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O verdadeiro impacto da Rota da Seda

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    Uns 10 000 quilómetros
    do Pacífico ao Oceano Atlântico,
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    uma distância formidável,
    mesmo no mundo de hoje
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    e, contudo, uma enorme distância
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    que os seres humanos percorreram
    num dos maiores empreendimentos da História:
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    a Rota da Seda.
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    Uma rota comercial
    extremamente lucrativa
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    para além de muitas outras coisas.
  • 0:44 - 0:46
    Durante milhares de anos.
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    produtos exóticos,
  • 0:48 - 0:50
    novas tecnologias,
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    exércitos conquistadores
  • 0:57 - 0:58
    e ideias brilhantes,
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    viajaram ao longo da Rota da Seda.
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    A Rota da Seda ajudou a criar impérios
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    e a derrubá-los.
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    Acendeu os fogos da revolução,
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    motivou grandes explorações,
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    e forjou poderosos laços
    entre povos muito distantes.
  • 1:32 - 1:36
    A Rota da Seda levou
    os seres humanos a perceber
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    que há outros povos, noutros locais,
  • 1:39 - 1:43
    e abriu os olhos
    do oriente e do ocidente.
  • 1:45 - 1:50
    Esta é a história de como o comércio
    da Rota da Seda produziu muito mais do que dinheiro.
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    É a história épica de como a Rota da Seda
    ajudou a criar um mundo,
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    um mundo que nos criou.
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    Há 2000 anos, o Império Romano
    parecia imparável.
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    Roma tinha conquistado
    grande parte da Europa
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    e estava a enviar as suas legiões
    para lá do Mediterrâneo oriental,
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    para o Médio Oriente
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    — a porta de acesso às riquezas da Ásia.
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    Mas uma expedição ao oriente
    podia tornar-se num caminho de sangue.
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    Em 53 a.C. perto da cidade de Carras,
    na Mesopotâmia,
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    os partas — um império que misturava
    culturas persas e gregas —
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    enfrentou um exército romano.
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    O resultado da batalha
    parecia inevitável.
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    Cerca de 40 000 romanos
    defrontavam apenas 10 000 partas.
  • 3:21 - 3:25
    E s legiões de Roma eram
    os melhores soldados a pé da Europa.
  • 3:27 - 3:29
    Só havia um problema.
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    O exército parta não lutava a pé.
  • 3:36 - 3:39
    Os partas só tinham cavalaria.
  • 3:39 - 3:41
    Eram arqueiros a cavalo.
  • 3:41 - 3:44
    Versáteis. Rápidos como o vento.
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    Os romanos fizeram
    o que sempre fziam.
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    Colocavam-se numa posição fixa.
  • 3:52 - 3:56
    Formavam um quadrado oco,
    defendendo-se de todos os lados.
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    Mas isso não funcionava
    para os arqueiros partas a cavalo
  • 4:01 - 4:04
    porque podiam cavalgar à volta deles,
    como fizeram.
  • 4:04 - 4:07
    Galopavam à volta e à volta,
    e à volta e à volta,
  • 4:07 - 4:09
    disparando enquanto passavam.
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    Milhares e milhares de setas
    desferidas sobre os romanos.
  • 4:20 - 4:24
    O que os romanos acabaram por fazer
    foi colocarem-se em formação testudo.
  • 4:25 - 4:29
    Era aquela formação romana em que
    juntavam os escudos
  • 4:29 - 4:32
    colocando uma camada de escudos
    a fazer um teto.
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    Testudo é a palavra latina para tartauga.
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    Mas os partas tinham resposta
    para esta tartaruga.
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    Tinham um martelo para ajudar
    a abrir a carapaça.
  • 4:50 - 4:53
    O martelo parta era um catafracta,
  • 4:54 - 4:57
    uma palavra grega que significava
    "vestido de armadura total".
  • 4:58 - 5:02
    Cavalo e cavaleiro usavam
    pesadas cotas de malha.
  • 5:04 - 5:08
    O catafracta era a antiga palavra
    equivalente a um tanque de batalha.
  • 5:16 - 5:20
    Em Carras, a carga dos catafactrários
    rompeu o testudo,
  • 5:26 - 5:29
    expondo os romanos
    a mais ataques de flechas.
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    Uns 30 000 romanos
    foram mortos ou capturados.
  • 5:46 - 5:48
    As baixas dos partas foram mínimas.
  • 5:50 - 5:53
    Foi uma das piores derrotas
    militares de Roma.
  • 5:55 - 5:59
    Mas também pode ter havido
    mais qualquer coisa.
  • 6:09 - 6:11
    Um historiador romano escreveu
  • 6:11 - 6:13
    que os partas encandearam os romanos
  • 6:13 - 6:16
    com estandartes feitos
    com um bonito tecido,
  • 6:17 - 6:18
    seda.
  • 6:26 - 6:28
    Isto pode ser apenas uma lenda,
  • 6:29 - 6:32
    mas, por volta da época de Carras,
  • 6:32 - 6:35
    os romanos começavam a cobiçar a seda,
  • 6:35 - 6:38
    e a China começava a vender seda a Roma,
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    em troca de requintados objetos de vidro
    romanos e de ouro,
  • 6:46 - 6:49
    inspirando o nome que damos
    hoje ao comércio da Eurásia:
  • 6:51 - 6:53
    a Rota da Seda.
  • 7:00 - 7:04
    Mas, muito antes de romanos e partas
    lutarem em Carras,
  • 7:04 - 7:08
    o comércio entre os povos
    da Eurásia já modelavam vidas,
  • 7:08 - 7:10
    possibilitando coisas novas
  • 7:11 - 7:13
    e alterando o mundo.
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    Em Carras, os partas ganharam
    com um estilo de batalha
  • 7:23 - 7:25
    que tinha evoluído séculos antes
  • 7:25 - 7:28
    e a milhares de quilómetros de distância.
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    Nas estepes da Ásia Central,
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    um oceano de terra,
  • 7:41 - 7:44
    onde a vitória na batalha
    e a própria vida
  • 7:44 - 7:48
    dependia de uma movimentação
    para muito longe, muito rapidamente.
  • 7:53 - 7:56
    Milhares de anos
    antes da batalha de Carras,
  • 7:56 - 8:00
    uma revolução nos transportes
    ocorrera nessas vastas planícies.
  • 8:10 - 8:14
    Há bons indícios da existência
    de cavalosdomesticados
  • 8:15 - 8:20
    naquilo que é hoje o Cazaquistão
    e o sul da Rússia, em 3500 a.C.
  • 8:26 - 8:30
    Pensamos mesmo que, provavelmente,
    os cavalos foram domesticados
  • 8:30 - 8:35
    e começaram a ser cavalgados
    500 ou talvez 1000 anos antes disso,
  • 8:35 - 8:38
    talvez em 4500 a.C.
  • 8:42 - 8:44
    A domesticação de cavalos
  • 8:44 - 8:47
    foi o primeiro passo
    para a guerra com cavalaria.
  • 8:51 - 8:54
    Mas o segundo passo
    demoraria ainda muito tempo.
  • 8:57 - 9:01
    O primeiro uso de cavalos na guerra
    foi a guerra com carrinhos,
  • 9:01 - 9:05
    e temos isso comprovado
    com o carrinho de Tutankhamon,
  • 9:05 - 9:08
    que muitas pessoas já viram
    em exposições em museus.
  • 9:10 - 9:13
    Sabemos que as pessoas
    usavam carrinhos em batalhas
  • 9:13 - 9:18
    no Próximo Oriente por volta
    de 1600, 1700 a.C.
  • 9:20 - 9:23
    Os cavalos só foram utilizados
    como uma cavalaria organizada
  • 9:23 - 9:27
    por volta de 900 a.C.,
  • 9:27 - 9:30
    quase 1000 anos depois de começarem
    os carrinhos em batalhas.
