Como eu trabalho para proteger mulheres dos crimes de honra.
-
0:01 - 0:03Enquanto eu me preparava para hoje
-
0:03 - 0:07refletia sobre a minha vida
para tentar entender -
0:07 - 0:12em que momento exato
minha jornada começou. -
0:12 - 0:15Um bom tempo passou
e eu não conseguia resolver -
0:15 - 0:18qual era o começo, o meio
ou o fim da minha história. -
0:18 - 0:20Eu sempre achei que o começo
-
0:20 - 0:24foi em uma tarde na minha comunidade
quando minha mãe me disse -
0:24 - 0:28que eu havia escapado de três casamentos
arranjados aos dois anos de idade. -
0:28 - 0:33Ou uma noite na comunidade quando
ficamos sem eletricidade por oito horas -
0:33 - 0:35e meu pai se sentou, rodeado
por todos nós, -
0:35 - 0:39e nos contou histórias de quando
era pequeno e brigava para ir à escola -
0:39 - 0:43enquanto seu pai, um fazendeiro,
queria que ele trabalhasse com ele. -
0:43 - 0:46Ou aquela noite escura,
quando eu tinha 16 -
0:46 - 0:50e 3 crianças sussurraram no meu ouvido
-
0:50 - 0:54que minha amiga tinha sido assassinada
por algo chamado crimes de honra. -
0:56 - 0:58Mas aí eu percebi
-
0:58 - 1:02que por mais que eu saiba que esses
momentos contribuíram para minha jornada, -
1:02 - 1:04eles influenciaram minha jornada,
-
1:04 - 1:06mas não foram o começo dela.
-
1:06 - 1:10O verdadeiro começo da minha jornada
foi em frente à uma casa de barro -
1:10 - 1:13ao norte de Sinde, no Paquistão,
-
1:13 - 1:15quando meu pai segurou a mão
da minha mãe que tinha 14 anos -
1:15 - 1:18e eles decidiram
ir embora da aldeia, -
1:18 - 1:21para ir para uma cidade onde eles
pudessem mandar seus filhos à escola. -
1:21 - 1:23De uma forma, sinto que minha vida
-
1:23 - 1:29é um resultado das sábias escolhas
e decisões que eles tomaram. -
1:29 - 1:32E dessa maneira,
outra decisão que tomaram -
1:32 - 1:35foi a de manter eu e meus irmãos
conectados às nossas raízes. -
1:35 - 1:39Enquanto morávamos na comunidade
que se chamava Ribabad, -
1:39 - 1:41que significa "comunidade dos pobres",
-
1:41 - 1:45meu pai fez questão de que tivéssemos
também uma casa na nossa pátria rural. -
1:45 - 1:49Eu venho de uma tribo indígena
das montanhas de Balochistan, -
1:49 - 1:51chamada Brahui.
-
1:51 - 1:56Brahui, ou Brohi, significa morador
da montanha e é também minha língua. -
1:56 - 2:00Graças às rígidas regras do meu pai
sobre manter a conexão com nossos costumes -
2:00 - 2:06vivi uma linda vida de música,
cultura, tradição, histórias, montanhas -
2:06 - 2:07e muitas ovelhas.
-
2:08 - 2:10Então, viver entre dois extremos,
-
2:10 - 2:14entre as tradições da minha cultura,
da minha aldeia, -
2:14 - 2:18e a educação moderna
da minha escola não foi fácil. -
2:18 - 2:22Eu tinha consciência de que era a única
menina que tinha tamanha liberdade, -
2:22 - 2:24e me sentia culpada por isso.
-
2:24 - 2:28Enquanto ia a escola em Carachi
e Hyderabad, -
2:28 - 2:32muitas das minhas primas e amigas
de infância se casavam, -
2:32 - 2:35algumas com homens mais velhos,
outras como troca, -
2:35 - 2:37outras até como segundas esposas.
