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Um curso intensivo sobre a criatividade — Tina Seelig no TEDxStanford

  • 0:05 - 0:07
    Que dia tão espantoso!
  • 0:07 - 0:10
    Cheio de ideias incríveis.
  • 0:11 - 0:14
    De onde vêm estas ideias?
  • 0:15 - 0:20
    Esta é a questão em que tenho ponderado
    nos últimos 35 anos.
  • 0:20 - 0:21
    De onde vêm as ideias?
  • 0:21 - 0:23
    Comecei como neurofisiologista,
  • 0:23 - 0:27
    a estimular minúsculas células com
    ainda mais minúsculos elétrodos
  • 0:27 - 0:30
    para ver o que me poderiam dizer
    sobre a criatividade e a inovação.
  • 0:30 - 0:33
    Depois de ter terminado o meu
    doutoramento, fui estudar
  • 0:33 - 0:36
    e aprender tudo sobre
    a criatividade na Natureza,
  • 0:36 - 0:38
    trabalhando com grandes
    e pequenas empresas,
  • 0:38 - 0:40
    e até fundei a minha,
  • 0:40 - 0:43
    e durante os quase 13 anos que
    tenho estado em Stanford,
  • 0:43 - 0:47
    a dar aulas sobre a criatividade, inovação
    e empreendedorismo.
  • 0:47 - 0:50
    E nas minhas aulas tenho feito inúmeras
    experiências com os meus alunos,
  • 0:50 - 0:55
    tentando descobrir o que se encontra
    envolvido no desbloquear da criatividade.
  • 0:56 - 0:59
    O que compreendi,
    ao longo dos últimos anos,
  • 0:59 - 1:05
    é que nós olhamos para a criatividade
    de uma maneira demasiado limitada.
  • 1:05 - 1:09
    Temos mesmo de ampliar a abertura
  • 1:09 - 1:12
    e olhar para a criatividade sob uma luz
    muito diferente.
  • 1:12 - 1:14
    E o que tenho feito é construir um modelo
  • 1:14 - 1:18
    que vos vou, basicamente, explicar
    nos próximos minutos
  • 1:18 - 1:22
    sobre todas as coisas de que precisamos
    para soltar a criatividade.
  • 1:22 - 1:25
    E quero salientar, antes de o desmontar,
  • 1:25 - 1:29
    que este engenho de inovação,
    como o chamamos, tem duas partes.
  • 1:29 - 1:31
    O interior são vocês:
  • 1:31 - 1:35
    o vosso conhecimento, a vossa imaginação,
    a vossa atitude.
  • 1:35 - 1:37
    E o exterior é o mundo exterior:
  • 1:37 - 1:41
    os recursos, o "habitat" e a cultura.
  • 1:41 - 1:45
    Então, vamos começar por onde
    a maioria das pessoas começa.
  • 1:45 - 1:46
    A maior parte das pessoas começa
  • 1:46 - 1:49
    a pensar sobre a criatividade
    ao pensar sobre a imaginação.
  • 1:50 - 1:52
    Então vamos começar por aí.
  • 1:52 - 1:54
    Agora, a imaginação...
    uma das coisas tristes
  • 1:54 - 1:58
    é que nós não ensinamos às pessoas
    como aumentar a imaginação na escola.
  • 1:58 - 2:02
    E assim, há realmente formas
    de aumentar a nossa capacidade
  • 2:02 - 2:05
    de apresentar ideias
    realmente interessantes.
  • 2:05 - 2:08
    Temos de regressar ao Jardim de Infância
    para vermos qual é o problema.
  • 2:08 - 2:12
    Se estiverem num Jardim de Infância,
    é provável verem uma pergunta como esta:
  • 2:12 - 2:16
    "Qual é a soma de 5 mais 5?
    Então, qual é a resposta a isto?
  • 2:16 - 2:18
    "10! Vocês são mesmo espertos, não são?"
  • 2:18 - 2:23
    Ok, sabemos que são 10, porque é a única
    resposta correta a este problema.
  • 2:23 - 2:26
    E se fizermos esta pergunta de maneira
    ligeiramente diferente?
