-
Atualmente, a melhor estimativa de quando o "Big Bang" ocorreu –
-
e mais uma vez, eu não gosto muito desse termo, porque implica
-
algum tipo de explosão, mas o que é na verdade é um tipo de expansão do espaço
-
– quando o espaço realmente começou a expandir de uma singularidade,
-
mas nossa melhor estimativa de quando isso ocorreu é
-
13,7 mil milhões de anos atrás, e apesar de estarmos acostumados
-
a lidar com números na cada dos bilhões, especialmente quando falamos sobre
-
grandes quantias de dinheiro e tal, esse é uma inacreditável quantidade
-
de tempo. Parece como algo que é manipulárvel, mas
-
na verdade não é. Em vídeos futuros, eu vou
-
falar sobre as escalas de tempo, então você poderá realmente apreciar
-
o quanto, ou até mesmo começar a apreciar, ou apreciar
-
que nós NÂO podemos apreciar quanto são 13,7 bilhões de anos.
-
E eu também quer enfatizar que esta é
-
a melhor estimativa atual. Mesmo ao longo de minha vida, mesmo em
-
minha vida que realmente soube do "Big Bang" e
-
que comecei a prestar atenção em qual era a melhor estimativa,
-
esse número tem variado, então eu suspeito
-
que no futuro, esse número possa ficar mais preciso
-
ou possa ser um pouco alterado.
-
Mas esse é nosso melhor palpite. Agora, com isso colocado, eu quero
-
pensar sobre o que isso nos diz sobre o tamanho
-
do universo observável.
-
Entaõ, se toda a expansão começou há 13,7 bilhões de anos atrás...
-
e tudo o que conhecemos do nosso universo tridimensional
-
estava em um único ponto,
-
o mais longo tempo que qualquer fóton de luz poderia estar viajando
-
que nos alcançasse agora...
-
(então, nosso olho...)
-
(então, digamos que esse é meu olho bem ali)
-
(aqueles são meus cílios, desse jeito)
-
o mais longo – então, algum fóton de luz,
-
esteja apenas chegando ao meu olho, ou talvez
-
esteja apenas chegando à lente de um telescópio –
-
o mais longo tempo que ele pode estar viajando
-
é 13,7 bilhões de anos.
-
Então quando olhamos para essa figura
-
(isso, eu acho, foram dois ou três vídeos atrás)
-
do universo observável,
-
eu desenhei – era um círculo.
-
Era este círculo.
-
E, quando nós vemos a luz vindo desses
-
remotos objetos, aquela luz está chegando a nós bem aqui
-
esse é onde estamos. Este é onde, acredito,
-
nessa figura, o objeto remoto estava,
-
mas a luz daquele objeto remoto só agora está chegando para nós.
-
E aquela luz levou 13,7 bilhões de anos pra chegar para nós.
-
Agora, o que eu vou hesitar em fazer,
-
porque estamos falando de distâncias tão grandes
-
e escalas de tempo tão grandes... sobre as quais
-
o próprio espaço está expandido, veremos
-
que você não pode dizer que esse objeto aqui –
-
isto é não necessariamente...
-
isto é NÃO
-
(vou colocar em caixa alta)
-
Isto é NÂO É 13,7 bilhões de anos-luz de distância!
-
Se estivermos falando de escalas de tempo menores,
-
ou, acredito, distâncias menores,
-
você poderia dizer aproximadamente isso.
-
A própria expansão do universo
-
não faria tanta diferença.
-
E deixe-me esclarecer ainda mais.
-
Eu estou falando sobre um objeto ali,
-
mas nós podemos atém mesmo falar daquela coordenada no espaço.
-
E aquela coordenada (e na verdade eu deveria dizer,
-
"aquela coordenada no espaço-tempo."
-
Porque estamos vendo-a em um certo instante também.
-
Mas aquela coordenada não está há 13,7 bilhões de anos-luz
-
de distância de nossa coordenada atual.
-
E há uma série de razões para pensar sobre isso.
-
Primeiro, pense.
-
Aquela luz foi emitida há 13,7 bilhões de anos atrás.
-
Quando aquela luz foi emitida, nós estávamos muito mais próximos daquela coordenada.
-
Esta coordenada estava muito mais próximo daquela.
-
Onde estamos no universo agora
-
estava muito mais perto daquele ponto do universo.
-
A outra coisa pra pensar é, assim – deixa eu desenhar.