  • 9:31 - 9:36
    Sempre me pareceu estranho
    que a cavalaria seja posterior aos carrinhos.
  • 9:38 - 9:41
    Os carinhos são muito difíceis de guiar.
  • 9:41 - 9:43
    É preciso treinar os cavalos
    a funcionar em conjunto.
  • 9:43 - 9:46
    Têm de puxar aquele veículo desajeitado
  • 9:46 - 9:49
    que leva duas pessoas:
    um condutor e um guerreiro.
  • 9:51 - 9:55
    Treinar as unidades para funcionarem
    em conjunto, é uma coisa difícil,
  • 9:55 - 9:58
    enquanto saltar para cima de um cavalo
    é muito fácil.
  • 10:00 - 10:03
    Portanto, porque é que a cavalaria
    vem depois dos carrinhos?
  • 10:05 - 10:08
    Penso que a verdadeira razão
    por que a cavalaria esperou
  • 10:09 - 10:13
    é que é preciso ter
    três inovações.
  • 10:21 - 10:26
    A primeira prova da existência do arco recurvo
    encontra-se na Dinastia Shang, na China,
  • 10:26 - 10:29
    provavelmente datado entre 1300 e 1100 a.C.
  • 10:32 - 10:35
    Os imperadores Shang comunicavam
    com os seus antepassados
  • 10:35 - 10:39
    aquecendo ossos de animais
    ou carapaças de tartaruga até estalarem
  • 10:39 - 10:42
    e depois interpretando os padrões
    feitos pelas fissuras.
  • 10:43 - 10:45
    Um destes ossos, chamados oráculos,
  • 10:45 - 10:49
    tem gravado o carácter chinês
    para arco
  • 10:49 - 10:52
    — a imagem mais antiga conhecida
    de um arco recurvo.
  • 10:53 - 10:56
    E, no túmulo de Fu Hao
  • 10:56 - 10:59
    — uma imperatriz consorte
    e comandante militar de renome —
  • 10:59 - 11:02
    os arqueólogos encontraram mais provas.
  • 11:04 - 11:09
    É uma proteção para o polegar
    para puxar a corda do arco
  • 11:09 - 11:12
    e há outra peça que se situa
    no meio de um arco recurvo,
  • 11:12 - 11:13
    uma mola de mão.
  • 11:13 - 11:15
    Os arcos propriamente ditos
    não ficaram preservados,
  • 11:15 - 11:19
    por isso é difícil identificar
    as origens do arco recurso.
  • 11:21 - 11:23
    Os seus diversos componentes
  • 11:23 - 11:26
    provavelmente provêm de diferentes
    locais geográficos.
  • 11:28 - 11:31
    Até onde o arco recurvo
    viajou através da Eurásia
  • 11:31 - 11:37
    foi revelado em 2005, em Yanghai,
    na região de Xinjiang, na China.
  • 11:39 - 11:42
    Os arcos de madeira raramente sobrevivem
    ao enterramento no solo,
  • 11:42 - 11:46
    mas o clima frio e seco de Xinjiang
    preservou um deles,
  • 11:46 - 11:48
    num túmulo com 3000 anos.
  • 11:50 - 11:52
    Outros objetos fúnebres
    e restos humanos
  • 11:52 - 11:54
    encontrados nos túmulos de Yanghai
  • 11:54 - 11:57
    confirmaram que o arco
    tinha sido fabricado por Citas,
  • 11:58 - 12:02
    uma cultura altamente sofisticada
    com origem no sul da Rússia
  • 12:02 - 12:04
    e que migraram a cavalo
  • 12:04 - 12:07
    or toda a extensão da Eurásia.
  • 12:11 - 12:14
    O verdadeiro berço
    do arco recurvo composto
  • 12:14 - 12:17
    mantém-se um mistério arqueológico.
  • 12:18 - 12:21
    Mas não há dúvidas
    de que, há 3000 anos,
  • 12:22 - 12:26
    quem lutasse a cavalo
    tê-lo-ia considerado revolucionário.
  • 12:26 - 12:30
    Um arco é tanto mais forte
    quanto mais longo for.
  • 12:30 - 12:34
    A sua força depende do seu comprimento.
  • 12:34 - 12:37
    E o arco recurvo
    tem o mesmo comprimento
  • 12:37 - 12:40
    neste arco muito curto
  • 12:40 - 12:44
    que pode ser usado sobre a traseira do cavalo
    ou sobre o pescoço do cavalo.
  • 12:46 - 12:50
    E era muito mais fácil de usar
    montado a cavalo.
  • 12:50 - 12:54
    Os arcos recurvos, tecnologicamente,
    são muito difíceis de construir.
  • 12:55 - 13:00
    Demorou muito tempo para desenvolver
    a arte de fazer arcos, até chegar a este ponto,
  • 13:03 - 13:07
    todas estas curvas
    — reflexo e deflexo —
  • 13:07 - 13:10
    que lhe dão uma elasticidade incorporada.
  • 13:10 - 13:13
    Mas isso só pode ser criado
    com materiais compostos,
  • 13:13 - 13:16
    ou seja, é fabricado
    com uma série de materiais.
  • 13:16 - 13:18
    O grosso é a madeira,
    geralmente de faia.
  • 13:18 - 13:22
    Depois, o corno,
    o coro de búfalo asiático.
  • 13:22 - 13:26
    e depois os tendões de um animal.
  • 13:26 - 13:29
    Quando os esmagamos,
  • 13:29 - 13:33
    obtemos estas fibras muito finas,
  • 13:33 - 13:37
    fibras com uma força de tração tremenda
  • 13:37 - 13:40
    que tem elasticidade e mola
  • 13:40 - 13:42
    e impede que o arco se parta.
  • 13:42 - 13:47
    Há materiais que melhoram
    a potência e a mola do arco.
  • 13:48 - 13:52
    Mas só se os fabricantes de arcos
    conseguirem resolver um grande problema.
  • 13:55 - 13:57
    Como impedir que um arco tão potente
  • 13:57 - 14:00
    feito de materiais tão diferentes
  • 14:00 - 14:03
    se parta, quando é o seu próprio poder
    que o separa?
  • 14:08 - 14:11
    Algures na Eurásia, há muito tempo,
  • 14:11 - 14:14
    um génio desconhecido descobriu a resposta.
  • 14:16 - 14:20
    Esta é a bexiga natatória de um esturjão
    — um peixe do Mar Negro.
  • 14:20 - 14:24
    Se a desfizermos e a pusermos em água quente
  • 14:24 - 14:27
    obtemos esta cola viscosa, maravilhosa.
  • 14:27 - 14:33
    Esta simples ideia de fazer uma cola
    duma bexiga natatória de um peixe
  • 14:33 - 14:37
    foi um avanço tecnológico
    de consequências imensas.
  • 14:38 - 14:41
    Foi o que permitiu a existência
    do arco composto.
  • 14:41 - 14:42
    E, por sua vez, o arco composto
    foi uma revolução militar
  • 14:42 - 14:46
    de consequências de grande alcance.
  • 14:46 - 14:50
    O arco recurvo composto
    deu origem a um novo tipo de guerreiro,
  • 14:52 - 14:56
    o arqueiro a cavalo.
  • 14:57 - 14:59
    O arqueiro a cavalo conseguia
    disparar, sentado na sela,
  • 14:59 - 15:02
    em parte por causa da nova tecnologia
    do arco composto.
  • 15:02 - 15:06
    Eram arcos curtos, compactos,
  • 15:06 - 15:09
    e isso significava que podiam
    dispará-los a cavalo.
  • 15:09 - 15:12
    Estão a ver, posso virar-me
    para o outro lado do cavalo,
  • 15:12 - 15:14
    posso virar-me e disparar para trás.
