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Um exercício sobre a perceção do tempo — Matt Danzico

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    Olá, humanos.
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    Chamo-me Matt
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    e, durante os próximos momentos,
  • 0:20 - 0:22
    vão ter que me ouvir.
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    Ha, ha, ha, ha, ha.
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    Desculpem, estou a brincar.
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    (Tosse)
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    Esta é a minha voz normal.
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    Já alguma vez receberam instruções
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    de uma voz misteriosa no computador?
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    Não? Perfeito!
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    Queria tentar fazer
    uma experiência convosco,
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    mas não posso dizer do que se trata
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    porque, se o fizer, não resulta.
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    Vão ter que confiar em mim.
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    Daqui a pouco, tudo fará sentido,
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    assim o espero.
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    Se estão sentados,
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    levantem-se e deem um passo atrás.
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    Daqui a pouco, vou pedir-vos para rodarem,
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    por isso arranjem um pouco de espaço.
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    Precisam de mudar alguns móveis?
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    Não tenham pressa.
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    Eu espero.
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    Quando eu contar até três,
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    vocês começam a saltar ao pé coxinho.
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    Estão prontos?
  • 1:10 - 1:12
    Um,
  • 1:12 - 1:13
    dois,
  • 1:13 - 1:14
    três!
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    Hop, hop, hop,
  • 1:17 - 1:19
    hop, hop.
  • 1:19 - 1:20
    Bom trabalho!
  • 1:20 - 1:23
    Ok, enquanto continuam a saltar
    ao pé coxinho,
  • 1:23 - 1:25
    quero que comecem a ladrar como um cão.
  • 1:25 - 1:27
    Ão-ão,
  • 1:27 - 1:28
    ão-ão.
  • 1:28 - 1:30
    ão-ão
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    Uau! Mas que concerto de ladridos!
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    Mais uns quantos.
  • 1:33 - 1:35
    Ão-ão-ão.
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    E três,
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    dois,
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    um.
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    Parar!
  • 1:40 - 1:43
    Podem descontrair e voltar a sentar-se.
  • 1:43 - 1:45
    Agora, quero que pensem
    quanto tempo passou
  • 1:45 - 1:47
    entre o momento
    em que eu disse: "Começar!"
  • 1:47 - 1:49
    e vocês começaram a saltar ao pé coxinho
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    e o momento em que eu disse: "Parar!"
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    Calculem lá.
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    Pretendo um número exato
    de segundos ou minutos.
  • 1:56 - 1:59
    Agarrem num lápis e num papel
    e anotem esse número.
  • 2:00 - 2:01
    Já está?
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    O tempo exato foi de 26 segundos.
  • 2:05 - 2:06
    Calcularam tempo demais?
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    Todas as hipóteses são a favor disso.
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    Então, quem foi o culpado disso?
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    O culpado foi a perceção do tempo.
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    Embora possamos fazer estimativas
    extremamente precisas,
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    quando experimentamos qualquer coisa nova,
    fora do vulgar ou dinâmica,
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    como saltar ao pé coxinho,
  • 2:21 - 2:24
    enquanto seguimos instruções
    duma voz de computador,
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    ou, digamos, saltar dum avião,
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    quase sempre calculamos mal
    quanto tempo passou.
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    Ou seja, se saltamos no vazio
    pela primeira vez,
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    pode parecer que essa queda
    durou 10 segundos,
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    enquanto o tempo registado mostra
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    que o salto só durou cinco segundos.
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    A razão para esta diferença
  • 2:42 - 2:44
    é que, ao contrário
    da queda física do corpo,
  • 2:44 - 2:46
    a perceção do cérebro quanto ao tempo
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    não segue uma linha reta
    entre dois pontos.
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    Há cientistas que pensam
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    que o cérebro segue antes uma via curva
  • 2:53 - 2:56
    que depende da quantidade de informações
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    que recebemos enquanto caímos.
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    Por exemplo, David Eagleman,
  • 3:00 - 3:02
    neurocientista na Faculdade
    de Medicina de Baylor,
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    pensa que a perceção
    é profundamente influenciada
  • 3:05 - 3:07
    pelo número de memórias e dados
  • 3:07 - 3:09
    que temos registados no cérebro.
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    Quando temos uma experiência nova,
  • 3:10 - 3:13
    como saltar pela primeira vez,
    da prancha mais alta,
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    os nossos sentidos ficam mais apurados.
  • 3:15 - 3:16
    Recolhemos mais pormenores
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    quanto à visão, aos sons, e aos cheiro,
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    do que recolheríamos normalmente.
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    Guardamos mais dados no cérebro
  • 3:22 - 3:23
    sob a forma de memórias.
  • 3:23 - 3:26
    Assim, quanto mais dados
    guardamos no cérebro,
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    como o cheiro de cloro
    quando mergulhamos lá do alto,
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    ou a cor da água,
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    mais prolongada será
    a perceção dessa experiência.
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    Ou seja, o número de memórias
  • 3:35 - 3:37
    e de dados que registamos no cérebro
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    tem um impacto direto na duração
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    que julgamos que durou essa experiência.
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    Já ouviram uma pessoa contar
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    o que é ter sofrido
    um acidente de automóvel?
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    Embora os acidentes de viação
    durem normalmente uns segundos,
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    os que estiveram envolvidos neles
    dizem que sentiram
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    que o acidente demorou muito mais tempo.
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    A perceção do tempo também
    pode ser o responsável
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    por acharmos que a nossa infância
    tenha durado uma eternidade.
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    Para os adultos, um ano
    pode passar num instante,
  • 4:03 - 4:06
    mas as crianças registam
    mais dados no cérebro.
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    Isto acontece porque
    muitas das experiências
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    que temos em criança são novas
    e desconhecidas para nós.
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    O conjunto de memórias
    codificadas no cérebro
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    é tão densa, que voltar a lê-las
    faz com que acreditemos
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    que as experiências devem
    ter durado uma eternidade.
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    Além disso, quando temos cinco anos,
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    um ano é 1/5 da nossa vida.
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    Mas, quando temos 25,
    um ano é apenas 1/25,
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    alterando ainda mais a perceção do tempo.
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    Se vocês são adultos,
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    pensem numa viagem que possam ter feito
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    a um país distante, pela primeira vez.
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    Aquelas duas semanas que passaram
    a explorar os arredores
  • 4:41 - 4:44
    não pareceram ter durado
    muito mais do que 14 dias?
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    Embora a perceção do tempo
    esteja enraizada
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    tanto na ciência pura e dura
    como na teoria,
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    proporciona-nos uma grande lição
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    sobre como viver a nossa vida.
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    De certeza que já ouviram dizer
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    que não devemos
    sentar-nos numa poltrona
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    e deixar a vida passar por nós.
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    A perceção do tempo
    diz-nos porque é assim.
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    Se nos levantarmos
    e interagirmos com o mundo
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    e tivermos experiências novas,
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    nem que seja saltar ao pé coxinho
    e ladrar como um cão,
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    vamos ter a impressão de que a nossa vida
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    durou um período de tempo maior.
Title:
Um exercício sobre a perceção do tempo — Matt Danzico
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/an-exercise-in-time-perception-matt-danzico

Porque é que algumas experiências parecem durar uma eternidade, enquanto outras passam rapidamente? Temos tendência a calcular mal o tempo que demoramos quando envolvidos em atividades novas, devido à influência das memórias. Matt Danzico explica porque é que sentimos que a nossa infância durou uma eternidade e porque é que umas férias na praia pareceram ser de dois meses em vez de duas semanas.

Lição de Matt Danzico, animação de London Squared Productions.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:25

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