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Vamos ver se conseguimos aprender uma ou duas coisas sobre
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secções cónicas.
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Ora, primeiro que tudo, o que é que são e porque é que se
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chamam secções cónicas?
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Bem, provavelmente vocês já reconhecem
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algumas, e eu vou anotá-las.
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São a circunferência, a elipse, a parábola
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e a hipérbole.
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Isto é um p.
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Hipérbole.
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E vocês já sabem o que é isto.
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Quando eu comecei a aprender secções cónicas, fiquei, «Olha,
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eu sei o que é uma circunferência.
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Sei o que é uma parábola.
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E até sei umas coisinhas sobre elipses e hipérboles.
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Porque diabo é que se chamam secções cónicas?»
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Então para pôr as coisas de forma simples é porque são a intersecção
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de um plano com uma superfície cónica.
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E eu já vou desenhar-vos isto.
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Mas ainda antes de fazer isto é provável que faça sentido
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desenhá-las sozinhas.
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E vou trocar de cores.
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Circunferência, todos sabemos o que é.
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Aliás, deixem ver se consigo escolher uma linha
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mais grossa para as minhas circunferências.
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Ora uma circunferência é qualquer coisa como isto.
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São todos os pontos equidistantes de um centro,
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e esta distância a que todos eles estão é o raio.
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Portanto se isto for r, e isto for o centro, a circunferência são todos
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os pontos que distam exactamente r deste centro.
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Já aprendemos isto antes no nosso ensino, o que é uma circunferência;
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faz o Mundo girar, literalmente.
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Elipse em termos vulgares é uma espécie de circunferência esmagada.
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Pode ser uma coisa assim.
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Deixem-me fazer uma elipse com outra cor.
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Pronto, uma elipse pode ser assim.
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Pode ser assim.
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É mais difícil desenhar usando a ferramenta com que eu estou a desenhar, mas também
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se pode inclinar e rodar.
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Mas isto é uma ideia geral.
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E, na verdade, as circunferências são um caso especial de elipse.
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É uma elipse que não está mais esticada numa dimensão
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do que na outra.
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Digamos que é perfeitamente simétrica de todas as maneiras.
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Parábola.
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Já aprenderam isto se tiveram Álgebra II e
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provavelmente tiveram se se interessam por secções cónicas.
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Mas uma parábola… deixem-me desenhar aqui uma linha para separar as coisas.
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Uma parábola tem um aspecto mais ou menos assim, uma espécie de forma em u e enfim,
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a parábola clássica.
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Não vou entrar já nas equações.
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Aliás, vou, porque provavelmente vocês estão familiarizados.
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y é igual a x ao quadrado.
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E, então, pode-se trocar e depois até se pode
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ter uma parábola que fique assim.
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Isto vem a ser x igual a y ao quadrado.
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Pode-se rodar estas coisas, mas acho que vocês conhecem
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a forma geral de uma parábola
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Depois havemos de falar mais sobre como é que se fazem os gráficos ou como é que se sabe
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quais é que são realmente os pontos interessantes numa parábola.
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E agora a última, são capazes de já ter visto isto,
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é uma hipérbole.
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Quase parecem duas parábolas, mas não é bem,
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porque as curvas são um bocadinho menos em U e
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um bocadinho mais abertas.
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Mas vou explicar-vos o que é que quero dizer com isto.
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Ora uma hipérbole tem normalmente mais ou menos este aspecto.
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Portanto, se isto forem os eixos, então se eu desenhasse… deixem-me
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desenhar umas assíntotas.
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Quero passar mesmo pelo… está bonzinho.
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Isto são assíntotas.
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Aquilo não é a verdadeira hipérbole.
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Mas uma hipérbole vem a ser uma coisa assim.
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Ficam mesmo aqui e aproximam-se muito
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da assíntota.
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Aproximam-se cada vez mais daquelas linhas azuis assim e
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também acontece deste lado.
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Os gráficos aparecem aqui e depois saltam e
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aparecem ali.
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Esta magenta pode ser uma hipérbole; eu não lhe fiz
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verdadeira justiça.
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E outra hipérbole pode estar, podemos chamar-lhe, digamos,
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hipérbole vertical.