  • 15:14 - 15:16
    É muito mais adequado
    para disparar a cavalo.
  • 15:16 - 15:19
    Todos os que lutaram
    com nómadas da Eurásia,
  • 15:22 - 15:25
    quer fossem inimigos ou amigos,
  • 15:25 - 15:27
    queriam um arco recurvo composto.
  • 15:27 - 15:30
    No início do primeiro milénio a.C.,
  • 15:30 - 15:32
    era usado da Ásia oriental
    à Europa oriental.
  • 15:32 - 15:35
    Um arco recurvo fava a um arqueiro a cavalo
    um poder letal sem precedentes.
  • 15:40 - 15:45
    Mas não fazia deles um cavaleiro.
  • 15:48 - 15:51
    Antes de os arqueiros poderem lutar
    como uma força militar efetiva,
  • 15:53 - 15:57
    precisavam de um grande fornecimento
    de flechas idênticas.
  • 15:58 - 16:02
    E isso era uma coisa que não existia.
  • 16:04 - 16:07
    As pontas das flechas tinham
    uma série de diferentes tamanhos e pesos.
  • 16:10 - 16:13
    Umas eram feitas de osso.
  • 16:13 - 16:15
    Outras eram feitas de sílex.
  • 16:15 - 16:17
    Outras eram feitas de bronze.
  • 16:17 - 16:19
    Todas elas eram feitas individualmente
  • 16:19 - 16:21
    e tínhamos de ajustar o nosso tiro
    segundo o peso de diferentes flechas.
  • 16:21 - 16:24
    Também, uma unidade de soldados
    que disparavam ao mesmo tempo,
  • 16:25 - 16:28
    estariam a disparar flechas
    de pesos ligeiramente diferentes
  • 16:28 - 16:31
    que podiam alcançar diferentes distâncias.
  • 16:31 - 16:34
    Uma das características
    duma ponta de flecha de pedra
    é a sua parte traseira achatada.
  • 16:34 - 16:38
    Mas como é que isso se relacionava
    com a haste da flecha?
  • 16:38 - 16:41
    Só podia estar ligada à haste
    por uma corda ou por tendões.
  • 16:41 - 16:44
    Mas as desvantagens?
  • 16:44 - 16:46
    Primeiro, as setas lançadas
    tendem a mudar de direção facilmente.
  • 16:46 - 16:50
    Em segundo lugar, são suscetíveis de cair.
  • 16:50 - 16:53
    Uma das inovações tecnológicas
  • 16:58 - 17:00
    foi a invenção da ponta de flecha
    com encaixe.
  • 17:00 - 17:04
    Habitualmente, eram feitas de bronze,
  • 17:05 - 17:08
    e eram feitas num molde
    e fundidas num molde,
  • 17:08 - 17:12
    de maneira que podiam ser feitas
    num mesmo molde
  • 17:12 - 17:15
    um número infinito de pontas
    de flechas com o mesmo peso.
  • 17:15 - 17:17
    Fazer pontas aguçadas
    era uma coisa muito difícil.
  • 17:17 - 17:19
    É preciso ter um molde com um núcleo
    onde vai ficar o encaixe,
  • 17:23 - 17:25
    que pode ser rodeado por metal derretido
  • 17:25 - 17:28
    para obter a mesma espessura
    a toda a volta.
  • 17:31 - 17:36
    Fazer pontas de flechas
    do mesmo tamanho e peso
  • 17:36 - 17:39
    foi mais uma revolução tecnológica
    da Ásia Central.
  • 17:39 - 17:43
    Pela primeira vez, os guerreiros a cavalo
  • 17:48 - 17:51
    podiam fazer ataques de flechas
    coordenados aos seus inimigos.
  • 17:51 - 17:55
    Com pontas de flechas do mesmo peso,
  • 17:59 - 18:02
    sempre que esticavam o arco para disparar
  • 18:02 - 18:05
    sabiam que estavam a disparar uma flecha
  • 18:08 - 18:10
    que tinha exatamente o mesmo peso
    da última flecha que tinham disparado,
  • 18:10 - 18:14
    por isso podiam determinar bem
    o alcance e a distância.
  • 18:14 - 18:16
    Além disso, todos os arqueiros
    que estavam a disparar,
  • 18:16 - 18:19
    estavam a disparar flechas
    do mesmo peso, ao mesmo tempo.
  • 18:20 - 18:24
    Assim, a distância seria a mesma
    para todos eles.
  • 18:24 - 18:29
    Com uma ponta de flecha com encaixe
  • 18:29 - 18:33
    podíamos inserir diretamente
    a cabeça no veio,
  • 18:33 - 18:36
    desta forma.
  • 18:37 - 18:40
    Então, quais são as vantagens
    deste tipo de ponta de flecha?
  • 18:40 - 18:44
    Melhora consideravelmente
  • 18:45 - 18:47
    a letalidade e a eficácia
    das flechas antigas.
  • 18:47 - 18:50
    Mesmo no caos da guerra,
    o arqueiro podia visar facilmente o alvo.
  • 18:50 - 18:52
    Não perdia a direção
    ao visar o alvo rapidamente.
  • 18:52 - 18:55
    Esta invenção é um salto gigantesco
    na evolução da história humana.
  • 18:55 - 18:58
    Os arqueólogos pensam que, algures,
    no segundo milénio a.C.,
  • 18:58 - 19:02
    as pontas de flechas de bronze com encixe
    começaram a espalhar-se no oriente
  • 19:02 - 19:06
    enquanto o arco recurvo
    se espalhava para ocidente.
  • 19:08 - 19:12
    Algures por volta de 900 a.C.,
  • 19:12 - 19:15
    as pontas de flecha com encaixe
    e os arcos recurvos
  • 19:16 - 19:20
    juntaram-se na área
    da Bacia Tarim na Ásia Central,
  • 19:21 - 19:23
    levadas por mercadores,
    guerreiros e emigrantes nómadas.
  • 19:23 - 19:26
    Após 700 a.C., começamos a ver
    milhares e milhares de pontas de flechas
  • 19:26 - 19:29
    e dezenas de pontas de flechas
    numa única aljava numa sepultura.
  • 19:31 - 19:35
    É como se estivessem a ser
    produzidas em massa.
  • 19:39 - 19:44
    As pontas de flechas de bronze com encaixe
    transformaram a Ásia Central num arsenal,
  • 19:44 - 19:48
    mas só foi possível
    a existência da cavalaria
  • 19:48 - 19:50
    quando os guerreiros
    passaram a ser soldados.
  • 19:52 - 19:56
    Foi de facto a era da guerra heroica
  • 19:57 - 20:00
    — os indivíduos fazerem
    grandes feitos por si próprios
  • 20:01 - 20:04
    e atraírem a glória para o seu nome.
  • 20:08 - 20:11
    É o tipo de guerra que é descrito
  • 20:11 - 20:14
    na Ilíada, na Odisseia ou no Rigveda,
  • 20:15 - 20:17
    um texto religioso que constitui
    profundas raízes do hinduísmo moderno.
  • 20:17 - 20:20
    O que tinha de mudar
    era uma mudança psicológica
  • 20:20 - 20:24
    na natureza do guerreiro.
  • 20:24 - 20:28
    Era preciso mudar
    dos indivíduos para unidades
  • 20:29 - 20:33
    que funcionavam sob o comando
    dum general comandante,
  • 20:33 - 20:35
    que atacaria e recuaria
    conforme o comando.
  • 20:36 - 20:39
    A mudança psicológica
    do guerreiro heroico para o soldado,
  • 20:39 - 20:43
    provavelmente é uma característica
    da guerra urbana,
  • 20:43 - 20:46
    dos exércitos que estavam associados
  • 20:48 - 20:52
    às grandes cidades
    da Mesopotâmia e do Irão.
