniente usar todas elas, porque nem sempre a gente tem legalmente
-
a permissão de usar aquilo, entendeu?
-
Que é algo que aconteceu muito aí com o Chet Gipty, ou seja, um
-
monte de autor ali reclamando, o caso daquele cara que fez o Game of
-
Thrones, o George R.
-
R.
-
Martin, que é o escritor daquele série de livros gigante, a primeira
-
coisa que ele fez foi chamar o advogado dele e falar, pera lá, Chet
-
Gipty, você alimentou a tua rede com os meus livros, eu não quero que
-
você utilize meus livros para produzir um outro produto, tira daí.
-
E até para quem estiver vendo a gente, e de repente quiser, quer
-
alçar um cargo de gestão em tecnologia, é bom ficar muito atento ali
-
de PD.
-
O técnico que está operando ali, trabalhando os dados, girando ali o
-
algoritmo, ele pode errar, mas o gestor dele tem que ter esse olhar
-
muito atento ali, poxa, será que esse dado que o técnico está
-
utilizando pode ser utilizado, não pode ser utilizado, será que eu
-
estou avançando aqui o sinal, pisei em alguma barreira ou não?
-
Bom, e você falou agora a respeito da questão da obra do Game of
-
Thrones, questão de negócio, cliente, gestão, e em conversa com
-
pessoas que são até de outras áreas, que não são relacionadas até aí,
-
tem muito comentado a respeito do Chet Gipty, da questão da da
-
inteligência artificial, porque se tornou uma febre, todo mundo,
-
mesmo que não é da área de tecnologia, tem interesse em aprender.
-
E aí, começam a surgir alguns conceitos, do que é preditivo, do que é
-
generativo, existe mesmo essa divisão, Arnaldo, o que é uma IA
-
generativa, o que é preditiva, o que a gente usa, por exemplo, a
-
nível de negócio, no nosso dia a dia que é preditivo, e o que
-
seria generativo?
-
Tem sim, de fato, existe um momento de disrupção aí, que a gente está
-
vivendo atualmente, com a introdução dessas IAs generativas, as
-
generativas IAs, e qual é o conceito por trás delas?
-
É que elas geram conteúdo a partir dos dados, então, no detalhe lá
-
atrás, é como se a gente pensasse assim, quando você abre a página do
-
Google, você vai lá, vai fazer uma pesquisa, então, como tocar e aí
-
aparece ali a palavra violão, aquilo ali é uma predição que ele está
-
fazendo, ele está olhando, conforme todo o estudo que ele aprendeu,
-
na base de dados dele, qual é a probabilidade de você querer tocar
-
violão ou um outro instrumento, ou uma outra coisa, então, essa é uma
-
forma que ele está fazendo a predição, então, quando a gente pensa,
-
ele olha o passado, ele entende aquilo, e ele usa para fazer
-
predições futuras, a gente pode pensar, como é que a gente consegue
-
fazer predição de temperatura, então, a gente tem lá o Tupan, que faz
-
as predições do tempo, no supercomputador que a gente tem, ele olha
-
diversas variáveis ambientais, imagens de satélite, coleta diversos
-
dados de estações meteorológicas no Brasil inteiro, para conseguir,
-
no final do dia, fazer a predição que às três da tarde vai estar
-
22 graus em São Paulo, por exemplo, isso é uma predição que ele está
-
fazendo.
-
As IAs generativas, elas conseguem, a partir de texto, gerar outras
-
fontes de dados, gerar, por exemplo, imagens, ou, a partir de imagem,
-
gerar texto, ou, a partir de voz, gerar imagem, então, essa é uma das
-
vertentes que a gente tem das IAs generativas, onde a gente vai ter
-
um elemento ali, que é a ferramenta do Transformers, que faz
-
exatamente essa parte, na hora de processar os dados, ele vai gerando
-
lacunas, e vai tentando encaixar o que pode ser criado a partir
-
deles.
-
E é interessante também, quando a gente fala de GAN, que são as redes
-
neurais generativas, tem um componente muito importante ali, que é o
-
que a gente estava até comentando um pouquinho antes do podcast aqui,
-
que é o processamento de linguagem natural.
-
Que é fazer o que?
-
Fazer o computador entender o que você está escrevendo e transformar
-
aquilo numa informação que ele consiga utilizar.
-
Entendeu?
-
Porque aí, a partir daquela informação que ele extraiu do teu texto,
-
é que ele vai direcionar a GAN para o que ela tem que gerar.
-
Uma imagem de acordo com o que você pediu ali no prompt de comando.