-
Então digamos que – vamos para trezentos mil anos
-
depois da expansão inicial da singularidade.
-
Então, estamos há apenas 300,000 anos dentro
-
da história do universo, bem agora.
-
Então isto é aproximadamente 300,000 anos dentro
-
da... vida do universo, acho que podemos colocar dessa maneira.
-
E digamos que naquele ponto – bem, primeiro de tudo
-
naquele ponto, as coisas não haviam se diferenciado
-
de maneiras significativas ainda, como agora.
-
Falaremos mais sobre isso quando falarmos da
-
radiação cósmica de fundo,
-
mas neste ponto o universo
-
era um tipo de quase uniforme
-
plasma de hidrogênio branco e quente.
-
E falaremos sobre – estava emitindo
-
radiação de microondas, e falaremos mais sobre isso
-
em um vídeo futuro.
-
Mas vamos pensar sobre dois pontos nesse universo primitivo.
-
Então, nesse universo jovem, digamos que você tem aquele ponto,
-
e digamos que você tem
-
a coordenada onde ele está agora.
-
E não vou fazer no centro.
-
Porque acredito que fica mais fácil de visualizar
-
se não estiver no centro.
-
E digamos que nesse estágio bem inicial do universo
-
se você pudesse pegar uma régua
-
e instantaneamente medir isso,
-
você medisse esta distância
-
que seria 30 milhões de anos-luz.
-
E digamos que bem nesse ponto,
-
este objeto (magenta) bem aqui
-
emite um fóton. Talvez na faixa de frequência
-
das microondas, e veremos
-
que esta é a frequência em que estavam sendo emitidos.
-
Mas, emite um fóton.
-
E esse fóton está viajando na velocidade da luz!
-
Ele É luz!
-
E então, esse fóton diz, "ah, sabe de uma coisa...
-
eu só preciso viajar 30 milhões de anos-luz.
-
Não é tão ruim. Eu vou chegar lá
-
em trinta milhões de anos."
-
E então – e eu vou fazer mais simplificado.
-
A matemática é realmente mais complicada do que eu estou fazendo aqui,
-
mas eu realmente quer dar uma idéia
-
do que está acontecendo, aqui.
-
Então, digamos, que esse fóton diga,
-
"sabe, em mais ou menos dez milhões de anos, eu devo estar
-
aproximadamente naquele coordenada.
-
Eu devo estar mais ou menos a um terço da distância".
-
Mas o que acontece no curso desses dez milhões de anos?
-
Bem, nesses dez milhões de anos,
-
o universo se expandiu.
-
O universo expandiu, talvez, um montão.
-
Então deixe-me desenhar o universo expandido
-
Então depois de dez milhões de anos, o universo...
-
...deve parecer assim.
-
(Na verdade, devia estar ainda maior que isso.)
-
(Deixe-me desenhar assim.)
-
Depois de dez milhões de anos,
-
o universo pode ter se expandido um bocado.
-
Então, isso é dez milhões de anos para o futuro.
-
Ainda, numa escala de tempo cosmológica,
-
ainda é a infância do universo,
-
porque estamos falando de 13,7 bilhões de anos.
-
Então digamos que se passaram 10 milhões de anos.
-
O universo expandiu.
-
Esta coordenada onde nós estamos sentados no momento
-
está agora bem aqui.
-
Aquela coordenada onde o fóton foi
-
originalmente emitido está agora
-
colocada bem aqui.
-
E aquele fóton disse, "ok,
-
depois de dez milhões de anos-luz eu vou estar
-
bem ali",
-
E, você sabe, eu estou aproximando e fazendo
-
de uma maneira bem simplificada – pois eu quero apenas dar a você uma idéia.
-
Então aquela coordenada, a grosso modo onde o fóton
-
chega em dez milhões de anos-luz
-
está aproximadamente aqui.
-
O universo inteiro expandiu.
-
Todas as coordenadas ficaram mais afastadas.
-
Agora o que acaba de acontecer aqui?
-
O universo expandiu.
-
A distância que era de 30 milhões de anos-luz
-
agora – e eu estou apenas trazendo número aproximados –
-
é na verdade – e isso apenas para fins de
-
dar a você uma idéia do porquê... dando a intuição
-
do que está acontecendo –
-
esta distância agora não é mais 30 milhões de anos-luz,
-
talvez seja cem milhões.
-
Então isso agora é cem milhões de anos-luz.
-
O univeso está expandindo.