  • 20:54 - 20:57
    Essa psicologia teve de se espalhar
    para norte até às estepes
  • 20:58 - 21:00
    e ser aceite pelos guerreiros
    nas estepes,
  • 21:00 - 21:04
    na mesma área onde
    os arcos recurvos
  • 21:07 - 21:12
    e as pontas de flecha com encaixe
    se cruzaram.
  • 21:12 - 21:16
    Enquanto os arcos recurvos
    se espalhavam para ocidente
  • 21:17 - 21:19
    e as pontas de flecha com encaixe
    se espalhavam para oriente,
  • 21:19 - 21:22
    o conceito de disciplina militar
    espalhava-se para norte.
  • 21:25 - 21:27
    Algures por volta de 900 a.C.,
  • 21:27 - 21:30
    juntaram-se todos os três
    no meio da Ásia Central.
  • 21:30 - 21:33
    Quando estas três coisas se juntaram,
  • 21:36 - 21:39
    a cavalaria tornou-se numa forma
    de força militar realmente mortífera.
  • 21:39 - 21:43
    Uma força que iria testar fortemente
    os exércitos mais poderosos do mundo antigo.
  • 21:45 - 21:47
    Há 2200 anos,
  • 21:47 - 21:52
    quando os romanos avançaram para leste,
    para expandir o seu império,
  • 21:55 - 22:00
    a China estava a avançar para oeste.
  • 22:02 - 22:04
    E, tal como os romanos,
  • 22:04 - 22:08
    os chineses encontraram um inimigo
    formidável a cavalo.
  • 22:08 - 22:11
    Os Xiongnu eram nómadas
    das estepes da Ásia Central.
  • 22:13 - 22:15
    Armados com arcos recurvos,
    e flechas com encaixe,
  • 22:15 - 22:18
    lutavam sob as ordens de comandantes
    como uma força militar disciplinada.
  • 22:23 - 22:27
    Atacavam aldeias chinesas
  • 22:28 - 22:31
    e saqueavam o comércio crescente
    entre o ocidente e o oriente.
  • 22:31 - 22:35
    E ninguém conseguia detê-los.
  • 22:38 - 22:41
    Os Xiongnu foram as dores de cabeça
    do mundo antigo, para os chineses.
  • 22:41 - 22:45
    Continuavam a aparecer
    e ninguém os conseguia deter.
  • 22:46 - 22:49
    The Xiongnu cobiçavam os bens materiais
    mais finos produzidos pelos chineses.
  • 22:50 - 22:56
    Era por isso que os atacavam.
  • 22:57 - 23:01
    Imaginem que são um aldeão na China
    e esses homens aparecem de nenhures.
  • 23:05 - 23:12
    Aparecem por detrás da colina
    sem avisarem
  • 23:16 - 23:19
    destruindo a vossa aldeia.
  • 23:23 - 23:27
    Matam o vosso chefe,
    matam o vosso marido.
  • 23:27 - 23:29
    Perseguem as mulheres.
  • 23:29 - 23:31
    Não há possibilidade de se esconderem
    e há um turbilhão de poeira e de flechas.
  • 23:31 - 23:33
    Eles entram e saem
    pegam nas coisas e vão-se embora.
  • 23:33 - 23:35
    A China enviou o seu poder militar
    contra os Xiongnu.
  • 23:35 - 23:38
    Os famosos Guerreiros de Terracota
  • 23:38 - 23:42
    revelam a dimensão e o poder
    dos exércitos chineses.
  • 23:45 - 23:48
    Mas os chineses lutavam a pé
    e com carrinhos,
  • 23:50 - 23:52
    sem eficácia contra a cavalaria
    que atacava e fugia.
  • 23:52 - 23:55
    Um cortesão chinês escreveu
    que os Xiongnu se movimentavam
    como um bando de aves sobre o terreno,
  • 23:57 - 24:00
    impossíveis de controlar.
  • 24:03 - 24:06
    Depois de a guerra montada
    se tornar mortal e efetiva,
  • 24:07 - 24:13
    tornou-se um problema real.
  • 24:13 - 24:16
    Os nómadas sabem sempre
    onde está o agricultor.
  • 24:16 - 24:20
    A nossa casa está no mesmo local
    12 meses por ano,
  • 24:20 - 24:23
    e quando as culturas estão maduras
    é preciso fazer a colheita
  • 24:23 - 24:28
    e os nómadas sabem quando
    é que é essa estação.
  • 24:28 - 24:31
    Enquanto que, se tentamos rechaçá-los,
  • 24:31 - 24:35
    é impossível saber onde é que eles vão atacar
  • 24:36 - 24:39
    ou quando vão estar aqui.
  • 24:40 - 24:43
    Temos de tentar encontrá-los.
  • 24:43 - 24:46
    Para vencer os Xiongnu, os chineses
    precisavam de soldados que lutassem como eles.
  • 24:46 - 24:48
    Precisavam de cavalaria.
  • 24:48 - 24:50
    Há manuais de guerra
    que foram escritos
  • 24:53 - 24:58
    para instruir os guerreiros chineses
  • 25:01 - 25:03
    sobre como combater as táticas
    e os métodos dos Xiongnu.
  • 25:06 - 25:09
    Esses manuais introduziram
    a ideia da cavalaria
  • 25:09 - 25:13
    no exército chinês.
  • 25:13 - 25:17
    O exército chinês só terá
    usado a cavalaria
  • 25:18 - 25:21
    provavelmente por volta de 350 a.C.
  • 25:21 - 25:23
    O exército chinês, a princípio
    com alguma resistência
  • 25:23 - 25:25
    por parte das antigas
    famílias aristocráticas, dizia:
  • 25:25 - 25:26
    "O meu pai combateu num carrinho,
  • 25:26 - 25:29
    "e o pai dele combateu num carrinho,
  • 25:31 - 25:34
    "e eu vou continuar a combater num carrinho
    com os fatos compridos tal como os meus antepassados."
  • 25:34 - 25:37
    Mas não demorou muito
    até que os guerreiros chineses
  • 25:37 - 25:39
    trocassem as suas tradicionais
    túnicas compridas e esvoaçantes,
  • 25:39 - 25:41
    por túnicas mais curtas
    que não atrapalhassem na luta a cavalo.
  • 25:41 - 25:45
    Por fim, a necessidade prática
    forçou-os a livrarem-se das túnicas
  • 25:46 - 25:49
    e a usarem calças de montar,
  • 25:49 - 25:52
    para aprenderem disparar o arco
    a cavalo,
  • 25:52 - 25:57
    e também eles se tornaram
    numa poderosa força de arqueiros a cavalo.
  • 25:59 - 26:05
    A cavalaria chinesa tornou-se especialista
    em disparar o arco recurvo composto,
  • 26:05 - 26:08
    e uma arma chinesa letal, a besta.
  • 26:08 - 26:11
    Enquanto a cavalaria treinava,
  • 26:11 - 26:15
    a China concordou com a exigência dos Xiongnu
    de fazer pagamentos em dinheiro e seda
  • 26:20 - 26:24
    até ao ano de 133 a.C.,
  • 26:26 - 26:30
    quando o Imperador Han Wudi
    se recusou a pagar
  • 26:34 - 26:36
    e enviou o seu exército
    para atacar os Xongnu.
  • 26:36 - 26:41
    A cavalaria chinesa derrotou os nómadas
  • 26:42 - 26:45
    e a China apoderou-se
    de novos territórios nas estepes,
  • 26:46 - 26:49
    pacificando novas rotas
    e abrindo novos horizontes.
  • 26:53 - 26:56
    Por um lado,
    temos este conflito permanente
  • 27:31 - 27:34
    — na cultura chinesa seriam
    os Xiongnu e os chineses Han
  • 27:37 - 27:41
    que criaram uma guerra incessante.
