O mito de Prometeu -- Iseult Gillespie

Vão à nossa página na Patreon: https://www.patreon.com/teded

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-myth-of-prometheus-iseult-gillespie

Antes da criação da humanidade, os deuses gregos ganharam uma grande batalha contra uma raça de gigantes chamados titãs. A maior parte dos titãs foram destruídos ou conduzidos ao inferno eterno do Tártaro. Mas o titã Prometeu, cujo nome significa previsão, persuadiu o seu irmão Epimeteu a lutar ao lado dos deuses. Iseult Gillespie conta-nos o mito de Prometeu.

Lição de Iseult Gillespie, realização de Léa Krawczyk.

Muito obrigado aos nossos patronos pelo vosso apoio! Sem vocês, este vídeo não seria possível.
Yalda A., Susan Herder, Andrew Bosco, Craig Sheldon, Javier Aldavaz, Bruno Pinho, Rishi Pasham, Nick Johnson, Alex Kongkeo, Levi Cook, Peter Koebel, Misaki Sato, Runarm, Maxi Kobi Einy, Ilya Bondarik, Darren Toh, Bozhidar Karaargirov, Boytsov Ilya, Marc Veale, Rodrigo Carballo, Humberto A OjedaGomez, Daniel Day, SookKwan Loong, Jhuval, Nik Maier.

["És símbolo, és estandarte
para os Mortais da sua força e fado."

[-- Lord Byron, Prometeu]

Antes da criação da Humanidade,

os deuses gregos ganharam uma batalha
contra uma raça de gigantes, os titãs.

A maioria dos titãs foram destruídos ou
conduzidos até ao inferno de Tártaro.

Mas o titã Prometeu, cujo nome
significa previsão,

persuadiu o seu irmão Epimeteu
a lutar consigo ao lado dos deuses.

Como agradecimento,
Zeus confiou aos irmãos

a tarefa de criar todas as coisas vivas.

Epimeteu teria de distribuir as
dádivas dos deuses pelas criaturas.

A alguns, deu-lhes o vôo;

a outros, a habilidade
de mover-se pela água

ou correr pela erva.

Ele deu às bestas escamas brilhantes

pêlo macio,

e garras afiadas.

Entretanto, Prometeu moldou os
primeiros homens a partir de lama.

Ele formou-os a partir da
imagem dos deuses,

mas Zeus decretou que estes
permaneceriam mortais

e adorar os habitantes do
Monte Olimpo na Terra.

Zeus considerou os seres humanos
criaturas submissas

vulneráveis aos elementos
e dependentes da proteção dos deuses.

No entanto, Prometeu envisionou
as suas criações com um propósito maior.

Por isso, quando Zeus lhe pediu para
decidir como os sacrifícios seriam feitos,

Prometeu planeou um truque que
daria aos humanos alguma vantagem.

Matou um touro e dividiu-o em
duas partes para apresentar a Zeus.

Num dos lados, escondeu
a carne e pele suculenta

por baixo do ventre desagradável do animal

No outro, escondeu os ossos
debaixo de uma camada de gordura.

Quando Zeus escolheu a parte
aparentemente melhor para si,

ficou indignado por ter sido ludibriado
por Prometeu.

Furioso, Zeus proibiu o uso
de fogo na Terra,

tanto para cozinhar como
qualquer outro propósito.

Mas Prometeu recusou-se a ver negado
este recurso às suas criações.

E então, escalou o Monte Olimpo
para roubar fogo

da oficina de Hefesto e Atena.

Ele escondeu as chamas numa haste de
funcho oco e trouxe-as até às pessoas.

Isto deu-lhes o poder de aproveitar
a Natureza em seu benefício.

e em última análise,
dominar a ordem natural.

Com fogo, os homens podiam
obter comida e aquecimento.

Mas podiam também forjar
armas e fazer a guerra.

O fogo de Prometeu agiu como o
catalisador da progressão da civilização.

Quando Zeus olhou para a Terra,
percebeu o que tinha acontecido.

Prometeu tinha mais uma vez
ferido o seu orgulho

e subvertido a sua autoridade.

Irritado, Zeus impôs uma punição brutal.

Prometeu ficaria acorrentado
num penhasco para toda a eternidade.

Todos os dias, era visitado por um abutre
que arrancava o seu fígado

e todas as noites o fígado voltava a
crescer para ser atacado outra vez de dia.

Apesar de Prometeu permanecer
em agonia perpétua,

nunca expressou arrependimento
pelo seu ato de rebelião.

A sua resiliência diante da opressão
tornou-o numa figura amada da mitologia.

Foi também comemorado pelo seu
espírito travesso e inquisidor,

e pelo conhecimento, progresso, e poder
que trouxe para os homens.

É também uma figura recorrente
na arte e na literatura.

No drama lírico "Prometeu Desacorrentado"
de Percy Bysshe Shelley,

o autor imagina Prometeu
como um herói romântico

que escapa e continua a espalhar
empatia e conhecimento.

Do seu protagonista, Shelley escreveu,

"Prometeu é o tipo de maior perfeição

"de moral e natureza intelectual,

"impulsionado pelos motivos
mais puros e verdadeiros

"para os melhores e mais nobres fins."

A sua esposa, Mary, considerou Prometeu
como uma figura mais cautelosa

e intitulou o seu romance:
"Frankenstein: ou o Prometeu moderno."

Isto demonstra o dano
de corromper a ordem natural.

e continua relevante
para as questões éticas

à volta da ciência e tecnologia,
hoje em dia.

Como herói, rebelde, ou burlão,

Prometeu mantém-se um símbolo

da nossa capacidade
de capturar as forças da Natureza

e, em última instância,

relembra-nos do potencial de
atos individuais que inspirem o mundo.