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AwakeningMindPart2 - The Mind Unveiled

  • 0:12 - 0:17
    Entrar na experiência humana
    é entrar em um grande esquecimento.
  • 0:19 - 0:25
    O véu da mente condicionada obscurece
    a verdade de quem realmente somos,
  • 0:28 - 0:34
    lançando-nos em um mundo de separação,
    limitação e dúvida.
  • 0:36 - 0:42
    Então, quem é você realmente?
    Você é só uma mente vivendo em um corpo,
  • 0:42 - 0:48
    navegando pela vida, tentando encontrar
    felicidade e evitando o sofrimento?
  • 0:48 - 0:55
    Ou, talvez, algo totalmente diferente,
    muito mais profundo, algo eterno,
  • 0:55 - 1:00
    que não pode ser explicado em palavras.
    Algo que quando percebido
  • 1:00 - 1:07
    traz verdadeira paz e realização.
    Aqui nós vamos olhar além do véu
  • 1:07 - 1:12
    da mente, além dos pensamentos e
    das sensações, para descobrir a verdade
  • 1:12 - 1:16
    de quem realmente somos.
  • 1:33 - 1:36
    Então, o que é a mente?
  • 1:38 - 1:44
    Em nossa história, essa pergunta vem sendo
    feita vária vezes. Desde as primeiras
  • 1:44 - 1:50
    pesquisas espirituais e científicas
    da humanidade a mente humana tem sido
  • 1:50 - 1:55
    conceitualizada e entendida de diferentes
    maneiras por diferentes culturas.
  • 1:55 - 2:02
    Os seres humanos têm utilizado filosofia,
    psicologia e teorias científicas, bem como
  • 2:02 - 2:08
    a investigação direta para penetrar
    nos segredos da mente. . . para encontrar
  • 2:08 - 2:15
    quem somos além da mente e do corpo.
    Em geral, pensamos na mente como
  • 2:15 - 2:19
    algo que existe na cabeça, como o cérebro
    e isso tem a ver com o pensamento
  • 2:19 - 2:28
    e com a cognição, mas a mente é muito mais
    profunda que isso. É na verdade dualidade.
  • 2:28 - 2:33
    Também é conhecida como Maya ou Ilusão.
    Também é conhecida como ego.
  • 2:34 - 2:41
    Em Latim, ego significa 'eu'. Quando
    seu sentido é limitado a alguma
  • 2:41 - 2:48
    coisa, é maya, ilusão. Mas quando é
    ilimitado... quando desperta como
  • 2:48 - 2:54
    a própria consciência, onde todos os
    fenômenos surgem e desaparecem,
  • 2:54 - 2:59
    então, não há mais uma identificação
    com o "eu" separado.
  • 3:00 - 3:07
    O verdadeiro significado da palavra "eu" é
    conhecimento e consciência infinitos.
  • 3:07 - 3:13
    Esse é o único "eu" ou Eu que existe.
    Entretanto, para a maioria de nós
  • 3:13 - 3:20
    o senso de nós mesmos tornou-se tão
    emaranhado no conteúdo da experiência...
  • 3:20 - 3:26
    pensamentos, imagens, sentimentos...
    nós não nos percebemos como somos
  • 3:26 - 3:33
    essencial e originalmente. Nos conhecemos
    de uma maneira modificada....misturada com
  • 3:33 - 3:40
    o conteúdo da experiência. Esta mistura
    do verdadeiro e único "eu" de infinito
  • 3:40 - 3:45
    conhecimento ou infinita consciência
    com o conteúdo da experiência faz esse
  • 3:45 - 3:51
    EU ilusório, que é o que geralmente
    é chamado de ego ou
  • 3:51 - 3:57
    EU separado. O ego é uma ideia muito
    persistente, forte, sólida, de que
  • 3:57 - 4:05
    somos uma pessoa, uma entidade separada
    dentro da mente-corpo. Ou, às vezes
  • 4:05 - 4:10
    achamos que somos uma mente-corpo.
    O ego é um aspecto da mente que se forma
  • 4:10 - 4:18
    numa idade jovem e é o aspecto que nos
    dá a sensação de que sou um eu individual.
  • 4:18 - 4:26
    O ego é literalmente uma entidade
    inventada e não é real e é aquilo com que
  • 4:26 - 4:34
    nós identificamos como o corpo. É a parte
    da mente que pensa que está separada.
  • 4:35 - 4:43
    O ego é a percepção que tenho sobre mim,
    mas não é o verdadeiro eu.
  • 4:44 - 4:49
    É uma construção imaginária de mim,
    mas não quem eu sou. Fundamentalmente
  • 4:49 - 4:58
    o que sou é mais profundo e essa
    presença oculta que está sempre aqui.
  • 4:59 - 5:05
    A mente dual é composta por dois
    aspectos fundamentais... a testemunha e
  • 5:05 - 5:11
    o que é testemunhado. Existem os fatos
    do mundo feito de sensações,
  • 5:11 - 5:18
    percepções e preferências egoicas e
    a sensação de que existe um "eu"
  • 5:18 - 5:24
    que é separado, testemunhando. O
    despertar é acordar dessa dualidade....
  • 5:25 - 5:31
    da divisão entre quem testemunha e o que é
    testemunhado, entre o sujeito e o objeto,
  • 5:31 - 5:36
    para perceber a consciência primordial
    que está sempre presente.
  • 5:39 - 5:45
    Se você observar as crianças, elas
    não têm ego e vivem
  • 5:45 - 5:51
    em um estado de participação. Vivem em
    estado de satisfação, porque
  • 5:51 - 5:54
    não estão separadas do mundo.
  • 5:55 - 6:00
    Quando nascemos, somos dependentes e ainda
    não possuímos raciocínio conceitual.
  • 6:01 - 6:07
    Quando crescemos, desenvolvemos conceitos
    e o auto conhecimento, que é a
  • 6:07 - 6:12
    habilidade de refletir sobre o que fazemos
    para nos tornarmos independentes.
  • 6:12 - 6:16
    Então, esse processo de pensamento se
    torna nossa própria identidade.
  • 6:17 - 6:24
    A formação do ego começa logo depois do
    nascimento. Começamos a desenvolver uma
  • 6:24 - 6:31
    identidade pessoal, que então chamamos
    de "eu" ou "mim". O estágio do espelho
  • 6:31 - 6:38
    do desenvolvimento humano, quando a
    criança se reconhece no espelho, ocorre
  • 6:38 - 6:47
    entre 6 e 18 meses de idade. Esta é apenas
    uma parte da formação do ego por meio
  • 6:47 - 6:52
    do processo de identificação. Não é
    que nosso ego seja formado pelo processo
  • 6:52 - 6:58
    de reconhecer um personagem no espelho.
    Isso faz parte do processo de socialização
  • 6:58 - 7:06
    ou condicionamento e somos tratados como
    uma pessoa separada, um "eu" separado.
  • 7:08 - 7:14
    Aprendemos a identificar um senso de "eu"
    pelas sensações que surgem em nosso corpo,
  • 7:14 - 7:22
    pela percepção e conceitualização das
    coisas. A mente divide e separa
  • 7:22 - 7:27
    uma coisa da outra e então desenvolvemos
    preferências em relação a essas coisas.
  • 7:28 - 7:35
    Gostamos de algumas coisas, de outras não.
    Esse "eu" se torna nossa
  • 7:35 - 7:40
    identidade individual, separada e única
    à medida que avançamos pela vida.
  • 7:40 - 7:44
    É a história de quem acreditamos ser.
  • 7:44 - 7:49
    E a consciência que somos, começa a crer
    nisso quando estamos muito jovens.
  • 7:49 - 7:55
    Quando somos crianças, ela cresce conosco
    até que ficamos completamente convencidos
  • 7:55 - 8:01
    que somos uma pessoa. Quando crescem e
    passam da adolescência para a fase adulta,
  • 8:01 - 8:07
    desenvolvem um senso de separação; de ser
    um "eu" que vive dentro de suas cabeças.
  • 8:07 - 8:15
    Assim, elas se tornam egos separados
    que vivem em estado de desejo,
  • 8:16 - 8:21
    um estado de incompletude, cujas vidas são
    dominadas por um desejo de
  • 8:21 - 8:25
    acumular coisas para compensar sua
    incompletude.
  • 8:26 - 8:31
    É a mente que causa todos as questões,
    todos os problemas. A mente é um poder
  • 8:31 - 8:35
    que cria toda a ilusão da separação...
  • 8:35 - 8:41
    toda a ilusão ou aparência de ser uma
    pessoa vivendo em um mundo.
  • 8:41 - 8:48
    Nós podemos experimentalmente verificar
    que toda vez que experimentamos
  • 8:48 - 8:56
    sofrimento psicológico, podemos rastreá-lo
    até a crença de ser essa
  • 8:56 - 9:04
    pessoa separada, essa entidade separada.
    Não há exceções, não há exceções.