  • 27:43 - 27:47
    Por outro lado, foi este conflito
  • 27:52 - 27:55
    que destruiu as fronteiras físicas.
  • 27:55 - 27:59
    Até as fronteiras territoriais
    estavam sempre a ser empurradas,
  • 28:00 - 28:04
    entre as duas forças.
  • 28:05 - 28:09
    Isso constituía um estímulo para as trocas,
  • 28:09 - 28:12
    para trocas políticas,
  • 28:13 - 28:17
    para novas ideias, para tradições artísticas.
  • 28:17 - 28:20
    Também foi uma nova era para a Rota da Seda.
  • 28:21 - 28:26
    Uma fortuna em ouro romano
    viajava para leste
  • 28:27 - 28:29
    em troca das sedas chinesas.
  • 28:29 - 28:33
    E o reino de Kushan,
    na Ásia Central,
  • 28:36 - 28:39
    fez fortuna vendendo à China
    outro bem de luxo:
  • 28:40 - 28:44
    o jade.
  • 28:44 - 28:46
    As caravanas da Rota da Seda passavam
    por este posto fronteiriço
  • 28:51 - 28:54
    na fronteira ocidental da China.
  • 28:54 - 28:57
    Tantas transportavam jade de Kushan
  • 29:00 - 29:01
    que este posto ficou conhecido
    por Portão de Jade.
  • 29:04 - 29:07
    Os aristocratas chineses
    cobiçavam o jade pela sua beleza
  • 29:07 - 29:09
    e por uma outra coisa.
  • 29:11 - 29:13
    Acreditavam que o jade
    os manteria vivos para sempre.
  • 29:13 - 29:17
    A elite governante encomendava
    fatos funerários de jade
  • 29:22 - 29:25
    para preservar os corpos na sepultura.
  • 29:25 - 29:27
    Acreditavam que, depois de mortos,
  • 29:30 - 29:34
    todos os orifícios deviam ser tapados
  • 29:37 - 29:40
    para preservar o espírito
    no interior da pessoa.
  • 29:40 - 29:42
    Esta noção do jade
  • 29:46 - 29:49
    enquanto material com poderes de proteção
    na vida além-túmulo,
  • 29:49 - 29:52
    ainda era reforçada
  • 29:52 - 29:56
    pelo facto de construírem
    uma armadura
  • 29:57 - 30:00
    feita de milhares de peças de jade.
  • 30:00 - 30:05
    E, claro, para o imperador,
  • 30:05 - 30:08
    a armadura de jade seria feita
    do jade mais fino,
  • 30:08 - 30:11
    das regiões ocidentais.
  • 30:11 - 30:17
    Durante o império romano,
    o comércio a Rota da Seda floresceu
  • 30:18 - 30:20
    enquanto os exércitos chinês,
    persa e Kushan
  • 30:20 - 30:26
    mantinham as rotas comerciais
    abertas através da Eurásia.
  • 30:27 - 30:30
    A China tinha equilibrado
    o campo de batalha
  • 30:30 - 30:34
    com os invasores nómadas das estepes.
  • 30:34 - 30:37
    Mas os arqueiros a cavalo da Ásia Central
  • 30:37 - 30:39
    estavam prestes a gravar
    os seus nomes na História.
  • 30:47 - 30:49
    No século IV d.C., a Europa foi invadida
    por povos da Ásia Central
  • 30:49 - 30:51
    cujo nome ainda evoca
    uma crueldade bárbara.
  • 30:57 - 31:00
    Os Hunos, que abriram à força
    o caminho para oeste, até Roma.
  • 31:00 - 31:03
    Povos europeus
    como os Godos e os Visigodos
  • 31:04 - 31:09
    — os chamados bárbaros —
  • 31:09 - 31:12
    fugiram perante aquela investida
  • 31:19 - 31:22
    e procuraram refúgio em território romano.
  • 31:33 - 31:35
    Quando os Hunos se retiraram
    do mundo romano,
  • 31:35 - 31:38
    esses bárbaros refugiados
    mantiveram-se onde estavam.
  • 31:38 - 31:39
    E o resto é História.
  • 31:39 - 31:42
    O império romano do ocidente
    estava mergulhado no caos
  • 31:44 - 31:47
    quando as tribos bárbaras,
    descontentes com a sua sorte,
  • 31:47 - 31:49
    se revoltaram contra a autoridade romana
  • 31:55 - 31:58
    e os fracos imperadores romanos
    não conseguiram esmagá-las.
  • 32:02 - 32:06
    À medida que Roma entrava em declínio,
    arqueiros a cavalo migrantes, chamados Avares,
  • 32:08 - 32:11
    criaram o seu país na Europa de leste,
  • 32:11 - 32:14
    levando com eles outra inovação
    militar asiática:
  • 32:14 - 32:17
    o estribo.
  • 32:22 - 32:26
    Esta estátua chinesa
    do século IV d.C.,
  • 32:26 - 32:30
    é a mais antiga representação
    dos estribos.
  • 32:30 - 32:34
    Uns 300 anos depois,
  • 32:37 - 32:38
    um cavaleiro Avar
    atravessou a Hungria
  • 32:42 - 32:45
    com estes estribos.
  • 32:45 - 32:48
    No século VIII d.C.,
  • 32:53 - 32:55
    os estribos tinham-se espalhado
    de uma ponta da Eurásia até à outra
  • 32:55 - 32:57
    e a guerra montada
    entrava numa nova era.
  • 32:57 - 32:59
    A importância do estribo
  • 33:05 - 33:07
    está ligada ao tipo de armas
    que podemos usar a cavalo
  • 33:07 - 33:12
    e tornou possível use certos tipos
    de armas a cavalo
  • 33:12 - 33:15
    que não seria possível usar sem estribos.
  • 33:18 - 33:20
    Essas armas são o sabre comprido.
  • 33:20 - 33:24
    Precisamos de nos inclinar e absorver o choque,
  • 33:24 - 33:29
    se queremos usar
    um sabre comprido em batalha.
  • 33:29 - 33:31
    E os estribos permitem que o cavaleiro
    absorva o choque
  • 33:31 - 33:34
    do contacto com um alvo fixo.
  • 33:34 - 33:38
    A outra grande arma
    que se tornou possível com os estribos
  • 33:38 - 33:41
    foi a lança presa debaixo do braço.
  • 33:41 - 33:45
    Era possível apunhalar uma pessoa
    com a lança e depois retirá-la,
  • 33:45 - 33:47
    passando por ela, sem estribos.
  • 33:48 - 33:50
    Mas, se a prendêssemos debaixo do braço,
    e usássemos a lança como uma arma de choque
  • 33:50 - 33:54
    seríamos derrubados do cavalo
    se não tivéssemos estribos.
  • 33:54 - 33:59
  • 33:59 - 34:02
    Portanto, os estribos tornaram possível
    o uso de espadas e lanças compridas
  • 34:03 - 34:08
    como armas de choque
    contra alvos fixos
  • 34:08 - 34:10
    mantendo-nos na sela.
  • 34:10 - 34:12
    E, claro, isso tornou possível ter
    guerreiros montados pesados.
  • 34:12 - 34:17
    Agora o cavaleiro passa a ser um só
    com o seu cavalo.
  • 34:17 - 34:20
    Está muito bem apoiado nos estribos,
    apoiado nisto
  • 34:20 - 34:22
    e depois, com a sua lança comprida
  • 34:22 - 34:27
    torna-se numa única unidade de projeção.
  • 34:28 - 34:32
    Homem, cavalo, sela, lança,
    tudo junto para a carga de impacto.
  • 34:32 - 34:35
    Foi a época do cavaleiro medieval.
  • 34:35 - 34:38
    O poder de um cavaleiro medieval
  • 34:38 - 34:41
    era fruto da combinação do estribo asiático
  • 34:43 - 34:49
    e da antiga tática de choque
    da catafracta persa
  • 34:53 - 34:56
    com uma invenção europeia:
    a armadura de placas articuladas.
