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O que é a entropia? — Jeff Phillips

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    Há um conceito fundamental
    para a química e a física.
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    Ajuda a explicar porque é
    que os processos físicos
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    vão num sentido e não noutro:
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    porque é que o gelo derrete,
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    porque é que as natas
    se dissolvem no café,
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    porque é que o ar se escapa
    de um pneu furado.
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    É a entropia, e é um conceito
    muito difícil de entrar na nossa cabeça.
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    A entropia é descrita com frequência
    como uma medida da desordem.
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    É uma imagem conveniente,
    mas, infelizmente, é enganadora.
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    Por exemplo, o que é mais desordenado,
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    uma chávena de gelo picado
    ou um copo de água à temperatura ambiente?
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    A maior parte das pessoas dirá
    que é o gelo,
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    mas, na verdade, é o gelo
    que tem menor entropia.
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    Outra maneira de pensar nela
    é com a ajuda das probabilidades.
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    Pode ser mais complicado de perceber,
    mas esperem até a assimilar
  • 0:57 - 1:01
    e ficarão com uma compreensão
    muito melhor da entropia.
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    Considerem dois pequenos sólidos
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    que são formados
    por seis ligações atómicas cada um.
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    Neste modelo, a energia em cada sólido
    está armazenada nas ligações.
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    Podemos pensar nelas
    como simples recipientes,
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    que podem conter unidades inseparáveis
    de energia, conhecidas por "quanta".
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    Quanto mais energia tem um sólido,
    mais quente está.
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    Acontece que a energia pode distribuir-se
    de inúmeras formas
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    nos dois sólidos
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    que continuam a ter a mesma quantidade
    total de energia em cada um.
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    Cada uma dessas opções
    chama-se um "microestado".
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    Para seis quanta de energia
    no sólido A e dois quanta no sólido B,
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    há 9702 microestados.
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    Claro, os oito quanta de energia
    podem ser arranjados de outro modo.
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    Por exemplo, toda a energia
    pode estar no sólido A
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    e nenhuma no sólido B,
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    ou metade em A e metade em B.
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    Se considerarmos que cada microestado
    é igualmente provável,
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    constatamos que algumas
    configurações de energia
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    têm mais probabilidades
    de ocorrer do que outras.
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    Isso é devido ao maior número
    de microestados.
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    A entropia é uma medida direta
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    da probabilidade de cada
    configuração da energia.
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    O que vemos é que
    a configuração da energia
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    em que a energia está mais espalhada
    entre os sólidos
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    é a que tem mais entropia.
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    Portanto, em sentido geral,
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    a entropia pode ser considerada
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    como a medida desta repartição de energia.
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    Uma entropia baixa significa
    que a energia está concentrada.
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    Uma entropia alta significa
    que ela está repartida.
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    Para perceber porque é que a entropia
    ajuda a explicar os processos espontâneos,
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    como o arrefecimento de objetos quentes,
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    precisamos de observar
    um sistema dinâmico
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    em que a energia está em movimento.
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    Na realidade, a energia
    não se mantém no mesmo lugar.
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    Move-se continuamente
    entre as ligações vizinhas.
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    À medida que a energia se desloca,
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    a configuração da energia pode mudar.
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    Por causa da distribuição
    dos microestados,
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    há 21% de hipóteses de que o sistema
    venha a estar numa configuração
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    em que a energia
    esteja repartida ao máximo.
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    Há 13% de hipóteses
    que ela volte ao ponto de partida
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    e 8% de hipótes de que A
    obtenha mais energia.
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    De novo, vemos que, como há mais formas
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    de obter uma energia repartida
    e uma entropia elevada
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    do que uma energia concentrada,
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    a enrgia tem tendência a repartir-se.
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    É por isso que, se pusermos
    um objeto quente ao pé de um frio,
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    o frio vai aquecer
    e o quente vai arrefecer.
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    Mas, mesmo neste exemplo,
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    há 8% de hipóteses de que
    o objeto quente fique mais quente.
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    Porque é que isto
    nunca acontece na vida real?
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    Tem tudo a ver com a dimensão do sistema.
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    Os nossos sólidos hipotéticos
    só tinham seis ligações cada.
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    Vamos aumentar os sólidos, em escala,
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    para 6000 ligações
    e 8000 unidades de energia
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    e recomeçar o sistema
    com três quartos da energia em A
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    e um quarto em B.
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    Descobrimos que a hipótese de A
    adquirir espontaneamente mais energia
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    é um número minúsculo.
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    Os objetos do nosso quotidiano
    têm muitíssimo mais partículas do que este.
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    A hipótese de um objeto quente
    no mundo real ficar mais quente
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    é ridiculamente pequena.
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    Nunca acontece.
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    O gelo derrete,
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    as natas misturam-se,
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    e os pneus esvaziam-se
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    porque esses estados têm mais energia
    repartida que o seu estado original.
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    Não há nenhuma força misteriosa
    obrigando o sistema a uma entropia maior.
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    É simplesmente que a entropia mais alta,
    estatisticamente, é sempre mais provável.
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    É por isso que chamamos à entropia
    "a flecha do tempo".
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    Se a energia tiver a oportunidade
    de se difundir, difundir-se-á.
Title:
O que é a entropia? — Jeff Phillips
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/what-is-entropy-jeff-phillips

Há um conceito que é fundamental para a química e a física. Ajuda a explicar porque é que os processos físicos vão num sentido e não noutro: porque é que o gelo derrete, porque é que a nata se mistura no café, porque é que o ar se escapa de um pneu furado. É a entropia, e é um conceito difícil de entrar na nossa cabeça. Jeff Phillips dá um curso rápido sobre a entropia.

Lição de Jeff Phillips, animação de Provincia Studio.

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English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:20
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Entropy - Jeff Phillips
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Entropy - Jeff Phillips
Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for Entropy - Jeff Phillips
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Entropy - Jeff Phillips
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Entropy - Jeff Phillips
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Entropy - Jeff Phillips

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