  • 2:26 - 2:30
    E se perguntarmos: "Quais são os dois
    números que somamos para dar 10?"
  • 2:30 - 2:33
    Quantas respostas existem para isto?
  • 2:33 - 2:36
    Infinitas! Um número infinito!
  • 2:36 - 2:37
    E isto é criticamente importante,
  • 2:37 - 2:40
    algo de que muitos
    dos oradores falaram hoje,
  • 2:40 - 2:42
    é que o modo como formulamos a pergunta
  • 2:42 - 2:45
    determina o tipo de resposta que obtemos.
  • 2:45 - 2:49
    A pergunta que fazemos é o enquadramento
    no qual irão cair as respostas.
  • 2:49 - 2:52
    E se não fizerem uma pergunta
    de maneira pensada,
  • 2:52 - 2:55
    não vão obter respostas
    realmente interessantes.
  • 2:55 - 2:57
    Considerem que a revolução copernicana
  • 2:57 - 3:00
    surgiu do reenquadramento da pergunta:
  • 3:00 - 3:03
    "E se a Terra não for
    o centro do sistema solar?
  • 3:03 - 3:05
    "E se for o sol?"
  • 3:05 - 3:08
    E isso abriu todo
    o estudo da astronomia.
  • 3:08 - 3:12
    Mas sabem, não é preciso fazer isto
    de maneira tão séria.
  • 3:12 - 3:14
    Podem praticá-lo
    todos os dias com anedotas.
  • 3:14 - 3:17
    A maioria das anedotas
    que contamos são interessantes,
  • 3:17 - 3:20
    porque o enquadramento muda
    a meio da anedota.
  • 3:20 - 3:23
    Considerem esta, na Pantera Cor de Rosa,
    se viram esse filme.
  • 3:23 - 3:26
    Ele entra num hotel, há um cãozinho
    sentado no tapete,
  • 3:26 - 3:28
    pergunta ao gerente do hotel:
  • 3:28 - 3:29
    "O seu cão morde?"
  • 3:29 - 3:31
    E o gerente diz:
    "Não, o meu cão não morde."
  • 3:31 - 3:34
    Ele baixa-se para lhe tocar.
    O cão ataca-o e ele pergunta:
  • 3:34 - 3:35
    "O que aconteceu?"
    Ele responde:
  • 3:35 - 3:38
    "Bem, esse não é o meu cão."
  • 3:38 - 3:39
    (Risos)
  • 3:39 - 3:40
    Pensem nisso!
  • 3:40 - 3:43
    Sempre que ouvirem uma anedota,
    irão verificar que é quase sempre
  • 3:43 - 3:45
    aquele enquadramento mudado a meio,
  • 3:45 - 3:47
    e que é de facto uma maneira divertida
  • 3:47 - 3:50
    de praticar o enquadramento
    e reenquadramento dos problemas.
  • 3:50 - 3:53
    É essa uma das formas de aumentarem
    a vossa imaginação.
  • 3:53 - 3:55
    Mas há outras formas.
  • 3:55 - 3:58
    Uma das formas é ligar e combinar ideias.
  • 3:58 - 4:01
    A maioria das invenções no mundo,
    a maioria das inovações provém
  • 4:01 - 4:04
    de se unirem coisas que
    não estavam juntas antes,
  • 4:04 - 4:07
    frequentemente de maneiras
    incomuns e surpreendentes.
  • 4:07 - 4:10
    Uma das minhas formas
    preferidas de praticar isto
  • 4:10 - 4:13
    é com a arte japonesa de "Chindogu",
  • 4:13 - 4:17
    O "Chindogu" é o terreno da criação
    de invenções "não inúteis".
  • 4:17 - 4:20
    Elas não são úteis. Elas não são inúteis.
  • 4:20 - 4:21
    Elas são "não inúteis".
  • 4:21 - 4:23
    O que elas são é uma forma de dizer que:
  • 4:23 - 4:26
    "Pode haver qualquer coisa aí,
    mas não tenho a certeza."
  • 4:26 - 4:28
    Portanto, neste exemplo, com os
    guarda-chuvas nos sapatos,
  • 4:28 - 4:31
    bem, puxa, isso pode não ser muito prático,
  • 4:31 - 4:34
    mas faz surgir algumas ideias
    realmente interessantes.