-
2:37 - 2:43Eu pude ver a linda tradição
e sua mágica desaparecer na minha frente -
2:43 - 2:48quando vi que o nascimento de uma menina
era celebrado com tristeza, -
2:48 - 2:53quando as mulheres ouviam que deviam
ter a paciência como principal virtude. -
2:53 - 2:55Até os 16 anos,
-
2:55 - 2:57eu curei minha tristeza através do choro,
-
2:57 - 3:00normalmente de noite
enquanto todo mundo dormia -
3:00 - 3:02e eu chorava no travesseiro.
-
3:02 - 3:05Até a noite em que descobri
que minha amiga tinha sido assassinada -
3:05 - 3:07em nome da honra.
-
3:08 - 3:11Crimes em nome da honra
são um costume -
3:11 - 3:14em que homens e mulheres
são suspeitos de terem relações -
3:14 - 3:16antes ou fora do casamento,
-
3:16 - 3:18e são mortos pela própria
família por isso. -
3:18 - 3:22Normalmente o assassino
é o irmão, o pai ou o tio. -
3:22 - 3:27Relatórios da ONU dizem que há em torno de
mil crimes de honra por ano no Paquistão, -
3:27 - 3:29e esses são só os casos registrados.
-
3:29 - 3:33Um costume que mata não fazia
sentido para mim, -
3:33 - 3:36e eu sabia que tinha que fazer algo
sobre isso dessa vez. -
3:36 - 3:38Eu não ia chorar até cair no sono.
-
3:38 - 3:41Eu faria alguma coisa, qualquer coisa,
para parar aquilo. -
3:41 - 3:43Com 16 anos comecei a escrever poesia
-
3:43 - 3:46e ir de porta em porta contar a todos
sobre os crimes de honra, -
3:46 - 3:48e por que acontecem,
por que precisam parar, -
3:48 - 3:50e conscientizando as pessoas
-
3:50 - 3:54até que eu achei uma maneira muito,
muito melhor para lidar com esse problema. -
3:55 - 4:01Naquele tempo a gente vivia em uma casa
muito pequena de um quarto em Carachi. -
4:01 - 4:06Todos os anos, durante a temporada de
monção nossa casa inundava com água, -
4:06 - 4:07águas pluviais e residuais,
-
4:07 - 4:10e minha mãe e meu pai
tiravam a água da casa. -
4:10 - 4:15Naqueles dias, meu pai trouxe
para casa um enorme computador. -
4:15 - 4:20Era tão grande que parecia que ia
tomar todo o espaço do nosso único quarto, -
4:20 - 4:24e tinha muitas peças e cabos
que precisavam ser conectados. -
4:24 - 4:26Mas mesmo assim
foi a coisa mais legal -
4:26 - 4:29que aconteceu a mim e a minhas irmãs.
-
4:29 - 4:33Meu irmão mais velho Ali ficou
responsável por cuidar do computador -
4:33 - 4:37e todos nós tínhamos de 10
a 15 minutos por dia para usá-lo. -
4:37 - 4:40Sendo a mais velha de oito crianças
-
4:40 - 4:42eu podia usar por último,
-
4:42 - 4:45e isso depois de ter lavado os pratos,
-
4:45 - 4:48limpado a casa, feito jantar
com a minha mãe -
4:48 - 4:51e colocado cobertores no chão
para todo mundo dormir, -
4:51 - 4:53e depois disso eu corria
para o computador, -
4:53 - 4:54me conectava à internet,
-
4:54 - 5:00e tinha de 10 a 15 minutos
de pura alegria. -
5:00 - 5:05Foi então que descobri
um website chamado "Joogle". -
5:05 - 5:08[Google] (Risos)
-
5:08 - 5:11No meu desejo frenético
de fazer algo sobre esse costume -
5:11 - 5:15fiz uso do Google
e descobri o Facebook, -
5:15 - 5:17uma página onde as pessoas
podem se conectar -
5:17 - 5:19a qualquer pessoa ao redor do mundo.
