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EMA CAP05 2024 VA04 NAMING

  • 0:08 - 0:10
    Quem é você?
  • 0:10 - 0:13
    Essa pergunta é muito complicada.
  • 0:13 - 0:15
    Eu não sei se vocês concordam comigo,
  • 0:15 - 0:20
    mas é curiosíssimo que nós, seres humanos,
  • 0:20 - 0:25
    tenhamos tido essa criatividade,
    essa capacidade, essa ousadia,
  • 0:25 - 0:29
    de propor um questionamento
    uns para os outros de quem é você.
  • 0:30 - 0:35
    A saída mais fácil quando alguém
    pergunta isso para nós
  • 0:35 - 0:40
    geralmente é falarmos o nosso nome.
  • 0:40 - 0:41
    Quem é você?
  • 0:41 - 0:43
    Rodrigo Villalba Caniza Caldini.
  • 0:45 - 0:48
    Você não me disse quem é você.
  • 0:48 - 0:50
    Você me falou o seu nome.
  • 0:50 - 0:53
    Você é o seu nome?
  • 0:54 - 1:00
    Nossa, nesse diálogo maluco,
    o tal Rodrigo Villalba Caniza Caldini
  • 1:00 - 1:02
    poderia responder assim:
  • 1:02 - 1:06
    "Não, eu não sou o meu nome,
  • 1:06 - 1:11
    mas o meu nome carrega
  • 1:11 - 1:16
    uma parte muito importante
    de quem eu sou".
  • 1:18 - 1:23
    O linguista Émile Benveniste
  • 1:23 - 1:26
    nos explica no seu Tratado
    Geral de Linguística
  • 1:26 - 1:32
    que sujeito é aquele
  • 1:32 - 1:36
    que é capaz de dizer
  • 1:36 - 1:39
    "eu" sobre si próprio.
  • 1:40 - 1:42
    Imagine um pouco...
  • 1:45 - 1:49
    A situação de comunicação...
  • 1:51 - 1:55
    Das milhões de pessoas
  • 1:55 - 1:59
    que foram escravizadas,
    trazidas ao Brasil...
  • 2:01 - 2:06
    Sofrendo um processo de apagamento
    não apenas das suas identidades,
  • 2:06 - 2:10
    mas da própria essência
    das suas humanidades.
  • 2:11 - 2:18
    Pessoas que com certeza
    viveram décadas, muitos anos,
  • 2:18 - 2:21
    sem poder pronunciar....
  • 2:23 - 2:25
    A palavra "eu"...
  • 2:28 - 2:31
    Ou dizer assim:
  • 2:31 - 2:35
    "Eu quero", "Eu sou",
  • 2:35 - 2:38
    "Meu nome é Rodrigo".
  • 2:42 - 2:45
    Esse exemplo radical, com certeza,
  • 2:45 - 2:48
    mas muito vívido na nossa
    memória e na nossa herança
  • 2:48 - 2:51
    enquanto povo,
    enquanto sociedade,
  • 2:51 - 2:56
    serve para destacar para você
  • 2:56 - 2:59
    a importância do nome,
  • 2:59 - 3:05
    a importância de poder
    se apresentar tendo um nome.
  • 3:07 - 3:14
    Nós lemos a literatura contemporânea
  • 3:14 - 3:18
    e ficamos até impressionados
    com a quantidade de autores
  • 3:18 - 3:23
    que tratam desse processo
    de burocratização,
  • 3:23 - 3:29
    e, de certa maneira, emburrecimento
    das relações humanas,
  • 3:29 - 3:33
    e aqueles processos muito loucos
  • 3:33 - 3:37
    nos quais uma pessoa,
  • 3:37 - 3:41
    dentro de um determinado ambiente,
  • 3:41 - 3:43
    deixa de ter um nome
  • 3:43 - 3:47
    e passa a ser um número.
  • 3:49 - 3:51
    Esse processo de burocratização
  • 3:51 - 3:54
    que apaga os nomes das pessoas
  • 3:54 - 3:58
    e substitui esses nomes por números,
  • 3:58 - 4:02
    por sequências numéricas,
  • 4:02 - 4:04
    é grandemente brutalizador.