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Não é esta a expressão exacta, mas vem a ser uma coisa
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assim estando por baixo da assíntota aqui.
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Estando por cima da assíntota ali.
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Então esta azul vem a ser uma hipérbole e depois a
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magenta vem a ser uma hipérbole diferente.
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Pronto, estes são os diferentes gráficos.
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Ora aquilo que de certeza que vocês estão a perguntar é «Porque é que elas
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se chamam secções cónicas?»
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«Porque é que não se chamam bolas ou variações de
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circunferências ou coisa assim?»
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«E,aliás, qual é que é mesmo a relação?»
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É bastante claro que as circunferências e as elipses
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estão de certo modo relacionadas.
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Que uma elipse é só uma circunferência esmagada.
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E se calhar até parece que as parábolas e as hipérboles
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estão de certo modo relacionadas.
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Isto mais uma vez é um p.
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Ambas têm «-bol-» no nome e ambas como
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que parecem uu abertos.
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Embora uma hipérbole tenha dois destes, como que a abrirem
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em direccções diferentes, mas parecem relacionadas.
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Mas qual é a ligação por detrás de tudo isto?
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E na realidade é daqui que vem a palavra «cónico».
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Então deixem ver se eu consigo desenhar um cone tridimensional.
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Pronto, isto é um cone.
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Isto é o topo.
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Podia ter usado uma elipse para o topo.
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Fica assim.
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Aliás, não tem topo.
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Na verdade continuaria para sempre naquela direcção.
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Estou só como que a fatiar para vocês verem que é um cone.
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Esta pode ser a parte de baixo.
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Então vamos fazer diferentes intersecções de um plano com
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este cone e ver se conseguimos pelo menos gerar as diferentes
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formas de que acabámos agora de falar.
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Ora se tivermos um plano que fique directamente… acho que, se chamarmos
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a isto o eixo deste cone tridimensional,
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pronto, isto é o eixo.
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Ora se tivermos um plano que seja exactamente perpendicular àquele
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eixo… vamos ver se eu consigo desenhá-lo em três dimensões.
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O plano vem a ser uma coisa assim.
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Ora, tem uma linha.
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Esta é a linha frontal, que está mais próxima de nós, e depois
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há outra linha aqui atrás.
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Está mais ou menos.
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E é claro, vocês sabem que os planos são infinitos, portanto
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prolonga-se em todas as direcções.
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Se este plano for directamente perpendicular ao eixo
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disto e é aqui que o plano passa por trás.
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A intersecção deste plano com a superfície deste cone vai
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ficar assim.
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Estamos a ver de um ângulo, mas se vocês estivessem a olhar
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mesmo para baixo, se estivessem aqui a ouvir olhassem para
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este plano… se estivessem a olhar exactamente por cima.
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Se eu virasse isto assim, portanto estamos
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a olhar mesmo para baixo para este plano, veríamos aquela intersecção
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como uma circunferência.
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Agora, se pegarmos no plano e o inclinarmos para baixo um bocadinho,
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então em vez daquilo temos uma situação assim.
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Deixem ver se eu consigo fazer-lhe justiça.
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Temos uma situação em que… ups.
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Deixem-me anular isto.
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Editar.
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Anular.
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Em que está assim e tem outro lado assim,
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e eu ligo-os.
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Pronto, isto é o plano.
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Agora a intersecção deste plano, que já não é
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ortogonal ou já não é perpendicular ao eixo deste
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cone tridimensional.
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Se fizermos a intersecção deste plano com a superfície deste cone… e
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em vídeos futuros, e vocês não fazem isto na vossa
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aula de Álgebra Dois;
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mas vamos acabar por fazer como que a intersecção
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tridimensional e provar que é definitivamente este o caso.
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Chegamos mesmo definitivamente às equações, o que eu hei-de vos mostrar
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no futuro não muito distante.
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Esta intersecção vem a ser uma coisa assim.
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Acho que já conseguem visualizá-la.
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Vem a ser uma coisa assim.
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E se vocês olhassem exactamente para baixo para este plano, se
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olhassem mesmo por cima do plano, isto ficaria
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mais ou menos — esta figura que eu desenhei agora em roxo —, ficaria
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mais ou menos assim.