  • 35:01 - 35:03
    Suficientemente forte para proteger o utilizador
    dos ataques de espada e de lança
  • 35:03 - 35:07
    embora suficientemente leve para lhe permitir
    mover-se livremente a cavalo
  • 35:07 - 35:11
    e a pé.
  • 35:11 - 35:14
    A cavalaria pesada nunca tinha sido
    uma arma de guerra tão poderosa.
  • 35:16 - 35:19
    A batalha montada medieval
    podia ser uma batalha
  • 35:21 - 35:25
    que gerava muita força
    sobre o cavaleiro,
  • 35:25 - 35:27
    uma batalha de grande impacto.
  • 35:30 - 35:34
    Neste caso, o guerreiro montado
    está a ser usado
  • 35:36 - 35:39
    como uma arma de choque
    para derrubar o inimigo.
  • 35:39 - 35:43
    Mas mesmo os formidáveis
    cavaleiros montados da Europa
  • 35:43 - 35:45
    viriam a ser derrotados
    pela cavalaria da Ásia Central
  • 35:47 - 35:50
    que irromperam das estepes
    e mudaram o mundo.
  • 35:50 - 35:53
    O maior império conquistado
    que a Terra já viu
  • 36:00 - 36:03
    foi criado por nómadas pastoris
    da Ásia Central.
  • 36:03 - 36:07
    No século XIII,
  • 36:09 - 36:12
    os Mongóis conquistaram
    para Oeste até à Polónia
  • 36:17 - 36:22
    e para Leste até ao Mar do Japão.
  • 36:24 - 36:28
    Os exércitos mongóis combinaram
    as táticas de choque devastadoras
    dos arqueiros a cavalo
  • 36:36 - 36:38
    com uma organização militar
    altamente sofisticada.
  • 36:38 - 36:41
    Podiam reunir rapidamente
    e marchar até distantes campos de batalha.
  • 36:41 - 36:43
    Depois, a cavalaria chegaria
    ao campo de batalha do inimigo,
  • 36:48 - 36:52
    antes de este organizar a defesa
  • 36:52 - 36:55
    que pudesse deter o inimigo
    psicológica e estrategicamente.
  • 36:58 - 37:03
    Diz-se que a cavalaria surgia
    repentinamente
  • 37:05 - 37:08
    como uma coisa que caía do céu
  • 37:08 - 37:11
    e desaparecia rapidamente
  • 37:11 - 37:16
    sem deixar vestígio.
  • 37:17 - 37:21
    O ocidente, em especial
    os historiadores europeus,
  • 37:22 - 37:25
    escreveram que os Mongóis apareciam
    muito ao longe, como vários pontos,
  • 37:26 - 37:29
    mas de repente juntavam-se
    à nossa frente, como nuvens escuras.
  • 37:30 - 37:33
    O ataque inesperado era o hábito.
  • 37:33 - 37:36
    Os Mongóis ficaram na História
    como assassinos sedentos de sangue
  • 37:36 - 37:41
    mas também eram sofisticados,
    de mente aberta,
  • 37:42 - 37:46
    frequentemente conquistadores generosos.
  • 37:46 - 37:50
    Pacificaram a Rota da Seda.
  • 37:56 - 38:00
    O comércio entre o Ocidente e o Oriente
  • 38:01 - 38:04
    floresceu durante esta paz
    imposta pelos Mongóis,
  • 38:04 - 38:07
    a Pax Mongolica.
  • 38:09 - 38:11
    Antes da época da Pax Mongolica,
  • 38:17 - 38:19
    o banditismo era um problema
    muito grave para os mercadores,
  • 38:19 - 38:22
    para as caravanas ao longo da Rota da Seda.
  • 38:22 - 38:24
    A reputação de Genghis Khan
    e dos seus descendentes
  • 38:26 - 38:29
    criou a paz e a passagem em segurança
    ao longo da Rota da Seda
  • 38:29 - 38:33
    porque os bandidos tinham muito medo
    dos soldados mongóis.
  • 38:34 - 38:36
    A Pax Mongolica,
  • 38:37 - 38:41
    o controlo do comércio e das trocas
  • 38:41 - 38:46
    que se tornaram possíveis
    com os Mongóis
  • 38:46 - 38:54
    ligaram a China à Europa
    e ao Próximo Oriente
  • 38:54 - 38:57
    de forma sustentada
    pela primeira vez na História mundial.
  • 38:57 - 39:05
    E isso teve um profundo efeito
  • 39:05 - 39:08
    no desenvolvimento
    da civilização europeia.
  • 39:08 - 39:12
    Protegidos pela Pax Mongolica
  • 39:12 - 39:16
    e ansiosos por boas relações
    com o império Mongol,
  • 39:17 - 39:19
    os europeus começaram a viajar
    para leste como nunca antes.
  • 39:19 - 39:23
    Mercadores, missionários e diplomatas
  • 39:24 - 39:26
    afluíam ao Leste ao longo das rotas comerciais,
  • 39:26 - 39:30
    trazendo bens asiáticos populares
    como panos e especiarias
  • 39:30 - 39:34
    e relatos das riquezas
    e das maravilhas do Oriente,
  • 39:36 - 39:39
    alguns verdadeiros, outros fabulosos,
    mas todos eles fascinantes.
  • 39:39 - 39:41
    Da Europa até à China,
  • 39:43 - 39:47
    o comércio da Rota da Seda espalhou
    novos conhecimentos de terras longínquas.
  • 39:49 - 39:52
    A Rota da Seda levou os seres humanos
    a perceber
  • 39:52 - 39:56
    que havia outros povos além deles,
  • 39:58 - 40:00
    e isso abriu os olhos
    ao Oriente e ao Ocidente.
  • 40:00 - 40:04
    As cidades italianas de Veneza e Génova
    colhiam enormes recompensas.
  • 40:05 - 40:09
    Os seus mercadores viajavam com segurança
    por toda a Eurásia
  • 40:09 - 40:12
    e fundavam postos comerciais
    o Mar Negro
  • 40:12 - 40:16
    para receber e transacionar bens
    na Rota da Seda.
  • 40:20 - 40:24
    Os lucros da Rota da Seda financiavam
    a magnífica arte e arquitetura.
  • 40:27 - 40:30
    Mas a competição entre elas mergulhava-as
    com frequência em guerra umas contra as outras.
  • 40:32 - 40:34
    Numa dessas guerras, Génova capturou
    um próspero mercador veneziano
  • 40:34 - 40:37
    chamado Marco Polo.
  • 40:39 - 40:43
    Preso pelos genoveses,
    Polo ditou a história da sua viagem
  • 40:45 - 40:49
    à China, pela Rota da Seda,
    a um outro prisioneiro.
  • 40:52 - 40:56
    Os especialistas debatem hoje
    se Marco Polo visitou mesmo a Chin
  • 40:56 - 40:58
    ou se se limitou a repetir
    as histórias que ouviu contar
  • 40:59 - 41:03
    a viajantes da Rota da Seda.
  • 41:03 - 41:06
    Mas ninguém discute que
    "As viagens de Marco Polo"
  • 41:09 - 41:13
    foi um dos livros mais influentes
    em toda a História da Humanidade.
  • 41:14 - 41:17
    Seduziu a Europa com os contos
    da enorme riqueza da China
  • 41:17 - 41:19
    e a sua civilização avançada.
  • 41:24 - 41:27
    Anos antes de Marco Polo contar
    essas histórias numa prisão genovesa,
  • 41:27 - 41:31
    uma invenção chinesa atravessava
    a Eurásia, a caminho do Ocidente.
  • 41:32 - 41:34
    Uma coisa criada séculos antes
  • 41:34 - 41:38
    quando uma experiência acabara mal.