-
5:19 - 5:24E assim, do meu minúsculo quarto
com teto de cimento em Carachi, -
5:24 - 5:27me conectei com pessoas do Reino Unido,
EUA, Austrália e Canadá, -
5:27 - 5:32e criei uma campanha chamada WAKE UP,
"Acorda", contra os crimes de honra. -
5:32 - 5:35A campanha se tornou enorme
em poucos meses. -
5:35 - 5:38Tive muito apoio do mundo inteiro.
-
5:38 - 5:40A mídia se conectou com a campanha.
-
5:40 - 5:43Muita gente querendo ajudar
e tentando conscientizar os demais. -
5:43 - 5:46A campanha ficou tão grande
que passou do mundo virtual -
5:46 - 5:50às ruas da minha cidade natal,
onde fizemos protestos e greves -
5:50 - 5:53tentando mudar a política interna
do Paquistão para apoiar as mulheres. -
5:53 - 5:57E enquanto eu pensava
que tudo estava perfeito, -
5:57 - 6:01meu time, que era basicamente meus
amigos e vizinhos na época, -
6:01 - 6:03pensou que tudo estava indo tão bem,
-
6:03 - 6:07que não fazíamos ideia de que a oposição
estava vindo para nos confrontar. -
6:08 - 6:10Minha comunidade ficou contra nós,
-
6:10 - 6:14dizendo que estávamos disseminando
um comportamento anti-islâmico. -
6:14 - 6:19Estávamos desafiando costumes
de centenas de anos nessas comunidades. -
6:19 - 6:22Eu lembro que meu pai recebeu
cartas anônimas que diziam: -
6:22 - 6:25"Sua filha está espalhando
a cultura ocidental -
6:25 - 6:26em sociedades honoráveis."
-
6:26 - 6:29Apedrejaram nosso carro uma vez.
-
6:29 - 6:34Um dia eu fui para o escritório e achei
nossa placa de metal amassada e quebrada -
6:34 - 6:38como se um monte de gente
tivesse batido nela com algo pesado. -
6:38 - 6:41A situação ficou tão ruim que eu tive
que me esconder de várias maneiras. -
6:41 - 6:44Eu só andava com as janelas
do carro fechadas, -
6:44 - 6:48usava o véu, não falava quando em público.
-
6:48 - 6:52Mas, no final, a situação ficou pior
quando minha vida foi ameaçada, -
6:52 - 6:57e eu tive que ir embora, de volta
para Carachi e paramos de atuar. -
6:58 - 7:01De volta a Carachi, com 18 anos,
-
7:01 - 7:06eu achava que isso tinha sido o maior
fracasso da minha vida. -
7:06 - 7:08Estava arrasada.
-
7:08 - 7:11Como adolescente, eu me culpava
por tudo que havia acontecido. -
7:11 - 7:14E, quando começamos
a refletir sobre aquilo, -
7:14 - 7:20percebemos que a culpa era mesmo
minha e do meu time. -
7:20 - 7:25Havia dois grandes motivos
para o fracasso da nossa campanha. -
7:25 - 7:27O primeiro motivo
-
7:27 - 7:30é que estávamos nos opondo
aos costumes e valores das pessoas. -
7:31 - 7:34Estávamos falando não para algo
que era muito importante para eles, -
7:34 - 7:37desafiando o código de honra deles,
-
7:37 - 7:39e os machucando profundamente
no processo. -
7:39 - 7:42O segundo motivo, que foi muito
importante para eu aprender, -
7:42 - 7:44e incrível e surpreendente
para eu aprender, -
7:44 - 7:47foi que não estávamos incluindo
os verdadeiros heróis -
7:47 - 7:49que deveriam estar lutando por si mesmos.
-
7:49 - 7:53As mulheres das aldeias não tinham ideia
de que lutávamos por elas nas ruas. -
7:53 - 7:55Todas as vezes que eu voltava
-
7:55 - 7:58via minhas primas e amigas
com lenços cobrindo seus rostos, -
7:58 - 8:00e perguntava: "O que houve?"