  • 4:35 - 4:37
    Por falar em sapatos,
    aqui está outro "Chindogu".
  • 4:37 - 4:38
    (Risos)
  • 4:38 - 4:39
    Pequenas pás do lixo.
  • 4:39 - 4:41
    Mais uma vez, podem não ser práticas,
  • 4:41 - 4:45
    mas, sabem, há aí uma ideia interessante.
  • 4:45 - 4:49
    Mais uma vez, podem usar anedotas,
    como inspiração, todos os dias.
  • 4:49 - 4:52
    Uma das coisas que prefiro,
    quando recebo o New Yorker,
  • 4:52 - 4:54
    e toda a gente que lê o New Yorker sabe,
  • 4:54 - 4:56
    a primeira coisa que fazemos
    é abrir a última página,
  • 4:56 - 5:00
    e ver o concurso de legendas
    para os cartunes.
  • 5:00 - 5:06
    O concurso de legendas para os cartunes
    interliga sempre o que não é óbvio.
  • 5:06 - 5:08
    Ultrapassam-se os limites
    ou reúnem-se coisas
  • 5:08 - 5:11
    que seriam muito surpreendentes
    de ver numa mesma cena.
  • 5:11 - 5:14
    E a tarefa é descobrir uma maneira
    realmente criativa
  • 5:14 - 5:15
    de interligar estas coisas
  • 5:15 - 5:18
    de modos realmente
    interessantes e surpreendentes.
  • 5:18 - 5:21
    Aqui está uma legenda para este cartune.
    É assim:
  • 5:21 - 5:25
    "Vai começar com isto e depois terá mais
    responsabilidades ao ganhar experiência."
  • 5:26 - 5:27
    (Risos)
  • 5:27 - 5:30
    Ora, é claro que se podem propor
    inúmeras outras soluções.
  • 5:30 - 5:33
    Portanto, há duas formas
    de aumentarmos a nossa imaginação,
  • 5:33 - 5:35
    mas há outra de que quero falar hoje.
  • 5:35 - 5:37
    E que é desafiar pressupostos.
  • 5:37 - 5:40
    Um dos maiores problemas que temos é que,
    quando fazemos perguntas às pessoas,
  • 5:40 - 5:44
    e lhes damos problemas, elas aparecem
    com a primeira resposta certa.
  • 5:44 - 5:47
    Portanto, estamos a obter soluções
    realmente elementares.
  • 5:47 - 5:50
    O que fazemos nas nossas aulas
    de criatividade é darmos problemas
  • 5:50 - 5:54
    que são, realmente, surpreendentes,
    onde não existe uma resposta certa.
  • 5:54 - 5:56
    Este é um exemplo
    que acabei de dar, há pouco.
  • 5:56 - 5:58
    Este é o resumo exato do projeto.
  • 5:58 - 6:01
    Dei isto a um grupo de estudantes
    da Universidade de Osaka
  • 6:01 - 6:06
    e o desafio deles foi:
    criar o maior valor possível,
  • 6:06 - 6:08
    valor medido da maneira que eles quisessem,
  • 6:08 - 6:11
    a começar pelo conteúdo
    de uma lata de lixo.
  • 6:11 - 6:13
    Eles tinham duas horas para o fazerem.
  • 6:13 - 6:16
    Como é que vocês gostariam de o fazer?
  • 6:16 - 6:18
    Uma das coisas interessantes
    acerca deste trabalho,
  • 6:18 - 6:21
    e eu primeiro penso bastante
    no enquadramento do problema,
  • 6:21 - 6:24
    é que o lixo, na verdade,
    tem um valor negativo, certo?
  • 6:24 - 6:27
    Temos de pagar a pessoas para o levarem.
  • 6:27 - 6:31
    O que aconteceu foi que estes estudantes
    acabaram por perder bastante tempo
  • 6:31 - 6:34
    mergulhados no projeto, a pensarem
    no que o valor representa para eles.
  • 6:35 - 6:40
    Pensaram na amizade e na comunidade,
    na saúde e na segurança financeira.