  • 41:45 - 41:50
    Antigos alquimistas chineses
    preparavam poções de chumbo ou mercúrio
  • 41:53 - 41:58
    para os seus aristocráticos patronos
  • 42:03 - 42:05
    que acreditavam que beber esses metais
    os ajudariam a viver eternamente.
  • 42:05 - 42:09
    Em vez disso, essas poções matava-os
    ou faziam-nos enlouquecer.
  • 42:19 - 42:24
    Outra combinação mortífera era o enxofre
  • 42:24 - 42:26
    aquecido com um nitrato orgânico
    encontrado no solo por toda a China,
  • 42:26 - 42:29
    conhecido por salitre.
  • 42:33 - 42:37
    Quando os alquimistas experimentaram
    esta fórmula,
  • 42:39 - 42:42
    aquilo explodiu em chamas,
  • 42:42 - 42:46
    ferindo os alquimistas
  • 42:48 - 42:51
    (Explosão)
  • 42:53 - 42:55
    e incendiando o laboratório.
  • 42:56 - 42:58
    Desse desastre nasceu
    uma mistura química sem igual.
  • 42:58 - 43:00
    Pode ter falhado enquanto
    elixir da imortalidade,
  • 43:00 - 43:01
    mas iria provar
    ser um potente agente de morte.
  • 43:01 - 43:04
    Este pergaminho budista chinês
    datado de cerca de 950 d.C.
  • 43:06 - 43:11
    mostra demónios rodeando
    um Buda sentado.
  • 43:15 - 43:18
    Um demónio segura naquilo a que os chineses
    chamam um "huo quiang”, ou lança-chamas.
  • 43:18 - 43:23
    É a imagem mais antiga que se conhece
    de uma arma
  • 43:25 - 43:29
    que usa a mistura mortífera
    de salitre e enxofre,
  • 43:29 - 43:33
    conhecida na História por pólvora.
  • 43:34 - 43:39
    No início do século XIII,
  • 43:42 - 43:45
    os Mongóis atacaram a Dinastia Jin da China.
  • 43:45 - 43:48
    O exército da Dinastia Jin contra-atacou
    com bombas explosivas de pólvora.
  • 43:52 - 43:56
    Mas os Mongóis conquistaram
    cada vez mais pedaços da China.
  • 44:01 - 44:04
    A artilharia chinesa reuniu os seus exércitos
  • 44:04 - 44:07
    e marchou para Ocidente, levando
    as suas armas com pólvora.
  • 44:07 - 44:12
    Os Mongóis atacaram
    cidades russas e polacas
  • 44:16 - 44:19
    com bombas de fogo explosivas.
  • 44:19 - 44:22
    E os europeus descobriram
    o que a pólvora podia fazer.
  • 44:22 - 44:26
    No final do século XIII,
  • 44:29 - 44:32
    a fórmula para a pólvora
    chegara à Inglaterra
  • 44:32 - 44:35
    e os europeus andavam a inventar
    as suas versões das novas armas.
  • 44:36 - 44:40
    Não demorou muito até essa invenção
    chinesa mudar a História europeia.
  • 44:44 - 44:47
    A 26 de agosto de 1346,
  • 44:47 - 44:50
    perto da aldeia de Crécy,
    no norte da França,
  • 44:52 - 44:56
    os exércitos da França e da Inglaterra
    preparavam-se para a batalha.
  • 45:00 - 45:04
    Montados nos seus corcéis de guerra,
    envoltos nas suas armaduras,
  • 45:08 - 45:11
    a flor da nobreza francesa
    formaram em linha de batalha,
  • 45:11 - 45:14
    enquanto os ingleses utilizavam
    uma força muito diferente,
  • 45:15 - 45:18
    milhares de arqueiros especializados.
  • 45:27 - 45:31
    Os franceses enviaram os seus besteiros
    genoveses para atacar os ingleses,
  • 45:31 - 45:34
    antes de os cavaleiros franceses
    os aniquilarem.
  • 45:43 - 45:46
    Mas o rei inglês, Eduardo III,
  • 45:50 - 45:53
    passara anos a treinar os seus homens
    de arco longo.
  • 46:00 - 46:05
    E todo esse treino estava prestes a ser recompensado.
  • 46:05 - 46:08
    Nada como aquilo já fora visto
    num campo de batalha ocidental.
  • 46:15 - 46:17
    A primeira vez que uma saraivada de flechas
    fosse disparada pelos arqueiros de Crécy
  • 46:17 - 46:21
    teria representado uma coisa totalmente nova
  • 46:25 - 46:28
    para muitos do exército francês que observavam.
  • 46:41 - 46:47
    Uma nuvem de flechas a descer na direção deles.
  • 46:47 - 46:52
    Devia ser assustador.
  • 46:52 - 46:55
    E, claro, o efeito foi quase imediato.
  • 46:55 - 46:59
    Sob a chuva das flechas inglesas,
    os genoveses viraram as costas e fugiram,
  • 46:59 - 47:01
    e, segundo os relatos medievais da batalha,
  • 47:02 - 47:05
    também ficaram em pânico
    por causa de outra arma inglesa.
  • 47:05 - 47:08
    Giovanni Villani escreveu,
    muito pouco tempo depois da batalha,
  • 47:12 - 47:16
    na sua crónica, que o barulho
    criado pelas armas
  • 47:17 - 47:20
    era tão forte e intimidante
  • 47:20 - 47:23
    que eles pensaram que Deus
    estava a trovejar,
  • 47:32 - 47:35
    "As armas inglesas lançam bolas de ferro
    por meio do fogo.
  • 47:35 - 47:40
    "Fazem um barulho como trovões
  • 47:40 - 47:42
    "e causam muitas baixas em homens e cavalos."
  • 47:42 - 47:45
    Um barulho como aquele
    não tinha precedentes
  • 47:49 - 47:52
    para os soldados no campo da batalha.
  • 47:53 - 47:55
    Nada, na vida deles,
    os tinha preparado
  • 47:55 - 47:58
    para um estrondo daquela dimensão.
  • 48:05 - 48:07
    e acompanhado por fumo
    e por um forte cheiro a enxofre,
  • 48:07 - 48:10
    que ficava a pairar no ar.
  • 48:11 - 48:14
    Só puderam avaliar o impacto
  • 48:14 - 48:15
    quando os homens à volta começaram a cair.
  • 48:15 - 48:20
    Nem mesmo os soldados profissionais
    como os genoveses
  • 48:20 - 48:22
    podiam esperar uma coisa
    como aquela.
  • 48:22 - 48:25
    Devia ser uma coisa terrível
  • 48:25 - 48:27
    e não admira que eles
    se espalhassem e fugissem.
  • 48:29 - 48:32
    Viraram costas e fugiram perante
    a iminente carga de cavalaria frncesa.
  • 48:32 - 48:36
    A cavalaria francesa estava
    a avançar para o campo da batalha
  • 48:36 - 48:39
    e ficaram estupefactos
  • 48:39 - 48:42
    ao verem fugir
    as pessoas que tinham contratado.
  • 48:44 - 48:50
    Amaldiçoaram-nos e atacaram-nos.
  • 48:50 - 48:53
    e caíram tantos genoveses
    sob os cascos franceses
  • 48:53 - 48:55
    como tinham caído sob as flechas
    e as armas inglesas.
  • 48:55 - 48:59
    Todos os 12 000 cavaleiros franceses
  • 49:01 - 49:04
    — o dobro do exército inglês —
  • 49:04 - 49:07
    avançaram na carga contra os ingleses.
  • 49:07 - 49:10
    Também eles caíram sob
    as flechas e s balas dos ingleses.
  • 49:12 - 49:14
    Carregaram vezes sem conta,,
  • 49:14 - 49:16
    carregaram 15, 16 vezes,
  • 49:16 - 49:19
    Os cavalos ficaram despedaçados
  • 49:22 - 49:26
    e os homens foram cuspidos dos cvalos.