-
8:00 - 8:02E elas diziam: "Nossos maridos
bateram na gente." -
8:02 - 8:05Mas estamos trabalhando
nas ruas para vocês, -
8:05 - 8:06estamos mudando a política.
-
8:06 - 8:09Como isso não está afetando
suas vidas? -
8:09 - 8:14Então descobrimos algo
que foi incrível para nós. -
8:14 - 8:17A política interna de um país
-
8:17 - 8:21não necessariamente afeta
as comunidades tribais e rurais. -
8:21 - 8:26Foi devastador. Ah, então realmente
não podemos fazer nada sobre isso? -
8:26 - 8:29E descobrimos que há um espaço enorme
-
8:29 - 8:33entre a política interna oficial
e o que realmente acontece. -
8:33 - 8:36Então dessa vez decidimos
fazer diferente. -
8:36 - 8:38Usaríamos estratégia,
-
8:38 - 8:41e voltaríamos às comunidades
para pedir desculpas. -
8:41 - 8:42Sim, pedir desculpas.
-
8:42 - 8:44Voltamos para as comunidades
-
8:44 - 8:47e dissemos que estávamos muito
envergonhados do que fizemos. -
8:47 - 8:52Estamos aqui para nos desculpar
e para compensá-los. -
8:52 - 8:53Como fazemos isso?
-
8:53 - 8:56Promoveremos três das suas
principais culturas. -
8:56 - 9:00Sabemos que elas são a música,
a linguagem e o bordado. -
9:00 - 9:01Ninguém acreditou na gente.
-
9:01 - 9:04Ninguém queria trabalhar com a gente.
-
9:04 - 9:08Tivemos muitos debates e conversas
na tentativa de convencê-los, -
9:08 - 9:11até eles concordarem com a ideia
de a gente promover a língua deles, -
9:11 - 9:16fazendo livretos de suas histórias,
fábulas e antigos contos da tribo, -
9:16 - 9:19e promoveríamos sua música
-
9:19 - 9:24fazendo um CD com as músicas da tribo
e sons de tambores. -
9:24 - 9:26E a terceira, que era a minha favorita,
-
9:26 - 9:30é que promoveríamos seus bordados
criando um centro na aldeia -
9:30 - 9:33onde as mulheres poderiam ir todos
os dias para bordar. -
9:34 - 9:36E assim começou.
-
9:36 - 9:40Trabalhamos com uma aldeia
e inauguramos o primeiro centro. -
9:41 - 9:42Foi um dia lindo.
-
9:42 - 9:43Inauguramos o centro.
-
9:43 - 9:45Mulheres vinham para bordar,
-
9:45 - 9:49e mudar suas vidas
através de um processo de educação, -
9:49 - 9:50conhecendo seus direitos,
-
9:50 - 9:52o que o Islã diz sobre seus direitos
-
9:52 - 9:55e como desenvolver
empresas e fazer dinheiro, -
9:55 - 9:59e como podem fazer dinheiro com dinheiro,
como podem lutar contra os costumes -
9:59 - 10:02que têm destruído suas vidas
por tantos séculos, -
10:03 - 10:05porque no Islã, na realidade,
-
10:05 - 10:08as mulheres devem estar ombro
a ombro com os homens. -
10:08 - 10:12Mulheres têm tanto status
que nós não temos ouvido, -
10:12 - 10:14que elas não têm ouvido,
-
10:14 - 10:17e precisávamos dizer para elas
que elas precisam saber -
10:17 - 10:20quais são os seus direitos,
e como tomar posse deles, -
10:20 - 10:22porque elas podem, e nós não.