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Bem, eu não desenhei assim tão bem.
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Era uma elipse.
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Vocês sabem como é que é uma elipse.
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E, se eu o inclinasse na outra direcção, a elipse apertava
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na outra direcção.
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Mas isto já vos dá uma ideia geral de porque é que estas
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duas são secções cónicas.
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Agora uma coisa muito interessante.
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Se continuarmos a inclinar este plano, portanto se inclinarmos o plano então
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está… pronto, digamos que estamos a girar à volta daquele ponto.
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Então agora o meu plano… deixem ver se eu consigo fazer isto.
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É um bom exercício de desenho em três dimensões.
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Digamos que fica mais ou menos assim.
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Quero passar por aquele ponto.
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Pronto, isto é o meu plano tridimensional.
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Estou a desenhá-lo de modo que apenas intersecte este
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cone de baixo e a superfície deste plano seja paralela ao
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lado deste cone de cima.
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Neste caso a intersecção do plano com a supefície do cone
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vai passar ali por aquele ponto.
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Quase se consegue visualizar que eu estou a girar à volta deste ponto, do
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ponto que é a intersecção do plano com a superfície cónica.
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Ora então isto, a intersecção, vem a ser
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uma coisa assim.
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Vem a ser assim.
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E continua para baixo.
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Se eu desenhasse, ficaria assim.
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Se eu estivesse mesmo por cima do plano, se eu fosse
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desenhar o plano.
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E então ficamos com a nossa parábola.
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Ora isto é interessante.
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Se continuarmos como que a inclinar… se começarmos com uma
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circunferência, inclinarmos um bocadinho, ficamos com uma elipse.
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Ficamos como que com uma elipse cada vez mais enviesada.
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E, a certa altura, a elipse continua a ficar cada vez
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assim mais enviesada.
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Digamos que rebenta mesmo quando ficamos exactamente paralelos ao
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lado deste cone de cima.
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E eu agora estou a fazer tudo muito inexacto, mas
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acho que quero dar-vos a intuição.
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Ela rebenta e torna-se uma parábola.
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Então conseguimos como que visualizar uma parábola — há
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esta relação.
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A parábola é o que acontece quando um lado da elipse rebenta
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e abre e nós ficamos com esta parábola.
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E depois, se continuarmos a inclinar este plano, e eu vou fazê-lo
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noutra cor — então intersecta ambos
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os lados do cone.
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Deixem ver se eu consigo desenhar isto.
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Ora se este for o meu novo plano… ups.
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Vá, está bom.
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Então se o meu plano tivesse este aspecto — eu sei que agora é muito difícil
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ler — e vocês quisessem a intersecção deste plano,
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deste plano verde com a superfície do cone — provavelmente devia redesenhar
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tudo, mas espero eu que vocês não estejam a ficar esmagadoramente
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confusos — a intersecção teria este aspecto.
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Intersectaria o cone de baixo ali e
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intersectaria o cone de cima acolá.
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E então ter-se-ia uma coisa assim.
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Esta seria a intersecção do plano com a superfície do cone de baixo.
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E depois aqui em cima seria a intersecção do
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plano com o de cima.
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Não se esqueçam, este plano prolonga-se em todas as direcções infinitamente.
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Pronto, isto é só uma ideia geral do que são as secções cónicas
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e de porque é que realmente se chamam secções cónicas.
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E digam-me se isto ficou confuso, porque eu sou capaz de fazer
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outro vídeo em que o redesenhe com um bocado mais clareza.
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Talvez consiga encontrar uma aplicação de 3D porreira de algum tipo que possa fazê-lo
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melhor do que eu consigo.
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É mais ou menos esta a verdadeira razão por que elas são todas secções
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cónicas, e por que estão realmente relacionadas entre si.
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E eu depois hei-de fazer isto um bocado mais em profundidade matematicamente
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nalguns vídeos.
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Mas no próximo vídeo, agora que vocês sabem o que é que são e porque é que
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todas se chamam secções cónicas, vou falar mesmo
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das fórmulas disto e de como é que se reconhecem
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as fórmulas.
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E, dada uma fórmula, como é que se traçam realmente os gráficos
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destas secções cónicas?
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Até ao próximo vídeo.