  • 9:04 - 9:11
    Não estou falando de dor física, mas o
    sofrimento psicológico é absolutamente
  • 9:11 - 9:20
    desnecessário pois se baseia na crença de
    ser esse corpo-mente separado ou
  • 9:20 - 9:28
    aparentemente separado. Porque somos
    como fragmentos que foram separados
  • 9:28 - 9:33
    do todo, como um peças de quebra-cabeça
    que se desconectaram e
  • 9:33 - 9:38
    se espalharam. Então, existe o sentimento
    de que "algo está faltando",
  • 9:38 - 9:42
    "algo não está certo". A mente parece
    ser um obstáculo intransponível.
  • 9:42 - 9:47
    Como podemos superar a mente?
    A mente parece não ter fim.
  • 9:47 - 9:53
    A tentativa de conquistar a mente usando
    a mente cria uma luta sem fim.
  • 9:53 - 9:59
    É como tentar se levantar puxando o
    cadarço das próprias botas.
  • 9:59 - 10:05
    A estrutura do ego pode se sentir
    devastada, perdida e confusa, sentir que a
  • 10:05 - 10:12
    vida não tem sentido e conforme essa mente
    que busca luta, experimenta o que
  • 10:12 - 10:18
    São João da Cruz chamou de A Noite Escura
    da Alma. Essa é uma parte necessária
  • 10:18 - 10:24
    do processo de desilusão. Somente quando
    deixamos de lado a busca pela falsa
  • 10:24 - 10:31
    identificação com o buscador é que
    entramos em união direta com a vida.
  • 10:44 - 10:47
    Eu estava em um bom lugar em minha vida.
  • 10:47 - 10:50
    Eu meio que tinha desistido da
    busca espiritual,
  • 10:50 - 10:56
    não porque eu tivesse desistido, mas
    porque não havia mais nada a
  • 10:56 - 11:01
    buscar.Eu não estava buscando iluminação,
    não estava buscando despertar. Eu estava
  • 11:01 - 11:07
    buscando paz e felicidade e eu encontrei
    aquela entrega a aquilo que é
  • 11:07 - 11:12
    o único caminho e aquela vida era minha
    professora. Depois de muitos anos buscando
  • 11:13 - 11:22
    tudo desapareceu. A estrutura do
    eu que eu conhecia caiu .
  • 11:23 - 11:33
    Eu estava sentada em minha sala de estar
    e, após algumas semanas, uma grande
  • 11:34 - 11:44
    desolação interior parece ter aparecido em
    mim. Então, foi inesperado, esta vasta
  • 11:44 - 11:52
    paisagem interior de escuridão... uma
    espécie de abandono, abandono existencial
  • 11:52 - 12:03
    da vida propriamente dita. E eu percebi
    como o movimento da mente queria sair
  • 12:03 - 12:11
    desta paisagem interior de escuridão.
    E eu me perguntei:
  • 12:12 - 12:16
    "Qual o significado do sofrimento?
    Qual é a natureza do sofrimento?
  • 12:18 - 12:25
    Como o sofrimento pode cessar?" Ou,talvez,
    ele não tenha fim e naquela questão o que
  • 12:25 - 12:31
    se levantou foi este desejo de não se
    mover de onde eu estava, não se mover
  • 12:31 - 12:40
    daquela paisagem escura, e de me entregar
    para aquilo,mesmo se significasse meu fim.
  • 12:40 - 12:45
    Eu não sabia o que significava,o meu fim,
    mas veio como um tipo de conhecimento
  • 12:45 - 12:51
    que ainda não estava consciente, e naquele
    momento totalmente inesperado toda a
  • 12:51 - 13:01
    estrutura do eu morreu.Como se todo o 'eu'
    identificado morresse e espantosamente
  • 13:02 - 13:12
    houve uma fusão com a própria vida, o que
    acabou com a separação entre mim e a vida.
  • 13:13 - 13:20
    E daquele momento em diante, eu sabia que
    eu e a vida éramos um,não havia separação.
  • 13:20 - 13:27
    Está tudo no movimento da mente. E daquele
    ponto em diante, toda a estrutura desta
  • 13:27 - 13:34
    'Amoda' que tinha sido construída sobre
    uma identidade de vítima,
  • 13:34 - 13:36
    não apenas uma vítima das circunstâncias,
  • 13:36 - 13:40
    mas uma vítima dos meus sentimentos,
    uma vítima das emoções, uma vítima dos
  • 13:40 - 13:45
    pensamentos e, portanto constantemente
    tentando mudá-los, mudar pensamentos,
  • 13:45 - 13:50
    mudar sentimentos, torná-los melhores,
    torná-los mais positivos, torná-los mais
  • 13:50 - 13:58
    elevados... acabou. E sem a vítima, era
    como se eu tivesse nascido de novo.
  • 13:59 - 14:05
    Então, eu morri renasci assim. É como
    se todas os véus da percepção que foram
  • 14:05 - 14:12
    construídos na identidade da Amoda, com
    sua história, seus pensamentos, suas
  • 14:12 - 14:18
    crenças, suas experiências, apenas tinham
    se desfeito. Então, estava totalmente nu
  • 14:18 - 14:21
    a partir daquele momento e nunca mais
    mudou.
  • 14:27 - 14:36
    No Budismo, a primeira Verdade Nobre é que
    existe sofrimento. Existe uma insatisfação
  • 14:36 - 14:41
    inerente à mente condicionada.
    Dukkha ou a insatisfação crônica
  • 14:41 - 14:47
    da mente abrange não apenas dor física
    e emocional, mas também outras
  • 14:47 - 14:54
    formas sutis de insatisfação,
    como a impermanência inerente a todas
  • 14:54 - 14:56
    as coisas e a inabilidade de encontrar
  • 14:56 - 15:01
    satisfação duradoura em atividades
    mundanas.
  • 15:01 - 15:07
    A verdadeira felicidade, realização não é
    achada em atividades materiais externas.
  • 15:07 - 15:10
    Até mesmo quando as coisas vão do jeito
    que pensamos que deveria.
  • 15:10 - 15:13
    Até quando nós estamos
    cumprindo o script,
  • 15:13 - 15:17
    sendo uma boa pessoa, tendo
    relacionamentos bem sucedidos, carreiras
  • 15:17 - 15:22
    de sucesso, muitas vezes há essa sensação
    subjacente de que algo simplesmente não
  • 15:22 - 15:29
    está totalmente certo. Algo que está
    faltando e que não estamos percebendo
  • 15:29 - 15:33
    com precisão e quanto mais de perto
    olhamos para isso, muitas vezes
  • 15:33 - 15:39
    torna-se mais vívido, mais óbvio.
    Então, o que eu geralmente considero
  • 15:39 - 15:42
    como a primeira etapa do processo
    do despertar é a percepção
  • 15:42 - 15:51
    de que nós sofremos.Nós poderíamos resumir
    dizendo que é tipo um senso de que a vida
  • 15:51 - 15:55
    simplesmente não está funcionando direito,
    ou, talvez eu não esteja funcionando
  • 15:55 - 15:58
    direito pela vida.
    Mas, é desconfortável...
  • 15:58 - 16:01
    É uma benção que
    seja desconfortável, porque isso nos leva
  • 16:01 - 16:07
    a esta investigação que pode nos levar a
    lugares que nunca poderíamos ter imaginado
  • 16:07 - 16:14
    Por quê as pessoas sofrem?Se falamos
    sobre a dor física precisamos entender que
  • 16:16 - 16:25
    a razão pela qual experienciamos dor
    é porque dor física é um mecanismo de
  • 16:25 - 16:34
    proteção que geneticamente herdamos. Se
    nunca experienciássemos dor, nós iríamos
  • 16:34 - 16:42
    bater constantemente em objetos e nosso
    corpo beberia ácido sulfúrico e ele
  • 16:42 - 16:51
    não duraria por muito tempo. A razão da
    dor psicológica é diferente. Ela é:
  • 16:51 - 16:59
    "você está cometendo um erro". Então, dor
    psicológica não é um problema,
  • 17:00 - 17:06
    é o começo da solução. A dor
    psicológica nos ensina uma lição
  • 17:06 - 17:12
    sobre outro erro que estamos cometendo,
    acreditar que somos separados.
  • 17:12 - 17:19
    Este é o erro...é um erro fundamental.
    É o pecado original;
  • 17:19 - 17:27
    o pecado original que nos chuta para fora
    do Paraíso, do jardim do Eden.
  • 17:30 - 17:35
    O significado original da palavra pecado
    significa "errar o alvo".
  • 17:38 - 17:44
    A consciência egoica é um estado
    patológico da mente, assim constantemente
  • 17:44 - 17:52
    erramos o alvo. Este é o significado de "a
    queda". Nós estamos focados nas frutas da
  • 17:52 - 17:56
    árvore do conhecimento do bem e do mal,
    focado em pensamentos.
  • 17:57 - 18:03
    A mente dual é feita de fenômenos que
    formam o mundo de forma percebido;
  • 18:03 - 18:10
    feito de sensações,percepções,preferências
    egoicas, e este senso de que há um
  • 18:10 - 18:17
    "EU" que é separado, testemunhando. É este
    pensamento de "EU" que é a raiz da
  • 18:17 - 18:19
    identificação com o ego.