  • 6:40 - 6:43
    Todo o tipo de coisas acabaram
    por tomar forma.
  • 6:43 - 6:47
    Eles pensaram na lata de lixo
    que iam usar para criar algum valor.
  • 6:47 - 6:52
    Para levantar ainda mais a fasquia,
    dei-lhes um pequeno desafio.
  • 6:52 - 6:56
    Disse-lhes que tinha enviado uma mensagem
    (e tinha) aos meus colegas à volta do mundo.
  • 6:56 - 7:00
    E que tinha convidado os alunos deles
    a participarem, ao mesmo tempo.
  • 7:00 - 7:03
    Havia alunos na Europa, Ásia,
    E.U.A. e na América Latina
  • 7:03 - 7:06
    todos a fazerem o mesmo projeto,
    ao mesmo tempo.
  • 7:06 - 7:09
    Então, deixem-me mostrar-vos
    algumas coisas que resultaram disto.
  • 7:09 - 7:14
    Um grupo no Equador começou com uma
    lata de lixo cheia de restos de lixo do quintal.
  • 7:14 - 7:17
    Eu, provavelmente, não os teria mandado
    apanhar uma lata de lixo,
  • 7:17 - 7:19
    mas vejam que coisa espantosa eles fizeram!
  • 7:19 - 7:22
    Eles transformaram-no num lindo mural.
  • 7:22 - 7:24
    Ou um rapariga na Irlanda,
  • 7:24 - 7:27
    cuja mãe tinha feito uma limpeza
    na gaveta das peúgas do irmão
  • 7:27 - 7:29
    e, com uma lata de lixo cheia
    de peúgas velhas,
  • 7:29 - 7:33
    sabem o que é que ela fez? Havia de todas
    as cores: preto, branco, cinzento...
  • 7:33 - 7:36
    Ela cortou-as e coseu-as umas às outras
    e fez esta camisola.
  • 7:36 - 7:37
    Bem gira.
  • 7:37 - 7:40
    Espero que alguns de vós façam uma
    escolha na gaveta das peúgas, ainda hoje.
  • 7:40 - 7:41
    (Risos)
  • 7:41 - 7:44
    Estas são três coisas que podem fazer para
    aumentarem a vossa imaginação.
  • 7:44 - 7:46
    Enquadrar e reenquadrar os problemas,
  • 7:46 - 7:50
    interligar e combinar ideias e
    hipóteses desafiadoras.
  • 7:50 - 7:53
    Mas, infelizmente, isto não é suficiente.
  • 7:53 - 7:56
    Precisamos de olhar para outras peças
    do motor da inovação.
  • 7:56 - 8:00
    E uma das próximas peças no interior é
    o vosso conhecimento.
  • 8:00 - 8:03
    O vosso conhecimento é a
    caixa de ferramentas da vossa imaginação.
  • 8:03 - 8:07
    Hoje ouvimos tudo acerca de
    descobertas médicas
  • 8:07 - 8:09
    e acerca de veículos autónomos.
  • 8:09 - 8:11
    Como é que eles puderam fazer isso?
  • 8:11 - 8:13
    Estas pessoas precisaram de profundos
    conhecimentos de medicina
  • 8:13 - 8:16
    ou de engenharia para concretizarem
    estas ideias.
  • 8:16 - 8:18
    Agora, claro que se pode aprender coisas
  • 8:18 - 8:21
    indo-se à escola, lendo-se livros.
  • 8:21 - 8:24
    Mas uma das mais fantásticas formas
    de se aprender coisas
  • 8:24 - 8:27
    e de obter conhecimento é prestando atenção.
  • 8:27 - 8:30
    Muitos de nós não prestamos atenção
    ao mundo à nossa volta.
  • 8:30 - 8:34
    Não só perdemos oportunidades de ver
    problemas que podemos resolver
  • 8:34 - 8:38
    mas também perdemos as soluções
    que poderão estar à nossa frente.
  • 8:38 - 8:41
    Uma das minhas maneiras preferidas
    de ensinar os alunos
  • 8:41 - 8:44
    é enviá-los para um local onde tenham
    estado muitas vezes antes
  • 8:44 - 8:47
    e fazê-los olhá-lo com outros olhos.
