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Staged Confrontations between Public and Private spaces (Pepón Osorio) | Art21

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    OSORIO: É difícil de explicar para as
    pessoas o que eu tento fazer
  • 0:15 - 0:16
    como um artista,
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    porque eu não me encaixo na descrição
    de artista.
  • 0:20 - 0:23
    Eu estou sempre fazendo tudo
    bem subversivo.
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    Tipo, sempre diferente.
  • 0:30 - 0:35
    Meu trabalho lida muito com contradições
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    Eu abraço contradições
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    Contradições podem coexistir com beleza-
    pode coexistir com raiva.
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    Pode coexistir com as diferentes emoções
    do corpo humano.
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    (música latina)
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    Em "Na barbearia não se chora", é sobre
    recriar a minha memória.
  • 1:27 - 1:31
    Quando eu tinha cinco anos, meu pai me
    fez fazer o meu primeiro corte de cabelo,
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    lá pela vizinhança.
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    O que deveria significar uma celebração,
    se tornou um evento desastroso.
  • 1:44 - 1:49
    Esse barbeiro, ele não estava acostumado a
    lidar com cabelo crespo, cabelo cacheado.
  • 1:52 - 1:55
    Eu estava chorando muito, estava
    assustado.
  • 1:55 - 1:58
    Eu estava traumatizado pelo som do corte.
  • 1:59 - 2:07
    Havia uma combinação de raça e um direito
    de passagem para virar um pequeno homem,
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    e eu acho que ambos vieram juntos,
    simultaneamente.
  • 2:30 - 2:34
    "Na barbearia não se chora" lida com os
    problemas do machismo,
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    mas como um todo.
  • 2:35 - 2:39
    E como um todo, ele conecta, de alguma
    forma, ao universo.
  • 2:42 - 2:48
    Essa peça faz homenagem ao meu pai,
    um homem de descendência africana.
  • 2:48 - 2:51
    Eu frequentemente sinto - como uma
    pessoa de descendência africana,
  • 2:51 - 2:57
    nós fomos completamente deslocados da
    comunidade da qual viemos,
  • 2:57 - 3:02
    o que é - o que é uma contradição, mas
    faz sentindo na realidade porto-riquenha.
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    HOMEM: quando ele estava perto dos seus
    oito ou nove anos,
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    eu percebi que ele pintou o teto da casa,
    no seu quarto.
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    Estava bonito, sabe? Parecia bonito, então
    mais tarde eu fiquei feliz.
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    LUISA: ele sempre - tudo, ele sempre quis
    que...
  • 3:21 - 3:27
    HOMEM: ele estava fazendo todo tipo de
    artigos, como casas, caminhões,
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    carros, tudo que podia.
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    E nós gostávamos de vê-lo trabalhar,
    porque eu queria que ele fizesse,
  • 3:33 - 3:35
    pelo menos fizesse um comércio.
  • 3:35 - 3:39
    Vindo de família de classe trabalhadora,
    ser um artista não é uma opção,
  • 3:39 - 3:43
    é mais um desafio do que qualquer coisa.
  • 3:46 - 3:52
    Eu não posso simplesmente dizer, "eu
    serei um artista."
  • 3:53 - 3:59
    Não foi uma possibilidade,
    não foi uma alternativa.
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    Eu estava trabalhando como assistente
    social, e coloquei essa função no bolso.
  • 4:11 - 4:14
    Eu sempre tive que ter duas coisas
    acontecendo simultaneamente,
  • 4:14 - 4:19
    apenas em caso de que se uma coisa não vá
    bem, então eu terei a outra pra sobreviver
  • 4:35 - 4:42
    A única forma que eu posso me conectar
    é fazendo trabalho de instalação,
  • 4:42 - 4:48
    porque eu sinto que preciso dizer algo
    que deve estar atrás das paredes.
  • 4:55 - 5:00
    Eu preciso criar um espaço que é
    avassalador.
  • 5:06 - 5:11
    E eu estou muito consciente que meu
    trabalho, é o que fornece
  • 5:11 - 5:15
    esteticamente, uma reação desconfortável
    em muitas pessoas.