  • 18:20 - 18:22
    Qualquer coisa que estivermos
    experienciando,
  • 18:23 - 18:30
    sou eu que estou experienciando.
    Se eu estou triste ou ansioso
  • 18:30 - 18:35
    ou sozinho, sou eu quem está tendo esta
    experiência. Se eu estou falando com você
  • 18:35 - 18:40
    sou eu que estou falando. Se estou vendo o
    mundo, sou eu que estou vendo o mundo.
  • 18:40 - 18:45
    Então, todas nossas experiências giram em
    torno desse "EU".
  • 18:45 - 18:50
    "EU" é o personagem central,
    em toda nossa experiência,
  • 18:51 - 18:59
    então essa é a investigação essencial...
    o pré-requisito para
  • 18:59 - 19:04
    despertar, explorar e reconhecer a
    natureza do "EU"
  • 19:04 - 19:06
    ou do eu que realmente somos.
  • 19:07 - 19:13
    No coração Sutra,um dos mais reverenciados
    ensinamentos do Budismo diz que para ser
  • 19:13 - 19:19
    libertados, devemos perceber tudo este
    mecanismo da mente dual
  • 19:20 - 19:23
    para nos esvaziarmos do eu.
    Quando o pensamento
  • 19:23 - 19:30
    do "EU" cair, a própria dualidade se
    dissolve. A forma é percebida
  • 19:30 - 19:35
    exatamente como o vazio,
    o vazio exatamente se forma
  • 19:36 - 19:44
    no estado de samadhi, o vazio dança como
    plenitude, a quietude é inerente
  • 19:44 - 19:51
    ao movimento, silêncio é inerente ao som.
    Vida é experienciada diretamente,
  • 19:52 - 19:59
    não mediada através do filtro da mente.
    Quando nós não corremos mais atrás dos frutos
  • 19:59 - 20:04
    da árvore do conhecimento do bem e do mal,
    quando não tivermos mais interface com o mundo
  • 20:05 - 20:10
    do velho jeito, é liberação,
    o fim do sofrimento.
  • 20:12 - 20:15
    Enquanto acreditarmos estarmos
    tendo nossa própria mente
  • 20:15 - 20:19
    ou nossa própria ignorância
    ou nosso próprio ego,
  • 20:19 - 20:24
    é porque estamos vendo isto de um ponto
    de vista separado e está tudo bem,
  • 20:24 - 20:29
    no começo é como você vai ver isso.
    Mas que isto não é como as coisas são.
  • 20:29 - 20:36
    Na realidade há apenas vida
    É isso. Apenas pura vida em ação.
  • 20:36 - 20:41
    Então, sofrimento é a resistência para vida,
    resistência para nosso sim,
  • 20:41 - 20:46
    resistência para nosso não, resistência
    para qualquer coisa que está aparecendo,
  • 20:46 - 20:53
    porque nós nos sentimos separados. E o
    despertar é a cura dessa separação,
  • 20:53 - 20:55
    da ideia de ser separado.
  • 20:56 - 21:01
    Nós podemos começar a entender a
    resistência egoica na mente observando o
  • 21:01 - 21:06
    maior princípio de como toda a energia se
    movimento no universo.
  • 21:08 - 21:13
    Um jeito de entender é olhando
    para algo chamada figura de Lichtenberg.
  • 21:14 - 21:16
    A figura de Lichtenberg
  • 21:16 - 21:22
    é um padrão que ocorre quando uma descarga
    elétrica de alta tensão passa através
  • 21:22 - 21:28
    dos materiais. A descarga elétrica cria um
    padrão de canais ramificados que
  • 21:28 - 21:36
    parecem árvores. Aqui a eletricidade está
    indo para a madeira. Neste exemplo, a
  • 21:36 - 21:42
    figura de Lichtenberg é criada pela
    injeção de trilhões de elétrons em
  • 21:42 - 21:47
    um bloco de acrílico usando um acelerador
    de partícula de 5 milhões de volts .
  • 21:48 - 21:54
    Toda a matéria física, neste
    caso o bloco acrílico, é a resistência
  • 21:54 - 21:58
    ou o desacelerador de energia.
    Numa tempestade,
  • 21:58 - 22:05
    a resistência do o ar afeta a formação
    do canal de condução e do fluxo atual.
  • 22:06 - 22:10
    Quando observamos as estruturas
    semelhantes a árvores criadas pela
  • 22:10 - 22:14
    energia, nós estamos vendo o caminho que
    aquela energia passou através do meio,
  • 22:14 - 22:19
    através do tempo. Estes padrões parecidos
    com árvore ou com galhos
  • 22:19 - 22:23
    são encontrados em todos os níveis
    e escalas da natureza,
  • 22:23 - 22:33
    desde o micro ao macro. O real
    tecido do universo é um jogo de forma,
  • 22:34 - 22:40
    um jogo de resistência; uma mente
    gigante brincando de esconde-esconde
  • 22:40 - 22:47
    com ela mesma. Samskaras ou padrões
    inconscientes são criados quando o
  • 22:47 - 22:54
    preço de uma experiência é alto. Energias
    se unem e o pensamento do "eu" aparece.
  • 22:54 - 23:00
    Resistência aparece. Se não tivesse
    resistência, a energia apenas passaria
  • 23:00 - 23:07
    pela vida. Mas, quando tiver resistência,
    quando o "eu" aparecer,
  • 23:07 - 23:12
    então a energia se ramifica, criando
    novos caminhos na mente inconsciente.
  • 23:13 - 23:17
    Esses padrões funcionam de
    forma autônoma, escondendo
  • 23:17 - 23:20
    e crescendo nas sombras até que sejam
  • 23:20 - 23:24
    revelados novamente e conscientemente
    integrados ao todo.
  • 23:26 - 23:32
    A primeira lembrança que tenho é de estar
    muito assustado e eu não sabia o porquê
  • 23:32 - 23:38
    eu estava assustado e sentindo que
    algo daria errado a qualquer momento,
  • 23:39 - 23:42
    e aquele sentimento persistiu pela minha
    vida inteira e
  • 23:42 - 23:46
    se intensificou a partir dos meus 20 anos.
  • 23:47 - 23:52
    E eu entrei numa depressão pesada, mesmo
    depois de ter quatro filhos.
  • 23:52 - 23:59
    E acabei passando por provavelmente
    3 ou 4 anos de real procura
  • 23:59 - 24:03
    por algo, mas eu não sabia o que era.
    Nunca tinha ouvido sobre despertar, não
  • 24:03 - 24:10
    sabia o que isso era. E, com o passar do
    tempo ficou claro que o que eu estava
  • 24:10 - 24:14
    buscando não seria encontrado na minha
    vida exterior.
  • 24:15 - 24:19
    Eu tinha uma boa família, bom trabalho na
  • 24:19 - 24:23
    época; tudo que qualquer um poderia
    querer. E, mesmo assim me sentia vazio
  • 24:23 - 24:30
    por dentro e, eventualmente, como parte da
    cura da minha depressão,
  • 24:31 - 24:33
    eu descobri a meditação
  • 24:33 - 24:41
    e mergulhei fundo nela, encontrei algum
    tipo de paz, um profundo contentamento,
  • 24:42 - 24:48
    e pela primeira vez em minha vida inteira
    aquele senso de temor ou medo desapareceu
  • 24:48 - 24:55
    momentaneamente pela primeira vez. Então,
    comecei a tentar descobrir tudo o que eu
  • 24:55 - 24:58
    podia sobre o que tinha acontecido, o
    porquê daquele senso ter mudado.
  • 24:58 - 25:01
    E a razão de ter voltado
    aquela sensação de medo.
  • 25:01 - 25:05
    Eu comecei a pesquisar diferentes
    caminhos espirituais e acabei
  • 25:05 - 25:11
    por encontrar esse termo 'despertar',
    iluminação, e comecei a tentar entender
  • 25:11 - 25:19
    o que ele era. Eventualmente, 15 a 20 anos
    depois pude reconhecer que era
  • 25:19 - 25:22
    quando nós não estamos acreditando
    mais nos nossos pensamentos.
  • 25:22 - 25:24
    Pensamentos continuavam,
  • 25:25 - 25:30
    mas o medo estava se originando do
    acreditar neles, acreditar que era apenas
  • 25:30 - 25:37
    uma pessoa ou alguém andando pela minha
    vida, e percebi que eu era muito mais
  • 25:37 - 25:46
    do que isso. Eu sou infinito e isso ao
    longo de 5 anos começou a estabilizar,
  • 25:47 - 25:52
    por falta de uma palavra melhor. Eu tive
    que olhar tudo que vinha no caminho disso,
  • 25:52 - 26:01
    o sentimento de não ser um pai bom o
    suficiente, o sentimento de inadequação
  • 26:01 - 26:06
    interna. Eu realmente tive que olhar para
    isto e investigar isso
  • 26:06 - 26:12
    e contemplar isso. E eventualmente a paz
    se tornou estável,
  • 26:12 - 26:17
    sem esforço, e até alegre e amorosa,
    algumas vezes até feliz.