-
Então, esse é um ponto super importante também, e é interessante,
-
porque é uma disciplina completamente completamente não, mas uma
-
disciplina à parte da GAN também.
-
São dois pontos críticos ali do chat IPT.
-
Eu acho que é legal, porque vamos pensar, aquele guarda-chuva gigante
-
de inteligência artificial, a gente pegou uma pontezinha e falou de
-
Machine Learning, mas existem todos os outros ali que a gente não
-
comentou.
-
Exato.
-
Aprendizado especialista, enfim, existem outros modelos diversos.
-
Aí dentro de Machine Learning, vamos imaginar que isso aqui cresceu
-
muito.
-
Então a gente tem um outro guarda-chuva gigante.
-
E dentro desse aprendizado de máquina aqui, a gente puxou Deep
-
Learning.
-
E aí dentro de Deep Learning, nos últimos anos, principalmente a
-
partir de 2012, foi quando teve a explosão das redes neurais
-
convolucionais, usando Deep Learning de fato, a gente teve um outro
-
boom.
-
Então a gente foi um lado para a visão computacional, um lado para o
-
processamento de linguagem natural, NLP.
-
E aí dentro de NLP, a gente teve um outro boom.
-
Que agora são as generativas.
-
Onde a gente junta de novo esses dois conceitos de visão e conceitos
-
de processamento de texto, para eles se conversarem entre si
-
novamente.
-
E aí a gente tem diversos outros modelos que estão sendo criados a
-
partir desse.
-
E é interessante também o que você estava comentando.
-
Como a gente vai vendo, você até perguntou logo no começo, qual a
-
diferença de IA e Machine Learning e tal.
-
Mas se a gente usar essa analogia do guarda-chuva, fica muito fácil.
-
IA, daí afunila um pouquinho mais.
-
Machine Learning, afunila um pouquinho mais.
-
Deep Learning, afunila um pouquinho mais, entrou na ganha, na IA
-
generativa.
-
E é interessante isso até, vou comentar, perguntar até para você
-
também, porque sempre que me perguntam, eu tenho dúvida até.
-
Eu falo, meu, espera lá.
-
O processamento natural de linguagem, ela é Machine Learning ou é
-
Deep Learning?
-
Até eu entendo como Machine Learning.
-
Mas se você ver alguns algoritmos, você fala, meu, isso aqui é muito
-
complexo.
-
Isso daqui devia estar em Deep Learning.
-
Não devia estar aqui.
-
Quando a gente vai pensar em texto para fazer o processamento de
-
linguagem natural, a gente tem os algoritmos de Machine Learning que
-
são utilizados.
-
Então a gente tem a parte do processamento de linguagem natural e
-
quando eu falo processamento de linguagem natural é de fato, a ideia
-
do natural é como a gente fala, como a gente escreve de fato.
-
Então não é um código em si.
-
É bem colocado, porque a gente fala linguagem natural e realmente
-
para o ouvinte não fica claro.
-
Por que eu estou querendo falar de linguagem natural?
-
Essa linguagem natural pode ser através de uma fonte escrita, através
-
de voz também, assistentes virtuais.
-
Você pode transformar voz em texto, texto em voz e são equivalentes
-
ali.
-
É transformar a linguagem natural mesmo que a gente fala, português,
-
inglês, espanhol, alemão, em inscrições que o computador compreenda.
-
Exato, exato.
-
Tanto que o chatbot que a gente usa bastante eles trabalhavam com a
-
ideia de redes neurais, não de redes neurais em si, mas com a parte
-
de linguajamento de processamento natural, processamento de linguagem
-
natural e a gente tem que ter para fazer o processamento de linguagem
-
natural, conhecer bem as regras gramaticais.
-
E aí é um outro inferno.
-
É um outro inferno, porque quando a gente vai pensar, uma frase ela
-
vai ter sujeito, predicado, não sei o que.
-
Se eu não conheço as regras gramaticais, como é que eu extraio de uma
-
frase o que aquilo realmente significa?
-
Eu quero tomar café.
-
Então quem quer o que aonde?
-
Quem é o sujeito, quem é o predicado, quem é o objeto, quem que
-
é o verbo aqui, entendeu?
-
E se você não sabe quem é sujeito, predicado, verbo, objeto esquece,
-
entendeu?
-
Vai dar ruim, né?
-
O que é interessante é que essas regras são muito bem definidas.
-
E se a gente conhece a regra de negócio, a gente consegue trabalhar.
-
A gente consegue escrever algoritmos para encontrar o radical das
-
palavras e tentar tokenizar essas palavras para entender o que de
-
fato ela quer dizer, a semântica daquela frase.