-
10:22 - 10:25Então esse foi o modelo
que surgiu. Incrível. -
10:25 - 10:28Através do bordado
promovíamos suas tradições. -
10:28 - 10:30Fomos para a aldeia
mobilizar a comunidade, -
10:30 - 10:33criar um centro nela
onde 30 mulheres viriam, -
10:33 - 10:37por 6 meses, aprender sobre os valores
do bordado tradicional, -
10:37 - 10:41desenvolvimento empresarial, habilidades
para a vida e educação básica, -
10:41 - 10:44e sobre os direitos delas
e como dizer não aos costumes. -
10:44 - 10:48E como se tornarem líderes
delas mesmas e da sociedade. -
10:48 - 10:53Após seis meses dávamos a essas mulheres
acesso a empréstimos e ao mercado -
10:53 - 10:57onde elas poderiam se tornar empresárias
locais das suas comunidades. -
10:57 - 11:00Chamamos o projeto de Sughar.
-
11:00 - 11:04Sughar é uma palavra local usada
em muitas línguas no Paquistão. -
11:04 - 11:07Significa "mulheres
confiantes e habilidosas". -
11:07 - 11:12Eu realmente acredito, que para criar
mulheres líderes só há uma coisa a fazer: -
11:12 - 11:17deixá-las saberem que elas têm tudo
de que precisam para ser líderes. -
11:17 - 11:18As mulheres que veem aqui
-
11:18 - 11:23têm muito talento e potencial
para serem líderes. -
11:23 - 11:26O que tínhamos a fazer era
remover as barreiras que as rodeavam. -
11:26 - 11:28E foi isso que decidimos fazer.
-
11:28 - 11:31Mas enquanto pensávamos que tudo ia bem,
-
11:31 - 11:34que uma vez mais tudo estava fantástico,
-
11:34 - 11:36achamos nosso próximo empecilho:
-
11:36 - 11:39muitos homens começaram a notar
mudanças visíveis em suas mulheres. -
11:39 - 11:41"Ela está falando mais,
tomando decisões, -
11:41 - 11:44oh meu Deus, ela está
cuidando de tudo em casa." -
11:44 - 11:49Eles impediram que viessem ao centro,
-
11:49 - 11:53e dessa vez pensamos:
"Certo, hora da estratégia número dois". -
11:53 - 11:55Fomos à indústria de moda do Paquistão
-
11:55 - 11:58e fizemos uma pesquisa
sobre o que acontece lá. -
11:58 - 12:03A indústria da moda no Paquistão
é muito forte e cresce cada dia mais, -
12:03 - 12:07mas há menos contribuições
das áreas tribais -
12:07 - 12:10e para as áreas tribais,
especialmente as mulheres. -
12:10 - 12:15Então decidimos lançar
a primeira marca de moda tribal, -
12:15 - 12:17que agora é chamada Nomads.
-
12:18 - 12:20Então as mulheres começaram a ganhar mais,
-
12:20 - 12:23começaram a contribuir mais
financeiramente em suas casas, -
12:23 - 12:26e os homens tiveram que pensar
duas vezes antes de dizer não a elas -
12:26 - 12:28quando elas vinham aos centros.
-
12:31 - 12:34(Aplausos)
-
12:34 - 12:36Obrigada, obrigada.
-
12:36 - 12:41Em 2013, lançamos a primeira
Sughar Hub, em vez de um centro. -
12:41 - 12:44Fizemos uma parceria com TripAdvisor
-
12:44 - 12:48e construímos uma sala de cimento
no meio da aldeia -
12:48 - 12:51e convidamos muitas organizações
para trabalhar lá. -
12:51 - 12:54Criamos uma plataforma
para as organizações sem fins lucrativos -
12:54 - 12:56para que possam
abordar outras questões -
12:56 - 12:58que Sughar não está abordando,
-
12:58 - 13:02que seria um lugar fácil
para dar treinamentos, -
13:02 - 13:05usar como uma escola agrícola,
ou mesmo como um mercado, -
13:05 - 13:07e qualquer coisa que elas queiram fazer,
-
13:07 - 13:09e elas têm feito tudo muito bem.
-
13:09 - 13:13E, até agora, pudemos ajudar 900 mulheres
-
13:13 - 13:16em 24 aldeias do Paquistão.