  • 26:18 - 26:20
    Um profundo sentimento
    de estar tudo ok,
  • 26:20 - 26:25
    sentindo-me em casa,
    sentindo-me seguro, sentindo que eu posso me
  • 26:25 - 26:30
    amar, eu gosto de mim, o que era algo que
    na época não era possível para mim.
  • 26:32 - 26:37
    Muitas pessoas têm um vislumbre do
    despertar mas depois parece perdê-lo.
  • 26:37 - 26:43
    Tem esse jogo de eu entendi tudo e, então,
    eu perdi tudo, ou estou acordado e, agora,
  • 26:43 - 26:49
    a mente voltou. Isto acontece quando o
    despertar não é totalmente reconhecido
  • 26:49 - 26:54
    pelo que ele é. Muitas vezes há
    um agradável estado quando
  • 26:54 - 27:01
    ocorre o samadhi; energia, felicidade
    ou uma mudança na mente consciente
  • 27:01 - 27:07
    ou percepção e um senso de facilidade
    ou liberdade. E naturalmente
  • 27:07 - 27:11
    confundiremos o estado fenomênico
    com a verdade sobre o que você é.
  • 27:13 - 27:18
    Geralmente, depois do um vislumbre do
    despertar, começaremos a buscar estados
  • 27:18 - 27:24
    ou experiências ao invés de reconhecer a
    consciência que já está presente,
  • 27:24 - 27:30
    e perceber que é a fonte da verdadeira
    realização. A verdade de quem você é
  • 27:30 - 27:38
    não é um estado ou experiência temporária.
    Os fenômenos vêm e vão, mas aquele
  • 27:38 - 27:47
    que fica, consciência primordial, sempre
    É. Se você continuar buscando estados
  • 27:47 - 27:53
    ou experiências, eventualmente o buscador
    ficará mais forte e você vai ficar
  • 27:53 - 27:59
    cada vez mais longe da verdade. O buscador
    sempre perde a marca por perseguir o que é
  • 27:59 - 28:04
    impermanente, apenas como um viciado
    em busca de emoções temporárias,
  • 28:04 - 28:08
    e como o viciado, o falso buscador vai
    sempre chegar a um
  • 28:08 - 28:15
    ponto de crise ou ponto de fracasso.
    A vida é um festival de padrões
  • 28:15 - 28:18
    viciantes de comportamento e
    quando digo isso, eu não digo
  • 28:18 - 28:24
    apenas vício em drogas como o álcool e a
    nicotina. Tudo que é preponderante
  • 28:24 - 28:28
    na sociedade tende a ser um padrão
    viciante de comportamento; vício a
  • 28:28 - 28:34
    reality shows, vício na vida de
    celebridades, vício em comprar o próximo
  • 28:34 - 28:37
    par de sapatos, e por quê seria isso?
  • 28:37 - 28:40
    A razão para isso é porque nós
    somos desesperados por encontrar
  • 28:40 - 28:47
    uma maneira de escapar do sem sentido
    e antinatural modo de vida que temos.
  • 28:48 - 28:52
    Nós não sabemos como escapar disso, então
    nós tentamos compensar isso nos envolvendo
  • 28:52 - 29:02
    em vícios. Agora, entender a realidade tem
    essa peculiar característica de fazer
  • 29:02 - 29:07
    a vida mais natural, fazendo a vida melhor
    alinhada com o ritmo e o fluxo e as
  • 29:07 - 29:10
    direções da natureza. Se isso ocorre, não
    há mais necessidade
  • 29:10 - 29:14
    para qualquer vício, e nós vamos viver
    vidas mais realizadas, saudáveis
  • 29:14 - 29:21
    melhores vidas, sem perspectivas
    distorcidas, como a noção
  • 29:21 - 29:22
    de que sua vida é sobre você
  • 29:22 - 29:26
    e minha vida é sobre mim, o que é uma das
    coisas mais não naturais imagináveis.
  • 29:26 - 29:32
    É como a flor de uma macieira pensando
    que sua vida é sobre ela, e que precisa
  • 29:32 - 29:36
    sobreviver para sempre. Se a flor
    realizasse seu desejo não existiriam
  • 29:36 - 29:37
    mais maças, nem mais macieiras.
  • 29:38 - 29:42
    Uma vez que entendemos essa verdade
    acontece naturalmente
  • 29:42 - 29:46
    uma virada de uma vida centrada
    no ego ou de uma vida que
  • 29:46 - 29:49
    está constantemente alimentando
    padrões de desejos e aversões,
  • 29:49 - 29:54
    para uma vida mais natural, mais
    fluída.
  • 29:55 - 29:59
    E, então, pode acontecer que em um
    determinado momento esta ideia
  • 29:59 - 30:03
    entre em crise e talvez nós começamos
    a procurar a espiritualidade ou,
  • 30:03 - 30:06
    talvez, antes disso, alguma
    investigação psicológica.
  • 30:07 - 30:12
    Aí, chega o momento em que estamos prontos
    para ver além da ilusão do ser
  • 30:12 - 30:17
    separado e, vamos dizer, uma busca
    consciente espiritual começa.
  • 30:18 - 30:21
    A busca espiritual pode começar
    antes mesmo de percebermos
  • 30:21 - 30:27
    que estamos buscando espiritualmente.
    Quando se está consciente pode-se
  • 30:27 - 30:34
    ver esse desdobramento da
    vida não mais como algo
  • 30:34 - 30:38
    a lutar contra, mas como um convite
    para acordar,
  • 30:38 - 30:40
    então, começamos a nos abrir mais
    para a vida.
  • 30:41 - 30:47
    Ainda, o sofrimento é o melhor instrumento
    natural para fomentar o entendimento.
  • 30:47 - 30:51
    Não questionamentos as perguntas profundas
    a não ser que estivermos sofrendo.
  • 30:51 - 30:56
    Se não estamos sofrendo, apenas surfamos
    a onda da vida de uma maneira muito
  • 30:56 - 31:01
    alegre, epicurista superficial e nunca
    paramos para pensar sobre o que está
  • 31:01 - 31:07
    acontecendo. Quem sou eu? Sobre o que
    é isto? Não. Qual é o propósito da vida?
  • 31:07 - 31:10
    Não nos perguntamos essas questões
    a não ser que estivermos sofrendo.
  • 31:10 - 31:14
    Então, sofrimento é uma tremenda
    ferramenta. É muito condutora à percepção.
  • 31:14 - 31:16
    Agora, fazemos disso
    pior do que precisa ser.
  • 31:16 - 31:21
    Inventamos sofrimento
    superficial desnecessário.
  • 31:21 - 31:25
    Eu gosto de chamar isso meta-sofrimento, e
    meta sofrimento vem com uma pequena voz
  • 31:25 - 31:30
    na sua cabeça que diz que você está
    sofrendo e que não deveria estar.
  • 31:30 - 31:35
    Isso dobra o sofrimento ali mesmo.
    Porque agora não apenas ainda temos
  • 31:35 - 31:38
    aquele sofrimento natural e parte
    da vida que não se pode evitar,
  • 31:38 - 31:42
    mas também o meta sofrimento por
    estar em guerra com a natureza,
  • 31:43 - 31:46
    estar em guerra com o
    sofrimento original. O jogo é
  • 31:46 - 31:52
    não se livrar do processo natural condutor
    de percepção, um instrumento chave
  • 31:52 - 31:57
    da natureza, o jogo é não exacerbar isso
    desnecessariamente travando
  • 31:57 - 32:03
    guerra contra ele. Quando deixamos
    cair a resistência a sofrer,
  • 32:03 - 32:08
    aí isso não mais se torna sofrimento.
    Isso se transforma em algo que é para
  • 32:08 - 32:14
    o nosso benefício. Geralmente,
    em círculos espirituais, ouvimos
  • 32:14 - 32:21
    a frase "ame o que é". É possível amar
    qualquer dor que surja aprendendo a
  • 32:21 - 32:27
    entregar preferências egoicas, entendendo
    que o que está surgindo
  • 32:27 - 32:32
    é simplesmente um fenômeno intenso
    que vai levar você profundamente
  • 32:32 - 32:37
    em conexão com a vida. Ao permanecer
    equânime com o que é,
  • 32:37 - 32:41
    começamos a purificar os padrões de
    resistência dentro da nossa
  • 32:41 - 32:47
    estrutura de ego. Isso traz para
    nós o paradoxo da entrega.
  • 32:47 - 32:53
    O paradoxo da entrega é entender que
    tudo que você resiste, persiste.
  • 32:53 - 33:01
    A resistência dá poder ao ego. O ego nada
    é além de
  • 33:01 - 33:06
    resistência. Algumas vezes, no caminho
    acreditamos na ideia de que não devíamos
  • 33:06 - 33:11
    experimentar esta ou aquela emoção. Nós
    podemos pensar que estamos
  • 33:11 - 33:17
    regredindo se sentimos ódio
    ou raiva. A experiencia de todo o leque
  • 33:17 - 33:22
    de emoções humanas é necessária.
