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O rato-toupeira-nu será o mamífero mais estranho? — Thomas Park

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    "Não temos a menor ideia porque
    é que eles sao pelados"
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    Qual é o mamífero que tem
    a vida social de um inseto,
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    o sangue frio de um réptil
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    e o metabolismo duma planta?
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    Pelado e com incisivos
    que nunca param de crescer,
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    o rato-toupeira-nu pode
    não ser bonito, mas é extraordinário.
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    Vive, em média, 30 anos.
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    As suas características peculiares
    evoluíram ao longo de milhões de anos
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    adaptando-o para sobreviver
    nas condições mais duras,
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    especialmente em longos períodos
    sem oxigénio.
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    Nos desertos da África Oriental,
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    os ratos-toupeiras-nus
    alimentam-se de raízes de vegetais.
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    Escavam à procura das raízes com os dentes
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    que movem independentemente,
    como pauzinhos chineses.
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    Mas, mesmo com estes dentes especiais,
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    um rato-toupeira-nu sozinho
    não consegue encontrar comida suficiente.
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    As raízes são grandes e nutritivas,
    mas estão muito espalhadas.
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    Um grupo grande tem muito mais hipóteses,
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    por isso os ratos-toupeiras-nus
    vivem em colónias.
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    Tal como as formigas, as abelhas
    e as térmitas, constroem grandes ninhos.
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    Abrigando mais de 300 ratos-toupeiras-nus,
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    estas colónias são formadas por complexos
    sistemas de túneis subterrâneos,
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    câmaras de nidificação
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    e balneários comunitários.
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    Também, tal como os insetos,
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    os ratos-toupeiras-nus
    têm uma rígida estrutura social.
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    A fêmea dominante, a rainha,
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    e dois ou três machos,
    que ela escolhe,
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    são os únicos ratos-toupeiras-nus
    na colónia que têm crias.
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    Todos os outros ratos-toupeiras-nus,
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    machos e fêmeas,
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    são soldados, que defendem
    a colónia de possíveis invasores
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    ou operários.
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    Equipas de operários encarregam-se
    de caçar raízes
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    e a colheita que fazem alimenta
    toda a colónia.
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    Viver numa colónia permite
    que eles encontrem comida suficiente,
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    mas quando muitos animais vivem
    no mesmo espaço subterrâneo
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    o oxigénio depressa se esgota.
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    Os mamíferos precisam de muito oxigénio.
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    Usamo-lo para obter a energia
    que alimenta tudo,
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    desde manter a temperatura do corpo
    até às batidas do coração
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    e aos movimentos voluntários.
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    Sem oxigénio, morremos rapidamente.
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    Com efeito, nenhum outro mamífero
    poderia sobreviver com a falta de oxigénio
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    que os ratos-toupeiras-nus
    experimentam numa colónia.
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    Os ratos-toupeiras-nus
    subsistem com baixo oxigénio,
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    em parte porque abandonaram
    uma das funções corporais
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    que exige a maior parte do oxigénio:
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    a regulação térmica.
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    A maior parte dos mamíferos
    são animais de sangue quente,
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    ou seja, têm que manter
    a temperatura corporal.
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    Os ratos-toupeiras-nus não têm
    oxigénio suficiente para isso.
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    Por isso, são os únicos mamíferos
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    cuja temperatura do corpo flutua
    conforme a temperatura do ambiente.
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    São, assim, animais de sangue frio,
    como os répteis.
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    Também têm um tipo
    especial de hemoglobina,
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    a molécula do sangue
    que transporta o oxigénio.
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    Essa hemoglobina é muito mais
    ávida de oxigénio do que a nossa
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    e pode prender o oxigénio
    mesmo quando ele é escasso.
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    Como reação a uma emergência de oxigénio,
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    os ratos-toupeiras-nus entram
    num estado de animação suspensa.
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    Deixam de se mexer,
    abrandam a respiração,
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    e baixam drasticamente o ritmo cardíaco.
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    Isso reduz imenso a quantidade de energia
    e, portanto, o oxigénio de que precisam.
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    Em simultâneo, começam a metabolizar
    a frutose, como uma planta.
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    A frutose é um açúcar que pode ser usado
    para produzir energia sem queimar oxigénio.
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    Habitualmente, os mamíferos metabolizam
    um açúcar diferente, chamado glucose
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    que produz mais energia que a frutose.
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    mas a glucose só funciona
    quando há oxigénio disponível.
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    As células do cérebro e do coração humanos
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    têm um maquinismo celular
    para usar a frutose,
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    mas num grau muito menor
    do que os ratos-toupeiras-nus.
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    Os ratos-toupeiras-nus são os únicos
    mamíferos que conhecemos
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    com esta capacidade.
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    Embora esperemos que os seres humanos
    nunca venham a precisar
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    de viver exclusivamente
    em túneis subterrâneos,
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    há muitas situações em que beneficiaríamos
    se precisássemos de menos oxigénio.
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    Durante ataques cardíacos
    e outras emergências médicas,
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    as pessoas por vezes morrem
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    ou sofrem danos debilitantes em órgãos
    devido à privação de oxigénio.
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    Seria possível imitarmos o uso da frutose
    dos ratos-toupeiras-nus
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    para a saúde humana?
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    Foram precisos milhões de anos de evolução
    para reunir o comportamento de um inseto,
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    a regulação da temperatura de um réptil
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    e a produção de energia de uma planta
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    num só pequeno mamífero,
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    mas, talvez, com bastante estudo,
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    possamos reproduzir algumas
    destas adaptações delirantes.
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    Este rato-toupeira pode estar nu
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    mas vocês não precisam de estar.
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    Visitem ed.ted.com/shop
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    para arranjarem "T-shirts",
    sacos, canecas, etc.
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    que reproduzem todos os nossos
    ratos-toupeiras-nus preferidos.
Title:
O rato-toupeira-nu será o mamífero mais estranho? — Thomas Park
Description:

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/are-naked-mole-rats-the-strangest-mammals-thomas-park

Qual é o mamífero que tem a vida social de um inseto, o sangue frio de um réptil e o metabolismo duma planta? Pelado e com incisivos que nunca param de crescer, o rato-toupeira-nu pode não ser bonito, mas é extraordinário. Thomas Park explica como as características peculiares deste mamífero evoluíram ao longo de milhões de anos para que ele esteja extremamente bem adaptado a sobreviver nas condições mais duras — especialmente em longos períodos sem oxigénio.

Lição de Thomas Park, animação de Chintis Lundgren.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:47

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