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No meio dos anos 70,
talvez um pouco antes,
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eu tinha feito uma pintura escultural
de um homem
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e um coletor foi a uma galeria
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e comprou a obra.
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Eu queria conhecê-lo,
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mas a galeria não queria
que eu o conhecesse,
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pois "Lynn" poderia ser tanto
homem quanto mulher.
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De algum forma ele descobriu
que eu era mulher
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e devolveu a obra,
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porque ele disse que mulheres
não eram bons investimentos,
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artistas femininas não eram
um bom investimento.
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Ele estava errado.
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Eu comecei fazendo pintura e desenho,
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então mudei para escultura,
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então para escultura
com som,
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[-Tentando lembrar quem nós somos.]
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vídeo,
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filme,
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inteligência artificial,
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depois trabalho baseado
em computador.
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Para mim são todos iguais,
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sabe, você pega uma quantidade
de coisas
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e as coloca juntas.
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Eu faço arte que confronta
onde estamos na sociedade.
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Eu vim para a Área da Baía
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para fazer graduação na Berkeley.
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Era o tempo dos hippies.
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Allen Ginsberg
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e aquele tipo de pensamento radical.
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E sendo uma garota
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de família Judia Ortodoxa em Cleveland
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realmente abria sua cabeça
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para o fato de que
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você não precisa fazer
o que lhe é imposto.
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Eu acho que os primeiros desafios
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foram conseguir alguém para quem
mostrar meu trabalho.
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Eu me lembro de andar pelas ruas de Berkeley
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durante aquele tempo
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e pensar:
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"Bem, quem precisa de um museu
para dizer
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se você está fazendo arte?"
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Então, com minha amiga Eleanor Coppola,
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abrimos quartos em um hotel
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e as pessoas podiam fazer check-in
na mesa,
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pegar uma chave.
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Eleanor encenou em seu quarto
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um homem que vivia lá.
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Eu criava personagens fictícios
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que talvez tivessem vivido lá
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e comprava adereços daquele bairro
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para redefinir quem aqueles personagens
poderiam ter sido.
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E foi um jeito de
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criar arte no mundo
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que ia além das paredes que existiam.
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Durou aproximadamente um ano
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e finalmente alguém foi às 2 da manhã
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e escondeu partes de um corpo encerado lá
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e as pessoas pensaram
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que poderia ser um assassino
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e chamaram a polícia
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e a polícia chegou e levou tudo.
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Esse foi o fim de tudo.
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Óculos dos anos 70.
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Grandes lentes.
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Aqui vamos nós.
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Quando eu estava no quarto do Dante Hotel
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eu tinha artefatos de alguém que
poderia ter vivido lá.
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Eu pensava: "bem,
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e se esta mulher,
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esta personagem fictícia,
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pudesse ser libertada,
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viver no tempo e espaço reais?"
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E esse foi o começo
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da criação de Roberta Breitmore.
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Então eu saía e me vestia como Roberta
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com tipos de maquiagem diferentes,
como uma loira,
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e com muitas coisas sobre ela
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que eram muito diferentes de mim mesma.
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Roberta fazia coisas que qualquer
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mulher solteira e falida faria
normalmente.
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Ela veio para São Francisco.
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Precisava de uma colega de casa para
dividir o aluguel,
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então ela colocava anúncios nos jornais
locais.
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Roberta ia ao psiquiatra,
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ela tinha um jeito de andar
particular,
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tinha gestos particulares,
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tinha uma linguagem.
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Roberta conseguiu uma conta bancária,
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ela conseguiu cartões de crédito,
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o que eu não conseguia.
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Ela era muito mais real,
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tinha uma história muito mais
verificável do que eu.
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Not Synced
Eu não achava que Roberta
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Not Synced
seria uma performance de longo prazo,
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Not Synced
nem acho que performance
era uma palavra naqueles tempos.
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Not Synced
Eu não sei o que ela era,
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Not Synced
ela era .... na sociedade da vida real.
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Not Synced
E ela durou por quase 10 anos,
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Not Synced
de 1972 a 1979.
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Not Synced
Eu acho que se tivesse
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Not Synced
me mudado para Nova York
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Not Synced
para me tornar uma artista,
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Not Synced
como muitas pessoas fizeram,
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Not Synced
eu não faria o trabalho
que eu faço hoje.
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Not Synced
Mas, porque eu vivi na Área da Baía,
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Not Synced
onde você respira tecnologia,
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Not Synced
a paisagem digital daqui
mudou o mundo inteiro.
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Not Synced
E não é insignificante que
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Not Synced
a televisão foi inventada aqui.
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Not Synced
- Eu acho que nos tornamos
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Not Synced
meio que uma sociedade de telas
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Not Synced
de diferentes camadas que
nos impede de
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Not Synced
saber a verdade,
como se a verdade fosse
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Not Synced
quase insuportável
e demais para lidarmos,
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Not Synced
assim como nossos sentimentos.
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Not Synced
Então nós lidamos com coisas
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Not Synced
através de replicação,
através de cópia,
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Not Synced
através de telas,
de simulações,
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Not Synced
através de ....
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Not Synced
através de ficção
a através de ....
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Not Synced
Eu acho que não existe
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Not Synced
uma resposta central
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Not Synced
para se a tecnologia é
uma utopia ou uma distopia.
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Not Synced
Eu acho que depende
dos humanos agora
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Not Synced
usá-la.
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Not Synced
Muito do meu trabalho
é interativo
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Not Synced
e envolve os expectadores
em fazer escolhas.
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Not Synced
A interatividade nestas obras
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Not Synced
significava lidar com
as possibilidades
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Not Synced
na tecnologia que existia
naquela época.