    O paradoxo é que quando aceitamos
  • 33:22 - 33:26
    cada emoção completamente,
    deixando cair a resistência,
  • 33:26 - 33:33
    isso se transforma de emoções, que são
    crenças, julgamentos e preferencias
  • 33:33 - 33:37
    ao sentimento puro;
    para pura vivacidade,
  • 33:37 - 33:40
    que está além da mente avaliadora.
  • 33:47 - 33:54
    Existe uma história famosa em Zen que
    ilustra esse ponto. Certa vez,um estudante
  • 33:54 - 33:58
    perguntou a Tenzin, um mestre Zen
    conhecido pela sua sabedoria e
  • 33:58 - 34:04
    tranquilidade, "Mestre, quando sua
    esposa morreu, você sentiu tristeza?"
  • 34:06 - 34:11
    Tenzin respondeu "Claro que senti
    tristeza, como não poderia?
  • 34:12 - 34:16
    "O aluno ficou confuso e então perguntou,
    "Mas, Eu pensei que você era um mestre
  • 34:16 - 34:23
    Zen.Você não deveria estar além dessas
    emoções?" Tenzin sorriu gentilmente e
  • 34:23 - 34:30
    respondeu, "Ah, você entendeu errado.
    Quando eu senti tristeza, eu permiti
  • 34:30 - 34:34
    que eu a sentisse plenamente
    e a experimentasse profundamente
  • 34:35 - 34:41
    E ao fazê-lo honrei a verdade
    daquele momento. Então, como nuvens
  • 34:41 - 34:45
    passando pelo céu, a tristeza veio
    e se foi.
  • 34:45 - 34:51
    Mas o céu, a vastidão do meu ser,
    continuou não mudado.
  • 35:03 - 35:10
    Meu despertar começou quando eu estava na
    faculdade, quando uma série de
  • 35:10 - 35:14
    experiências pessoais realmente me
    desafiaram a ponto de eu começar a me
  • 35:14 - 35:22
    questionar sobre o propósito da vida,
    da minha vida em particular,
  • 35:22 - 35:30
    e de seu significado. Eu comecei
    questionando, qual era o objetivo de tudo
  • 35:30 - 35:35
    que eu estava fazendo. A experiência
    foi apenas de estar consciente sem estar
  • 35:35 - 35:44
    de jeito nenhum em particular. Foi bem
    libertador. Existia um grande sentimento
  • 35:44 - 35:53
    de soltar, como se algo que tivesse estado
    sob grande pressão soltasse, e houve
  • 35:53 - 35:58
    relaxamento e alegria, e eu me
    lembro que estava apenas sendo.
  • 35:58 - 36:01
    Isso é tudo que quero ser... Apenas ser.
    Nada em particular.
  • 36:02 - 36:06
    Eu chamo isso de a grande virada
    para mim. Isso realmente mudou.
  • 36:07 - 36:16
    quase como "ao avesso", mas a maneira
    que eu via as coisas e a maneira como
  • 36:16 - 36:21
    eu experienciava as coisas, a maneira
    como eu via as pessoas, interagia com elas
  • 36:21 - 36:26
    e a virada de chave é no sentimento
    de que tudo que eu estava experienciando,
  • 36:26 - 36:31
    não importando o que eu estava fazendo
    ou dizendo, é simplesmente consciência
  • 36:31 - 36:38
    sendo expressada. A consciência de que
    eu estou me expressando, naquele momento
  • 36:39 - 36:43
    em qualquer momento, não importa o que eu
    estava dizendo ou fazendo, era tudo que
  • 36:43 - 36:46
    estava acontecendo, ficando consciente,
    e isso permaneceu.
  • 36:47 - 36:53
    Mas, continuou revelando
    sua natureza. Era como se eu pudesse
  • 36:53 - 37:00
    ver pensamentos passando, e qualquer
    ação que precisasse acontecer,
  • 37:00 - 37:06
    a ação simplesmente acontecia e, então, o
    corpo estava simplesmente reagindo à ação.
  • 37:06 - 37:11
    Já não era como antes, enquanto antes,
    sempre que eu pensasse alguma coisa,
  • 37:11 - 37:15
    "eu acho que preciso fazer isso", o "eu",
    essa pessoa iria fazer isso.
  • 37:15 - 37:20
    Não. O que aconteceu, o que começou a
    acontecer foi que,eu estava apenas sendo.
  • 37:20 - 37:26
    Sendo consciente e as ações simplesmente
    estavam surgindo e, então, o corpo
  • 37:26 - 37:30
    era a ferramenta e eu estava observando
    isso em tempo real.
  • 37:30 - 37:35
    O corpo está simplesmente implementando
    qualquer ação surgindo na consciência e
  • 37:35 - 37:40
    aconteceu de eu ser um personagem e um
    observador.Acho que isso é a melhor parte.
  • 37:42 - 37:49
    A consciência não tem escolha.O verdadeiro
    Eu é além da escolha. Ao ouvir isso,
  • 37:49 - 37:54
    alguém pode dizer "okay eu vou desistir de
    tudo. Eu apenas não vou decidir mais
  • 37:54 - 38:00
    nada. Eu vou apenas sentar em uma caverna.
    E muitas pessoas têm feito isso.
  • 38:00 - 38:06
    Mas, o problema é que isso ainda é uma
    escolha. Eu apenas escolho reprimir minhas
  • 38:06 - 38:12
    escolhas e desejos. É a mente condicionada
    escolhendo não escolher.
  • 38:13 - 38:19
    Ambos, escolher e não escolher estão no
    nível da mente condicionada.
  • 38:19 - 38:23
    Mas, quem ou o que está consciente
    daquela mente?
  • 38:24 - 38:29
    Após despertar você vai perceber que o eu-
    condicionado pode ainda escolher seu chá
  • 38:29 - 38:35
    favorito.Ele vai continuar comendo a dieta
    que melhor favoreça ao corpo. Não é que
  • 38:35 - 38:40
    escolhas não mais irão acontecer. Muitas
    escolhas continuam acontecendo,
  • 38:40 - 38:45
    surgindo o tempo todo. Mas, a diferença é
    o sentimento de "eu" não estando
  • 38:45 - 38:53
    emaranhado a elas. O pensamento do "eu"
    caiu. "EU" não estou escolhendo,
  • 38:53 - 38:56
    nem reprimindo
    escolhas.
  • 39:03 - 39:09
    Então, despertar é como demolir as paredes
    invisíveis do ego, a armadura,
  • 39:09 - 39:15
    e reconhecer nossa Unicidade com tudo. E o
    resultado é fora do comum porque
  • 39:15 - 39:20
    nós descobrimos que nós não estamos
    sofrendo raiva, dor, tristeza...
  • 39:20 - 39:26
    estamos sofrendo nossa rejeição à vida,
    e nós podemos aprender a ser
  • 39:26 - 39:31
    tão abertos que nós somos
    conscientemente um com a vida como ela é.
  • 39:33 - 39:41
    Nós preferimos nos sentir bem a sofrer...
    isso é normal, algo no ser humano,
  • 39:42 - 39:50
    a espécie ordinária do homo sapiens
    prefere se sentir bem ao invés de se
  • 39:50 - 39:57
    sentir mal. E eu acho que quando
    nos tornamos cientes disso, sentimos
  • 39:57 - 40:03
    que, na verdade, é bom estar consciente,
    algo em nós registra no cérebro humano
  • 40:03 - 40:11
    comum. "Oh, eu gosto disso. Isso
    é possível." E isso se reforça.
  • 40:12 - 40:18
    Despertar pode acontecer em gradualmente
    em estágios, ou pode acontecer de uma vez
  • 40:18 - 40:21
    em uma virada de chave radical, quando,
    de repente, nós sabemos
  • 40:21 - 40:27
    quem somos,como que acordando de um sonho.
    Como se estivéssemos dormindo por toda
  • 40:27 - 40:34
    nossa vida em nosso personagem do sonho.
    Permanecer acordado requer uma purificação
  • 40:34 - 40:40
    permanente da estrutura do eu.
    Até se tivermos um despertar completo,
  • 40:40 - 40:46
    é importante ficar vigilante,não acreditar
    no próximo pensamento, permanecer
  • 40:46 - 40:51
    equânime quando pensamentos inconscientes
    vêm à tona.
  • 40:51 - 40:56
    Senão os padrões inconscientes da
    mente podem obscurecer a verdade.
  • 40:57 - 41:00
    O inconsciente deve se tornar um
    inconsciente transparente.
  • 41:02 - 41:06
    Se não enfrentarmos o que está no
    inconsciente, nós cairemos no que
  • 41:06 - 41:13
    tem sido chamado de desvio espiritual.
    Desvio espiritual se refere a tendência
  • 41:13 - 41:20
    de alguns indivíduos de insistir de que
    eles já estão despertos para evitar lidar
  • 41:20 - 41:25
    com emoções difíceis, questões
    psicológicas não resolvidas,
  • 41:25 - 41:31
    ou desafios reais da vida.
