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Arthur Jafa: Sequencing the Notes | Art21 "Extended Play"

  • 0:01 - 0:03
    (música animada)
  • 0:08 - 0:10
    (instrumental de baixo)
  • 0:11 - 0:13
    Eu sempre resisti à ideia
  • 0:13 - 0:16
    que de alguma forma minha prática é
    arquivística.
  • 0:16 - 0:19
    O importante é usar os materiais
    disponíveis para mim,
  • 0:20 - 0:23
    e que esse material é incrivelmente rico.
  • 0:23 - 0:24
    (música animada)
  • 0:24 - 0:29
    Não é arquivístico para mim,
    assim como o fato de que,
  • 0:29 - 0:31
    sabe quando um compositor senta
    para fazer uma peça nova,
  • 0:32 - 0:34
    as notas estão lá.
  • 0:34 - 0:36
    (música animada)
  • 0:41 - 0:44
    Beethoven, Bach, Cecil
    Taylor, Duke Ellington,
  • 0:44 - 0:47
    Eles não criaram notas novas,
  • 0:48 - 0:49
    entende?
  • 0:49 - 0:51
    Só sequenciaram as notas.
  • 0:51 - 0:54
    (música animada continua)
  • 1:00 - 1:02
    Eles apenas amplificam a mesma frequência?
  • 1:02 - 1:05
    Ela apenas fica mais alta?
    (música animada)
  • 1:05 - 1:08
    Sabe, ela é um contraponto daquela
    frequência?
  • 1:10 - 1:11
    No fim,
  • 1:11 - 1:14
    o que importa é: como você cria algo belo?
  • 1:14 - 1:17
    (música animada)
  • 1:17 - 1:18
    E uma coisa bela para mim é uma coisa
  • 1:18 - 1:19
    que você quer olhar.
  • 1:21 - 1:23
    Daí, em combinação com isso,
  • 1:23 - 1:25
    talvez você faça outras
    coisas como dizer,
  • 1:25 - 1:27
    "Ei, pessoas negras são humanos também."
  • 1:27 - 1:30
    (música animada continua)
  • 1:36 - 1:41
    (pássaros cantam)
    (barulho da rua)
  • 1:43 - 1:45
    Muito do que eu faço é só
  • 1:45 - 1:48
    um tipo de associação livre estruturada.
  • 1:50 - 1:51
    "Mickey Mouse was a Scorpio",
  • 1:51 - 1:53
    É o Mickey Mouse e o Damballah
  • 1:54 - 1:56
    e mesmo que eles não pudessem ser mais diferentes
  • 1:56 - 1:59
    num nível material, um é uma animação,
  • 1:59 - 2:02
    o outro, uma fotografia de um curandeiro.
  • 2:02 - 2:04
    Mas quando você olha para os dois,
  • 2:04 - 2:06
    fica claro que você está olhando para
  • 2:06 - 2:09
    a mesma entidade em duas
    iterações diferentes.
  • 2:11 - 2:14
    Isso é uma coisa fundamental em que
    estou interessado.
  • 2:14 - 2:16
    Tipo, isso é Big Bang muito específico
  • 2:16 - 2:19
    e local que acontece quando você
    coloca um,
  • 2:19 - 2:22
    eu diria que, um ser negro próximo a
    outro ser negro.
  • 2:22 - 2:23
    Tipo, o que é gerado por isso?
  • 2:25 - 2:30
    (música intensa)
    (vozes ao fundo)
  • 2:30 - 2:33
    Até os filmes e vídeos são apenas
    extensões disso.
  • 2:34 - 2:36
    É tipo, o que acontece quando você faz
    isso?
  • 2:37 - 2:38
    — Eu sei que todas as pessoas neste
    planeta
  • 2:38 - 2:40
    — [Arthur] E você faz isso de novo.
  • 2:40 - 2:42
    — Veio de um útero e
    porque eu tenho um desses.