-
O espaço está na verdade se espalhando.
-
Você pode imaginar como uma cama-elástica,
-
ou a superfície de um balão – esticando cada vez mais.
-
E então essa coordenada onde a luz está
-
depois de dez milhões de anos,
-
tem viajado por dez milhões de anos,
-
mas foi a uma distância muito maior!
-
Ela foi agora – aquela distância pode ser
-
na ordem de talvez 30 milhões de anos-luz.
-
E a matemática não está exata, aqui.
-
Eu não fiz a matemática para descobrir.
-
Mas o ponto é – então, ela cobriu 30 milhões de anos-luz.
-
E na verdade, eu não deveria nem mesmo fazer
-
na mesma proporção, porque a distância que já viajou
-
e a distância que falta viajar,
-
por causa da expansão, não vai estar
-
completamene linear. Pelo menos, quando penso sobre isso
-
na minha cabeça, não deveria estar, eu acho.
-
Mas não vou fazer uma declaração firme
-
sobre isso.
-
Mas a distância que ela atravessou – talvez
-
essa distância agora aqui seja 20 milhões de anos-luz
-
...porque toda vez que se moveu alguma distância,
-
o espaço que ela atravessou agora está esticado.
-
Então mesmo que tenha viajado por 10 milhões de anos,
-
o espaço que ela atravessou não é mais apenas
-
dez milhões de anos-luz.
-
Ele agora está esticado para 20 milhões de anos-luz.
-
E o espaço que ainda falta atravessar
-
não é mais de apenas 20 milhões de anos-luz.
-
Ele pode agora ser de 80 milhões de anos-luz.
-
E então, este fóton pode estar ficando frustrado.
-
Há um jeito otimista de ver isso, é como,
-
"nossa, eu consegui cobrir 20 milhões de anos-luz
-
em apenas 10 milhões de anos.
-
"Parece que estou me movendo mais rápido que a velocidade da luz".
-
A verdade é que não está, porque as próprias coordenadas do espaço
-
é que estão se espalhando.
-
Estão ficando distantes. Então, o fóton está se movendo
-
na velocidade da luz. Mas a distância que realmente
-
atravessou em dez milhões de anos e mais que
-
dez milhões de anos-luz.
-
É vinte milhões de anos-luz.
-
Então, você não pode simplesmente multiplicar o tempo
-
nessas escalas cosmológicas, aqui.
-
Especialmente quando as próprias coordenadas
-
estão na verdade se movendo mais longe uma da outra.
-
Mas acredito que você notou onde isso vai.
-
Agora esse fóton diz, "oh,
-
em outros 40 milhões de anos-luz
-
talvez eu esteja chegando aqui."
-
Mas a realidade é que nos próximos 40 milhões de anos,
-
ele consiga chegar bem aqui,
-
porque isso é 80 milhões de anos-luz.
-
A realidade é que, depois de 40 milhões de anos,
-
então, outros 40 milhões de anos se passaram,
-
agora, de repente, o universo se expandiu
-
ainda mais!
-
E nem vou desenhar a bolha inteira,
-
mas o lugar onde o fóton foi emitido
-
poderia estar aqui,
-
e agora nossa posição atual está aqui,
-
onde a luz chegou depois de dez milhões de anos
-
está agora aqui,
-
e agora onde a luz está depois de 40 milhões de anos,
-
talvez aqui.
-
Então, agora a distância entre estes dois pontos:
-
quando nós começamos, era de 10 milhões de anos-luz,
-
então virou 20 milhões de anos-luz
-
talvez agora seja na ordem de – não sei,
-
talvez seja um bilhão de anos luz!
-
E talvez essa distância aqui,
-
e eu estou apenas inventando esses números,
-
de fato, isso provavelmente seja muito grande para este ponto...
-
talvez esta agora seja de 100 milhões de anos-luz.
-
E agora, essa distância seja de, sei lá,
-
500 milhões de anos-luz.
-
E talvez agora a distância total entre os dois pontos seja de um bilhão de anos-luz.
-
Então, como pode ver, o fóton pode estar ficando frustrado.
-
Conforme ele cobre mais e mais distância, olha pra trás
-
e diz, "nossa, em apenas 50 milhões de anos, eu pude cobrir 600 milhões de anos-luz,
-
isso é muito bom."
-
Mas fica frustrado, porque o que pensava que
-
tinha que cobrir – 30 milhões de anos-luz –
-
fica esticando cada vez mais.
