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A orquestra imaginária de um homem só

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    Bom, há muito sobre que falar.
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    mas acho que vou tocar
    alguma coisa para começar.
  • 0:09 - 0:12
    (Música)
  • 2:55 - 2:57
    ♫ Quando acordo ♫
  • 2:59 - 3:01
    ♫ Pela manhã ♫
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    ♫ Eu tomo café ♫
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    ♫ Leio o jornal ♫
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    ♫ E então devagar ♫
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    ♫ E suavemente ♫
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    ♫ Lavo a louça ♫
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    ♫ Dou comida aos peixes ♫
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    ♫ Cantas feliz aniversário para mim ♫
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    ♫ Como se fosse ♫
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    ♫ O teu último dia ♫
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    ♫ Aqui na Terra ♫
  • 5:19 - 5:22
    (Aplausos)
  • 5:29 - 5:31
    Tudo bem
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    Então, eu queria fazer
    algo de especial hoje.
  • 5:34 - 5:37
    Quero estrear uma música
    em que tenho trabalhado
  • 5:37 - 5:39
    Nos últimos cinco ou seis meses.
  • 5:40 - 5:42
    Há poucas coisas
    que sejam mais emocionantes
  • 5:42 - 5:44
    que tocar uma música
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    pela primeira vez
    na frente de uma audiência
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    especialmente quando está meio acabada.
  • 5:48 - 5:50
    (Risos)
  • 5:50 - 5:53
    Espero que algumas conversas aqui
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    me ajudem a terminá-la.
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    Porque isto insere-se em todos os tipos
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    de domínios alucinantes.
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    Esta é basicamente
    uma música sobre ciclos,
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    mas não do tipo de ciclos
    que eu faço aqui.
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    São ciclos de "feedback".
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    No mundo do áudio
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    isso acontece quando o microfone
    chega perto demais
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    da sua fonte de som
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    e então entra num ciclo autodestrutivo
  • 6:17 - 6:19
    que cria um som muito desagradável.
  • 6:19 - 6:21
    Vou mostrar como é.
  • 6:21 - 6:22
    (Risos)
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    Mas não vou magoar-vos. Não se preocupem.
  • 6:28 - 6:31
    ♫ Isto é um ciclo, um ciclo de "feedback" ♫
  • 6:31 - 6:34
    ♫ Isto é um ciclo, um ciclo de "feedback"♫
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    (Assobio)
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    (Assobio)
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    (Assobio)
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    (Assobio)
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    (Assobio)
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    (Assobio)
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    (Som de "feedback")
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    Tudo bem.
    Não sei se era necessário demonstrar
  • 6:56 - 6:57
    (Risos)
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    — mas o meu ponto é que...
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    E venho pensando
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    em como isto se aplica
    a todo um espetro de universos,
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    do, por assim dizer, ecológico.
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    Parece haver uma regra na natureza
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    de que, se chegarmos
    perto demais de onde viemos,
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    a coisa fica feia.
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    Então, não podemos alimentar vacas
    com os cérebros delas,
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    ou o resultado será
    a doença da vaca louca,
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    a endogamia e o incesto
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    e, vejamos,
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    qual é a outra?
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    A biológica — há doenças autoimunes
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    em que o corpo se ataca a si mesmo
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    um bocado de cuidado extremo
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    e destrói o hospedeiro ou a pessoa.
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    Então, é aqui que se encaixa a música
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    que como abre um canal para as emoções.
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    Porque, embora tenhamos usado
    termos centíficos em músicas,
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    por vezes é muito difícil torná-las poéticas.
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    E há algumas coisas
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    que simplesmente
    não são necessárias em música.
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    Então estou a tentar fazer esta ligação
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    entre esta ideia e esta melodia.
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    Não sei se já passaram por isso,
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    mas às vezes, quando fecho os olhos
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    e tento dormir,
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    não consigo deixar de pensar
    nos meus próprios olhos
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    É como se os nossos olhos
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    começassem a distenderem-se
    para se verem a si mesmos.
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    Para mim, é com isso que se parece.
  • 8:26 - 8:27
    E não é agradável.
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    Desculpem-me se coloquei
    esta ideia na vossa cabeça
  • 8:30 - 8:31
    (Risos)
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    É impossível, é claro, os nossos olhos
    verem-e a si mesmos,
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    mas parecem tentar.
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    Isto parece aproximar-se
    de uma experiência pessoal.
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    Ou de orelhas que são capazes
    de se ouvitem a si mesmas.
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    É simplesmente impossível.
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    E este é o ponto.