    A mente egoica pode apropriar
  • 41:31 - 41:35
    uma fresta do despertar e continuar
    impedindo o ser de viver naquele
  • 41:35 - 41:42
    lugar de verdade. Eu estava sentado
    em minha cama pensando sobre a
  • 41:42 - 41:47
    mamografia que eu faria no dia
    seguinte, e isso sempre foi uma
  • 41:47 - 41:53
    experiência de produção de ansiedade
    extrema que eu tinha uma vez por ano,
  • 41:54 - 42:01
    e eu estava cansada e me sentindo tão
    assustada. Cansada de sentir medo de
  • 42:01 - 42:08
    morrer e eu estava sentada na cama e
    do meio do nada eu tive esse pensamento:
  • 42:08 - 42:18
    "seria possível fazer o exame amanhã sem
    entrar em pânico? E havia um pensamento,
  • 42:19 - 42:27
    apenas um pensamento, mas de repente eu
    senti essa onda de percepção que era
  • 42:27 - 42:39
    possível, de fato. E eu não sabia como eu
    sabia. Eu não sabia o que tinha acabado de
  • 42:39 - 42:48
    mudar, mas algo claramente apenas mudou. E
    eu estava perplexa e eu subitamente sabia
  • 42:49 - 42:56
    que isso seria diferente de toda a
    terrível ansiedade que eu tive por todos
  • 42:56 - 43:01
    os anos anteriores. E isso não significava
    que a mamografia resultaria em
  • 43:01 - 43:05
    um bom resultado. Não significava que
    eu não tinha câncer de mama.
  • 43:05 - 43:13
    Isso foi realmente bizarro para mim. Era
    atordoante e eu me levantei e fui para o
  • 43:13 - 43:20
    meu companheiro que estava ocupado em seu
    computador e eu apenas fiquei parada na
  • 43:20 - 43:24
    porta e ele finalmente percebeu que eu
    estava lá e disse "o que?"
  • 43:24 - 43:35
    E eu respondi, algo apenas aconteceu.
    E eu contei para ele, nos dias seguintes
  • 43:35 - 43:40
    pouco a pouco eu comecei a perceber que
    não foi só que o medo não parecia me
  • 43:40 - 43:50
    animar mais. Eu senti paz, completamente
    sem meu contínuo ordinário estresse.
  • 43:51 - 43:59
    Minha mente estava silenciosa. Minha vida
    externa estava basicamente igual, mas isso
  • 43:59 - 44:03
    foi muitos meses antes de eu entender
    que o que aconteceu foi o despertar.
  • 44:04 - 44:07
    Foi realmente um longo período. Tudo que
    eu sabia era que eu não sentia mais dor
  • 44:07 - 44:15
    do jeito que eu tinha. Minha mente estava
    quieta e tem sido assim desde então.
  • 44:18 - 44:25
    Não há qualquer memória do despertar.
    Existe apenas memória das experiências e
  • 44:25 - 44:32
    fenômenos. Sempre que há uma memória,
    existe um traço de resistência na mente.
  • 44:33 - 44:36
    Este rastro de resistência é a repetição
    original...
  • 44:37 - 44:44
    o início do pensamento "eu". O próprio
    despertar não deixa rastros na mente.
  • 44:44 - 44:50
    Não é uma experiência. A consciência
    primordial desperta para si mesma
  • 44:50 - 44:58
    no agora, não mediado pela memória e pela
    filtragem da mente. Se estamos perseguindo
  • 44:58 - 45:05
    algum estado, qualquer experiencia, e
    tentando viver lá, então perdemos isso.
  • 45:05 - 45:11
    Se vem e vai, se não está aqui agora,
    então não é a sua natureza verdadeira.
  • 45:16 - 45:21
    Vamos tirar um momento para indagar
    diretamente a nossa real natureza.
  • 45:22 - 45:25
    Diretamente significa não via mental.
  • 45:26 - 45:32
    Você não pode perceber o que
    está além da mente pela própria mente.
  • 45:33 - 45:42
    mude sua atenção para o interior e preste
    atenção neste momento. Torne-se atento
  • 45:42 - 45:49
    da própria consciência. Observe os
    pensamentos, sensações e emoções que
  • 45:49 - 45:57
    surgem dentro desse espaço,perceba também
    o vazio dentro do qual eles surgem.
  • 45:58 - 46:05
    Os fenômenos podem surgir do
    inconsciente. Pensamentos, memórias,
  • 46:05 - 46:11
    sentimentos, emoções, energias;
    este é um processo de limpeza natural
  • 46:11 - 46:17
    que se desenrola quando indagamos. Apenas
    se abra para qualquer coisa que surgir
  • 46:17 - 46:24
    como resultado de sua indagação. Permita-
    se permanecer no estado natural da mente,
  • 46:24 - 46:28
    livre de limitações da
    elaboração conceptual.
  • 46:36 - 46:41
    Então, meu próprio despertar ocorreu
    essencialmente em dois
  • 46:42 - 46:44
    movimentos fundamentais diferentes.
  • 46:45 - 46:52
    Eu me aproximei do turno inicial
    de um lugar de sofrimento, profundo
  • 46:52 - 46:56
    sofrimento, e eu sabia que tinha algo a
    ver com os pensamentos.
  • 46:56 - 46:59
    Algo relacionado ao jeito
    que eu estava pensando,
  • 46:59 - 47:02
    a maneira como eu percebia o mundo,
    a maneira que eu me percebia.
  • 47:02 - 47:06
    E isso me
    levou a uma investigação direta
  • 47:06 - 47:12
    da própria natureza do pensamento. E, mais
    importante, a natureza do pensador;
  • 47:13 - 47:17
    a natureza daquele que é aparentemente
    preso por esses pensamentos.
  • 47:18 - 47:26
    Então com essa investigação direta,o senso
    de ser um pensador se dissolve e
  • 47:27 - 47:33
    com o senso de ser um pensador dissolvido,
    então todas as formas de pensamento perdem
  • 47:33 - 47:39
    o significado para mim. O que não percebi
    é que quando isso acontece, somos deixados
  • 47:39 - 47:43
    com uma experiência consciente
    pura ou ilimitada.
  • 47:44 - 47:52
    Para mim isso foi tremendamente pacífico,
    tremendamente libertador do
  • 47:52 - 47:56
    meu sofrimento.
    Essa foi a primeira parte do despertar.
  • 47:57 - 48:03
    Eu não tinha ideia que aconteceria com o
    clareza que foi revelada, com a paz
  • 48:03 - 48:07
    que foi revelada, que isto poderia
    aprofundar. Que poderia aprofundar mais.
  • 48:08 - 48:15
    Então, após um período de poucos dias, o
    vislumbre inicial, a experiência
  • 48:15 - 48:21
    muito profunda, muito libertadora e
    muito surpreendente
  • 48:21 - 48:26
    se desenrolou em algo que vai
    além da dimensão humana;
  • 48:26 - 48:34
    vai além do que confina meu ser
    em qualquer forma.
  • 48:35 - 48:38
    E como eu encaro o
    mundo em qualquer forma.
  • 48:39 - 48:43
    Tudo isso foi desmontado.
    O que sobrou, o que sobrou
  • 48:44 - 48:52
    é extremamente difícil de colocar em
    palavras, mas através do caderno,
  • 48:52 - 48:55
    através de interações diretas com pessoas
    com interesse em abordar isso,
  • 48:56 - 49:00
    isso pode ser revelado e pode ser revelado
    para aquela pessoa
  • 49:00 - 49:04
    se elas estão realmente interessadas em
    investigar elas mesmas.
  • 49:07 - 49:14
    Ninguém pode te dizer o que a mente é,
    o que a matrix é, o que você é.
  • 49:15 - 49:22
    Para saber o imensurável, o inefável, a
    mente precisa estar extraordinariamente
  • 49:22 - 49:29
    quieta, tranquila sem qualquer movimento.
    Naquele profundo silêncio e quietude
  • 49:30 - 49:34
    existe uma possibilidade de chegar a algo
    que é
  • 49:34 - 49:38
    atemporal, eterno e além de qualquer
    medida.
  • 49:40 - 49:48
    Vamos dizer, para fazer uma metáfora que
    despertar é quando sua cabeça,
  • 49:48 - 49:52
    a cabeça do ego,
    foi cortada pela vida.
  • 49:52 - 49:57
    Você viu claramente que você não é o seu
    corpo-mente. Você não é uma entidade
  • 49:57 - 50:02
    dentro de um corpo-mente, mas sim, a
    cabeça que foi cortada pela vida
  • 50:02 - 50:07
    mas continua rolando do penhasco, e
    enquanto rola do penhasco,
  • 50:07 - 50:13
    carrega seus velhos padrões, velhos
    esquemas, velhos pontos de vista, que não
  • 50:13 - 50:19
    são mais nutridos pela sua atenção.
    Você está descansando solidamente na
  • 50:19 - 50:23
    testemunha, você vê esses antigos padrões
    se desenrolando, você não está envolvida
  • 50:23 - 50:27
    neles, eles estão apenas acontecendo.