-
Mas a complexidade vai aumentando.
-
Sim, e aí tem a semântica, né?
-
Quando eu falo de Lula, eu estou falando de quem?
-
Do presidente ou do Molusco?
-
Exato.
-
A impressão que eu tenho as vezes é que quando a gente começa a
-
aprender algoritmos, seja na graduação, no curso técnico, a gente
-
meio que está aprendendo uma linguagem para que o computador entenda
-
aquilo que a gente quer fazer.
-
É uma linguagem informal.
-
E agora parece que acontece o inverso.
-
O computador meio que tem que se virar para aprender com o usuário o
-
que ele quer fazer, né?
-
E fica complicado ainda, né?
-
Porque tem a semântica, tem gíria, tem sotaque, tem quando a gente
-
transforma de voz para texto, né?
-
Por isso que...
-
Tem entonação também, né?
-
Entonação, né?
-
E o pior, né?
-
A gente pensar a biblioteca.
-
Pô, de repente tem uma biblioteca pronta para fazer alguma coisa?
-
Tem.
-
De repente por inglês, né?
-
Ah, verdade.
-
Vamos, né?
-
Trazer isso para o português?
-
Então, para lá, né?
-
Vai dar um pouquinho mais de trabalho.
-
Até tem muita coisa pronta já, né?
-
Português de Portugal ou português do Brasil?
-
E aí, puxando um pouco desse tema de, ah, o computador está
-
aprendendo com o usuário, o computador está aprendendo, saiu uma
-
notícia a respeito do supermercado Marche, que pretende usar a
-
inteligência artificial para gerenciar ali os produtos perecíveis
-
deles, né?
-
Como padrão de compra, controle de estoque.
-
Vocês têm algum exemplo aí real de alguém que já tem aplicado algo
-
desse tipo, né?
-
Vamos tentar prever como ele falou da meteorologia, né?
-
Através das estações, essas fontes de dados, a gente consegue saber a
-
previsão do tempo para a cidade de São Paulo à tarde, por exemplo,
-
né?
-
E como prever através da machine learning ou da IA, né?
-
Situações como essa onde são várias variáveis, né?
-
Então, por exemplo, o tempo esquentou o consumidor vai usar produtos
-
mais quentes, bebidas quentes, por exemplo, ou bebidas geladas no
-
calor, né?
-
Mas é feriado, tem menos circulação de pessoas naquela região, são
-
muitos fatos, né?
-
Muitas variáveis que impactam nisso, né?
-
Vocês têm algum exemplo assim de decisões complexas desse tipo?
-
Tem um caso de uso que é interessante, que é um caso de uso
-
que foi feito pela Volkswagen.
-
Ele estava implementando a automação de algumas linhas de produção.
-
O que é legal a gente pensar, né?
-
Então, uma linha de produção é um sistema fechado, bem controlado e
-
bem definido, bem parametrizado, né?
-
Afinal o pessoal está construindo o carro há mais de 100 anos aí, se
-
não tiver controle a gente não consegue ter escala com a elaboração.
-
Mas um dos pontos que eles queriam trabalhar é o seguinte, bom, será
-
que a gente consegue juntar esses dados e fazer de forma preventiva
-
sistemas de paradas específicas para poder fazer correção?
-
Então, antes de quebrar um equipamento, antes de precisar parar a
-
minha linha para fazer uma correção, será que eu consigo me precaver?
-
Então esse é um sistema preditivo, onde você consegue por meio de
-
sensores e dispositivos IoT construir um banco de dados, alimentando
-
informações para entender o comportamento por exemplo, da esteira de
-
pintura.
-
Então eu vou ter a minha máquina, que ela vai ficar robozinho
-
pintando ali e eu já vou medir na espessura da tinta se ela está
-
dentro dos limites de controle.
-
Eu consigo armazenar essa informação, e aí eu consigo ver a espessura
-
da tinta está ficando mais fina, então eventualmente a bomba não está
-
soltando tão boa, então eu já consigo me antever, para não precisar
-
parar a linha para fazer a correção, a preditiva tal, tal, tal, e aí
-
eu já consigo falar, bom, vai dar problema, então eu já vou colocar
-
uma linha backup, já vou fazer uma atualização, porque eu sei que vai
-
acontecer, por meio dos dados e com um algoritmo de machine learning
-
eu já consigo processar.
-
Interessante.
-
Bom, o que vocês já comentaram aqui, a respeito de modelagem
-
preditiva, da regressão linear também que você comentou, e tem mais
-
uma palavrinha aqui anotada que eu quero perguntar para vocês, a
-
respeito de árvore de decisões.