  • 8:47 - 8:49
    Não sou a única que o faz.
  • 8:49 - 8:51
    Vou contar-vos uma história sobre
    um amigo meu, Bob Siegel,
  • 8:51 - 8:53
    que é Professor aqui em Stanford,
  • 8:53 - 8:58
    que deu um seminário de 2.º ano
    durante duas semanas
  • 8:58 - 9:01
    chamado "Safari Stanford".
  • 9:01 - 9:05
    Os alunos, durante duas semanas,
    agiram como se fossem naturalistas
  • 9:05 - 9:07
    como se eles fossem Darwin, nas Galápagos
  • 9:07 - 9:09
    mas estavam aqui, no campus de Stanford.
  • 9:09 - 9:12
    Falaram com toda as pessoas
    para conseguirem um ponto de vista
  • 9:12 - 9:14
    e uma perspetiva diferentes sobre Stanford.
  • 9:14 - 9:18
    Desde os porteiros e os desinfestadores,
    aos bibliotecários e organistas
  • 9:18 - 9:20
    até a todos os reitores de Stanford vivos.
  • 9:20 - 9:25
    Foram-se embora, não só com uma
    maior compreensão de Stanford,
  • 9:25 - 9:30
    mas com uma incrível apreciação pelo
    quão importante é prestar atenção.
  • 9:31 - 9:34
    Mas a imaginação e o conhecimento
    não são suficientes.
  • 9:35 - 9:40
    Cada pessoa precisa de ter a atitude,
    a mentalidade, a motivação e energia
  • 9:40 - 9:42
    para resolver os problemas que vai resolver.
  • 9:42 - 9:45
    Se não vocês tiverem essa energia
    e essa motivação,
  • 9:45 - 9:48
    vocês não vão associar e combinar ideias.
  • 9:48 - 9:50
    Não vão reenquadrar os problemas.
  • 9:50 - 9:51
    Não vão desafiar pressupostos
  • 9:51 - 9:53
    nem irão além da primeira resposta.
  • 9:53 - 9:58
    A maioria das pessoas, infelizmente,
    veem-se como construtores de "puzzles".
  • 9:58 - 10:02
    Veem-se, basicamente, como tendo
    uma tarefa bem definida
  • 10:02 - 10:07
    e o seu trabalho é conseguir reunir
    todas as peças para atingir esse objetivo.
  • 10:07 - 10:08
    Mas o que é que acontece?
  • 10:08 - 10:11
    Se forem construtores de "puzzles"
  • 10:11 - 10:13
    e vos faltar uma ou duas peças,
    o que é que acontece?
  • 10:13 - 10:16
    Não conseguem atingir o vosso objetivo.
  • 10:16 - 10:19
    Os verdadeiros
    inovadores e empreendedores,
  • 10:19 - 10:22
    veem-se como
    fabricantes de colchas "quilt".
  • 10:22 - 10:25
    Agarram em todos os recursos
    que têm à sua volta,
  • 10:25 - 10:29
    aproveitam as coisas,
    até latas de lixo, certo?
  • 10:29 - 10:32
    Aproveitam os materiais disponíveis
  • 10:32 - 10:36
    e criam algo que é surpreendente
    e realmente fascinante.
  • 10:36 - 10:38
    Isto é incrivelmente importante.
  • 10:38 - 10:41
    Temos de nos ver como
    aqueles que conseguem aproveitar
  • 10:41 - 10:44
    os recursos que temos à nossa volta
  • 10:44 - 10:46
    para fazermos com que coisas
    espantosas aconteçam.
  • 10:46 - 10:50
    Portanto, este é o nosso motor de
    combustão interna da criatividade
  • 10:50 - 10:53
    O nosso conhecimento é uma
    caixa de ferramentas da criatividade.
  • 10:53 - 10:56
    A nossa imaginação é a catalisadora
  • 10:56 - 10:59
    da transformação desse
    conhecimento em novas ideias.
  • 10:59 - 11:03
    E a nossa atitude é a faísca que
    mantém isto a funcionar.
  • 11:03 - 11:05
    Mas, infelizmente, isso não é suficiente.
