Como as estatísticas podem ser enganadoras — Mark Liddell
-
0:07 - 0:09As estatísticas são convincentes.
-
0:09 - 0:13A tal ponto que pessoas, organizações
e muitos países -
0:13 - 0:18baseiam algumas das suas decisões
mais importantes em dados organizados. -
0:18 - 0:19Mas há um problema com isso.
-
0:19 - 0:24Qualquer conjunto de estatísticas
pode ter qualquer coisa escondida -
0:24 - 0:27qualquer coisa que pode
virar do avesso os resultados. -
0:27 - 0:31Por exemplo, imaginem que precisam
de escolher entre dois hospitais -
0:31 - 0:34para a cirurgia de um familiar idoso.
-
0:34 - 0:37Entre os últimos 1000 doentes
de cada hospital, -
0:37 - 0:40no Hospital A sobreviveram 900
-
0:40 - 0:43enquanto no Hospital B
só sobreviveram 800. -
0:43 - 0:46Parece portanto que o Hospital A
é a melhor escolha. -
0:46 - 0:48Mas, antes de tomarem uma decisão,
-
0:48 - 0:52lembrem-se que nem todos os doentes
chegam ao hospital -
0:52 - 0:54com o mesmo nível de saúde.
-
0:54 - 0:58Se dividirmos os últimos 1000 doentes
de cada hospital -
0:58 - 1:01entre os que chegaram de boa saúde
e os que chegaram em mau estado, -
1:01 - 1:05o quadro começa a ser muito diferente.
-
1:04 - 1:08O Hospital A só teve 100 doentes
que chegaram em mau estado, -
1:08 - 1:10dos quais sobreviveram 30.
-
1:11 - 1:15Mas o Hospital B teve 400,
e conseguiram salvar 210. -
1:15 - 1:17Portanto, o Hospital B é a melhor escolha
-
1:17 - 1:21para doentes que chegam ao hospital
em mau estado, -
1:21 - 1:25com uma taxa de sobrevivência de 52,5%.
-
1:25 - 1:28E se a saúde do vosso familiar
estiver boa quando ele chegar ao hospital? -
1:29 - 1:33É estranho, mas o Hospital B continua
a ser a melhor escolha, -
1:33 - 1:35com uma taxa de sobrevivência
de mais de 98%. -
1:36 - 1:39Como é que o Hospital A tem
uma melhor taxa de sobrevivência global -
1:39 - 1:43se o Hospital B tem melhores
taxas de sobrevivência para os pacientes -
1:43 - 1:44em cada um dos dois grupos?
-
1:45 - 1:49Deparamo-nos com um caso
do paradoxo de Simpson, -
1:49 - 1:53em que o mesmo conjunto de dados
pode parecer mostrar tendências opostas -
1:53 - 1:55consoante a forma
como agruparmos os dados. -
1:55 - 1:56Isto ocorre com frequência,
-
1:56 - 2:00quando os dados agregados
escondem uma variável condicional, -
2:00 - 2:02por vezes conhecida por variável oculta,
-
2:02 - 2:04que é um fator oculto adicional
-
2:04 - 2:07que influencia significativamente
os resultados. -
2:07 - 2:10Aqui, o fator oculto
é a proporção relativa dos doentes -
2:10 - 2:13que chegam de boa saúde
ou em mau estado. -
2:13 - 2:17O paradoxo de Simpson
não é apenas um cenário hipotético. -
2:17 - 2:19Aparece de vez em quando no mundo real,
-
2:19 - 2:22por vezes em contextos importantes.
-
2:22 - 2:24Um estudo no Reino Unido parecia mostrar
-
2:24 - 2:27que os fumadores tinham
uma taxa de sobrevivência -
2:27 - 2:28mais alta que os não fumadores
-
2:28 - 2:30num período de 20 anos.
-
2:30 - 2:34Mas, quando se dividiram
os participantes em grupos etários, -
2:34 - 2:38verificou-se que os não fumadores
eram muito mais velhos do que a média -
2:38 - 2:42e, portanto, com maior probabilidade
de morrer durante o período da experiência, -
2:42 - 2:45precisamente porque,
em geral, viviam mais tempo. -
2:45 - 2:48Aqui, os grupos etários
são a variável oculta, -
2:48 - 2:50e são vitais para interpretar
os dados corretamente. -
2:50 - 2:52Noutro exemplo,
-
2:52 - 2:55uma análise dos processos
de pena de morte na Flórida, -
2:55 - 2:59parecia revelar que não havia
disparidade racial nas condenações -
2:59 - 3:02entre réus negros e brancos,
condenados por homicídio. -
3:02 - 3:07Mas a divisão dos processos pelas etnias
das vítimas contou uma história diferente, -
3:07 - 3:08Em qualquer das situações,
-
3:08 - 3:12os réus negros tinham mais hipóteses
de serem condenados à morte. -
3:12 - 3:15A taxa de condenação global levemente
mais alta para os réus brancos -
3:15 - 3:19devia-se ao facto de que os casos
com vítimas brancas -
3:19 - 3:22tinham mais hipóteses
de levar à pena de morte -
3:22 - 3:24do que os casos em que a vítima era negra,
-
3:24 - 3:28e a maior parte dos crimes ocorria
entre pessoas da mesma etnia. -
3:28 - 3:32Então, como evitamos cair no paradoxo?
-
3:32 - 3:36Infelizmente, não há uma resposta
que sirva para todos os casos. -
3:36 - 3:39Os dados podem ser agrupados
e divididos de infinitas maneiras -
3:39 - 3:43e os números globais, por vezes,
dão uma imagem mais rigorosa -
3:43 - 3:47do que os dados divididos em categorias
enganadoras ou arbitrárias. -
3:47 - 3:52Só podemos estudar cuidadosamente
as situações que as estatísticas descrevem -
3:52 - 3:56e considerar se pode haver
variáveis ocultas. -
3:56 - 4:00De outro modo, ficamos vulneráveis
aos que vão usar os dados -
4:00 - 4:03para manipular os outros
e promover os seus programas.
- Title:
- Como as estatísticas podem ser enganadoras — Mark Liddell
- Speaker:
- Mark Liddell
- Description:
-
Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-statistics-can-be-misleading-mark-liddell
As estatísticas são convincentes. A tal ponto que que pessoas, organizações
e muitos países baseiam algumas das suas decisões mais importantes em dados organizados. Mas qualquer conjunto de estatísticas pode ter qualquer coisa escondida que pode virar do avesso os resultados. Mark Liddell investiga o paradoxo de Simpson.Lição de Mark Liddell, animação de Tinmouse Animation Studio.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:19
![]() |
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How statistics can be misleading | |
![]() |
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for How statistics can be misleading | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How statistics can be misleading | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How statistics can be misleading | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How statistics can be misleading | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How statistics can be misleading | |
![]() |
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How statistics can be misleading |