  • 2:42 - 2:44
    — [Arthur] Sabe, você tem um Big Bang,
  • 2:44 - 2:45
    e coloca ele próxima a outro Big Bang
  • 2:45 - 2:46
    e depois mais outro Big Bang,
  • 2:46 - 2:48
    depois outro Big Bang.
  • 2:49 - 2:52
    — Vadia, eu sou mãe, sem drama.
  • 2:52 - 2:55
    O fato de vocês pensarem que ser uma mulher
  • 2:55 - 2:58
    é sobre cosméticos me diz que
  • 2:58 - 3:01
    vocês não sabem a porra com quem estão falando.
  • 3:01 - 3:04
    (música tranquila)
  • 3:05 - 3:07
    — e a unidade de imagem é apenas
    outra maneira
  • 3:07 - 3:11
    de sequenciar imagens.
    (música tranquila)
  • 3:11 - 3:13
    Sabe, eu chamo isso de labirinto,
  • 3:13 - 3:17
    mas é menos um labirinto e mais um
    tipo de tour guiada.
  • 3:19 - 3:22
    Sabe, com uma certa possibilidade de
  • 3:22 - 3:25
    compreensão sobre relacionamentos
  • 3:25 - 3:28
    que não estariam necessariamente
    disponíveis para você.
  • 3:28 - 3:31
    (música intensa)
  • 3:32 - 3:33
    Conforme você se move por ele,
  • 3:33 - 3:35
    sabe, se você dá um passo a frente,
  • 3:35 - 3:37
    você verá outra coisa.
  • 3:37 - 3:39
    e as pessoas apenas falam, tipo, eles
    viram uma imagem horrível,
  • 3:39 - 3:41
    e eles só, tipo, abaixam a cabeça
  • 3:41 - 3:43
    e seguem em frente,
  • 3:43 - 3:45
    mas apenas para serem confrontadas
    por outra imagem horrível,
  • 3:45 - 3:47
    sabe o que eu quero dizer?
  • 3:47 - 3:48
    E o importante nisso é, tipo,
  • 3:48 - 3:52
    elas são, entre áspas, imagens horríveis,
    com certeza.
  • 3:52 - 3:54
    Você essa cena horrível,
  • 3:54 - 3:55
    então você vê uma imagem de uma mulher negra
  • 3:55 - 3:57
    com uma pedaço de madeira na mão.
  • 3:57 - 3:58
    Tipo, qual é a relação?
  • 3:58 - 4:00
    (música intensa)
  • 4:00 - 4:02
    Qual é a natureza de,
  • 4:02 - 4:05
    sabe, absorver ou ser sujeitado à
    violência?
  • 4:05 - 4:08
    (música intensa)
  • 4:15 - 4:17
    Sempre que eu abro esta merda,
  • 4:17 - 4:19
    é, tipo, isso é uma coisa.
  • 4:20 - 4:23
    Então agora eu estou tentando
    descobrir o que fazer com isso.
  • 4:27 - 4:28
    Acho que está aqui.
  • 4:28 - 4:30
    Pode não estar aqui, mas deixe-me ver.
  • 4:30 - 4:31
    Acho que eu coloquei aqui.
  • 4:34 - 4:35
    Esse é "Apex".
  • 4:36 - 4:39
    Agora eu basicamente tenho uma pasta
    com coisas nela,
  • 4:39 - 4:42
    e a partir de um momento comecei a
    colocá-la em ordem.
  • 4:42 - 4:47
    e eu faria isso enquanto estivesse
    falando dela.
  • 4:48 - 4:49
    E a partir de um momento, tipo,
  • 4:49 - 4:51
    oh, vamos colocá-la na timeline
  • 4:51 - 4:52
    para você não precisar clicar,
  • 4:52 - 4:53
    entende?