  • 4:05 - 4:10
    É tão brutal associar a nossa
    existência enquanto seres
  • 4:10 - 4:14
    apenas a uma sequência
    de números, tão brutal,
  • 4:14 - 4:18
    que nem as empresas querem
    ser percebidas dessa forma.
  • 4:19 - 4:25
    As empresas, que nós já entendemos
    que querem se humanizar,
  • 4:25 - 4:28
    certamente não querem ser
    reconhecidas pelo seu público
  • 4:28 - 4:34
    como alternativa A,
    alternativa B, alternativa C.
  • 4:34 - 4:36
    Elas também querem, como nós,
  • 4:36 - 4:41
    dentro desse processo
    de humanização, ter nomes.
  • 4:41 - 4:46
    Essa relação entre
    as empresas e seus nomes,
  • 4:46 - 4:50
    e o seu processo
    de humanização, é tão forte,
  • 4:50 - 4:56
    que o nome fantasia, o nome
    público de várias empresas...
  • 4:57 - 5:00
    É nada mais, nada menos,
  • 5:00 - 5:05
    que os sobrenomes das famílias
    que são donas daquelas empresas.
  • 5:06 - 5:11
    O exemplo de Disney,
  • 5:11 - 5:14
    dado no tópico anterior,
  • 5:14 - 5:16
    ilustra muito bem isso.
  • 5:16 - 5:18
    Disney é o sobrenome de Walt Disney,
  • 5:18 - 5:23
    o criador de grande parte do universo
  • 5:23 - 5:27
    das empresas Disney, da corporação Disney,
  • 5:27 - 5:32
    e dos personagens
    que representam certos valores
  • 5:32 - 5:35
    dessa empresa junto ao público.
  • 5:37 - 5:40
    Nós estamos falando aqui de "naming"...
  • 5:42 - 5:44
    O ato de nomear...
  • 5:47 - 5:52
    A identidade pública de uma empresa,
  • 5:52 - 5:57
    de uma corporação, de um negócio.
  • 5:57 - 5:58
    Dar um nome.
  • 6:00 - 6:04
    Muitas vezes, quando você
  • 6:04 - 6:09
    for trabalhar com o processo
    de construção de marca...
  • 6:11 - 6:17
    E chegar para renovar
  • 6:17 - 6:22
    a identidade visual e a estratégia
    de posicionamento de marca de uma empresa,
  • 6:22 - 6:28
    você vai compreender
    que alguns elementos do naming
  • 6:28 - 6:31
    já foram decididos,
  • 6:31 - 6:36
    e não podem ser mudados, alterados,
  • 6:36 - 6:39
    porque fazem parte de uma tradição
  • 6:39 - 6:43
    que é importante para os donos da empresa,
  • 6:43 - 6:46
    para a direção da empresa,
  • 6:46 - 6:52
    e muitas vezes também uma tradição
    que já se estabeleceu, já se consolidou,
  • 6:52 - 6:55
    de forma positiva junto ao público.
  • 6:57 - 7:00
    Nome é uma coisa muito séria,
  • 7:00 - 7:03
    porém, se você tiver a oportunidade
  • 7:03 - 7:09
    de acompanhar o processo inicial
  • 7:09 - 7:14
    de construção de uma marca,
    você, enquanto profissional,
  • 7:14 - 7:19
    poderá oferecer sugestões,
    conselhos e orientações,
  • 7:19 - 7:24
    muito valiosas na hora
    de nomear essa marca.
  • 7:25 - 7:29
    Existem alguns tipos de nomes de marcas.
  • 7:29 - 7:33
    Alguns são bem descritivos.
  • 7:33 - 7:37
    Eles apontam exatamente
  • 7:37 - 7:40
    o que aquela empresa faz.
  • 7:41 - 7:43
    Por exemplo, "Casa do Pão de Queijo".
  • 7:45 - 7:46
    É óbvio.
  • 7:46 - 7:51
    Outros não são tão descritivos,
    mas são associativos.