-
O que é isso, Fernando?
-
A árvore de decisão é um algoritmo de classificação.
-
Quando a gente fala de machine learning, de aprendizado de máquina,
-
você tem dois tipos ali principais de algoritmo.
-
Os regressores e os classificadores.
-
Os regressores vão tentar determinar valores numéricos para algo que
-
você está tentando prever.
-
Isso de uma forma bem resumida, tentando simplificar bem o assunto.
-
Então vamos imaginar mercado de ações, por exemplo.
-
Mercado de ações, eu vou lá, vou modelar uma regressão que vai tentar
-
prever para mim o valor do preço de uma determinada ação em algum
-
momento no tempo futuro.
-
Isso é um típico caso de regressão.
-
No classificador não.
-
No classificador eu tenho uma série de possibilidades diferentes e eu
-
quero identificar para uma determinada entrada qual é o resultado
-
correspondente.
-
Lembra do caso do anti-spam.
-
O anti-spam é um típico caso de classificador.
-
Ele classifica, rotula.
-
Rotular é até melhor.
-
Ele rotula uma mensagem como spam ou não spam.
-
É um classificador.
-
A árvore de decisão, o que ela faz?
-
Basicamente, ela utiliza probabilidade, o conceito de probabilidade
-
para determinar qual é a melhor árvore, qual é o melhor caminho para
-
o algoritmo chegar em uma classificação ótima.
-
O que seria a classificação ótima?
-
É aquela que consegue me entregar o melhor resultado possível de
-
acordo com a amostra original que eu tenho.
-
Eu não sei se ficou muito complexo, mas me ajuda aí, Arnaldo.
-
É que para mim, eu vou falando aqui...
-
Está claro, né?
-
Vamos tentar visualizar uma árvore de decisão.
-
Vamos tentar encontrar as fronteiras de decisão.
-
Uma árvore de decisão, a gente pode pensar como um algoritmo que vai
-
tentar encontrar a fronteira.
-
Qual é o limiar entre verdadeiro ou falso.
-
Ou sim ou não.
-
O pessoal brinca, já tem até aqueles memes que falam um algoritmo de
-
machine learning aí tira o capuz e é um monte de if-else.
-
Já vi.
-
Mas não é, né?
-
Spoiler, não é.
-
Poxa vida, se fosse, seria mais fácil.
-
Mas a gente comentou que o nosso algoritmo de machine learning ele
-
tem os exemplos.
-
Ele tem as entradas e as saídas.
-
E o que ele quer descobrir no final do dia é qual é a
-
regra que define as entradas para obter aquelas saídas.
-
Bom, se ele conseguiu descrever, descobrir quais são as regras Então
-
quer dizer que se a entrada de tal parâmetro for menor eu vou pra
-
um caminho.
-
Se for maior eu vou pra outro.
-
Se for menor eu vou pra um, se for maior eu vou pra outro.
-
Até que eu consiga classificar entre é spam ou não é spam.
-
Então uma árvore de decisão que a gente pode pensar tem até aquele
-
pessoal lá que fez uns vídeos que ficaram famosos um tempo atrás.
-
Ah, eu já tenho meu veredito fake natty sabe?
-
Vamos tentar montar uma árvore de decisão para classificar se o cara
-
é natural ou não?
-
A gente pode pensar o seguinte qual é o atributo vamos pensar o
-
Fernando aqui qual é o atributo que a gente pode pensar que pode nos
-
ajudar a classificar o Fernando como natural ou fake natty então a
-
gente pode pensar no atributo será que a cor do cabelo ajuda a gente
-
a tomar essa decisão?
-
Não Eu acho que não não é um atributo ou se a gente pensar
-
assim na nossa tabela não é uma coluna que a gente vai levar em
-
consideração então a gente vai deixar ele de fora vamos pensar um
-
outro vou pensar o tamanho do bíceps poxa interessante então se o
-
cara tem uns bíceps muito grandes há um indicativo de que o cara é
-
fake natty exato entendeu a ideia?
-
então a gente pode coletar esse dado criar uma coluna no nosso data
-
set com o tamanho do bíceps e a gente olha se o tamanho do
-
bíceps dele é grande ou pequeno esse número grande ou pequeno é o que
-
a rede vai tentar descobrir e a gente fala que é uma árvore porque
-
você tem a primeira decisão que é o bíceps por exemplo o bíceps ele
-
indica que é uma pessoa é legal, qual é a próxima decisão a ser
-
tomada aqui?