    Então, a cabeça está rolando pelo penhasco
  • 50:27 - 50:34
    mas em algum momento vai parar. Sem
    mais movimentos de velhos karmas
  • 50:34 - 50:39
    vindo a ação. Sem mais padrões surgindo
    que você tem que buscar e
  • 50:39 - 50:44
    dissolver. Eles se foram. E isto é Moksha,
    isso é liberação.
  • 50:46 - 50:58
    O que eu tenho visto é uma abertura
    progressiva de ver a vida,
  • 50:58 - 51:05
    não como uma pessoa dentro
    de um corpo, mas como uma pacífica
  • 51:05 - 51:13
    e silenciosa testemunha, que teve
    momentos e que teve apenas ações,
  • 51:13 - 51:19
    mas não existia o fazedor dessas ações.
    Um cão estava latindo. . .
  • 51:19 - 51:24
    Era apenas um latido no silêncio,
    ou existia alguém andando,
  • 51:24 - 51:31
    ou meu corpo andava, e apenas andava.
    Não existia alguém andando.
  • 51:32 - 51:37
    E estava acompanhado com o silêncio do
    diálogo interior que
  • 51:37 - 51:44
    estava algumas vezes acompanhando minha
    vida. Então, esses momentos de sair do
  • 51:44 - 51:47
    sentimento de ser uma pessoa surgiram com
    mais e mais frequência.
  • 51:48 - 51:54
    E, na medida que isto estava acontecendo,
    tudo que eu pensava ser, ou
  • 51:55 - 52:00
    estar envolvido na vida, começou a
    fazer um sentido diferente.
  • 52:01 - 52:08
    Ao invés de ver a vida contra mim ou
    difícil para mim, ou tentando rezar para
  • 52:08 - 52:24
    uma mudança, eu comecei a ver que tudo
    estava focando para algo maior,
  • 52:24 - 52:28
    para abrir mais meu coração. Para estar
    mais disponível para a vida.
  • 52:28 - 52:33
    Eu comecei a ver que o que eu chamava de
    acidentes ou erros ou coisas
  • 52:33 - 52:38
    que eu não gostava não estavam erradas, e
    elas não estavam contra mim.
  • 52:39 - 52:44
    Elas estavam me mostrando uma realidade
    profunda com a qual eu não tinha contato.
  • 52:44 - 52:48
    Então, todas as orações se tornaram mais
    como um 'amem'.
  • 52:48 - 52:54
    Seja feita a tua vontade. Todos os
    pedidos foram mais como, me ajude a ver
  • 52:56 - 53:02
    onde eu ainda estou rejeitando a vida,
    onde eu ainda estou rejeitando algo.
  • 53:02 - 53:09
    Onde ainda estou sofrendo
    porque eu digo não ao desenrolar davida.
  • 53:10 - 53:14
    Então, teve uma abertura. E mais
    essa abertura para a vida aconteceu
  • 53:14 - 53:18
    e mais desses momentos de
    testemunha consciente vieram.
  • 53:19 - 53:26
    Despertar é apenas o começo dessa
    abertura. E nunca termina de uma maneira.
  • 53:27 - 53:38
    É uma abertura sem fim. E quanto mais
    isso acontece, mais o que continuamos
  • 53:38 - 53:49
    vendo como difícil, como medo, percebemos
    que é realmente um trampolim para
  • 53:50 - 54:06
    o amor maior. Uma dimensão de amor, de
    paz, de compaixão, e todos estamos nisto.
  • 54:06 - 54:10
    Até mesmo aqueles que pensamos que não
    estão. Todos nós somos levados a isso.
  • 54:16 - 54:19
    Podemos saber que consciência existe.
    Isso podemos saber com certeza.
  • 54:20 - 54:23
    Tudo o mais podemos fazer suposições
    educadas a respeito.
  • 54:23 - 54:26
    Talvez suposições muito boas,
    mas, suposições, nada mais que isso.
  • 54:26 - 54:32
    Consciência é o único pré-teórico
    fato dado da natureza.
  • 54:33 - 54:37
    Tudo o mais são abstrações
    teóricas que surgem entre a consciência.
  • 54:37 - 54:42
    A consciência é a única axioma da
    natureza. Que isso exista é o única
  • 54:42 - 54:48
    certeza absoluta na natureza.
    E eu posso te afirmar que isso
  • 54:48 - 54:52
    é baseado em evidência racional e
    empírica saindo das bases da física,
  • 54:52 - 54:56
    saindo da neurociência da consciência.
    Isso tem se tornado
  • 54:56 - 55:00
    extraordinariamente pouco provável que
    a consciência não é fundamental.
  • 55:00 - 55:05
    Pensar em consciência como secundária ou
    epifenomenal leva a todos
  • 55:05 - 55:09
    os tipos de problemas insolúveis.
    Então, tem excelente razões racionais
  • 55:09 - 55:13
    e empíricas para considerar
    a consciência como uma das ou até o
  • 55:13 - 55:18
    único bloco de construção fundamental da
    natureza. Física é fundamentalmente uma
  • 55:18 - 55:24
    ciência da percepção. É uma tentativa de
    explicar os padrões e regularidades do
  • 55:24 - 55:30
    mundo que percebemos. Não tenta
    transcender a percepção.
  • 55:30 - 55:35
    Até quando físicos usam instrumentos como
    telescópios, microscópios, osciloscópios,
  • 55:35 - 55:40
    ou qualquer oscópio que você queira, a
    saída desses instrumentos ainda precisam
  • 55:40 - 55:46
    ser percebidos. Então, tudo na física é
    filtrado através do paradigma
  • 55:46 - 55:52
    da percepção, pode-se dizer. Física é uma
    ciência de percepção. Então, ela não faz
  • 55:52 - 55:56
    qualquer tentativa de ver fundamentalmente
    além do físico ou fundamentalmente além
  • 55:56 - 56:04
    da matéria, porque fisicalidade e matéria
    são apenas outras palavras para o mundo
  • 56:04 - 56:10
    que percebemos, para o conteúdo da
    percepção. A vida é o instrumento
  • 56:10 - 56:14
    para sua própria compreensão.
    Para entender a vida,
  • 56:14 - 56:18
    você não se desliga da vida.
    Você não se desliga daquilo que
  • 56:18 - 56:22
    você está tentando entender. O que você
    faz é prestar atenção ao que
  • 56:22 - 56:27
    está acontecendo, tenta capturar a nuance.
    Pergunta para si, "Sobre o que é isso?
  • 56:28 - 56:30
    Por quê isso está acontecendo?
    O que isso significa?
  • 56:31 - 56:34
    Vida no mundo é um livro
    para ser lido e decifrado.
  • 56:34 - 56:39
    Mas, nos podemos nos pegar
    numa necessidade compreensiva
  • 56:39 - 56:42
    de sofrer menos, que nos esquecemos
    de ler o livro.
  • 56:42 - 56:46
    Nós esquecemos de prestar atenção.
    Enquanto o livro é a chave
  • 56:46 - 56:49
    para sua própria decifração.
    Se você decifrar o livro
  • 56:49 - 56:54
    da vida, você automaticamente irá sofrer
    menos, mas você não pode decifrar
  • 56:54 - 56:59
    isso se você não estiver com seus olhos
    na bola, se não tiver prestando atenção.
  • 56:59 - 57:01
    A vida é a ferramenta para seu próprio
    entendimento.
  • 57:02 - 57:09
    Todas as grandes religiões e as tradições
    espirituais foram fundadas nesse
  • 57:09 - 57:18
    entendimento. Nominalmente existe uma
    realidade infinita e indivisível que
  • 57:18 - 57:26
    brilha em cada um de nós, como a
    experiência do "eu sou" e que aparece para
  • 57:26 - 57:35
    nós como o mundo.Em outras palavras existe
    um oceano do ser, que constitui
  • 57:35 - 57:41
    a base de todos e tudo do qual todos e
    tudo deriva sua existência.
  • 57:41 - 57:47
    Que em todos e tudo
    vive, e onde desaparece.
  • 57:47 - 57:51
    E este é realmente o princípio fundador
    de todas as grandes
  • 57:51 - 57:56
    tradições religiosas, este reconhecimento
    da unidade do SER.
  • 57:58 - 58:05
    O primeiro princípio hermético é que "O
    todo é mente, o universo é mental."
  • 58:06 - 58:15
    Onde quer que olhemos é A mente. Como
    Rumi disse, "Onde eu olho, existe a face
  • 58:15 - 58:21
    de Deus. " Quer observemos o
    micro mundo ou no macrocosmo do espaço,
  • 58:22 - 58:30
    nós encontramos A mente. Aqui é uma imagem
    dos neurônios humanos, e esta é uma imagem
  • 58:30 - 58:34
    simulada da distribuição da Matéria Escura
    em todo o Universo.