  • 4:53 - 4:56
    (música eletrônica)
  • 4:59 - 5:02
    "Apex" é sobre uma banda de rock no futuro
  • 5:02 - 5:04
    A história acontece durante a trajetória
    do mundo
  • 5:04 - 5:06
    como o conhecemos chegando ao fim.
  • 5:06 - 5:10
    (música eletrónica)
  • 5:10 - 5:12
    O reconhecido espaço das belas artes,
  • 5:12 - 5:15
    é mais interessante por que é tão
    flexível,
  • 5:15 - 5:17
    tipo, em termos do que ele é, sabe?
  • 5:20 - 5:22
    Não consigo imaginar outro espaço
  • 5:22 - 5:25
    que seja melhor, em termos de brincar
    com esses tipos de ideias.
  • 5:25 - 5:27
    (música suave)
  • 5:31 - 5:33
    Eu estudei arquitetura na Universidade
    de Howard.
  • 5:35 - 5:37
    Compreendi, em basicamente dois anos
  • 5:37 - 5:39
    que eu era relutante sobre isso
  • 5:39 - 5:43
    porque era difícil para mim imaginar
  • 5:43 - 5:45
    como iria parecer, tipo, no dia a dia.
  • 5:46 - 5:50
    Mas meus interesses se consolidaram
  • 5:50 - 5:52
    rapidamente na ideia
  • 5:52 - 5:54
    que eu acho que entendi primeiro
  • 5:54 - 5:57
    estando relacionado à arquitetura.
  • 5:57 - 5:59
    Sabe, e seria algo como,
  • 5:59 - 6:02
    se "Kind of Blue" fosse uma casa,
    como seria?
  • 6:02 - 6:03
    ou se "Electro Ladyland" fosse uma casa,
  • 6:03 - 6:05
    como seria?
  • 6:06 - 6:10
    Usando a música negra como
    um exemplo preeminente,
  • 6:10 - 6:12
    da estética negra em movimento.
  • 6:13 - 6:16
    O que eu passei a entender é que
  • 6:16 - 6:19
    esse estímulo para demonstrar a respiração
  • 6:19 - 6:24
    e a complexidade de transpor
  • 6:24 - 6:26
    estéticas negras em tudo que você fizer
  • 6:26 - 6:28
    é meio o que eu estava interessado.
  • 6:30 - 6:35
    Se você olhar para onde a cultura
    afro-estadunidense é forte,
  • 6:35 - 6:39
    é em espaços de expressividade imaterial.
  • 6:39 - 6:41
    Sabe, música, dança, coisas assim,
  • 6:41 - 6:44
    coisas que você pode fazer com o corpo.
  • 6:44 - 6:45
    ♪ This is a God dream ♪
  • 6:45 - 6:50
    ♪ This is a God dream ♪
  • 6:51 - 6:53
    ♪ We on an ultra light beam ♪
  • 6:53 - 6:55
    ♪ We on an ultra light beam ♪
  • 6:55 - 6:57
    — Pessoas negras usaram
    matéria-primas
  • 6:57 - 6:59
    para que a noção completa de fazer coisas,
  • 6:59 - 7:03
    que significa ser capaz de utilizar
    material
  • 7:03 - 7:04
    não fosse tão direta.
  • 7:08 - 7:11
    Pessoas negras refazem as coisas
    ao usá-las de forma diferente
  • 7:11 - 7:13
    de como que elas foram planejadas.
  • 7:16 - 7:18
    A ideia da apropriação
  • 7:18 - 7:22
    me permitiu produzir de uma maneira
    que fizesse sentido
  • 7:22 - 7:24
    para mim como pessoa negra, devia à minha,
  • 7:24 - 7:25
    como eu disse,
  • 7:25 - 7:26
    relação com o material.
  • 7:27 - 7:29
    Colocar isso perto daquilo
  • 7:29 - 7:32
    é como dizer que eu não preciso de
    um material.
  • 7:32 - 7:33
    Eu não preciso fazer um material.
  • 7:33 - 7:36
    Eu não preciso fazer nada para fazer algo.