-
Porque o espaço está esticando.
-
Então na realidade, voltando à idéia original,
-
este fóton que esá agora nos alcançando
-
e que esteve viajando por, digamos, 13,4 bilhões de anos
-
então, está chegando agora, deixe-me adiantar 13,4 bilhões de anos
-
deste ponto agora para chegar ao dia atual.
-
Então se eu desenhar o universo visível inteiro bem aqui
-
este ponto bem aqui será aquele de onde foi emitido.
-
Nós estamos colocados... aqui. E na verdade...
-
Deixe-me esclarecer uma coisa. Se eu estou desenhando todo o universo observável,
-
o centro devia na verdade ser onde estamos, porque nós podemos observar em distâncias iguais
-
– se as coisas não foram realmente estranhas – nós podemos observar uma distância igual em qualquer direção.
-
Então, na verdade, talvez devêssemos nos colocar no centro.
-
Então, este é todo o universo observável inteiro. E o fóton foi emitido daqui
-
há 13,4 bilhões de anos atrás. Então 300,000 anos depois do "Big Bang" inicial.
-
E está agora chegando até nós.
-
É verdade que o fóton esteve viajando por 13,7 bilhões de anos.
-
Mas, o que é meio doido sobre isso, é que este objeto, uma vez que estivemos nos expandindo mais longe um do outro,
-
este objeto está agora, nas nossas melhores estimativas,
-
há 46 bilhões de anos-luz de nós.
-
E quero deixar bem claro:
-
Este objeto está AGORA há 46 bilhões de anos-luz de distância.
-
Então quando usamos apenas luz para observá-lo, parece que
-
apenas baseados em anos-luz, ei, essa luz esteve viajando por 13,7 bilhões de anos para nos alcançar,
-
essa é nossa única maneira, tipo, com a luz, para pensar em distâncias, então talvez 13,4
-
(eu fico mudando o decimal)
-
mas, (talvez esteja) há 13,4 bilhões de anos-luz de distância.
-
Mas a realidade é que, se você tivesse hoje uma régua
-
e, sabe, réguas em anos-luz
-
essa coisa, o espaço se esticou tanto
-
que está agora há 46 bilhões de anos-luz.
-
E para lhe dar uma dica quando falamos
-
da radiação cósmica de fundo,
-
com o que esse ponto no espaço se pareceria?
-
Essa coisa que está na verdade há 46 bilhões de anos-luz de distância
-
mas o fóton levou apenas 13,7 bilhões de anos para chegar até nós.
-
Com o que isso vai se parecer?
-
Bem, quando dizemos "parecer", estamos baseados
-
nós fótons que estão chegando até nós agora.
-
Aqueles fótons saíram há 13,4 bilhões de anos atrás.
-
Então, aqueles fótons são os fótons sendo emitidos
-
dessa estrutura primitiva, dessa névoa
-
quente e branco de plasma de hidrogênio.
-
Então o que veremos é essa névoa quente e branca
-
– então veremos esse tipo de
-
plasma branco e quente.
-
Indiferenciado, ainda não diferenciado nos devidos átomos estáveis, muito menos em estrelas e galáxias.
-
Mas quente-branco, vermos esse plasma quente e branco.
-
A realidade hoje é que esse ponto no espaço que está há 46 bilhões de anos de agora
-
está provavelmente diferenciado em átomos estáveis e estrelas e planetas e galáxias.
-
E francamente, se aquela pessoa – se houver uma civilização lá bem agora, e eles estiverem bem ali
-
e estiverem observando fótons sendo emitidos
-
da nossa coordenada, do nosso ponto no espaço bem agora
-
Eles não vão nos ver. Eles verão a nós
-
13,4 bilhões de anos atrãs. Eles verão
-
a estado super primitivo da nossa região do espaço
-
quando era somente plasma branco-quente.
-
E falaremos mais sobre isso no próximo vídeo, mas pense sobre isso.
-
QUALQUER fóton que esteja vindo daquele período no tempo,
-
então, de qualquer direção, que esteja viajando por
-
13,4 bilhões de anos, de qualquer direção,
-
estará vindo daquele estado primitivo, ou,
-
teria sido emitido quando o universo estava em
-
seu estado primitivo, quando era apenas aquele
-
plasma branco-quente, essa massa indiferenciada.
-
E desejavelmene, isso vai lhe dar um senso de onde
-
vem a radiação cósmica de fundo.