  • 11:05 - 11:09
    E é uma das razões porque há tantas pessoas
    espantosamente criativas
  • 11:09 - 11:12
    que não estão a viver à altura
    do seu potencial criativo
  • 11:12 - 11:16
    porque não estão no ambiente
    que acolha e estimule
  • 11:16 - 11:18
    e encoraje este tipo de inovação.
  • 11:18 - 11:21
    Portanto, temos de olhar para o exterior
    do motor da inovação.
  • 11:21 - 11:23
    Vamos primeiro olhar para os "habitats".
  • 11:23 - 11:26
    Ora, os "habitats" incluem várias coisas.
  • 11:26 - 11:28
    São as pessoas com as quais trabalhamos.
  • 11:28 - 11:32
    São as regras. São as recompensas.
    São as restrições. São os incentivos.
  • 11:32 - 11:35
    Mas, ainda mais do que isso,
    é o espaço físico.
  • 11:35 - 11:39
    Considerem que, quando éramos pequenos,
    crianças nos jardins infantis.
  • 11:39 - 11:40
    Lá existem ambientes estimulantes.
  • 11:40 - 11:43
    Entramos e sabemos que é um lugar
    onde podemos sermos criativos.
  • 11:43 - 11:46
    É colorido, há montes de
    coisas para mexermos.
  • 11:46 - 11:48
    As salas são muito flexíveis.
  • 11:48 - 11:51
    Mas, infelizmente, ao crescermos,
    passamos deste tipo de ambiente
  • 11:51 - 11:53
    para irmos estudar numa coisa como esta!
  • 11:53 - 11:55
    (Risos)
  • 11:55 - 11:57
    As cadeiras estão alinhadas em filas e colunas.
  • 11:57 - 11:59
    Estão aparafusadas ao chão.
  • 11:59 - 12:02
    E se falamos com alguém, temos sarilhos.
  • 12:02 - 12:05
    Eu passei todo o meu crescimento
    a escrever:
  • 12:05 - 12:08
    "O silêncio é de ouro.
    O silêncio é de ouro."
  • 12:08 - 12:10
    Depois ficamos muito aborrecidos
    porque os estudantes,
  • 12:10 - 12:12
    simplesmente, já não são tão criativos
  • 12:12 - 12:14
    e toda a gente lamenta isso!
  • 12:14 - 12:16
    E, se tiverem êxito neste ambiente,
  • 12:16 - 12:18
    vão à procura deste ambiente, onde trabalham.
    (Risos)
  • 12:18 - 12:22
    Sei porque é que se estão a rir,
    porque é tudo demasiado familiar.
  • 12:22 - 12:26
    Este tipo de escritórios foram concebidos
    para serem semelhantes a prisões.
  • 12:26 - 12:29
    Infelizmente, o que acontece é ficarmos
    outra vez muito frustrados
  • 12:29 - 12:33
    porque as pessoas que trabalham neste
    ambiente não são muito criativas.
  • 12:33 - 12:36
    É assim: o espaço em que
    estivermos explica tudo.
  • 12:36 - 12:40
    Cada espaço é o palco onde
    interpretamos a nossa vida.
  • 12:40 - 12:44
    E ele diz-nos que papel interpretar,
    como devemos agir.
  • 12:44 - 12:48
    Tenho a sorte de ensinar na D-school.
    Estas são imagens da minha sala de aula.
  • 12:48 - 12:50
    Parece que os miúdos estão
    de novo no infantário.
  • 12:50 - 12:53
    Mas estavam a trabalhar aqui
    num problema muito sofisticado
  • 12:53 - 12:55
    como estão os alunos nesta imagem.
  • 12:55 - 12:58
    A sala é muito mais do que
    um espaço do infantário,
  • 12:58 - 13:01
    com muitas coisas para mexer,
    muitas coisas como protótipos.
  • 13:01 - 13:02
    A sala está decorada como um teatro
  • 13:02 - 13:05
    podemos mudar a decoração
    a cada cinco minutos,
  • 13:05 - 13:07
    dependendo do que queremos fazer.
  • 13:07 - 13:09
    Nada está aparafusado ao chão.
  • 13:09 - 13:11
    As empresas realmente inovadoras
    sabem bem isto.