  • 7:38 - 7:39
    — Isso, não, conta comigo, mano.
    — Estou prestes a me separar.
  • 7:39 - 7:42
    — Não, não, não, eu só queria vir
    receber um pouco de amor.
  • 7:42 - 7:43
    Isso está ótimo.
  • 7:43 - 7:45
    — Sim, é um, de novo,
  • 7:45 - 7:49
    é um artefato para o meu
    universo alternativo
  • 7:49 - 7:51
    porque ela nunca teve uma gravação, sabe.
  • 7:51 - 7:54
    É apenas a imagem de um vídeo, mano.
  • 7:58 - 7:59
    — [policial] Vire de costas.
  • 7:59 - 8:04
    Ande de costas, mantenha as mãos pro alto.
  • 8:04 - 8:05
    Continue.
  • 8:05 - 8:06
    — [policial 2] Volta, volta.
  • 8:06 - 8:07
    Continue andando de costas.
  • 8:07 - 8:09
    Continue andando de costas.
  • 8:09 - 8:09
    — Como eu gosto de dizer,
  • 8:09 - 8:11
    nós somos os canários do poço de mineração
  • 8:11 - 8:14
    da civilização ocidental.
  • 8:14 - 8:15
    Ninguém quer estar onde a gente está.
  • 8:15 - 8:17
    Ninguém quer ser negro.
  • 8:19 - 8:20
    Mas ao mesmo tempo,
  • 8:20 - 8:23
    quando eles veem pessoas negras,
    quase paradoxalmente,
  • 8:23 - 8:26
    a gente meio que existe como
    um emblema da possibilidade
  • 8:26 - 8:30
    de transcender restrições profundas.
  • 8:31 - 8:32
    Você entende?
  • 8:32 - 8:34
    Como se todos tivessem os pés
    em nossos pesçosos,
  • 8:34 - 8:36
    mas permanecemos constantemente em pé.
  • 8:36 - 8:39
    (música eletrônica)
  • 8:39 - 8:40
    Então, dado que passamos por isso
  • 8:40 - 8:44
    e é gerada essa ideia que chamamos
    de negritude,
  • 8:44 - 8:47
    Música negra, dança negra,
    força de vida negra,
  • 8:47 - 8:49
    todos esses tipos de coisas,
  • 8:49 - 8:52
    como exploramos isso?
    (música eletrônica)
  • 8:56 - 9:01
    É menos que o campo do jogo seja
    desigual para as pessoas negras,
  • 9:01 - 9:03
    e mais que o campo do jogo
  • 9:03 - 9:06
    é mais complexo para as pessoas negras.
  • 9:06 - 9:07
    Você entende?
  • 9:07 - 9:10
    Essa é uma oportunidade de
    confrontar uma paisagem
  • 9:10 - 9:13
    que é mais interessante que uma
    paisagem plana.
  • 9:13 - 9:16
    (música de andamento médio)
  • 9:27 - 9:29
    (instrumental de piano)
  • 9:38 - 9:41
    Não é sobre ser uma desvantagem.
  • 9:41 - 9:42
    Não é uma desvantagem.
  • 9:42 - 9:44
    É uma oportunidade de,
  • 9:46 - 9:49
    É muito engraçado, é como uma
    oportunidade de levitar.
  • 9:50 - 9:53
    (instrumental de piano lento)
  • 9:55 - 10:00
    ♪ Oh (indistinguivel) ♪
  • 10:01 - 10:03
    ♪ When you hit that fog ♪
  • 10:03 - 10:08
    ♪ And it'll start for y'all ♪
  • 10:09 - 10:14
    ♪ You say that I know we'll all do well ♪
  • 10:14 - 10:17
    (música lenta)
Title:
Arthur Jafa: Sequencing the Notes | Art21 "Extended Play"
Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Extended Play" series
Duration:
10:20

Portuguese, Brazilian subtitles

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