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De onde surgem palavras novas? — Marcel Danesi

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    Todos os anos, há cerca de mil palavras
    novas no Oxford English Dictionary.
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    De onde surgem
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    e como é que elas entram
    na nossa vida quotidiana?
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    Com mais de 170 000 palavras atualmente
    em uso corrente na língua inglesa,
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    pode parecer que já temos muitas.
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    Mas, à medida que o mundo muda,
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    que surgem novas ideias e invenções
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    e que a ciência progride,
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    o nosso mundo cria lacunas
    naquilo que queremos exprimir
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    e preenchemos essas lacunas
    de formas engenhosas,
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    práticas e, de vez em quando, peculiares.
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    Uma dessas formas é absorver
    uma palavra de uma outra língua.
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    O inglês foi adotando tantas palavras
    ao longo da História
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    que quase metade do vocabulário
    provém diretamente de outras línguas.
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    Por vezes, isso acontece
    porque a coisa que a palavra descreve
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    também foi adotada.
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    Roma e França contribuíram
    com conceitos legais e religiosos,
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    como "altar" e "jury",
    que entraram no inglês medieval,
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    enquanto o comércio trouxe
    cereais e cozinhados
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    como o café árabe,
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    o esparguete italiano,
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    e o caril da Índia.
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    Mas, por vezes, há outra língua
    que tem a palavra certa
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    para uma ideia ou emoção complexas,
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    como ingenuidade,
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    machismo
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    ou "schadenfreude".
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    Os cientistas também usam línguas clássicas
    para designar novos conceitos.
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    "Clone", por exemplo, deriva da antiga
    palavra grega para "rebento".
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    para descrever a criação duma nova planta
    a partir dum pedaço da antiga,
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    E hoje, o processo funciona
    nos dois sentidos.
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    O inglês fornece palavras como "software",
    a línguas do mundo inteiro.
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    Outra forma popular
    de preencher uma lacuna vocabular
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    é combinar palavras existentes
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    em que cada uma delas
    transmite uma parte do novo conceito.
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    Isso pode fazer-se formando
    uma palavra composta
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    a partir de duas palavras inteiras,
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    como aeroporto,
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    ou estrela-do-mar
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    ou recortando e misturando
    partes de palavras, como "spork",
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    "brunch"
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    ou "Internet".
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    Em vez de se irem buscar
    a outras línguas,
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    estas palavras podem ser percebidas
    logo na primeira vez que as ouvimos.
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    Por vezes, uma palavra nova
    nem sequer é nova.
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    As palavras obsoletas
    podem ganhar uma vida nova
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    adotando novos significados.
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    "Vilão" inicialmente
    significava "camponês"
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    mas, numa reviravolta
    de snobismo aristocrático,
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    passou a significar alguém
    que não obedece
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    ao código de honra dos cavaleiros
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    e, portanto, uma pessoa má.
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    Um "geek" deixou de ser
    um palhaço do circo,
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    para ser qualquer pessoa esquisita
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    e depois, para um tipo específico
    de génio esquisito.
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    Outras vezes, as palavras passam
    a significar o oposto, devido à ironia,
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    à metáfora
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    ou ao uso incorreto,
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    como quando "bestial" ou "de arrasar"
    serve para descrever uma coisa fantástica.
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    Mas, se as palavras se podem
    formar de todas estas maneiras,
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    porque é que algumas se tornam
    predominantes e outra deixam de se usar
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    ou nunca chegam a entrar na moda?
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    Por vezes, a resposta é simples,
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    como quando os cientistas ou as empresas
    dão um nome oficial a uma nova descoberta
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    ou tecnologia.
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    Alguns países têm linguagens académicas
    para tomar as decisões.
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    Mas, em geral, as fontes oficiais,
    como os dicionários,
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    só documentam o uso corrente.
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    As novas palavras não aparecem de cima,
    mas das pessoas vulgares
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    que espalham palavras
    que acertam na combinação certa
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    são úteis e cativantes.
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    Reparem na palavra "meme",
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    criada nos anos 70
    pelo sociobiólogo Richard Dawkins
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    da antiga palavra grega
    que significa "imitação".
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    Usou-a para descrever como as ideias
    e símbolos se propagam por uma cultura
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    como os genes por uma população.
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    Com a chegada da Internet,
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    o processo tornou-se diretamente visível
    em como as piadas e as imagens
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    se tornavam populares
    à velocidade da luz.
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    Em breve, a palavra passou a referir-se
    a um certo tipo de imagem.
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    Por isso, "meme" não só descreve
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    como as palavras passam
    a fazer parte da língua,
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    mas a palavra tornou-se
    ela mesma num "meme".
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    E há uma palavra para este fenómeno
    de palavras que se descrevem a si mesmas:
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    autológicas.
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    Nem todas as palavras nascem iguais.
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    Algumas perduram por milénios,
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    outras adaptam-se à mudança dos tempos
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    e outras morrem.
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    Umas contêm informações,
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    outras interpretam-nas,
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    mas a forma como estas palavras
    são criadas
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    e o percurso que fazem
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    para passarem a fazer parte
    do nosso discurso,
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    revelam muito sobre o nosso mundo
    e sobre como comunicamos nele.
Title:
De onde surgem palavras novas? — Marcel Danesi
Description:

Verifiquem a série Mistérios do Vernáculo: https://ed.ted.com/mysteries-of-vernacular

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/where-do-new-words-come-from-marcel-danesi

Há mais de 170 000 palavras atualmente em uso corrente na língua inglesa. Mas todos os anos, entram cerca de mil palavras novas no Oxford English Dictionary. De onde surgem e como é que entram na nossa vida quotidiana? Marcel Danesi explica como é que entram na nossa língua palavras novas.

Lição de Marcel Danesi, animação de TOGETHER.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:44

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