  • 7:51 - 7:56
    Por aquilo que está
    sendo dito ali no nome,
  • 7:56 - 8:01
    você consegue ter uma certa ideia
  • 8:01 - 8:05
    do tipo de produto ou de serviço
    que está sendo vendido.
  • 8:06 - 8:09
    Por exemplo: "Sem Parar"...
  • 8:12 - 8:16
    Essa empresa que permite
  • 8:16 - 8:20
    que os condutores
  • 8:20 - 8:23
    trafeguem pelas estradas
  • 8:23 - 8:28
    sem parar nas cancelas dos pedágios
  • 8:28 - 8:33
    porque a cobrança é feita automaticamente.
  • 8:33 - 8:37
    Então eles contam com essa associação
  • 8:37 - 8:40
    entre o trânsito livre
  • 8:40 - 8:45
    e o tipo de serviço que é
    oferecido pela empresa,
  • 8:45 - 8:50
    ainda que a expressão sem parar
  • 8:50 - 8:56
    não descreva perfeitamente
    o negócio da empresa.
  • 8:56 - 8:59
    Ao contrário
    da Casa do Pão de Queijo.
  • 8:59 - 9:05
    Senão a empresa Sem Parar se chamaria
    "Etiquetagens Eletrônicas de Pedágio",
  • 9:05 - 9:07
    alguma coisa assim.
  • 9:08 - 9:13
    E nós temos também aquelas empresas
  • 9:13 - 9:19
    cujo nome não dá nenhuma pista
  • 9:19 - 9:25
    a respeito do tipo de produto ou serviço
  • 9:25 - 9:26
    que é comercializado.
  • 9:28 - 9:34
    É muito interessante porque
    algumas empresas têm nomes
  • 9:34 - 9:39
    que não descrevem os seus negócios,
  • 9:39 - 9:43
    mas elas se tornam tão fortes,
  • 9:43 - 9:46
    tão poderosas,
  • 9:46 - 9:49
    dentro daquele segmento,
  • 9:49 - 9:54
    que elas acabam oferecendo os seus nomes
  • 9:54 - 10:00
    para definir todo o segmento
    de produtos ou de serviços oferecidos.
  • 10:00 - 10:01
    Quer ver um exemplo?
  • 10:01 - 10:03
    Gillette.
  • 10:04 - 10:11
    Gillette é o nome
    de uma marca de uma empresa
  • 10:11 - 10:14
    que se especializou em vender,
  • 10:14 - 10:18
    num primeiro momento, lâminas de barbear.
  • 10:18 - 10:21
    O nome do produto é lâmina de barbear.
  • 10:22 - 10:25
    Mas quem usa essa expressão
    lâmina de barbear?
  • 10:26 - 10:29
    Nós usamos a expressão gilete.
  • 10:31 - 10:37
    Essa é uma forma de mostrar a potência
  • 10:37 - 10:41
    que muitas vezes uma marca
    tem dentro do seu segmento.
  • 10:43 - 10:47
    O nome da marca se torna mais conhecido
  • 10:47 - 10:50
    do que o nome genérico do tipo do produto.
  • 10:51 - 10:54
    Essa é a sociedade em que nós vivemos.
  • 10:54 - 10:57
    Essa é a força, a potência das marcas.
  • 10:58 - 11:05
    Agora, se temos a oportunidade
    de sugerir nomes
  • 11:05 - 11:09
    dentro desse processo
    de construção das marcas,
  • 11:09 - 11:14
    ou seja, se quando chegamos para trabalhar
    para a empresa, para o nosso cliente,
  • 11:14 - 11:19
    o nome já não foi estabelecido,
    aí podemos dar algumas dicas.
  • 11:20 - 11:26
    Nomes curtos costumam ser
    melhores que nomes longos.
  • 11:27 - 11:32
    Uma outra dica a ser
    levada em consideração
  • 11:32 - 11:37
    é a capacidade de se pronunciar o nome.
  • 11:38 - 11:42
    Alguns nomes, principalmente se a marca
  • 11:42 - 11:46
    tem desejo de se internacionalizar,
  • 11:46 - 11:49
    são de difícil pronúncia
    porque contêm fonemas,
  • 11:49 - 11:53
    sons que são estranhos
  • 11:53 - 11:57
    a determinadas línguas
    em certas partes do mundo.