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    Eu venho trabalhando nesta música
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    que fala dessas coisas
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    e que também imagina
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    uma pessoa que se tornou tão bem-sucedida
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    em defender-se de ter o coração magoado
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    que só lhe resta fazer as coisas por si mesma,
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    se isso for possível.
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    É isso que a música está a perguntar.
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    Tudo bem.
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    Ainda não tem um nome.
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    (Música)
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    ♫ Vai em frente e congratula-te♫
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    ♫ Dá a mão a ti mesmo, a mão é tua ♫
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    ♫ O olho que se olha
    a si mesmo é o teu olho ♫
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    ♫ A orelha que se escuta
    a si mesma está perto♫
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    ♫ Porque é a tua orelha. ♫
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    ♫ Fizeste o impossível agora♫
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    ♫ Desmontaste-te a ti mesmo♫
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    ♫ Tornaste-te invulnerável♫
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    ♫ Ninguém pode magoar o teu coração♫
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    ♫ Esgotaste-o ♫
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    ♫ Torceste-o ♫
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    ♫ Esgotaste-o ♫
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    ♫ Tu mesmo o magoas ♫
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    ♫ Magoando-te a ti mesmo,
    magoa-o tu mesmo ♫
  • 11:55 - 11:58
    ♫ Magoando-te a ti mesmo,
    magoa-o tu mesmo ♫
  • 11:59 - 12:02
    ♫ Magoando-te a ti mesmo ♫
  • 12:15 - 12:18
    (Aplausos)
  • 12:19 - 12:20
    Obrigado.
  • 12:21 - 12:24
    (Aplausos)
  • 12:25 - 12:27
    Tudo bem.
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    Isto é fixe. Os compositores
    podem escapar ao assassínio.
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    Podemos lançar teorias malucas
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    e não precisamos de fundamentá-las
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    em dados gráficos ou investigação.
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    Mas, percebem,
    acho que a curiosidade descuidada
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    seria aquilo de que o mundo necessita agora
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    apenas um bocadinho
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    (Aplausoa)
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    Vou terminar com uma música minha
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    chamada "Sistemas Climáticos"
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    (Música)
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    ♫ Aquieta-te ♫
  • 13:18 - 13:20
    ♫ Aquieta-te, disse ela ♫
  • 13:22 - 13:25
    ♫ Murmurando dentro da cabeça dele ♫
  • 13:25 - 13:29
    ♫ À beira da cama, vejo o teu sangue fluir ♫
  • 13:29 - 13:35
    ♫ Posso ver as tuas células crescerem ♫
  • 13:40 - 13:42
    ♫ Espera um pouco ♫
  • 13:42 - 13:44
    ♫ Não derrames o vinho♫
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    ♫ Posso vê-lo todo daqui ♫
  • 13:49 - 13:51
    ♫ Posso ver ♫
  • 13:51 - 13:56
    ♫ oh, eu posso ver ♫
  • 14:00 - 14:02
    ♫ Sistemas climáticos ♫
  • 14:04 - 14:06
    ♫ do mundo ♫
  • 14:16 - 14:18
    ♫ Sistemas climáticos ♫
  • 14:20 - 14:23
    ♫ do mundo ♫
  • 14:53 - 14:55
    ♫ Algumas coisas que se diz ♫
  • 14:55 - 14:58
    ♫ Não estão à venda ♫
  • 15:00 - 15:02
    ♫ Eu poderia guardá-lo ♫
  • 15:02 - 15:07
    ♫ Onde estão os nossos elementos
    de alguma substância ♫
  • 15:10 - 15:13
    ♫ Com medo ♫
  • 15:16 - 15:18
    ♫ Espera um pouco ♫
  • 15:18 - 15:21
    ♫ Não derrames o vinho ♫
  • 15:22 - 15:25
    ♫ Posso ver tudo daqui ♫
  • 15:25 - 15:27
    ♫ Posso ver ♫
  • 15:27 - 15:32
    ♫ oh, eu posso ver ♫
  • 15:35 - 15:40
    ♫ Sistemas climáticos do mundo ♫
  • 17:28 - 17:31
    ♫ Sistemas climáticos ♫
  • 17:32 - 17:35
    ♫ do mundo ♫
  • 18:42 - 18:43
    Obrigado.
  • 18:43 - 18:47
    (Aplausos)
Title:
A orquestra imaginária de um homem só
Speaker:
Andrew Bird
Description:

O inovador musical Andrew Bird combina a sua técnica peculiar de violino com o xilofone, voz e "looping" eletrónico sofisticado. Para além da sua curiosa capacidade de soprar qualquer coisa, ele torna-se numa fascinante orquestra de um homem só.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
18:59
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A one-man orchestra of the imagination
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A one-man orchestra of the imagination
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