-
um perguntar uma outra coisa qualquer outra característica aí cai num
-
outro ramo pra uma outra decisão ser tomada daí pra cada decisão
-
tomada nesse segundo ramo, aí tem um terceiro ramo e assim por diante
-
e qual é a melhor qual é a posição ótima de perguntas que você
-
faz é isso que o algoritmo determina será que é melhor perguntar o
-
bíceps primeiro depois qualquer outra característica depois a outra,
-
ah não sei posso ter um resultado melhor se eu colocar o bíceps por
-
último no terceiro nível e no primeiro colocar outra característica
-
então é isso que o algoritmo determina, mas a árvore não faz nada
-
mais velho que isso é a probabilidade que vai cair pra um lado ou
-
pro outro e a partir de cada ramo você vai tendo outros ramos, outros
-
ramos vai abrindo até...
-
existe um alinhamento aí de perguntas que são feitas pra poder tomar
-
a decisão no final que é o conjunto de regras que você quer que
-
a rede descubra Bom, no começo desse bate-papo vocês na verdade
-
comentaram um pouco sobre o conceito de inteligência artificial que
-
não é novo, mas teve aí um período que ficou um pouco engavetado até
-
a gente ter mais dados disponíveis, ter hardware e capacidade de
-
processamento que fossem satisfatórios e a minha pergunta pra vocês
-
como que é esse cenário pro mercado brasileiro dentro do nosso país a
-
gente já tem computadores que são capazes de atingir esse nível de
-
processamento pra decisões complexas pra IA generativa pra IA
-
preditiva o que você acha Arnaldo?
-
Existe algo que a gente ainda precisa caminhar nesse sentido de
-
evolução ou o que nós temos hoje no mercado é o suficiente?
-
Ah não, sem dúvida não é o suficiente nunca vai ser né esse é
-
o ponto a gente nunca vai estar na fronteira do conhecimento é uma
-
área que exige muito investimento em recursos humanos nós precisamos
-
de pessoas que aprendam essas ferramentas como elas funcionam como a
-
gente operacionaliza elas e pessoas que vão pensar no próximo passo
-
como que a gente evolui e desenvolve as novas tecnologias que vão
-
estar na fronteira do conhecimento então sem dúvida é uma área que
-
estão com diversas empresas e a gente tem na vanguarda as Big Tech
-
então a gente tem aí a Nvidia, a gente tem a Microsoft a gente
-
tem a AWS, a gente tem a Meta a gente tem a Google, são
-
grandes empresas cada uma no seu métier ali tentando desenvolver
-
essas novas ferramentas essas novas inteligências que a gente vai
-
apoiar para criar soluções mais inovadoras mas de fato aqui no Brasil
-
a gente tem bastante coisa a gente tem bastante recurso humano nós
-
temos bons profissionais nós temos o pessoal que está estudando
-
agora, que está aprendendo um pouco mais sobre inteligência
-
artificial a gente começa em uma camada mais superficial o que eu
-
acho interessante é que a gente não precisa começar de dentro para
-
fora a gente não precisa começar escovando bit para poder entender o
-
que é inteligência artificial eu acho que faz muito sentido a gente
-
tentar primeiro vamos aplicar as ferramentas que já existem, vamos
-
usar e aí conforme a gente vai avançando, a curiosidade vai
-
despertando a gente para se aprofundar em como aquilo funciona mas
-
qual é o conceito estatístico que está por trás como é que de fato
-
a gente programa isso como é que eu crio minha própria biblioteca
-
para fazer esses treinamentos e poxa, calma aí mas será que a gente
-
consegue adaptar esse método, esse algoritmo para atuar e fazer de
-
tal forma isso é um caminho que a gente vai desbravando e que exige
-
de fato aprofundamento de conhecimento e muito estudo mas a gente tem
-
bastante potencial para avançar nessa área e não virar só um país de
-
commodity de desenvolver soluções já prontas de outras tecnologias, a
-
gente consegue de fato criar bastante coisa você viu que a gente
-
falou do guarda-chuva machine learning deep learning, agora GAN eu
-
acho que o mercado tem um tempo de absorção também se você chegar
-
para o executivo de TI hoje ou mesmo executivos que não são de TI
-
e perguntar na real, você consegue ver o uso de GAN para você, o
-
pessoal vai dar uma travada, não sei, eu sei que é muito legal muito
-
bacana, tem muito potencial mas eu ainda não sei onde vou usar e eu
-
já vi muita empresa que tem uma coleção de dados gigantesca e eu não
-
sei direito nem o que fazer com isso então eu acho que corroboro tudo
-
o que o Arnaldo falou sem dúvida nenhuma mas eu acho que ali no
-
mid-level nas companhias que não são as gigantescas os FAANGs
-
Facebook, Amazon, Google Microsoft no mundo corporativo mesmo ainda
-
tem muito chão para trabalhar muito, muito vou dar até um exemplo
-
bobo de um pequeno algoritmo que eu acabei esbarrando ano passado eu
-
desenvolvi um sistema para uma empresa que fazia não faz ainda, faz
-
estudo clínico pesquisa médica então o que eles tem, eles tem uma
-
base de dados gigantesca de voluntários milhares de voluntários de
-
gente que se dispôs ali a fazer se voluntário a uma pesquisa médica e
-
como que eles trabalham vou fazer uma pesquisa agora sobre gripe eu
-
quero pacientes com essa faixa de idade enfim, com esse perfil aqui
-
depois que é feito o perfil, a gente se encontra milhares de
-
candidatos como que essa empresa fazia tenho milhares de candidatos
-
pego o candidato 1, ligo pergunto e ai, você quer participar de gripe
-
e tal?