  • 13:11 - 13:14
    Esta é uma imagem da Google, em Zurique.
  • 13:14 - 13:15
    Esta é uma imagem da Pixar.
  • 13:15 - 13:19
    Estas decorações não são frívolas
    porque são mensagens
  • 13:19 - 13:21
    que as empresas estão a passar
    aos empregados dizendo:
  • 13:21 - 13:26
    "A inovação, a criatividade e a capacidade
    lúdica são valorizadas aqui."
  • 13:26 - 13:28
    Mas isto não é suficiente.
  • 13:28 - 13:31
    Também temos de pensar nos recursos
    que temos no nosso ambiente.
  • 13:31 - 13:34
    E os recursos vêm
    em sabores tão diferentes.
  • 13:34 - 13:39
    Infelizmente, pensamos nos recursos
    como coisas como dinheiro.
  • 13:39 - 13:41
    E o dinheiro é um recurso fabuloso,
  • 13:41 - 13:44
    de que nós beneficiamos aqui
    em Stanford e no Silicon Valley.
  • 13:44 - 13:47
    Mas é um dos muitos recursos
    que temos disponíveis para nós.
  • 13:47 - 13:49
    Temos de olhar para os recursos naturais,
  • 13:49 - 13:51
    de olhar para os processos
    que estabelecemos,
  • 13:51 - 13:53
    de olhar para as culturas que construímos.
  • 13:53 - 13:57
    Infelizmente, pude ver isto a acontecer
    em lugares diferentes do mundo.
  • 13:57 - 14:00
    Estive no norte do Chile, recentemente.
  • 14:00 - 14:02
    E aquilo é de um deslumbramento espetacular.
  • 14:02 - 14:06
    No Norte do Chile, a praia era sem fim,
    quase 5 000 km de praia.
  • 14:06 - 14:07
    E os Andes estão ali.
  • 14:07 - 14:10
    E eu perguntei às pessoas
    na cidade de Antofagasta:
  • 14:10 - 14:12
    "Puxa, o que é que vos está
    a impedir de ter sucesso?"
  • 14:12 - 14:14
    E um homem respondeu-me:
  • 14:14 - 14:17
    "Bem, isto é um ambiente
    verdadeiramente horrível."
  • 14:17 - 14:20
    Eu perguntei:
    "A sério? O senhor foi ver lá fora?"
  • 14:20 - 14:21
    Porque eles não viam.
  • 14:21 - 14:24
    Tentavam replicar os recursos
    que havia noutro lugar qualquer,
  • 14:24 - 14:26
    em vez de verem
    os recursos que já tinham.
  • 14:27 - 14:30
    Portanto, aqui está uma imagem desta cidade.
  • 14:30 - 14:33
    Pensem na cultura aqui.
    A cultura é importante.
  • 14:33 - 14:36
    A cultura é a última peça
    do motor da inovação.
  • 14:36 - 14:42
    A cultura é como a música em pano de fundo
    de qualquer comunidade,
  • 14:42 - 14:47
    de qualquer organização,
    de cada equipa e de cada família.
  • 14:47 - 14:51
    E vou passar dois vídeoclipes
    para vos demonstrar isto.
  • 14:51 - 14:57
    Pensem na música destes vídeoclipes
    como a cultura em cada uma destas cenas.
  • 14:57 - 14:59
    E vou passar o mesmo vídeoclipe duas vezes.
  • 14:59 - 15:04
    Este é um excerto de um filme
    sobre a fábrica da Coca Cola, em 1919.
  • 15:04 - 15:07
    Quero que pensem como é que se sentem,
  • 15:07 - 15:10
    se lá queriam estar e o que pensam
    estar naquelas garrafas.
  • 15:14 - 15:18
    [As garrafas são automaticamente
    transportadas para o filtro de xarope.]
  • 15:18 - 15:21
    (Música alegre)
  • 15:26 - 15:30
    [O xarope é injetado por
    um processo mecânico sanitário.]
  • 15:38 - 15:42
    [É acrescentada água gaseificada.]
  • 15:44 - 15:46
    Ok, então, vamos para o próximo.
  • 15:47 - 15:51
    [As garrafas são automaticamente
    transportadas para o filtro de xarope.]
