Notas de um filho nativo: o mundo segundo James Baldwin
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0:07 - 0:10Durante os anos 60,
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0:10 - 0:13o FBI amontou quase 2000 documentos
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0:13 - 0:17numa investigação de uma
das cabeças mais célebres dos EUA. -
0:18 - 0:21O sujeito deste inquérito
foi um escritor chamado James Baldwin. -
0:21 - 0:25Naquela época, o FBI investigava
muitos artistas e pensadores, -
0:26 - 0:29mas a maioria dos dossiês
eram uma fração do de Baldwin. -
0:29 - 0:32Durante os anos em que
o FBI o perseguiu, -
0:32 - 0:35ele tornou-se um dos autores negros
mais vendidos do mundo. -
0:35 - 0:39Então, porque é que James Baldwin
alimentou tanto a imaginação -
0:39 - 0:42tanto do público como das autoridades?
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0:42 - 0:44Nascido em Harlem, em 1924,
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0:44 - 0:46era o mais velho de nove filhos.
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0:46 - 0:50Aos 14 anos, começou
a trabalhar como pregador. -
0:50 - 0:53Através dos seus sermões,
desenvolveu a sua voz enquanto escritor, -
0:53 - 0:56mas também entrou em conflito
com a posição da Igreja -
0:56 - 0:59quanto à desigualdade racial
e à homossexualidade. -
0:59 - 1:00Depois de acabar o secundário,
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1:00 - 1:02começou a escrever romances e ensaios
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1:02 - 1:04enquanto realizava uma série de biscates.
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1:04 - 1:07Mas os problemas que o levaram
a afastar-se da Igreja -
1:07 - 1:10continuavam presentes na sua vida diária.
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1:10 - 1:13Permanentemente confrontado
com o racismo e a homofobia, -
1:13 - 1:17sentia-se zangado e desiludido
e ansiava por uma vida menos condicionada. -
1:17 - 1:20Assim, em 1948, aos 24 anos,
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1:20 - 1:23mudou-se para Paris,
com uma bolsa de escritor. -
1:23 - 1:26Em França, publicou o primeiro romance,
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1:26 - 1:28"Go Tell it on the Mountain",
em 1953. -
1:29 - 1:30Situado em Harlem,
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1:30 - 1:34o livro explora a Igreja como uma fonte
de repressão e de esperança. -
1:35 - 1:37Foi bem aceite entre os leitores
tanto negros como brancos. -
1:37 - 1:40À medida que a sua ficção era aceite,
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1:40 - 1:44Baldwin reuniu os seus pensamentos
sobre etnia, classes, cultura e exílio -
1:44 - 1:48no seu extenso ensaio de 1955
"Notes of a Native Son". -
1:48 - 1:50Entretanto,
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1:50 - 1:53o movimento dos Direitos Civis
estava a ganhar ímpeto nos EUA. -
1:53 - 1:57Os americanos negros faziam conquistas,
registando-se para votar e votando, -
1:57 - 2:01mas ainda lhes recusavam dignidades
básicas nas escolas, nos autocarros, -
2:01 - 2:04no mercado de trabalho
e nas forças armadas. -
2:04 - 2:07Embora tenha vivido sobretudo
em França, durante o resto da vida, -
2:07 - 2:09Baldwin envolveu-se profundamente
nesse movimento, -
2:09 - 2:12e tinha plena consciência da promessa
falhada do seu país. -
2:12 - 2:15Tinha visto família, amigos e vizinhos
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2:15 - 2:19entrar numa espiral de droga,
prisão e suicídios. -
2:19 - 2:21Acreditava que esse destino tinha origem
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2:21 - 2:24nos constrangimentos
duma sociedade segregada. -
2:24 - 2:28Em 1963, publicou "The Fire Next Time",
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2:28 - 2:30um retrato impressionante
do conflito racial -
2:30 - 2:32em que responsabilizava os EUA
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2:32 - 2:34mas também ia mais longe,
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2:34 - 2:37argumentando que o racismo
também prejudicava os brancos. -
2:37 - 2:38Na sua perspetiva,
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2:38 - 2:42todos estavam inextricavelmente
enredados no mesmo tecido social. -
2:42 - 2:44Há muito que pensava que:
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2:44 - 2:47"As pessoas estão presas na história
e a história está presa nelas". -
2:47 - 2:50O papel de Baldwin
no movimento dos Direitos Civis -
2:50 - 2:52ia para além da observação e da denúncia.
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2:52 - 2:54Também viajou pela América do Sul,
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2:54 - 2:57assistindo a comícios
e fazendo palestras. -
2:57 - 3:00Entrava em debates com políticos
brancos e com ativistas negros, -
3:00 - 3:01incluindo Malcom X.
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3:01 - 3:05Serviu de ligação entre ativistas
e intelectuais negros -
3:05 - 3:08e líderes institucionais brancos
como Robert Kennedy. -
3:08 - 3:10Dada a capacidade especial de Baldwin
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3:10 - 3:12de articular as causas
da turbulência social, -
3:12 - 3:15de uma forma que as audiências
brancas gostavam de ouvir, -
3:15 - 3:17Kennedy e outros consideravam-no
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3:17 - 3:19como um embaixador
para os norte-americanos negros -
3:19 - 3:21— um rótulo que Baldwin rejeitava.
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3:21 - 3:22Ao mesmo tempo,
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3:22 - 3:26o seu dom em usar as palavras
levou o FBI a encará-lo como uma ameaça. -
3:26 - 3:28Mesmo no seio do movimento
dos Direitos Civis -
3:28 - 3:30Baldwin por vezes sentia-se
como um estranho -
3:30 - 3:33pela sua opção de viver no estrangeiro
e pela sua sexualidade, -
3:33 - 3:35que ele explorou abertamente
na sua escrita -
3:35 - 3:38numa época em que a homofobia
era cada vez maior. -
3:38 - 3:39Durante toda a sua vida,
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3:39 - 3:42Baldwin considerou que o seu papel
era prestar testemunho. -
3:42 - 3:44Ao contrário de muitos dos seus pares,
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3:44 - 3:47assistiu a algumas das vitórias
do movimento dos Direitos Civis, -
3:47 - 3:51mas as contínuas desigualdades raciais
nos EUA eram-lhe extremamente pesadas. -
3:51 - 3:54Embora se tenha sentido preso
no seu momento na história, -
3:54 - 3:57as suas palavras tornaram conhecidas
gerações de pessoas -
3:57 - 4:00enquanto as guiava
para uma compreensão mais matizada -
4:00 - 4:02dos problemas mais complexos da sociedade.
- Title:
- Notas de um filho nativo: o mundo segundo James Baldwin
- Speaker:
- Christina Greer
- Description:
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Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/notes-of-a-native-son-the-world-according-to-james-baldwin-christina-greer
Nos anos 60, o FBI amontoou quase 2000 documentos numa investigação a uma das cabeças mais célebres dos EUA. O sujeito deste inquérito foi um escritor chamado James Baldwin, um dos autores negros mais vendidos do mundo naquela época. Porque é que James Baldwin alimentou tanto a imaginação tanto do público como das autoridades? Christina Greer explora a vida e as obras de James Baldwin.
Lição de Christina Greer, realização de Gibbons Studio.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:05
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