-
13:16 - 13:21(Aplausos)
-
13:21 - 13:25Mas isso não é o que eu realmente quero.
-
13:27 - 13:31Meu sonho é alcançar um milhão
de mulheres nos próximos 10 anos. -
13:31 - 13:33Para ter certeza de que isso aconteça
-
13:33 - 13:36esse ano lançamos a Fundação Sughar
nos Estados Unidos. -
13:36 - 13:41Não é apenas para financiar a Sughar, mas
muitas outras organizações no Paquistão -
13:41 - 13:43para replicar a ideia,
-
13:43 - 13:46e achar maneiras ainda mais inovativas
-
13:46 - 13:50de libertar o potencial
das mulheres rurais do Paquistão. -
13:50 - 13:52Muito obrigada.
-
13:52 - 13:55(Aplausos)
-
13:55 - 13:57Obrigada. Obrigada. Obrigada.
-
13:59 - 14:02Chris Andreson: Khalida, você
é uma força da natureza. -
14:02 - 14:07Em muitas maneiras
essa história é inacreditável. -
14:07 - 14:11É incrível alguém tão jovem
conseguir fazer tantas coisas, -
14:11 - 14:14através de tanta força e criatividade.
-
14:14 - 14:15Então uma pergunta:
-
14:15 - 14:20é um sonho espetacular poder atingir
e capacitar um milhão de mulheres. -
14:20 - 14:24Quanto desse sucesso atual
depende de você, -
14:24 - 14:28da força magnética
da sua personalidade? -
14:28 - 14:31Como isto é medido?
-
14:31 - 14:35Khalida Brohil: Eu acho
que meu trabalho é inspirar, -
14:35 - 14:37sonhar em conjunto.
-
14:37 - 14:40Eu não posso ensinar como fazer isso
porque há diversas maneiras. -
14:40 - 14:43Temos experimentado
com apenas três maneiras. -
14:43 - 14:46Existem centenas de maneiras
de libertar o potencial das mulheres. -
14:46 - 14:49Eu só dou a inspiração,
e esse é o meu trabalho. -
14:49 - 14:52Continuarei fazendo isso.
Sughar crescerá mais. -
14:52 - 14:55Queremos trabalhar
com outras duas aldeias, -
14:55 - 14:58e eu acredito que em breve
cresceremos fora do Paquistão -
14:58 - 15:00no sul da Ásia e além.
-
15:00 - 15:04CA: Eu adorei quando você
falou do seu time, -
15:04 - 15:06afinal você tinha 18 anos na época.
-
15:06 - 15:08Como esse time era composto?
-
15:08 - 15:10Todos amigos da escola, certo?
-
15:10 - 15:14KB: As pessoas aqui acreditam
que na minha idade -
15:14 - 15:18eu deveria ser avó na minha aldeia?
-
15:18 - 15:23Minha mãe casou aos nove anos,
e eu sou a mulher solteira mais velha -
15:23 - 15:27e não fazendo nada da vida
na minha aldeia. -
15:27 - 15:30CA: Espera, espera, não fazendo nada?
-
15:30 - 15:33KB: Não.
-
15:33 - 15:36KB: As pessoas sentem pena de mim.
-
15:36 - 15:39CA: Mas quanto tempo você passa
em Balochistan agora? -
15:39 - 15:41KB: Eu moro lá.
-
15:41 - 15:44Ainda moramos entre Carachi e Balochistan.
-
15:44 - 15:47Meus irmãos todos vão à escola.
-
15:47 - 15:49Eu ainda sou a mais velha de oito irmãos.
-
15:49 - 15:54CA: Mas o que você está fazendo
com certeza ameaça algumas pessoas lá. -
15:54 - 15:58Como você se mantém segura?
Você se sente segura? -
15:58 - 16:00Há problemas com isso lá?