-
não, obrigado 1, 2 3 e assim vai até no 7.493 hoje não,
-
hoje mais que eles fazem legal, dos 7.000 que eu tenho quem tem
-
a maior probabilidade de aceitar participar de uma pesquisa médica,
-
de aceitar nesse momento, com essas condições aqui, como que ele
-
determina isso, com o passado quem foi que se prontificou a
-
participar da pesquisa médica, eu já tenho histórico a partir daí eu
-
prevejo o futuro como eu falei pro cara, pra pessoa pra quem eu
-
desenvolvi um sistema que poderia fazer isso, o cara falou meu,
-
sério?
-
é duro, dá pra fazer isso mesmo bom, põe ai não quer nem saber
-
o preço, já põe ai já economizou muita ligação imagina uma outra
-
empresa com quem eu conversei, a pessoa ela tem umas 30 posições de
-
trabalho de gente digitando informação, digitando nota digitando nota
-
fiscal recibo né fazendo lançamento manual ali também é um tipo de
-
atividade assim, muito tranquila de você automatizar com machine
-
learning e que as pessoas não tem aquela noção, não sabe que dos 30
-
que eu tenho aqui, dá pra reduzir pra meia dúzia, se eles tiverem as
-
ferramentas corretas pra trabalhar então, eu acho que tem ali um
-
oceano azul ali pra explorar ainda e falando de profissional também
-
com robólogo, a gente tem muita gente muito boa aqui no Brasil, sem
-
dúvida nenhuma, né, mas eu sinto que ainda falta muita gente, porque
-
lá no curso de Data Science a gente comenta que o bom cientista de
-
dados é um unicórnio né, porque a pessoa que é muito boa em
-
tecnologia de informação um excelente programador, é uma pessoa que
-
manja muito de estatística, a gente nem falou de estatística, né, mas
-
tudo isso que a gente comenta de algoritmos que tem aqui, é tudo
-
muito baseado em matemática e estatística então, ou seja, o melhor
-
cientista de dados é o cara que programa bem, que manja muito bem de
-
matemática e estatística e tem um conhecimento profundo no negócio
-
pra saber onde aplicar onde você acha essa pessoa entendeu?
-
Não tem na verdade, né o cara pode ser um excelente programador, mas
-
ele não é um bom estatístico né, aliás assim, a minha vida inteira eu
-
fui um programador, né, eu só fui aprender estatística de verdade
-
quando fui fazer o meu mestrado, né, aí que eu aprendi estatística de
-
verdade, até então conhecia muito pouco, né então, tem um lugarzinho
-
de fala ali pra dizer que falta essa competência ali pra boa parte
-
dos programadores que a gente vê no mercado sabe o que eu acredito,
-
às vezes, Fernando, que esse aprendizado da matemática e da
-
estatística, se a gente soubesse a aplicabilidade que isso ia ter no
-
nosso estrutura, a gente dava mais valores às nossas aulas a gente
-
ligava pra ele pra faculdade, né e aí, puxando um pouco desse gancho
-
do Fernando, que já deixou aqui várias dicas né, pro pessoal que tá
-
nos assistindo Arnaldo, e você?
-
Que dica que você dá pros nossos alunos que tão nos assistindo aqui,
-
esse videocast que espaço existe ainda pra ser desbravado, né com a
-
IA, com Machine Learning, com Deep Learning momento consultoria
-
grátis aqui de vocês dois, né tem alguma vertente do mercado algum
-
segmento que vocês olham e falam assim, poxa vida, esse segmento é
-
carente de usar a Inteligência Artificial poderia dar um avanço
-
grande aqui?