  • 15:51 - 15:54
    (Música triste)
  • 15:55 - 15:57
    (Risos)
  • 15:58 - 16:01
    [O xarope é injetado por
    um processo mecânico sanitário.]
  • 16:01 - 16:03
    (Risos)
  • 16:08 - 16:11
    [É acrescentada água gaseificada.]
  • 16:13 - 16:16
    Ok, vocês perceberam, certo?
  • 16:16 - 16:20
    Portanto, o facto é que isto é o exterior
    do vosso motor da inovação.
  • 16:20 - 16:22
    Vamos juntar tudo.
  • 16:22 - 16:24
    Poderão dizer:
    "Ok, Tina, isso é muito interessante.
  • 16:24 - 16:27
    "Mas como é que tem aqui
    esta tira de Möbius?
  • 16:27 - 16:29
    "Podia tê-la no interior e no exterior."
  • 16:29 - 16:32
    Mas é a tira de Möbius,
    porque o interior e o exterior
  • 16:32 - 16:33
    estão totalmente
    enlaçados um no outro.
  • 16:33 - 16:35
    E nada pode ser olhado de forma isolada.
  • 16:35 - 16:38
    Deixem-me mostrar-vos como.
  • 16:38 - 16:40
    A imaginação e o "habitat"
    aqui são paralelos.
  • 16:40 - 16:45
    Porque os "habitats" que construímos são a
    manifestação externa da nossa imaginação.
  • 16:45 - 16:48
    Se o puderem imaginar,
    conseguem construí-lo.
  • 16:48 - 16:52
    E, além disso, os "habitats" que construímos
    afetam diretamente a nossa imaginação,
  • 16:52 - 16:54
    a forma como pensamos,
    como sentimos, como agimos.
  • 16:54 - 16:57
    Isto também é verdade em relação
    ao conhecimento e aos recursos.
  • 16:57 - 17:00
    Quanto mais soubermos, mais recursos
    conseguimos desencantar.
  • 17:00 - 17:04
    E quanto maior diversidade de recursos
    tivermos, mais isso determina o que sabemos.
  • 17:04 - 17:07
    Quanto mais soubermos sobre a pesca,
    mais peixes pescamos.
  • 17:07 - 17:11
    Quanto mais peixe houver no nosso ambiente,
    maior hipótese há de sabermos pescar.
  • 17:11 - 17:14
    Isto também é verdade em relação
    à atitude e à cultura.
  • 17:14 - 17:16
    A cultura é uma atitude
    coletiva da comunidade,
  • 17:16 - 17:19
    e a cultura claramente afeta
    como cada um de nós pensa.
  • 17:20 - 17:24
    O que é maravilhoso, no entanto,
    é que esta tira de Möbius
  • 17:24 - 17:30
    do motor da inovação é tão poderosa
    que podemos começar em qualquer lado.
  • 17:30 - 17:33
    Se forem os gestores da vossa organização,
    podem estabelecer...
  • 17:33 - 17:36
    podem pensar na cultura e
    estabelecer a cultura.
  • 17:36 - 17:39
    Podem construir "habitats" para
    estimular a imaginação.
  • 17:39 - 17:43
    Se forem um indivíduo, podem começar por
    construir a vossa base de conhecimento.
  • 17:43 - 17:47
    Podem começar com a paixão e atitude
    de quem vai resolver o problema.
  • 17:47 - 17:51
    Podem começar em qualquer lado para
    por a inovação a funcionar.
  • 17:51 - 17:54
    O mais importante é que todos,
  • 17:54 - 17:58
    todos têm a chave do seu motor da inovação.
  • 17:58 - 18:00
    Cabe-lhes a eles rodar a chave [na ignição].
  • 18:00 - 18:02
    Obrigada.
  • 18:02 - 18:04
    (Aplausos)
Title:
Um curso intensivo sobre a criatividade — Tina Seelig no TEDxStanford
Description:

Nesta brilhante palestra, a Educadora Tina Seelig, da Universidade de Stanford, explica-nos em que consiste o Engenho da Inovação e mostra-nos maneiras de sermos mais criativos.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:16

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