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    É interessante, porque várias pessoas
    me perguntam, "Você vive dessa forma?
  • 5:21 - 5:27
    "A sua casa é assim?" E não é - Eu estou
    fazendo uma intervenção bem calculada
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    Quando essa peça, "A cena de um crime",
    esteve no Museu Whitney,
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    Eu quase senti como se eu tivesse
    tirado um pedaço do Sul do Bronx
  • 5:40 - 5:43
    e colocado ele no meio da Avenida Madison.
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    A comunidade latina está sendo retratada
    como uma bem acessível.
  • 5:52 - 5:55
    E em, especificamente "A cena de
    um crime",
  • 5:55 - 5:59
    há uma fita amarela que proíbe as pessoas
    de entrarem-
  • 6:02 - 6:06
    porque eu delineei esses espaços bem
    específicos
  • 6:06 - 6:10
    e problemas bem específicos como
    espaços sagrados.
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    E enquanto você fica e não é permitido
    entrar, então você precisa refletir.
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    E você precisa confrontar a si mesmo-
  • 6:35 - 6:39
    quase como se eu colocasse um espelho
    gigante na sua frente.
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    Toda vez que eu crio uma peça de arte, e
    eu vou para outros setores da sociedade,
  • 6:48 - 6:56
    para buscar informação, o trabalho é
    criado quando eu junto tudo onde eu estou
  • 6:56 - 7:00
    e onde o resto da sociedade está.
  • 7:00 - 7:05
    HOMEM: okay, eu só quero saber se nós
    temos que visitar você atrás das grades,
  • 7:05 - 7:13
    ou se vamos poder viver como uma família,
    porque... você na cadeia e nós dois aqui,
  • 7:13 - 7:16
    sabe? A mãe provavelmente, não está
    lidando bem com isso.
  • 7:16 - 7:17
    Sabe o que eu quero dizer?
  • 7:18 - 7:22
    HOMEM: eu costumava acordar no meio da
    noite pra trocar suas fraldas, para...
  • 7:22 - 7:26
    Você mijou em mim uma par de vezes,
    você costumava chorar e,
  • 7:26 - 7:28
    eu me lembro de tudo isso.
  • 7:28 - 7:32
    Eu me lembro que a primeira palavra que
    veio da sua boca foi "papai".
  • 7:35 - 7:41
    Eu não lidei bem com esse ano porque
    foi uma morte atrás da outra,
  • 7:41 - 7:43
    e então você foi preso.
  • 7:43 - 7:46
    E isso foi como se tudo, você sabe,
    simplesmente caísse em mim.
  • 7:46 - 7:50
    OSORIO: Eu amaria que as pessoas fossem
    embora pensando em quem elas são
  • 7:50 - 7:56
    em relação com o que eles acabaram de ver,
    e começarem a negociar.
  • 7:56 - 8:00
    Não só com a obra de arte, mas com o
    público em geral.
  • 8:03 - 8:04
    Quem eu sou?
  • 8:06 - 8:08
    Onde é a minha posição?
  • 8:09 - 8:11
    HOMEM: Eu te amo agora, filho.
  • 8:12 - 8:16
    OSORIO: Eu estou bem consciente de que o
    que eu quis fazer era provocar mudança,
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    não só socialmente, mas fisicamente e
    espiritualmente.
  • 8:41 - 8:49
    Você fez projetos de arte em barbearias,
    cabines de taxi, e quadras de basquete.
  • 8:49 - 8:52
    Essa é a primeira vez que você faz um
    projeto dentro de um lugar doméstico?
  • 8:52 - 8:55
    OSORIO: Não, eu trabalhei em Santa
    Barbara.
  • 8:55 - 8:57
    Foi chamado de "Estado de preservação"
  • 8:58 - 8:59
    E se tratava sobre plástico.
  • 8:59 - 9:04
    Eu usei todos os problemas de estereotipos
    da família latina usando plástico
  • 9:04 - 9:08
    E eu fui com essa família de mente muito
    aberta, uma família muito rica,
  • 9:08 - 9:10
    e nós plastificamos a casa toda.
  • 9:10 - 9:12
    (risadas)
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    E eles viveram dessa forma por três meses.