-
Então, além das dicas pros alunos, eu gostaria que você comentasse um
-
pouquinho, claro, se você tiver algum exemplo de algum segmento do
-
mercado que ainda tá carente de aplicação Tá, legal, bom acho que,
-
independente do ramo, né, de atuação que você escolher e aplicar, ele
-
tá carente, né, então todos os ramos vão ter oportunidades onde você
-
pode aprimorar, melhorar, implementar algum contexto novo ali que
-
ainda não tá sendo utilizado com os algoritmos de Machine Learning
-
pega a logística, poxa, a gente pode pensar em diversas formas de
-
otimização de rota de pensar como fazer melhor gestão de estoque
-
enfim, é uma área interessante na área de serviços, como que eu posso
-
entender melhor o perfil do meu cliente pra poder oferecer soluções e
-
serviços que sejam mais alinhados ali ao que ele tem como expectativa
-
se for na indústria eu comentei lá da Volkswagen como que a gente
-
pode pensar em trabalhar a parte de otimização pra evitar paradas,
-
né, que a gente não quer na linha de produção então, seja a área
-
industrial seja a área de telecomunicações, serviços, todas elas
-
precisam, né, e elas vão ser cada vez mais receptivas a quem trabalha
-
com os algoritmos de Machine Learning conhece Machine Learning, sabe
-
implementar esses algoritmos, tem entendimento de negócio e consegue
-
digitalizar esses processos pra se tornarem mais robustos e mais
-
rápidos mas, bom sei lá, acabei de chegar no curso começando agora a
-
Data Science e não tenho ideia pra onde começar cara, eu acho que
-
você pode começar programando de forma simples, entendendo um
-
pouquinho de linguagem de programação, né, acho que uma linguagem que
-
abre muitas portas pelo menos pra nosso mundo aqui, né, de ciências
-
de dados é você conhecer bastante um pouco de Python no som exime o
-
programador tudo bem, mas eu consigo ler, interpretar, entender e
-
propor alterações, adaptações naquele código pra resolver um
-
problema?
-
Legal tá aí um bom começo escolhe um problema e não precisa ser nada
-
inovador, não precisa ser nada do zero não, né, então escolhe um
-
problema onde já existe a solução pronta com esse problema já, com a
-
solução pronta estuda como ele foi resolvido acho que é uma boa forma
-
de você aprender né, aprender com a solução tá aí Machine Learning,
-
né, então olha como ele foi resolvido olha como ele foi resolvido,
-
tenta replicar esse estudo, né aplicando os algoritmos de Machine
-
Learning isso já vai te dar uma baita base ali de como você pensar
-
o problema como você estruturar o seu raciocínio como que você vai
-
desenvolver as regras de negócio, como que você vai estruturar
-
entender e compreender se o resultado é bom ou não beleza, consegui
-
rodar todo o pipeline de ciências de dados que a gente pensa agora
-
tenta propor uma coisa diferente você já se aprofundou sobre um
-
problema específico você já conseguiu rodar um pipeline completo end
-
to end, né, do começo até o fim e agora você consegue ter maturidade
-
pra tentar fazer alguma coisa diferente, então pra quem tá começando
-
é tentar não reinventar a roda né, começa por aí legal, Fernando
-
antes da gente encerrar aqui e você, o que você dá de dica e
-
o que você acha também do mercado né, que pode ser ainda um caminho
-
que falta usar da inteligência artificial legal, eu acho que é um
-
pouco o que o Arnaldo colocou, acho que toda indústria ali tem muita
-
oportunidade toda indústria, até coloquei esse exemplo aí que eu dei
-
agora há pouco né, a gente percebe que muitos gestores ali as pessoas
-
que tomam decisões na empresa não conseguem enxergar a potencialidade
-
então o que eu sugiro ali pra quem tá no curso agora, começando agora
-
é tentar fechar esse gap né, ou seja, aprender o suficiente pra
-
conseguir mostrar pros tomadores de decisão onde eles podem investir
-
onde eles podem aumentar a produtividade aumentar a lucratividade das
-
suas empresas, introduzindo ali aprendizado de máquina propor uma
-
solução né exato, e aí pode até falar, poxa, mas é muito difícil pai,
-
então é muito difícil o aprendizado de máquina, matemática
-
estatística e tal, e na verdade pra isso, pra você propor soluções
-
inovadoras, você não precisa claro, você precisa disso, evidente né
-