  • 11:57 - 12:04
    Por isso, o cuidado com a possibilidade
    de pronúncia daquela palavra.
  • 12:05 - 12:08
    Um bom exemplo, positivo nesse caso,
  • 12:08 - 12:12
    seria a Coca-Cola, Coke, Nike.
  • 12:12 - 12:16
    São palavras curtas e fáceis
  • 12:16 - 12:21
    de serem pronunciadas
    em praticamente qualquer idioma.
  • 12:22 - 12:26
    Uma última dica, quando
    nós falamos de naming,
  • 12:26 - 12:31
    é o cuidado que nós devemos ter
  • 12:31 - 12:34
    ao observar e estudar
  • 12:34 - 12:36
    os nomes dos nossos concorrentes.
  • 12:38 - 12:43
    Porque se essas empresas
    já estão aí há algum tempo,
  • 12:43 - 12:47
    elas podem ter criado
    uma espécie de imprint
  • 12:47 - 12:51
    no imaginário linguístico do público,
  • 12:51 - 12:57
    de imaginar, de pensar, que empresas
    daquele setor, daquele segmento,
  • 12:57 - 13:02
    têm que ter nomes que sempre soem
  • 13:02 - 13:04
    de uma determinada forma.
  • 13:05 - 13:10
    Pensar, por exemplo, no setor
  • 13:10 - 13:14
    de surfwear ou de streetwear.
  • 13:14 - 13:18
    Nesses setores, o setor
    do surfe, o setor do skate,
  • 13:18 - 13:21
    as palavras em inglês
    têm uma predominância.
  • 13:23 - 13:27
    Então, se você quiser
    oferecer um conselho,
  • 13:27 - 13:31
    você pode levar em consideração
    o fato de que os seus concorrentes
  • 13:31 - 13:35
    carregam nomes na língua inglesa.
  • 13:35 - 13:40
    Isso pode fazer a diferença
    na hora de escolher um nome,
  • 13:40 - 13:45
    que pelo menos lembre algo como
    uma pronúncia na língua inglesa.
  • 13:47 - 13:52
    Antes de irmos para os finalmente
    desse tópico aqui,
  • 13:52 - 13:56
    eu queria convidar você
    a pensar um pouquinho
  • 13:56 - 14:00
    também na questão
    do design do nome, tá certo?
  • 14:01 - 14:04
    Lembre-se de uma coisa que eu já falei.
  • 14:04 - 14:09
    Nomes são desenhos se eles
    são visualmente representados.
  • 14:10 - 14:15
    Desenhos têm legibilidades distintas.
  • 14:17 - 14:20
    Então é muito importante
    que você associe...
  • 14:21 - 14:24
    A escolha do nome
  • 14:24 - 14:28
    à escolha da tipografia que você vai usar
  • 14:28 - 14:30
    ou que você vai criar
  • 14:30 - 14:34
    para registrar visualmente aquele nome.
  • 14:36 - 14:38
    Se esse nome virá acompanhado
  • 14:38 - 14:44
    de alguma imagem que remeta
    ao universo a ser explorado
  • 14:44 - 14:48
    por aquela empresa
    de produtos ou de serviços.
  • 14:48 - 14:53
    É necessário que você faça
    um estudo cromático,
  • 14:53 - 14:56
    é necessário que você faça um estudo
  • 14:56 - 15:00
    de peso, de equilíbrio,
  • 15:00 - 15:03
    de simetria ou assimetria.
  • 15:03 - 15:09
    Lembre-se que o nome tem que estar
  • 15:09 - 15:12
    extremamente conectado
  • 15:12 - 15:17
    às suas decisões enquanto
    um design de uma visualidade,
  • 15:17 - 15:21
    de uma identidade visual.
  • 15:22 - 15:27
    Nós vamos falar mais um pouquinho
    a respeito disso em seguida.
Title:
EMA CAP05 2024 VA04 NAMING
Video Language:
Portuguese, Brazilian
Duration:
15:31

Portuguese, Brazilian subtitles

Incomplete

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