  • 9:15 - 9:17
    Cada objeto precioso foi plastificado.
  • 9:17 - 9:20
    E era incrível. Eles eram pessoas de
    mentes bem abertas.
  • 9:20 - 9:27
    "Visitas Domiciliares" tem raízes na
    tradição popular do santo visitante.
  • 9:27 - 9:35
    Quando eu era criança, fomos visitados por
    um nicho de uma virgem de Guadalupe,
  • 9:35 - 9:37
    enviada pela igreja.
  • 9:38 - 9:43
    E eu pensei, que tal a mesma coisa com
    arte contemporânea?
  • 9:44 - 9:47
    MULHER: Parece até que há fogo nele.
  • 9:47 - 9:51
    Por que a arte contemporânea não pode
    ir de uma casa a outra por uma semana?
  • 9:56 - 10:04
    A ideia de um século novo, é sobre...
    renovação, para mim.
  • 10:04 - 10:06
    Eu queria ir atrás e renovar tudo isso-
  • 10:06 - 10:10
    minha missão, minha filosofia,
    meu jeito de olhar para a arte-
  • 10:10 - 10:14
    e eu sei que há algo faltando que eu
    queria encontrar ou criar de novo.
  • 10:15 - 10:17
    Quem é esse na frente?
  • 10:17 - 10:19
    GAROTA: Esse é o...(inaudível)
  • 10:19 - 10:20
    (risadas)
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    Contando uma história.
  • 10:21 - 10:24
    OSORIO: Contando a história de como isso
    aconteceu.
  • 10:24 - 10:27
    A história é baseada na Tina e suas
    duas filhas.
  • 10:27 - 10:31
    Tina perdeu sua casa e todas as suas
    posses, devido a um incêndio.
  • 10:31 - 10:35
    Logo depois que isso aconteceu, ela
    colocou um pequeno cobertor sobre a garota
  • 10:35 - 10:40
    E, sabe, há várias histórias dentro dessa
    que a família me contou.
  • 10:40 - 10:46
    Eu estava tão intrigado pela ideia que eu
    ganhei,
  • 10:46 - 10:50
    mesmo com a possibilidade de
    perdê-la a noite
  • 10:50 - 10:54
    Então, seguindo em frente, eu tive que
    levar para outro lugar, outra abertura.
  • 10:55 - 10:58
    Eu sentirei falta da casa, porque ela
    esteve aqui por uma semana
  • 10:58 - 11:03
    e vai ser estranho ter esse espaço vazio.
  • 11:03 - 11:07
    Desde a infância, eu senti que, de alguma
    forma, havia uma peça faltando.
  • 11:09 - 11:17
    Quando eu fui para Nova York, eu falei
    inglês, mas não foi bom o suficiente.
  • 11:17 - 11:21
    Então eu só senti que, de alguma forma,
  • 11:21 - 11:25
    eu não poderia entender completamente
    o que estava acontecendo,
  • 11:25 - 11:26
    mas eu tinha uma ideia.
  • 11:26 - 11:30
    Mas não era clara o suficiente para eu
    conseguir a verdadeira ideia disso.
  • 11:30 - 11:32
    E algumas vezes eu sinto que eu
  • 11:32 - 11:35
    sou eternamente, sabe, deslocado.
    Que eu estou lá
  • 11:35 - 11:37
    Mas não estou totalmente lá.
  • 11:40 - 11:42
    Mas eu acho que, como um artista,
  • 11:42 - 11:46
    eu fui capaz de resolver uma coisa:
    encontrar o meu próprio lugar.
  • 11:49 - 11:51
    eu tenho uma missão muito clara.
  • 11:51 - 11:54
    Eu sei exatamente o que quero
    fazer com meu trabalho
  • 11:54 - 12:01
    e como o meu deslocamento, de alguma forma
    soou perfeitamente para as pessoas lá fora
  • 12:01 - 12:04
    Porque há muitos de nós que estão
    no mesmo barco que eu.
Title:
Staged Confrontations between Public and Private spaces (Pepón Osorio) | Art21
Description:

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
13:30

Portuguese, Brazilian subtitles

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