você não precisa ser o expert, você precisa ser uma pessoa criativa,
-
e é muito interessante né, poxa, eu tô no mercado há quase 30 anos,
-
eu sei que a turma que trabalha com TI, tem um gap criativo ali,
-
não é as pessoas mais criativas não estão em TI as pessoas mais
-
criativas estão em marketing estão em outras áreas do conhecimento
-
então acho que se eu pudesse dar uma dica pra quem tá começando agora
-
é desenvolva o teu lado criativo porque ele vai fazer falta, de um
-
jeito ou de outro ele vai fazer falta tem um ponto importante que o
-
Fernando comentou que agora a gente vendo um pouco os especialistas
-
da área e vendo como que a gente vai trabalhar a próxima geração de
-
programadores eles entendem que vai ser uma programação assistida
-
então vamos pensar antigamente a gente quebrava a cabeça pra fazer um
-
código e aí tinha um professor que fazia a revisão daquele código e
-
dava o feedback pra gente a gente tá num momento diferente aonde a
-
gente escreve um prompt e propõe que a IA generativa gere o código
-
pra gente, a gente tem que ter muito mais maturidade e conhecimento
-
pra verificar se o que foi gerado faz sentido ou não então a gente
-
tá um pouco professor da IA então agora a gente tem que ter acho
-
que ficou mais difícil até o pessoal acha que ficou mais fácil
-
programar não, ficou muito mais difícil porque imagina, você pegou um
-
código pronto ali da IA você tem que entender o que ela fez, não
-
adianta você não pode pegar aquilo e jogar em produção de jeito
-
nenhum vai dar ruim pode dar certo uma, duas, três na quarta vez, vai
-
dar ruim, você vai quebrar e vai perder emprego e comece uma carreira
-
em outro lugar, porque vai dar ruim é um pouco de expandir a nossa
-
rede neural pra outras áreas um ponto importante, só um último
-
comentário tem um banco que é o Goldman Sachs um dos maiores bancos
-
aí do mundo no processo de recrutamento dele todo, qualquer cargo
-
pode entrar lá como analista financeiro ele tem que fazer uma prova
-
de Python sério?
-
uma prova de Python, porque senão não entra porque o banco entendeu,
-
tudo bem, talvez ele seja muito prematuro, mas ele entendeu que
-
programação é uma ferramenta, uma ferramenta de trabalho você sabe
-
usar essa ferramenta?
-
sabe usar Word?
-
Excel?
-
Python?
-
legal, então acho que você está apto a trabalhar aqui agora vamos ver
-
se você tem as outras skills que eu preciso o ferramental é esse aqui
-
e eu acho que com o tempo isso pode virar uma tendência então seja,
-
tá aprendendo é chato, mas faz um esforço aí né dá uma trabalhada
-
ali, dá uma polida no cérebro ali pra aprender você comentou, acho
-
que complementando tem um ponto que é legal, diversos cursos agora
-
você imagina um curso de direito você acha que o cara vai aprender a
-
programar no primeiro ano?
-
é não, vai vai, jura?
-
vai, eu não sabia curso de programação para o pessoal claro, uma
-
camada muito mais superficial, onde ele tem que minimamente entender
-
e conseguir fazer ali um web scrapping, conseguir entender o código,
-
mas já tem hoje cursos de direito, onde o cara tem que interagir com
-
a máquina, tem que conseguir fazer uma consulta SQL, por exemplo
-
então o cara de marketing que consegue manipular um banco de dados
-
não estou falando de fazer inserções complexas montar quais as
-
instâncias, estou falando de meu, puta, eu queria fazer uma validação
-
aqui, rápida em vez dele abrir um chamado pra falar com o pessoal da
-
TI, pra ver se faz pera aí, deixa eu abrir aqui ó, select e
-
tal já puxa, já analisa, já resolve ganho de produtividade, é muito é
-
o diferencial que você comentou, se tornou uma ferramenta de trabalho
-
como um pacote office, por exemplo requisito aí para muitas coisas,
-
bom pessoal eu quero agradecer demais a presença de vocês dois aqui,
-
toda a contribuição que a gente pôde ter através desse bate-papo acho
-
que ajudou bastante, quem está nos assistindo a expandir mesmo a
-
nossa rede neural agora que você pegou esse conhecimento que a gente
-
compartilhou aqui seja de IA, de Deep Learning ou de Machine
-
Learning, está na hora de você aplicar e colocar essa inteligência a
-
seu favor, porque conforme nós vimos aqui o aprendizado de máquina
-
que vai ser benéfico, é aquele que traz uma solução para o nosso
-
mundo