  • 58:35 - 58:41
    A corrida do milênio é uma simulação feita
    pelo Instituto Max Planck usando
  • 58:41 - 58:48
    supercomputadores para criar a representação
    da distribuição e evolução da matéria
  • 58:48 - 58:54
    escura no universo. Matéria Escura forma
    uma vasta teia Cósmica de filamentos
  • 58:54 - 59:00
    interconectados e que nos é visivelmente
    quase idêntico a neurônios e a caminhos
  • 59:00 - 59:06
    neurais encontrados no cérebro humano.
    E o mesmo padrão é onipresente por toda a
  • 59:06 - 59:13
    natureza. Nós podemos o chamar de A Mente,
    ou Deus ou simplesmente "tudo que é".
  • 59:16 - 59:26
    E o que é referido como Deus não é algum
    ser externo além e anterior ao mundo.
  • 59:27 - 59:36
    Deus é o ser que brilha em cada um de nós
    como o conhecimento "eu sou" e aparece
  • 59:36 - 59:41
    para nós como o mundo. Então, nós
    podemos dizer deste ponto de vista
  • 59:41 - 59:46
    em língua religiosa, o mundo é a aparência
    do mundo de Deus, o Logos,
  • 59:47 - 59:55
    e que nós somos localizações da mente
    de Deus dentro da mente de Deus.
  • 59:57 - 60:02
    Então, como um campo universal de
    subjetividade, uma consciência universal,
  • 60:03 - 60:07
    como parece ser muitos? Porque não consigo
    ler seus pensamentos, presumidamente
  • 60:07 - 60:10
    você não pode ler os meus.
    Eu não sei o que está acontecendo na
  • 60:10 - 60:16
    galáxia de Andromeda, nem na China. Nós
    não temos a experiência cheia da
  • 60:16 - 60:22
    totalidade da natureza, então como esta
    uma mente que a natureza é ter estas
  • 60:22 - 60:28
    limitações e parecer ser muitas? Bem,
    acho que sabemos um processo natural
  • 60:28 - 60:32
    que faz exatamente isto. É chamado de
    dissociação na psiquiatria. É um processo
  • 60:32 - 60:37
    de acordo com o qual uma mente
    aparentemente se fragmenta em múltiplos
  • 60:37 - 60:43
    centros desarticulados de consciência.
    Nós temos evidências empíricas
  • 60:43 - 60:49
    definitivas disso em pessoas, em humanos,
    da neuroimagem e agora
  • 60:49 - 60:54
    acho que estamos
    perto de começar a ter um explícito
  • 60:54 - 61:01
    relato conceitual de dissociação baseado
    na teoria da informação integrada, que é
  • 61:01 - 61:05
    a principal teoria na neurociência da
    consciência. Quando um limite dissociativo
  • 61:05 - 61:10
    é formado, você pode apenas ver está do
    outro lado dele através da percepção.
  • 61:11 - 61:16
    E o que você então percebe é
    matéria, fisicalidade. Em outras palavras,
  • 61:16 - 61:23
    matéria, fisicalidade, é a aparência
    consciente do processo de consciência
  • 61:23 - 61:25
    através de um limite dissociativo.
  • 61:29 - 61:34
    Se descrevermos esses processos nos termos
    das teorias modernas ou usando
  • 61:34 - 61:40
    modelos antigos como os cinco skandhas, o
    que interessa é que tornamos esses
  • 61:40 - 61:46
    processos que são geralmente
    inconscientes, conscientes.
  • 61:46 - 61:49
    Quando eles se tornam conscientes,
    aí, a resistência dentro da
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    estrutura do eu pode cair.
    A operação inconsciente
  • 61:53 - 62:00
    do "EU" pode cair. A percepção que nós
    somos um corpo físico, a percepção
  • 62:00 - 62:07
    das sensações no corpo, a conceituação de
    objetos e coisas, a identificação com
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    preferências em relação a essas coisas,
    e a sensação de que há uma
  • 62:11 - 62:18
    testemunha assistindo a tudo isso, todos
    esses processos mentais são percebidos
  • 62:18 - 62:24
    como vazios do eu. Em outras palavras,
    nós nos desidentificamos dos fenômenos,
  • 62:25 - 62:32
    ao mesmo tempo que permitimos que ele seja
    exatamente como ele é. Isto não é fugir da
  • 62:32 - 62:39
    vida. Pelo contrário, isto é um
    aprofundamento da intimidade com a vida.
  • 62:41 - 62:49
    Meu entendimento de que consciência é
    fundamental e precede a fisicalidade,
  • 62:49 - 62:53
    ao longo dos anos mudou fundamentalmente
    minha experiência de vida no mundo e
  • 62:53 - 63:00
    o que significa ser um ser humano vivo no
    mundo.Para mim, isto aconteceu lentamente.
  • 63:00 - 63:03
    Primeiramente isto era apenas um mero
    conceito em minha cabeça e, aí,
  • 63:03 - 63:07
    isso meio que se afundou dentro do corpo e
    começou a modular minhas emoções,
  • 63:07 - 63:13
    meus sentimentos, e isso muda tudo. Isso muda
    o que você considera ser uma vida bem
  • 63:13 - 63:20
    vivida, muda o que você considera ser
    objetivos dignos de serem perseguidos,
  • 63:20 - 63:24
    muda sua percepção do eu, muda sua relação
    com outras criaturas vivas,
  • 63:25 - 63:31
    é, isso muda tudo. Objetivos pessoais em
    termos de status, poder, dinheiro,
  • 63:31 - 63:36
    foram embora. A consciência de que minha
    vida não existe, nunca existiu,
  • 63:36 - 63:41
    e de que nunca será sobre mim, mas é
    sobre a natureza, e eu sou apenas uma
  • 63:41 - 63:46
    manifestação local da natureza, esta
    compreensão leva a um relaxamento
  • 63:46 - 63:50
    profundo dessa ansiedade que vem com a
    necessidade de alcançar determinados
  • 63:50 - 63:57
    objetivos pessoais ou com a decepção que
    vem quando não alcança esses objetivos
  • 63:57 - 64:03
    pessoais. Tudo isso se vai. Vivo a vida
    agora como uma forma de servir a natureza.
  • 64:03 - 64:08
    Estou aberto a fazer o que quer que a
    natureza queira fazer através de mim e
  • 64:08 - 64:15
    embora isso possa parecer como estar
    amarrado ao serviço como um escravo, eu não
  • 64:15 - 64:21
    me sinto assim. Sinto não ter mais aquela
    opressiva e esmagadora responsabilidade
  • 64:21 - 64:26
    de me fazer pessoalmente feliz. A qual é
    a ideia mais opressiva existente que
  • 64:26 - 64:30
    a mente humana pode ter, que é que sua
    vida é sobre você e por isso
  • 64:30 - 64:34
    você tem a responsabilidade de ser feliz,
    então quando você falha nisso o fracasso é
  • 64:34 - 64:39
    seu e, então, você começa a se arrepender.
    Não, isso se foi. Isso desapareceu.
  • 64:39 - 64:44
    Isso é uma das coisas que mudou em minha
    vida. O profundo entendimento de que a
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    realidade conduz diretamente à empatia, ao
    respeito mútuo, a propósitos não egoicos.
  • 64:53 - 64:57
    Ela conduz para menos padrões de
    comportamento.
  • 64:57 - 65:03
    Então, não há dúvida absoluta que se o
    entendimento da humanidade fosse mais
  • 65:03 - 65:07
    profundo e mais difundido,
    a vida definitivamente seria melhor.
  • 65:10 - 65:15
    A solução para os problemas do mundo é
    reconhecer a verdadeira fonte dos
  • 65:15 - 65:22
    problemas, que é o ego, que opera apenas
    para seu próprio interesse. Não
  • 65:22 - 65:29
    interessando com o que o ego se envolve;
    política,religião, economia ou educação.
  • 65:30 - 65:36
    Contanto que opere da premissa falsa de
    que é separado do "eu", então nós vamos
  • 65:36 - 65:40
    continuar perpetuando o sofrimento e
    separação.
  • 65:40 - 65:44
    A única solução para a humanidade
    agora é acordar.
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    Em budismo, quando não mais existe um
    senso do eu como uma coisa separada e, ao
  • 65:57 - 66:06
    mesmo tempo, ninguém menos que o Eu, é
    nirvana, a cessação do egocentrismo,
  • 66:07 - 66:11
    a cessação da ilusão,
    a cessação dos sonhos e
  • 66:12 - 66:15
    e o despertar do personagem
    no sonho da vida.
  • 66:17 - 66:23
    A Bíblia diz que o Verbo se fez carne
    e habitou entre nós.
  • 66:25 - 66:30
    O Verbo é muitas vezes traduzido como
    Logos, que é uma palavra antiga com um
  • 66:30 - 66:38
    profundo significado. O logos é associado
    com a eternidade, verdade e revelação
  • 66:38 - 66:45
    direta. Você poderia dizer que é através
    do Logos ou através da Consciência
  • 66:45 - 66:50
    Crística, ou Natureza de Buda que
    A mente de Deus é revelada.
Title:
AwakeningMindPart2 - The Mind Unveiled
Video Language:
English
Team:
Awaken the World
Duration:
01:08:54

Portuguese, Brazilian subtitles

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