  • 49:28 - 49:30
    E os que não foram cuspidos
  • 49:31 - 49:33
    foram atacados pelos homens de punhal
  • 49:35 - 49:37
    que acabaram com esses cavaleiros.
  • 49:37 - 49:39
    Foi um momento na História
    em que o mundo mudou.
  • 49:39 - 49:41
    Significou o início do fim
    do cavaleiro medieval.
  • 49:41 - 49:43
    A batalha de Crécy
    ficou registada na História
  • 49:43 - 49:46
    como um dos primeiros usos
    de armas a pólvora
  • 49:51 - 49:55
    numa batalha europeia.
  • 49:55 - 49:59
    Uns 500 anos depois
  • 50:02 - 50:04
    de ter incendiado a oficina
    de um alquimista chinês,
  • 50:04 - 50:07
    a pólvora tonou-se a arma de eleição do destino.
  • 50:08 - 50:11
    Depois de Crécy, foi uma questão de tempo
  • 50:18 - 50:20
    até os destinos de povos e de nações
    serem decididos pelas espingardas.
  • 50:20 - 50:23
    Ao fim de 200 anos,
  • 50:23 - 50:26
    os europeus usariam as suas poderosas
    arms alimentadas por pólvora
  • 50:29 - 50:32
    para dominar o mundo,
  • 50:32 - 50:35
    criando impérios que evoluiriam
    na cultura comercial global atual,
  • 50:40 - 50:42
    que liga os povos
    através do comércio em vez das armas.
  • 50:42 - 50:45
    Mas, antes de a Europa poder embarcar
    na sua aventura de criação de impérios,
  • 50:45 - 50:48
    a sua ordem social medieval
  • 50:52 - 50:56
    seria estilhaçada
    por um acontecimento catastrófico,
  • 51:00 - 51:03
    que forjaria uma nova Europa
    num cadinho de horror.
  • 51:10 - 51:13
    Enquanto os canhões troavam em Crécy,
  • 51:15 - 51:17
    havia outra coisa a espalhar-se
    ao longo das rotas comerciais da Eurásia,
  • 51:17 - 51:20
    uma coisa que iria matar
    dezenas de milhões de europeus.
  • 51:21 - 51:25
    Uma destruição apocalíptica da vida humana
  • 51:29 - 51:32
    que iria instituir os fundamentos
    do mundo moderno.
  • 51:32 - 51:35
    Na batalha de Crécy de 1346,
  • 51:40 - 51:44
    os ingleses ganharam uma vitória
    história sobre a França,
  • 51:49 - 51:51
    ajudados por uma invenção chinesa
    que viajara até à Europa.
  • 51:52 - 51:56
    A pólvora.
  • 52:18 - 52:21
    Nesse mesmo ano de 1346,
  • 52:21 - 52:25
    a cerca de 2000 quilómetros a leste de Crécy,
  • 52:28 - 52:31
    ocorria outra batalha nas praias
    do Mar Negro.
  • 52:40 - 52:42
    Um exército mongol tinha montado cerco
    à cidade portuária de Caffa, na Crimeia,
  • 53:19 - 53:21
    um posto comercial da Rota da Seda
    pertencente à cidade italiana de Génova.
  • 53:22 - 53:25
    Os mongóis eram mestres
    da guerra por cerco.
  • 53:25 - 53:29
    Mas Caffa continuava a aguentar-se
    depois de mais de dois anos.
  • 53:34 - 53:38
    Subitamente,
    o exército mongol foi dizimado.
  • 53:39 - 53:43
    Não pelos defensores de Caffa,
    mas por uma doença desconhecida.
  • 53:46 - 53:48
    Os mongóis rapidamente terminaram o cerco.
  • 53:51 - 53:55
    Mas antes de abandonarem Caffa,
  • 53:59 - 54:02
    carregaram as máquinas dp cerco
    com os cadáveres dos seus mortos
  • 54:03 - 54:07
    e projetaram-nos para dentro
    das muralhas da cidade,
  • 54:10 - 54:13
    na crença de que o fedor da morte
    matasse os defensores.
  • 54:13 - 54:15
    As crónicas medievais dizem
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    que os defensores de Caffa
    morreram aos milhares
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    mas não por causa do cheiro da morte.
  • 54:21 - 54:25
    Um ano depois, em 1347,
  • 54:30 - 54:32
    a mesma doença que matara
    os mongóis em Caffa
  • 54:32 - 54:35
    estava a matar pessoas em Constantinopla.
  • 54:35 - 54:38
    Em 1348, estava a matar pessoas
    por toda a Europa ocidental.
  • 54:42 - 54:45
    Em 1350, estava a matar pessoas
    na distante Groenlândia.
  • 54:45 - 54:49
    Os europeus, aterrorizados,
    deram-lhe um nome.
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    A Peste Negra.
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    Apenas em 10 anos, de 1347 a 1356,
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    a Peste Negra matara pelo menos
    25 milhões de europeus,
  • 55:11 - 55:14
    um terço da população europeia.
  • 55:17 - 55:19
    Hoje, muitos estudiosos cham
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    que a Peste Negra foi um surto
    da peste bubónica
  • 55:27 - 55:31
    que se transmitia aos seres humanos
    através de pulgas infetadas que viviam nos ratos.
  • 55:32 - 55:35
    E pensamos que se espalhou pela Eurásia
  • 55:39 - 55:41
    à boleia dos exércitos, dos navios
    e ds caravanas
  • 55:41 - 55:44
    ao longo das rotas comerciais
    que já eram antigas
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    na altura da Peste Negra.
  • 55:52 - 55:55
    Micro-organismos viajantes de todos os tipos
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    movimentavam-se pela Eurásia
    durante milhares de anos.
  • 55:59 - 56:02
    Uma bio-migração que teve
    um tão grande impacto na história
  • 56:02 - 56:05
    como as trocas mais famosas
    de novas tecnologias e de bens de luxo.
  • 56:08 - 56:10
    Como recentes descobertas mostram
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    pequenos seres vivos
    movimentando-se ao longo da Rota da Seda
  • 56:15 - 56:19
    deram origem a vida, mas também a morte.
  • 56:19 - 56:24
    Estamos usar novos métodos
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    de analisar a agricultura primitiva
  • 56:27 - 56:30
    e, para isso, precisamos de analisar
  • 56:30 - 56:33
    todas as descobertas dos cultivos
    primitivos na Europa.
  • 56:35 - 56:37
    Quando olhamos para um mapa
    de toda a Europa,
  • 56:37 - 56:39
    vemos que havia estas culturas chinesas
  • 56:39 - 56:42
    em pequeno número,
    muito cedo na Europa.
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    "Muito cedo" era por volta de 2000 a.C.
  • 56:47 - 56:49
    quando um grão chinês
    chamado painço de milho
  • 56:49 - 56:52
    parece no registo arqueológico
    da Europa de leste.
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Title:
O verdadeiro impacto da Rota da Seda
Description:

A Rota da Seda é um dos projectos mais transformadores da humanidade, ligando o Oriente e o Ocidente através da Eurásia durante milhares de anos. Esta série documental examina o seu profundo impacto na história, moldando impérios, espalhando ideias e revolucionando civilizações. O documentário histórico extra-longo de hoje explora a forma como a Rota da Seda influenciou os conflitos, desde as tácticas de cavalaria à invenção da pólvora. Em seguida, revela como a rota se tornou um canal de vida e de doença, remodelando as sociedades. Por fim, revela o papel fundamental do comércio da Rota da Seda na condução da Era das Revoluções e na formação do mundo moderno.

Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com

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Video Language:
English
Duration:
02:31:47

Portuguese subtitles

Incomplete

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