-
16:00 - 16:04KB: Já me perguntei isso muitas vezes,
-
16:04 - 16:10e eu sinto que a palavra "medo"
bate em mim e cai, -
16:10 - 16:14mas tem um medo que eu tenho,
diferente disso. -
16:14 - 16:18Meu medo é que se eu for assassinada,
o que aconteceria com as pessoas -
16:18 - 16:20que tanto me amam?
-
16:20 - 16:24Minha mãe espera até tarde da noite
eu chegar em casa. -
16:24 - 16:27Minhas irmãs querem aprender muito comigo,
-
16:27 - 16:30e há muitas meninas na comunidade
que querem falar comigo -
16:30 - 16:32e me perguntar coisas diferentes,
-
16:32 - 16:35e eu recentemente fiquei noiva. (Risos)
-
16:35 - 16:37(Aplausos)
-
16:37 - 16:41CA: Ele está aqui? Você precisa levantar.
-
16:41 - 16:44(Aplausos)
-
16:48 - 16:52KB: Escapando de casamentos arranjados,
eu escolhi meu próprio marido -
16:52 - 16:56do outro lado do mundo, em LA,
um mundo muito diferente. -
16:56 - 16:59Eu tive que brigar por um ano inteiro.
Essa é outra história. -
16:59 - 17:04Mas eu acho que isso é a única coisa
que me dá medo, -
17:04 - 17:10não quero que minha mãe não veja
ninguém quando me espera à noite. -
17:10 - 17:12CA: Então, as pessoas que querem ajudá-la,
-
17:12 - 17:15podem comprar essas roupas
-
17:15 - 17:18que você trouxe,
-
17:18 - 17:21feitas por costureiras em Balochistan?
-
17:21 - 17:22KB: Sim.
-
17:22 - 17:25CA: Ou elas podem se envolver
com a fundação. -
17:25 - 17:27KB: Com certeza, quanto mais gente melhor,
-
17:27 - 17:31porque agora que a fundação
está no início do processo, -
17:31 - 17:34eu estou tentando aprender bastante
sobre como operar, -
17:34 - 17:38arrecadar fundos ou contatar
mais organizações, -
17:38 - 17:41e especialmente no "e-commerce",
que é muito novo para mim. -
17:41 - 17:44Eu não sou uma pessoa
da moda, podem crer. -
17:44 - 17:47CA: Bom, foi incrível ter você aqui.
-
17:47 - 17:52Por favor continue sendo corajosa,
inteligente, e por favor, tome cuidado. -
17:52 - 17:56KB: Muito Obrigada.
CA: Obrigado você, Khalida. (Aplausos)
- Title:
- Como eu trabalho para proteger mulheres dos crimes de honra.
- Speaker:
- Khalida Brohi
- Description:
-
Cerca de mil crimes de honra são registrados no Paquistão todo ano, assassinatos cometidos por membros da própria família por comportamentos considerados "vergonhosos", como relações fora do casamento. Quando Khalida Brohi perdeu uma grande amiga para essa prática, ela resolveu criar uma campanha contra os crimes de honra. No entanto ela encontrou resistência de uma fonte improvável: a mesma comunidade que ela queria proteger. Nesse conversa poderosa e honesta, Brohi compartilha como ela pôde analisar minuciosamente seu próprio processo, e oferece ideias importantes para outros ativistas.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:13
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Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for How I work to protect women from honor killings | |
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Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for How I work to protect women from honor killings | |
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Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for How I work to protect women from honor killings | |
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Leonardo Silva approved Portuguese, Brazilian subtitles for How I work to protect women from honor killings | |
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Maria Antonia Pacheco Fernandes accepted Portuguese, Brazilian subtitles for How I work to protect women from honor killings | |
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Maria Antonia Pacheco Fernandes edited Portuguese, Brazilian subtitles for How I work to protect women from honor killings | |
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Maria Antonia Pacheco Fernandes edited Portuguese, Brazilian subtitles for How I work to protect women from honor killings | |
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Nadja Nathan declined Portuguese, Brazilian subtitles for How I work to protect women from honor killings |